Acelera, da Alright, encerra campanha de doações após lançamento do livro “Jornalismo 4.0” de Pyr Marcondes

Entre 2 de outubro e 31 de novembro, o livro digital “Desafios e Saídas para o Jornalismo 4.0”, de Pyr Marcondes, registrou 116 downloads e arrecadou R$675,00 em doações. Após a dedução das taxas, o valor final destinado ao Instituto Vladimir Herzog foi de R$640,64.

A campanha teve objetivo de aliar conhecimento e impacto social, uma iniciativa por meio da plataforma Acelera, da Alright, oferecendo alternativas acessíveis de contribuição, com cupons de desconto que incentivaram doações para apoiar a liberdade de imprensa e a promoção do jornalismo de qualidade.

Uma aula gratuita com lançamento do livro

No dia 10 de outubro, Pyr Marcondes conduziu uma aula gratuita sobre Jornalismo 4.0, apresentando estratégias e insights sobre os desafios da mídia contemporânea. O evento também marcou o lançamento do livro, que aborda temas como:

  • O impacto das redes sociais no consumo de notícias;
  • A crise do jornalismo local e seu papel na democracia;
  • Estratégias inovadoras para enfrentar as transformações no mercado de notícias.

Com mais de 40 anos de experiência em grandes veículos como Valor Econômico, Exame e Meio & Mensagem, Pyr utilizou sua expertise para oferecer uma visão estratégica sobre as mudanças que moldam o futuro da comunicação.

Impacto social e acesso democrático

O livro ficou disponível por R$100, mas os cupons de desconto na campanha permitiram que leitores contribuíssem com valores reduzidos, como R$5, R$10, R$20 ou R$50. Todo o valor arrecadado está sendo revertido ao Instituto Vladimir Herzog, uma entidade que defende a democracia e a liberdade de imprensa no Brasil.
Para adquirir o livro e participar da iniciativa, acesse: Acelera Alright.

Sobre Pyr Marcondes

Jornalista, especialista em marketing e autor de seis livros, Pyr Marcondes é um dos nomes mais respeitados no setor de comunicação. Atualmente, atua como Senior Partner da Pipeline Capital e sócio fundador da Macuco Tech Ventures, além de investir em startups e empresas que impulsionam inovação na comunicação.

A ação reafirma o compromisso de Pyr Marcondes e da Alright em promover iniciativas que conectam conhecimento, impacto social e o fortalecimento do jornalismo como pilar essencial da democracia.

Fique de olho: tendências com integração de IA e novos formatos de conteúdo

Impulsionado por avanços tecnológicos e mudanças nas expectativas do público, o jornalismo segue em constante transformação.

Neste artigo, apresentamos uma curadoria de indicações de sites especializados que analisam as tendências para o setor de jornalismo em 2025. A seleção foi feita com o intuito de reunir as informações mais relevantes e atualizadas, permitindo uma compreensão ampla sobre os rumos do setor para o novo ano.

Tendências na produção de conteúdo

As tendências destacadas englobam desde a evolução tecnológica e a crescente presença de inteligência artificial até a ascensão de novos formatos de conteúdo, como podcasts e vídeos. A ideia é fornecer uma visão consolidada sobre as mudanças que moldarão o futuro do jornalismo.

A integridade da informação, a personalização do conteúdo e a valorização do jornalismo local se destacam como temas centrais, refletindo as necessidades de um mercado cada vez mais digital e dinâmico.

