A Alright esteve presente no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Apresento um olhar geral do que observamos na jornada de quatro dias de evento
No cenário atual do jornalismo, a inovação e a colaboração são essenciais para enfrentar desafios crescentes e transformar processos e práticas profissionais.
Nesse sentido, o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), destacou-se como um evento marcante para profissionais da área, reunindo jornalistas de todo o mundo na programação presencial, além de oportunizar debates na programação online.
Pela primeira vez, a Alright foi uma das patrocinadoras do evento, que ocorreu entre os dias 11 e 14 de julho, em São Paulo – SP, em um passo importante na colaboração da startup com profissionais que discutem e realizam ações inovadoras, criativas e desafiadoras para o jornalismo contemporâneo em cada uma das regiões do Brasil, além das trocas de experiências vindas de outros países.
Com uma programação diversificada, o Congresso abordou temas voltados para o aprimoramento da prática jornalística em um contexto complexo e transformador.
Uma das principais mensagens do Congresso foi a importância da colaboração no jornalismo. O tema tem sido bem caro para a Alright, sendo abordado nos conteúdos de lives, por aqui na Aurora News, no desenvolvimento dos veículos da Rede Alright e, ao longo do ano de 2024, no trabalho com o Guia Alright 2024: Como Transformar Tendências em Ações.
E por falar em Guia, a versão física com o título “Jornalismo Local no Brasil: Caminhos Possíveis” recebeu comentários positivos e despertou o interesse entre os participantes do Congresso da Abraji. A distribuição gratuita de 300 exemplares foi uma ação de incentivo. A obra é apresentada a partir de um processo de pesquisa e entrevistas com especialistas que apontam, na publicação, as tendências essenciais para jornalistas, editores, comunicadores e formadores de comunidades em torno do jornalismo local e regional no país.
Durante o evento, foi notável como o trabalho colaborativo pode potencializar a eficiência das investigações e superar obstáculos a exemplo das discussões sobre os impactos da atuação das grandes empresas de tecnologia no mundo, falta de recursos para veículos independentes, regulamentações no setor, questões ligadas ao assédio judicial e os desafios de coberturas jornalísticas em comunidades vulneráveis.
A colaboração permite que jornalistas compartilhem conhecimentos, recursos e redes de contatos, tornando possíveis investigações, apurações e reportagens mais profundas e impactantes para o público. Essa abordagem coletiva não apenas favorece a qualidade do jornalismo, mas também proporciona uma maior segurança em relação aos riscos da profissão.
Várias palestras, debates e oficinas destacaram a importância do jornalismo local na promoção da democracia e na fiscalização da condução de assuntos do interesse público.
Os participantes compartilharam histórias de sucesso e desafios, promovendo um intercâmbio de conhecimento e experiências. O jornalismo sai deste evento reafirmando seu papel na construção de comunidades informadas e na amplificação de vozes que já não querem permanecer silenciadas e invisibilizadas.
Destacam-se as parcerias entre organizações de mídia, cooperação entre jornalistas de diferentes países, e a integração entre experiências. Estas colaborações ajudam a lidar com temas complexos que ultrapassam fronteiras geográficas e requerem uma variedade de habilidades e perspectivas.
Além disso, a colaboração para o jornalismo independente permite que pequenas organizações e freelancers tenham acesso a recursos e plataformas que, de outra forma, seriam inacessíveis.
Esses exemplos nivelam o campo de atuação e permitem uma diversidade maior de narrativas no espaço midiático. No cenário atual, onde a desinformação é um dos tantos desafios para a qualidade do jornalismo, é preciso desenvolver estratégias e produtos para sustentar a integridade e a eficácia do jornalismo.
A presença de jornalistas internacionais que discutiram o impacto da inteligência artificial (IA) no jornalismo investigativo, uso ético das tecnologias e os debates globais acerca desses temas, trouxe uma perspectiva global ao Congresso.
As discussões exploraram como a IA pode ser uma aliada na investigação jornalística, ajudando na análise de grandes volumes de dados e na identificação de informações..
Tudo isso, ao tempo em que veículos locais, regionais e especializados enfrentam os dilemas de sustentabilidade financeira dos negócios. Exemplos de captação de recursos e ferramentas para arrecadação foram compartilhados por iniciativas que apostam, por exemplo, em editais, premiações para reportagens, serviços especializados, oferta de produtos para o consumo das comunidades e em uma lógica de identificação com o público para facilitar a compreensão das questões comerciais vivenciadas pelos donos desses veículos.
Outros debates ainda aprofundaram as razões pelas quais grupos específicos estão mais relutantes em ler as notícias e discutiram como conquistar e reconquistar a audiência.
Entre o que foi possível perceber diante da diversidade de projetos, veículos e profissionais presentes no Congresso da Abraji, há um recado claro sobre a importância de um jornalismo inovador, que aposta na colaboração entre diferentes experiências, que seja mais sensível ao diálogo entre as gerações de jornalistas e que seja capaz de explorar novas tecnologias com ética, responsabilidade e transparência.
O jornalismo precisa continuar a se reafirmar como um bem social relevante e de serviço ao interesse público de maneira eficaz e inovadora.