Não duvido de sua capacidade de entender a sua audiência. Mas é frequente acontecer que os produtores de conteúdo acreditarem que sabem o que cai de fato no gosto de quem o acompanha, mas estarem equivocados. Sei na prática, já aconteceu comigo. Várias vezes.
Somos editores, não donos da verdade. E definitivamente não sobre o que nossa audiência pensa ou prefere.
Por isso vai aqui uma palavrinha mágica: pesquisa.
E minha provocação é: seu modelo de negócios editorial está de fato funcionando?
Outra perguntinha incômoda: está movendo sua empresa em direção ao lucro ou ao prejuízo?
E aqui uma verdade absoluta: editores precisam fazer pesquisas para sobreviver.
Simples: sua pesquisa de público mostra o conteúdo que você precisa criar e você será capaz de criar exatamente (não aproximadamente) o tipo de conteúdo necessário para otimizar sua receita.
A métrica básica do seu sucesso é uma só: retenção da audiência.
Isso não quer dizer que a conversão não seja essencial, simplesmente não é a métrica decisiva que gera receita para os editores ao longo do tempo.
A maior parte do conteúdo da internet será sintético em dois anos
O poder disruptivo da inteligência artificial (IA) irá varrer o espaço da informação este ano, num momento de intensa volatilidade política e econômica em todo o mundo. As implicações para a confiabilidade da informação e a sustentabilidade dos principais meios de comunicação serão provavelmente profundas num ano em que serão marcadas eleições críticas em mais de 40 democracias, com guerras que continuam a ocorrer na Europa e no Médio Oriente.
Neste contexto – e com uma previsão que sugere que a grande maioria de todo o conteúdo da Internet será produzido sinteticamente até 2026 – os profissionais e as organizações noticiosas terão de repensar o seu papel e propósito com alguma urgência.
Mas não é apenas o conteúdo que será turbinado, a distribuição também está preparada para uma grande reviravolta. Este será o ano em que as Search Generative Experiences (SGE) começarão a ser implementadas na Internet, juntamente com uma série de chatbots baseados em IA que oferecerão uma forma mais rápida e intuitiva de chegar à informação.
Após declínios acentuados no tráfego de referência do Facebook e do X (antigo Twitter), é provável que estas mudanças, ao longo do tempo, reduzam ainda mais os fluxos de audiência para sites de notícias estabelecidos e coloquem ainda mais pressão sobre os resultados financeiros.
Isso se complica um pouco mais se entendermos que as novas gerações têm baixa relação de engajamento e até respeito pelo que chamamos de mídia editorial tradicional. Marcas seguirão sendo importantes nesse contexto, porque serão elas que garantirão maior segurança e confiabilidade num ambiente de conteúdo prioritariamente sintético.
Porém, para os jovens, os conteúdos sintéticos são OK.
Quanto mais você entender o que de fato seu público deseja e produzir (sinteticamente que seja, já que você pode usar esse recurso também) o que ele de verdade prefere, mais você terá chance de encantá-lo.
Daí o artigo aí de cima ganha ainda mais relevância.
O que fará a diferença não será mais como você produz seu conteúdo e gera sua informação, mas como a organiza e edita a partir das reais preferências do seu público e audiência.
As máquinas serão insuperáveis no volume e na velocidade. Você precisa ser melhor que elas no entendimento, acurácia e conhecimento de como conversar e engajar seu público.
A Inteligência Artificial vai mudar seu negócio para sempre. Veja como.
Estudo da Deloitte aí abaixo faz uma análise do impacto e como você pode se preparara para ele.
Como diz o próprio estudo, espera-se que a IA generativa transforme a indústria editorial em várias frentes e a sobrevivência provavelmente exigirá que os executivos se adaptem com uma mentalidade transformacional. Como a IA generativa pode criar conteúdos únicos com a velocidade do computador, está preparada para impulsionar uma mudança tectónica nas forças de mercado subjacentes ao ecossistema editorial tradicional de anunciantes, parceiros estratégicos e funções empresariais essenciais.
Onde o jornalista deve focar
Os editores devem reconsiderar questões fundamentais relacionadas aos seus negócios, incluindo:
- Como está mudando a economia da propriedade intelectual e do conteúdo arquivístico?