Veja os destaques com as indicações das fontes para aprofundamento nos dados:

  1. Integração de Inteligência Artificial (IA)
    A IA está sendo cada vez mais incorporada nas redações para automatizar tarefas repetitivas, como a produção de relatórios financeiros e esportivos, permitindo que os jornalistas se concentrem em investigações mais profundas. Além disso, a IA pode auxiliar na personalização de conteúdo, adaptando as notícias às preferências individuais dos leitores.
    Fonte: Jornal da USP
  2. Valorização do jornalismo local e comunitário
    Há um movimento crescente em direção ao jornalismo que atende às necessidades específicas de comunidades locais, oferecendo cobertura mais relevante e personalizada. Veículos independentes e iniciativas comunitárias estão ganhando destaque ao fornecer notícias que refletem as realidades locais.
    Fonte: Rede JP Comunicação
  3. Integridade da informação
    A confiança do público nas fontes de notícias está sendo severamente testada pela desinformação. Assim, a integridade da informação se torna um fator central para os jornalistas e veículos de comunicação. Investimentos em processos de verificação rigorosa, como checagem de fatos e auditorias de fontes, serão vitais para garantir que o jornalismo continue sendo um pilar da democracia. Além disso, a transparência na produção e na correção de erros será crucial para manter a credibilidade.
    Fonte: *desinformante
  4. Podcasts em expansão
    Os podcasts continuam a se expandir como um formato de mídia popular, especialmente entre as gerações mais jovens. Em 2025, espera-se que os podcasts se tornem ainda mais interativos, permitindo que os ouvintes façam perguntas ao vivo ou participem de discussões em tempo real. Além disso, a convergência de podcasts com outros formatos, como vídeo e transcrição interativa, também crescerá, ampliando o alcance e a acessibilidade das informações.
    Fonte: Cast News
  5. Vídeos como forma de conteúdo principal
    Os vídeos estão se consolidando como o formato mais eficaz para engajar o público e serão uma parte crucial do jornalismo digital em 2025 e também da mídia publicitária. Veículos de comunicação que já investem em conteúdo de vídeo, como transmissões ao vivo e minidocumentários, vão intensificar sua presença em plataformas como YouTube, TikTok e Instagram. O formato vertical, com vídeos curtos e dinâmicos, deve se tornar a principal maneira de distribuir notícias, proporcionando experiências mais imersivas.
    Fonte: Meio & Mensagem

Essas tendências apontam para a importância crescente da veracidade da informação, a ascensão de formatos agregadores e multimídia como ferramentas de engajamento, e o domínio do vídeo como formato de consumo de notícias nos próximos anos. 

Blockchain: a tecnologia da libertação para jornalismo, anunciantes e audiência

O final de ano é aquele momento em que passado e futuro se sobrepõem em uma dinâmica de avaliação da vida pessoal e profissional, da vida em sociedade, dos negócios. Para um mercado em constante transformação como o de mídia, comunicação e jornalismo, impactado pela desinformação e constante busca de credibilidade, as ações estratégicas são pressupostas para prospectar um novo ciclo mais próspero.

Encerramos 2024 com mais de 5 mil downloads do livro “Jornalismo Local no Brasil: Caminhos Possíveis”, um guia estratégico, apontando aos veículos de jornalismo locais e regionais formas de fazer a travessia. O livro, do qual fui uma das autoras, moldou a atuação de muitos veículos, como também abriu espaço para debates necessários. Para alguns veículos, as diretrizes do guia são metas cumpridas, para outros, novas promessas de realização.

Ainda não leu? Baixe aqui

2025 está batendo à porta e o fato é que novas tendências já se impuseram. A emergência climática e a mediação da imprensa são uma pauta urgente e devemos endereçá-la, bem como a integridade da informação, inclusive ambiental, temáticas estruturantes do futuro. Por isso, escolhi o blockchain como tendência chave, pois entrelaça as duas pautas. Precisamos perseguir o domínio dessa tecnologia primeiro, para depois a incluirmos na estratégia.

O que é o blockchain e por que prestar atenção?

Blockchain tem o poder de transformar radicalmente o jornalismo, colocando o poder nas mãos dos leitores e restaurando a confiança na mídia, oferecendo soluções inovadoras para desafios como a transparência, a segurança e a monetização de conteúdo.

Ao permitir a criação de registros inalteráveis e a verificação da autenticidade de informações, o blockchain pode fortalecer a confiança do público nas notícias e combater a desinformação.

