A presença do jornalismo regional é fundamental para garantir que todas as regiões, especialmente as mais vulneráveis e isoladas, tenham acesso a informações relevantes e de qualidade. Os leitores da Aurora News já conhecem essa máxima, reforçada por diversas contribuições em nossos artigos.
Nas últimas semanas, essa força ficou ainda mais evidente. O Time Alright, lideranças e jornalistas de veículos da nossa rede, e todos os envolvidos no Alright Summit, junto com nossos 3 mil espectadores, testemunharam um movimento significativo. Com a programação realizada em Brasília-DF, e tudo que foi transmitido online, a mensagem reverberou em todo o país por meio das nossas conexões.
O jornalismo regional desempenha papel de protagonista na consolidação da democracia, assegurando que as vozes de todas as comunidades, independentemente de seu tamanho ou localização, sejam ouvidas e consideradas.
Ouvimos essa reflexão de especialistas e da representação de quem faz os veículos de jornalismo regional em diversas partes do país. Neste artigo, reunimos alguns dos principais pontos e declarações de comunicadores de veículos regionais presentes no evento. São aspectos que se sobressaíram dessa experiência.
Jornalismo Regional e experiências pelo país
A democracia se fortalece quando há pluralidade de vozes e diversidade de perspectivas. Os jornalistas locais estão na linha de frente dessa missão, atuando como os olhos e ouvidos das comunidades em que vivem. Eles trazem à tona questões que, muitas vezes, passam despercebidas pelos grandes veículos de comunicação.
Seles Nafes, comunicador e líder do SelesNafes.com, destacou a importância dos eventos em Brasília, onde foi possível encontrar outros empreendedores da comunicação e conhecer mais sobre o mercado. “Entender que os colegas passam pelo mesmo que eu passo no extremo norte do Brasil foi fundamental para o fortalecimento do nosso trabalho”, ressalta.
Em áreas vulneráveis, onde o acesso à internet é limitado e as grandes redes de comunicação não têm tanta penetração, os jornalistas locais são os principais — e muitas vezes únicos — fornecedores de informações. Eles conhecem de perto os problemas enfrentados por suas comunidades, desde a falta de serviços públicos até as dificuldades econômicas, e podem reportar essas questões com um olhar que só quem vive a realidade local pode oferecer.
Elberty Valadares, jornalista e diretor responsável pelo Portal Por Dentro de Minas, reforçou o valor dessas conexões. “Nos conectamos muito, falamos de parcerias, aprendemos sobre anúncio, publicidade e trocamos experiências sobre como cada estado do Brasil está lidando tanto com a parte de tecnologia, como editorial”.
Além disso, o jornalismo local é uma ferramenta poderosa no combate à desinformação. Os jornalistas locais, por estarem profundamente integrados em suas comunidades, têm uma capacidade única de checar informações e desmontar boatos antes que eles causem danos maiores.
Raimundo Rocha, Diretor Geral do Brasil 61, destacou a importância de atrair parceiros e investidores para fortalecer as mídias regionais, especialmente em comunidades onde as políticas públicas falham em comunicar de forma eficaz. “São muitas ideias para desenvolver os negócios dentro da regionalização das informações, algo que defendemos há muitos anos. Nas comunidades estão problemas de políticas públicas, e o Estado tem dificuldade de se comunicar. Esse projeto de levar conteúdo publicitário e atrair parceiros para estar junto com as mídias regionais é muito interessante,” afirma.
Futuro e investimentos em projetos de Jornalismo Regional
Investir em projetos de jornalismo local é investir na democracia e no desenvolvimento sustentável do país. Esses projetos precisam de apoio para superar desafios como a falta de recursos financeiros, tecnológicos e humanos. Ao fortalecer o jornalismo local, fortalecemos também a cidadania, garantindo que mais brasileiros tenham acesso a informações relevantes e confiáveis.
Raquel Rocha, do Site Coreto, ressaltou a mudança na representatividade feminina impulsionada pela digitalização e novos modelos de negócios. “Hoje em dia, a mídia tradicional está dando mais espaço para as mulheres porque a diversidade é um critério de lucro também. Mas, em um ambiente de jornalismo digital e independente, são as mulheres que realmente sustentam o que se faz”, opinou.
A editora da Folha do Mate, Letícia Wacholz, complementa essa visão, afirmando que “a mulher é o grande motor do jornalismo digital. Acho que o melhor combustível é o respeito da nossa audiência e dos colaboradores. A mulher tem competência para assumir trabalhos em qualquer editoria, e a melhor forma de incentivar outras mulheres é por meio de união, transparência e, sobretudo, respeito”.
O investimento no jornalismo local também tem o potencial de gerar impactos positivos em várias frentes. Heloísa Corrêa, do Portal Gaz, falou sobre a colaboração com influenciadores digitais que, para alcançar públicos que os veículos de comunicação tradicionais talvez não atinjam, é preciso olhar para essa diversificação. “Nós, enquanto veículos de comunicação, precisamos diversificar as vozes. Isso é um desafio ainda hoje, porque às vezes se cria uma ideia de concorrência”.
Almir Rizzatto, fundador da Escola Digitalista, destacou os desafios que muitos veículos enfrentam ao tentar migrar para o digital. “Ter consciência e passar para seus colaboradores que os conteúdos precisam ser pensados para serem monetizados é uma das grandes adversidades. Muitas empresas ainda não entenderam que não é somente transferir o conteúdo do impresso para o digital, mas, sim, entender esse universo”.
A partir dessas contribuições que vieram das observações na parte presencial do Alright Summit, bem como de quem esteve na programação online (você sempre poderá rever por aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_HuhlReCFPQ), é possível reiterar a tese de que o fortalecimento do jornalismo local não apenas amplia o acesso à informação, mas também gera um impacto econômico positivo nas comunidades.
Ao apoiar esses veículos, cria-se um ciclo virtuoso de geração de empregos, incentivo ao comércio local e promoção de iniciativas sociais.
Esse trabalho árduo de tantos brasileiros, garante que as realidades locais sejam levadas ao conhecimento de todos, contribuindo para um país mais inclusivo e democrático. Investir em jornalismo local é, portanto, uma prioridade que deve ser abraçada por todos aqueles que acreditam na importância de uma sociedade bem informada e participativa.