- Quais são as perspectivas para o tráfego da Web e para as receitas publicitárias quando a informação é cada vez mais proveniente do próprio motor de pesquisa?
- Como um editor pode manter sua marca e seus diferenciais de valor à medida que o conteúdo gerado por IA inunda o mercado com qualidade, profundidade e amplitude crescentes?
Embora a IA generativa esteja apenas a emergir, é claro que provavelmente terá impacto no mundo do publishing editorial nestas três áreas principais, e as empresas devem agir agora para aproveitar as oportunidades e estarem preparadas para os riscos.
3 É DEMAIS
Três dicas ou informações que você precisa ler.
- Como NÓS, operaçao de out of door e mídia, criou plataforma para envolver periferia. Leia nesta reportagem do Meio & Mensagem.
- A briga entre a Universal e o TikTok. Veja nesta matyéria do Adnews.
- Como 14 categorias do marketing serão afetadas pela IA em 2024. Descubra deste estudo do Mundo do Marketing.
Leia também – As grandes tendências para os jornalistas em 2024
Melhore seus prompts na criação de imagens com AI
Em um ambiente onde a inteligência artificial expande continuamente os limites da expressão criativa, DALL-E se destaca como um avanço revolucionário. Desenvolvido e lançado no mercado pela Open-AI, este modelo de IA tem redefinido a maneira como as pessoas percebem e criam conteúdo visual.
É exatamente por isso que é essencial aprender a elaborar prompts de maneira eficaz! Dominar essa habilidade irá impulsionar sua imaginação e inovação. Se você está se perguntando como dominar essa técnica, não se preocupe! Vou te mostrar tudo relacionado a prompts, permitindo que você aproveite ao máximo o potencial dessa ferramenta de IA e crie designs incríveis.
O que são prompts do DALL-E?
Os prompts do DALL-E são descrições textuais precisas das imagens que você deseja gerar. Esses prompts podem ser descrições simples ou cenários mais complexos e criativos. O DALL-E interpreta os prompts e gera imagens o mais próximo possível da narrativa fornecida.
Ele utiliza seu treinamento em um vasto conjunto de dados de imagens e suas narrativas textuais para representar visualmente a cena ou objeto que você indicou.
Como escrever prompts para o DALL-E?
Escrever prompts para o DALL-E é simples, mas alcançar os resultados desejados pode ser um desafio. Se você deseja aproveitar ao máximo os benefícios da inteligência artificial para gerar uma imagem, deve escrever um ótimo prompt.
Aqui estão cinco dicas para ajudá-lo a criar prompts eficazes:
1. Mantenha simples
Ao escrever prompts, a IA só será tão boa quanto as informações que você fornecer. Se está começando, use instruções simples e claras que o DALL-E possa entender facilmente.
Usar prompts simples ajuda a entender como a ferramenta funciona. Você verá como ela responde a diferentes instruções e que tipos de imagens pode criar. Isso também ajudará a melhorar, aprendendo o que funciona melhor ao pedir imagens.
2. Seja descritivo
A precisão é fundamental ao interagir com o sistema. Especificidade nos prompts garante a geração de imagens alinhadas com sua visão. Lembre de quando você está lendo um bom livro e o autor fornece detalhes da história, de uma cena, você consegue imaginar ela. É a mesma lógica aqui. Inclua também atributos específicos como tamanho, cor e forma para refinar as imagens geradas.
3. Experimente combinações de prompts diferentes
Experimentar é crucial. O ideal é testar várias combinações de palavras, frases ou conceitos para explorar diferentes interpretações. A versatilidade da AI permite que ele produza saídas diversas a partir de entradas variadas.
4. Mencione a perspectiva
Adicionar perspectiva aos seus prompts pode impactar significativamente as visuais. Considere informar à IA de qual ponto de vista você deseja a visualização. Por exemplo, mencione se deseja a imagem do ponto de vista de um pássaro ou de uma pessoa no topo de um prédio de 50 andares. Considere também incluir elementos de tamanho, cores e perspectivas nos seus prompts. Especifique dimensões, cores, orientações e quaisquer atributos únicos que deseja na imagem gerada.