Embora ainda existam desafios a serem superados, a adoção do blockchain por grandes

empresas e a crescente conscientização sobre seus benefícios indicam que essa tecnologia desempenhará um papel cada vez mais importante no futuro do jornalismo. Mesmo gigantes da tecnologia como a Google reconhecem o potencial disruptivo do blockchain e estão investindo em soluções baseadas nessa tecnologia.

Houve anúncio de programas para parceiros desenvolveram aplicativos de web 3 (internet descentralizada) baseados em blockchain e, mais do que isso, fechou parcerias com redes como Hedera, Polygon, Solana Labs e Flare para serviços de validação de documentos e dados e fomento à inovação. Eu arrisco afirmar que é uma tecnologia paradigmática, talvez a mais importante desde o protocolo www.

Listei abaixo alguns motivos para dedicar tempo e experimentação para essa tecnologia em 2025:

1. Transparência e credibilidade: O blockchain permite o registro imutável de informações, ou seja, a integridade noticiosa. Isso significa que a origem e a evolução de uma matéria jornalística podem ser verificadas por qualquer pessoa. Em um contexto de desinformação exponencial, essa tecnologia introduz um selo de confiabilidade atribuído pela audiência.

2. Monetização e propriedade digital: Os NFTs (tokens não fungíveis) permitem que jornalistas vendam suas reportagens como obras de arte únicas, com um certificado digital que comprova a autoria e a exclusividade. Essa é uma forma de recuperar a ideia de valor do jornalismo, oferecendo à audiência a possibilidade de apoiar diretamente a produção de qualidade.

3. Pagamentos diretos e micropagamentos: O blockchain facilita o uso de criptomoedas ou sistemas de micropagamentos em moeda corrente. Isso significa que o leitor pode pagar diretamente por uma matéria, sem intermediação de grandes plataformas, reduzindo custos e fortalecendo a relação entre produtores e consumidores de conteúdo.

4. Segurança de dados e privacidade: Em um momento em que o uso de dados pessoais está sob crescente escrutínio, o blockchain oferece soluções para armazenar informações com segurança, protegendo tanto as fontes quanto os leitores.

Por que a tecnologia blockchain assusta?

Apesar de promissor, o blockchain ainda enfrenta muitos desafios, como a escalabilidade e a acessibilidade. A implementação da tecnologia em larga escala requer investimentos significativos e uma curva de aprendizado que pode afastar pequenos e médios veículos, num primeiro momento. Porém, tem aquela máxima que gosto de repetir: sozinhos vamos mais rápido, juntos vamos mais longe.

A colaboração segue sendo tendência para 2025, inclusive para enfrentar novos desafios.  Muitos profissionais ainda veem o blockchain como algo distante, ou atrelado exclusivamente a criptomoedas.

Essa percepção pode dificultar a adesão e retardar a utilização no setor. Outro ponto desafiador para a tecnologia blockchain é o consumo de energia. Dependendo da arquitetura, pode consumir altos níveis de energia, gerando impactos ambientais significativos. Isso é especialmente preocupante diante do aumento de eventos climáticos extremos como enchentes, secas e furacões, que têm exigido um olhar mais atento da imprensa para pautas climáticas.

Uma alternativa é adotar soluções blockchain que utilizem mecanismos de validação e consenso mais sustentáveis, como um sistema de validação de transações que priorize quem possui mais moedas. É o caso do proof-of-stake (PoS), método que exige menor força de mineração computacional complexa.

O sistema PoS pode ser usado para armazenar e proteger arquivos de notícias de forma descentralizada.

Embora os validadores não armazenem os arquivos diretamente, eles garantem a integridade dos registros associados a esses arquivos, como autorias, datas de publicação e revisões, contribuindo para a redução da pegada ambiental enquanto oferecem credibilidade e segurança aos seus leitores.

