2024 foi um ano muito produtivo para a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). Se alguém me falasse que em um mesmo ano, estaríamos entre as associações parabenizadas, em plenário, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso e seríamos parceiras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma campanha contra desinformação, eu juro: não teria acreditado.
A Aner viveu 2024 em um contexto de mercado renovado, modernizado, mas ainda muito desafiador. Chegamos aqui com um cenário nem um pouco animador: implosão das empresas distribuidoras de revistas impressas, fechamento de bancas, queda nas receitas de anúncios por conta do crescimento do digital e o caos da pandemia. Um ambiente cercado de incertezas e inseguranças. Um mercado com pouca vivência de trocas, inovação e intercâmbio de experiências.
Parcerias e crescimento
No meio desse tsunami, encontramos caminhos para fechar parcerias. Investimos na capacitação dos publishers e, aos poucos, as oportunidades foram aparecendo. Criamos o Café com Aner, que abriu portas e cabeças para a necessidade de trocar ideias, experiências e até mesmo inseguranças. Mais que dobramos o número de associados, reforçando o quadro com outras organizações importantes, como a Alright e a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). Participamos da criação da Confraria das Mulheres Dirigentes de Associações.
Trouxemos colaboradoras importantes para o nosso site, como a correspondente da Europa, Lulu Skantze e a especialista em ferramentas digitais Ana Selvatici, da Diagonal Minds, com colunas e consultoria exclusivas para a Aner. Criamos canais de comunicação, como a Newsletter Aner e reformulamos o site www.aner.org.br. Vieram as parcerias para oficinas e programas da Meta e Google, com auxílio de especialistas de mercado digital como a Monks.
Oferecemos duas edições de Labs de Negócios da Aner, sobre Brand Publishing, com a Barões Digital Publishing; e sobre Inteligência Artificial, para jornalistas, com Fábio Farias. E, agora, nos preparamos para iniciar mais um Programa com a Blue Engine, a partir de janeiro.
Estamos, ainda, em meio à disseminação da inteligência artificial no segmento jornalístico, com a chegada do ChatGPT e de outras ferramentas. Um terreno tão incerto quanto novo. E a Aner segue debatendo, consultando especialistas, ouvindo o mercado, analisando as oportunidades para colaborar com as decisões estratégicas de negócios dos associados.
Não há receita de bolo para o mercado de revistas no Brasil e nem em qualquer lugar do mundo. O jornalismo precisa mais do que apenas o ouvir, apurar e relatar. Ele agora precisa conhecer e lidar com os diversos meios que a informação utiliza para se disseminar. E com as ameaças que enfraquecem a confiança da população na imprensa.
É preciso falar cada vez mais a linguagem da proximidade com o público, conhecer o que os usuários dos canais de comunicação querem e precisam. Engajar é o verbo. E trazer para um trabalho conjunto instituições públicas, como os Tribunais e as associações e instituições de comunicação, colabora com isso. Usar a linguagem regional para alertar sobre a necessidade de combater a desinformação, de checar antes de repassar, é ação que está no escopo do trabalho jornalístico, pela sobrevivência da imprensa e das instituições que levam jornalismo a sério.
Caminhos da Aner para 2025
Em 2025 e até pelo menos o fim de 2026 seguiremos, eu e Rafael Soriano, à frente da Aner. A ideia é manter a estratégia de renovação, capacitação e intercâmbio de ideias entre os publishers. Para isso, seguimos fechando parcerias. Queremos realizar um encontro internacional de publishers em São Paulo, em meados do ano que vem. Em Brasília, vamos seguir atentos aos movimentos do Congresso Nacional, aos projetos de lei e às propostas que impactam o mercado publishing.
Há ainda projetos em andamento para distribuição de revistas nas agências dos Correios, inserção de revistas na estratégia de iniciação à leitura nas escolas, uma segunda edição do encontro de publishers no Google e participação ativa da Aner em instituições parcerias, como Cenp, Conar, Fiesp, IVC, Instituto Palavra Aberta e nas representações públicas, como Conselho de Comunicação do Senado.
Apesar das expectativas de crescimento de investimentos em publicidade para o ano que vem, não há certezas para o que nos aguarda. Mas sabemos que o que quer que seja poderá ser enfrentado com firmeza se o mercado publishing permanecer unido e compartilhando ideias, propostas e informações. 2025 que nos aguarde!