5. Teste e Refine
Experimente com diferentes frases e detalhes em seus prompts. Teste qual narrativa lhe dá os melhores resultados. Você pode continuar refinando seus prompts com base nos resultados obtidos.
Lembre-se que o DALL-E, assim como outros sistemas de AI, possuem suas limitações. Então tenha paciência e vá descobrindo o que melhor funciona para o seu caso. As imagens incríveis que vemos por aí nem sempre são produzidas na primeira tentativa. Bora criar!
Quero que você entenda que, quando falo de design, não é apenas do visual. Estamos falando muito além disso, pois design pode e deve estar em tudo o que o negócio faz. Do modelo de negócio aos fluxos de atendimento.
É sobre o pensamento de design.
Se você nunca refletiu por este angulo, deixa eu te listar alguns pontos para ficar mais claro:
- Design é metodologia, ou seja, uma maneira organizada de executar um projeto. Você pode usar vários tipos de metodologias, e servem tanto para construir um foguete ou criar uma lista de compras para o mercado, os princípios são os mesmos.
- Fatiar grandes problemas em pequenos pontos, para que você tenha mais controle e consiga enxergar mais facilmente soluções.
- Fazer pesquisas regularmente, e solucionar problemas que sua audiência tenha. Designers são grandes solucionadores de problemas, e antes de acatar algum, precisamos entender quais são eles.
- Pesquise, analise, crie protótipos, teste e repita. Esse é o círculo mágico do design. E como você já entendeu, podem ser suas peças gráficas ou até mesmo o fluxo de um e-mail marketing. Design está em tudo.
Trouxe essa reflexão para podermos expandir o nosso repertório de conteúdos e trazer mais informações úteis para o seu negócio relacionadas a design, e quando você ler esta palavra, vai conseguir sacar a dimensão que queremos dar.
Para fechar nosso tempo juntos hoje, quero te indicar um TED incrível com a Margaret Gould Stewart sobre o poder da decisão de design em grandes portais. Vale muito.
Até semana que vem.
NOTAS DO FUNDADOR
A Publicidade governamental e os portais de notícias locais
As Secretarias de Comunicação (SECOM) de importantes Estados como São Paulo e Minas Gerais estão revendo seus critérios de compra e veiculação de mídia em portais.
Esse movimento certamente irá desencadear alterações em todas as regiões do Brasil.
O objetivo de tais mudanças visa o maior controle, transparência e parametrização dos custos e da entrega das campanhas.
É bastante comum que grandes anunciantes contratem ferramentas de auditoria para garantir alta qualidade e desempenho, além de facilitar o acompanhamento. Portanto, é natural que as SECOMs busquem meios de aprimorar a mensuração.
No fim do dia, teremos campanhas com maior efetividade e como resultado uma sociedade melhor informada sobre os projetos de seus governos.
Adaptação necessária com um cuidado importante
Uma das mudanças que mais impactam pequenos veículos de notícias locais é a mudança da compra por período (por diária, semana ou mês) para o modelo por volume de entrega – o famoso CPM.
Sabemos que a compra por volume é a mais usada no mercado e regula toda transação via mídia programática. No entanto, ela valoriza os veículos que tem volume de entrega.
Grandes receitas somente aparecem com grandes anunciantes. Parece justo, e é. O fim da lógica da mídia é impactar pessoas, levando a mensagem certa no momento certo.
Ocorre que quando você tem uma realidade composta por milhares de municípios abaixo de 5 mil habitantes, essa regra poderá ser muito danosa para os veículos locais.
Essa medida poderá AUMENTAR os Desertos de notícias.
Eu sou um defensor do modelo de CPM mas sou defensor também de valores ALTOS para contextos de população reduzida.
Enquanto se vê negociações de meros 5 reais, chegando muitas marcas pagarem pífio 1 real por mil impactos no programático, as SECOMs precisam pagar valores próximos a 100 reais o CPM para pequenos veículos locais e buscar melhores valores em veículos maiores.
Entre o 8 e o 80, melhor preservar as escassas iniciativas de jornalismo local que ainda temos no interior do País, pagando-se bem.
Caso o objetivo com essas medidas for praticar valores de mídia programática, teremos uma verdadeira devastação de sites de notícias locais no Brasil.
Estamos de olho.