Há ainda a questão das regulações em torno do blockchain, que precisam entrar no debate público. Questões legais, como a proteção de dados e a tributação de transações, podem criar barreiras para sua implementação em larga escala no jornalismo, num primeiro momento.

Um novo modelo de negócio na comunicação: o público é o rei

O público consumidor é rei neste novo modelo porque o blockchain descentraliza a circulação de notícias e publicidade, eliminando intermediários (hoje plataformas e algoritmos) e devolve ao público o controle sobre o que consome e apoia. O consumidor pode pagar diretamente por conteúdo, decidir quais projetos financiar e verificar a autenticidade das informações.

Além disso, a publicidade torna-se mais transparente e menos invasiva, respeitando a privacidade e reforçando o engajamento com as marcas e veículos que melhor atendem às suas demandas. Essa combinação de escolha, transparência e controle coloca o poder nas mãos da audiência como nunca antes.

Todas essas mudanças têm algo em comum: colocam o poder de decisão e consumo cada vez mais nas mãos do consumidor.  A proposta é vermos a migração de uma lógica de circulação centrada em algoritmos para uma lógica centrada na tomada de decisão por bloco.

O blockchain, embora ainda em fase inicial de adoção no jornalismo, conduz essa transição. Ele carrega o potencial de redefinir o que entendemos por transparência, viabilidade financeira e relação com o público. Para jornalistas e veículos, o desafio é se preparar para um mundo onde a transformação não é apenas desejável, mas vital.

Em 2025, mais do que nunca, o jornalismo será chamado a inovar não apenas em suas narrativas, mas também em seus modelos de existência. O blockchain é uma dessas ferramentas, e cabe a nós explorá-la de forma ética, criativa e transformadora. Esteja pronto para 2025, um ano de menos investimentos em mídias sociais, já ficando velhas, e mais em novas mídias.

Editor, se você quer faturar, esqueça seu site

Editor, hora de uma DR com uma antiga paixão: seu site

Os sites de notícias, que já foram os protagonistas da transformação digital, estão perdendo espaço no orçamento e na atenção de audiências e anunciantes. As mudanças nos padrões de tráfego e investimento publicitário deixam claro que é hora de as empresas de mídia revisarem suas prioridades.

Sites e os desafios do modelo tradicional

A crescente presença de ferramentas de inteligência artificial, como o Google AI Overviews, já afetou até 40% do tráfego de busca de alguns editores nos últimos meses. Com a expansão desse recurso para mais de 100 países, espera-se um impacto ainda maior em 2025.

Ao mesmo tempo, plataformas sociais como Facebook e Instagram continuam construindo barreiras para evitar que os usuários deixem seus ecossistemas, enquanto os orçamentos publicitários se concentram em grandes players, deixando os pequenos e médios editores em desvantagem.

Além disso, o consumidor está sendo mais seletivo com assinaturas pagas, priorizando apenas as que considera essenciais. Nesse cenário, depender exclusivamente de um site como fonte de tráfego e receita tornou-se um risco cada vez maior.

O que vem pela frente para os sites?

As empresas de mídia precisarão diversificar suas estratégias em 2025, apostando em formatos que ampliem a monetização sem comprometer a qualidade editorial. Dois caminhos se destacam: vídeo e parcerias com criadores de conteúdo.

O retorno do vídeo

Embora o vídeo não seja novidade, o contexto atual apresenta vantagens inéditas:

         •       Plataformas como YouTube, TikTok e Instagram tornaram o formato onipresente e acessível;

         •       Produzir vídeos de alta qualidade nunca foi tão barato;

         •       Anunciantes reconhecem o valor do vídeo para campanhas de marca e transacionais, dispostos a pagar prêmios por esse tipo de conteúdo.

Além disso, o vídeo é versátil: pode ser reaproveitado para diferentes plataformas, transcrito em texto ou transformado em podcasts, criando um ciclo contínuo de engajamento. Empresas como HubSpot, por exemplo, têm colhido resultados impressionantes ao investir em vídeos: crescimento de 47% nas visualizações de conteúdo longo e 78% no retorno sobre investimento em geração de leads em 2024.

