A diversidade e a inclusão nas organizações são mais do que palavras; são imperativos para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Garantir uma representatividade abrangente, especialmente de grupos minoritários como racial e de gênero, é fundamental.
Dentro desse contexto, a inclusão da mulher negra assume um papel essencial, desafiando estereótipos e promovendo a integração de um segmento frequentemente marginalizado. Essas iniciativas não apenas reforçam o compromisso das empresas com a equidade, mas também enriquecem o ambiente de trabalho com uma diversidade de perspectivas e experiências, crucial para a inovação e o crescimento sustentável.
Analista de cultura e pessoas na Alright. Profissional com certificações em Ambiente Corporativo, Processos Sociais e Estrutura Organizacional, atuando com foco em ações Diversidade e Inclusão
A diversidade e a inclusão nas organizações são cruciais para garantir uma representatividade abrangente, incluindo grupos minoritários – na sua maioria como racial e de gênero. A inclusão, especificamente da mulher negra, combate diversos estereótipos e promove a integração de uma classe que, muitas vezes, acaba sendo rotulada por diversos estereótipos negativos.
De acordo com o IBGE, as pessoas negras representam 56,1% da população brasileira e, segundo o perfil de pesquisa racial e gênero do Instituto Ethos, as pessoas negras ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do Brasil. Em 2022, a proporção de mulheres negras com ensino superior completo era de 13,6%.
Em empresas que atuam, por exemplo, na área de mídia programática, a contratação de mulheres negras latino-americanas representa um passo crucial rumo à inclusão e à representatividade. Em um setor que desempenha um papel fundamental na distribuição equitativa de recursos publicitários, a presença desses profissionais não apenas enriquece a diversidade de experiências e perspectivas, mas também promove um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.
Essa inclusão deve começar desde o processo de atração desses talentos, utilizando políticas que valorizem a diversidade. Isso inclui a adoção de linguagens neutras e a eliminação de expressões que possam ser culturalmente insensíveis, como “lista negra” e perguntas invasivas sobre local que reside e sobre aparência. Além disso, criar um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo faz toda a diferença nesse cenário, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.
Agregar mulheres negras em equipes das empresas de mídia, não apenas responde à demanda por representação étnica, mas também fortalece suas capacidades analíticas e estratégicas. Essas profissionais trazem consigo uma compreensão única e rica das dinâmicas culturais e sociais de suas comunidades, o que pode ser fundamental para a criação de campanhas publicitárias mais autênticas e impactantes. Isso para citar alguns benefícios.
Essas práticas seguem tendências globais que reconhecem a diversidade como motor de inovação e crescimento sustentável. Empresas de mídia que priorizam a diversidade racial, cumprem suas responsabilidades sociais e obtêm vantagens competitivas no mercado, pois promovem uma cultura organizacional dinâmica e resiliente.
Investir na contratação e no desenvolvimento profissional de mulheres negras na indústria da mídia não apenas alinha as empresas com princípios de equidade e responsabilidade social, mas também fortalece sua posição competitiva em um mercado global cada vez mais diversificado e exigente.
Ao relacionar essas medidas com os impactos sociais do trabalho realizado pelo jornalismo, é fato que a presença de mulheres negras nas redações fortalece a capacidade de abordar uma ampla gama de experiências e perspectivas, refletindo com mais precisão a sociedade como um todo.
Estamos na semana do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho). Mas essa é uma conversa que não pode ser apenas pontual. Deve estar no cotidiano e fazer parte do DNA das organizações.