por Natália Pandolfo
Esse texto é um relato de dias vivenciados em ambiente vibrante e inspirador para o jornalismo. A Alright foi uma das empresas patrocinadoras do Festival 3i da Associação de Jornalismo Digital (AJOR), realizado entre os dias 13 e 15 de junho no Rio de Janeiro, capital. Estar presente foi uma experiência transformadora e enriquecedora.
Como participante, tive a oportunidade de vivenciar de perto a efervescência das discussões e a inovação que permeou cada sessão. O evento reuniu centenas de pessoas, entre estudantes, jornalistas, pesquisadores e representantes de diversas organizações, na Casa Firjan e na Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso).
O Jornalismo Local em Foco
Um dos aspectos mais marcantes do Festival foi o foco no jornalismo local. E isso se conecta diretamente com nossa proposta de valor para os Oásis de Notícias e com as tendências do “Guia Alright 2024: como transformar tendências em ações”, que foi distribuído no evento, em primeira mão, já no formato de livro impresso.
Diferente do que vemos em muitos eventos do setor, este não deu destaque aos maiores players do jornalismo brasileiro, mas sim a vozes locais e de países como México, Paraguai e Colômbia. Essa escolha retratou a importância do jornalismo local em um país tão vasto e diverso como o Brasil. As discussões deixaram claro que a informação verdadeira e de qualidade nasce da proximidade com as comunidades locais.
Estratégias de Viralização e Descompassos no Mercado
Uma das palestras mais impactantes foi a de Alejandro Vallejo, fundador do El Surti. Ele compartilhou a trajetória de crescimento do portal e destacou uma estratégia fundamental: a relação estreita entre conteúdo e imagem.
A mensagem dele foi no sentido de pensar em uma imagem que traduza o conteúdo e traga impacto para o público. Essa abordagem foi apresentada como crucial para tornar conteúdos virais e aumentar o engajamento, oferecendo uma lição valiosa para outros veículos de comunicação em um mundo marcado por conteúdos visuais.
Outro ponto levantado durante o evento, foi um evidente descompasso entre o que é ensinado nas universidades e o que se enfrenta no dia a dia do jornalismo. Essa divergência foi quase unânime entre os participantes. A crítica foi especialmente direcionada aos cursos de jornalismo, onde foi possível perceber que as diferentes gerações, muitas vezes, não conseguem acompanhar as novas tendências e demandas do mercado na mesma velocidade.
A presença majoritária de jovens no evento, com média de idade de 25 a 30 anos, reforçou essa percepção e a necessidade de uma atualização nas abordagens acadêmicas. Acredito que seja algo importante a se pensar para o futuro do jornalismo e para a qualidade da formação profissional também. Existe uma forte expectativa do setor a esse respeito.
Conexão com as Comunidades
A apresentação de Elaine Silva, da Alma Preta Jornalismo, foi particularmente inspiradora. Alma Preta é um exemplo de quem conseguiu criar uma forte identidade com seu público, a ponto de a comunidade começar a pedir produtos como roupas e bonés, gerando uma nova fonte de renda para o veículo.
Esse caso exemplifica como a conexão genuína com o público pode abrir novas possibilidades de financiamento e engajamento. Não basta só falar de publicidade, de incentivo público, de editais, de ações de empreendedorismo e financiamento. Tudo isso é fundamental para a saúde financeira e sobrevivência dos negócios, mas o segredo está na conexão com a comunidade.
Inovação, Juventudes e Combate à Desinformação
A programação do Festival 3i da AJOR também destacou a importância da inovação e a presença significativa de jovens liderando iniciativas. Vi palestrantes e participantes fazendo networking que, apesar da pouca idade, já se destacam no cenário jornalístico.
Ficou claro que o futuro do jornalismo está nas mãos das novas gerações. A falta de representantes de veículos tradicionais e consolidados no evento, chamou atenção e levantou críticas sobre a necessidade de adaptação e abertura para novas ideias.
A questão da desinformação e das fake news permeou muitas palestras. Em ano de eleição, a importância de combater informações falsas e promover a verificação de fatos se mostrou urgente. O poder da informação verificada foi reiterado por todos.
Inspiração para os Negócios Digitais
O Festival 3i se encerrou como uma atividade que uniu diversos modelos de negócio, com ideias poderosas que se inspiram no cinema, música, fotografias, videoclipes, plataformas digitais, relacionamento com as comunidades, nas pautas e discussões contemporâneas de gênero, territórios, raça e muitos bandeiras para discutir o futuro do jornalismo.
A experiência foi enriquecedora e inspiradora, reafirmando que o jornalismo local, a juventude e a inovação são os pilares para a construção desse caminho mais conectado e verdadeiro na comunicação.
Muitos participantes do evento deixaram claro nas conversas pelos corredores que a chave para o sucesso está na adaptação, na conexão genuína com as comunidades e na abertura para novas ideias, garantindo um jornalismo mais dinâmico e inclusivo.
As mesas do Festival 3i foram gravadas e estão disponíveis no YouTube.
Cobertura detalhada aqui.