Criadores de conteúdo: aliados estratégicos

No passado, jornalistas e influenciadores eram vistos como categorias distintas. Hoje, a influência de criadores de conteúdo independentes é inegável.

Empresas de mídia têm muito a ganhar ao colaborar com especialistas e influenciadores em suas áreas. Essas parcerias não apenas ampliam o alcance de forma imediata, mas também geram credibilidade em públicos que os veículos tradicionais podem ter dificuldade em alcançar.

Na HubSpot, parcerias com mais de 100 criadores em plataformas como YouTube e newsletters têm trazido resultados consistentes, com custos de aquisição de leads até 60% mais baixos do que métodos tradicionais.

O papel dos sites em 2025

Os sites não desaparecerão, mas perderão o protagonismo. Eles continuarão sendo essenciais para o jornalismo de qualidade e como base editorial e comercial das empresas. No entanto, é hora de “amar menos” esses espaços e priorizar estratégias que realmente capturam o comportamento das audiências e o potencial econômico do momento.

O futuro da mídia está em diversificar formatos e parcerias, garantindo relevância e sustentabilidade em um ambiente digital cada vez mais competitivo.

Aner: Jornalismo, capacitação e combate à desinformação

2024 foi um ano muito produtivo para a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). Se alguém me falasse que em um mesmo ano, estaríamos entre as associações parabenizadas, em plenário, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso e seríamos parceiras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma campanha contra desinformação, eu juro: não teria acreditado.

A Aner viveu 2024 em um contexto de mercado renovado, modernizado, mas ainda muito desafiador. Chegamos aqui com um cenário nem um pouco animador:  implosão das empresas distribuidoras de revistas impressas, fechamento de bancas, queda nas receitas de anúncios por conta do crescimento do digital e o caos da pandemia. Um ambiente cercado de incertezas e inseguranças. Um mercado com pouca vivência de trocas, inovação e intercâmbio de experiências.

Parcerias e crescimento

No meio desse tsunami, encontramos caminhos para fechar parcerias. Investimos na capacitação dos publishers e, aos poucos, as oportunidades foram aparecendo. Criamos o Café com Aner, que abriu portas e cabeças para a necessidade de trocar ideias, experiências e até mesmo inseguranças. Mais que dobramos o número de associados, reforçando o quadro com outras organizações importantes, como a Alright e a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). Participamos da criação da Confraria das Mulheres Dirigentes de Associações.

Trouxemos colaboradoras importantes para o nosso site, como a correspondente da Europa, Lulu Skantze e a especialista em ferramentas digitais Ana Selvatici, da Diagonal Minds, com colunas e consultoria exclusivas para a Aner. Criamos canais de comunicação, como a Newsletter Aner e reformulamos o site www.aner.org.br. Vieram as parcerias para oficinas e programas da Meta e Google, com auxílio de especialistas de mercado digital como a Monks.

Oferecemos duas edições de Labs de Negócios da Aner, sobre Brand Publishing, com a Barões Digital Publishing; e sobre Inteligência Artificial, para jornalistas, com Fábio Farias. E, agora, nos preparamos para iniciar mais um Programa com a Blue Engine, a partir de janeiro.

Estamos, ainda, em meio à disseminação da inteligência artificial no segmento jornalístico, com a chegada do ChatGPT e de outras ferramentas. Um terreno tão incerto quanto novo. E a Aner segue debatendo, consultando especialistas, ouvindo o mercado, analisando as oportunidades para colaborar com as decisões estratégicas de negócios dos associados.

Não há receita de bolo para o mercado de revistas no Brasil e nem em qualquer lugar do mundo. O jornalismo precisa mais do que apenas o ouvir, apurar e relatar. Ele agora precisa conhecer e lidar com os diversos meios que a informação utiliza para se disseminar. E com as ameaças que enfraquecem a confiança da população na imprensa.

É preciso falar cada vez mais a linguagem da proximidade com o público, conhecer o que os usuários dos canais de comunicação querem e precisam. Engajar é o verbo. E trazer para um trabalho conjunto instituições públicas, como os Tribunais e as associações e instituições de comunicação, colabora com isso. Usar a linguagem regional para alertar sobre a necessidade de combater a desinformação, de checar antes de repassar, é ação que está no escopo do trabalho jornalístico, pela sobrevivência da imprensa e das instituições que levam jornalismo a sério.

Caminhos da Aner para 2025

Em 2025 e até pelo menos o fim de 2026 seguiremos, eu e Rafael Soriano, à frente da Aner. A ideia é manter a estratégia de renovação, capacitação e intercâmbio de ideias entre os publishers. Para isso, seguimos fechando parcerias. Queremos realizar um encontro internacional de publishers em São Paulo, em meados do ano que vem. Em Brasília, vamos seguir atentos aos movimentos do Congresso Nacional, aos projetos de lei e às propostas que impactam o mercado publishing.

Há ainda projetos em andamento para distribuição de revistas nas agências dos Correios, inserção de revistas na estratégia de iniciação à leitura nas escolas, uma segunda edição do encontro de publishers no Google e participação ativa da Aner em instituições parcerias, como Cenp, Conar, Fiesp, IVC, Instituto Palavra Aberta e nas representações públicas, como Conselho de Comunicação do Senado.

Apesar das expectativas de crescimento de investimentos em publicidade para o ano que vem, não há certezas para o que nos aguarda. Mas sabemos que o que quer que seja poderá ser enfrentado com firmeza se o mercado publishing permanecer unido e compartilhando ideias, propostas e informações. 2025 que nos aguarde!

Quer um site mais rápido? Invista em otimização técnica para sites WordPress

Se você deseja que seu site WordPress se destaque nos motores de busca, como o Google, a velocidade e a performance técnica são aspectos indispensáveis. Além de proporcionar uma navegação fluida e segura para os visitantes, um site bem otimizado ajuda a melhorar seu posicionamento nas buscas, aumentar sua audiência e, consequentemente, impulsionar seus resultados.

Pensando nisso, a Alright, por meio da plataforma Acelera, oferece um serviço exclusivo de consultoria em SEO técnico, voltado para otimização completa de sites WordPress. Este serviço não só corrige problemas técnicos, mas também assegura que sua plataforma esteja alinhada com as melhores práticas de desempenho e experiência do usuário.

Por que investir em otimização técnica nos sites em WordPress?

Um site lento ou com erros técnicos pode afastar visitantes e reduzir sua relevância nos rankings do Google. Problemas como carregamento demorado, mudanças inesperadas de layout ou falta de segurança são algumas das principais barreiras enfrentadas por publishers que buscam engajamento e crescimento de público.

Nosso serviço resolve esses desafios por meio de uma análise detalhada e correções que impactam diretamente a experiência do usuário e os critérios exigidos pelos algoritmos de busca.

O que está incluso no serviço?

A consultoria técnica da Alright cobre uma ampla gama de otimizações essenciais para sites WordPress:

  1. Core Web Vitals: correção de indicadores como velocidade, estabilidade e interatividade, garantindo uma navegação rápida.
  2. Correções de JavaScript e CSS: ajuste de códigos que interferem no tempo de carregamento e renderização da página.
  3. Otimização de imagens: redução do tamanho de arquivos e aplicação de técnicas como Lazy Load para economizar banda e acelerar o site.
  4. Soluções de problemas CLS, LCP e FCP: estabilidade visual, carregamento de elementos principais e melhora na percepção de velocidade.
  5. Ajustes de fontes e arquivos de terceiros: otimização no carregamento para evitar atrasos desnecessários.
  6. Análise de servidor e Cloudflare: verificação de infraestrutura para garantir desempenho e segurança.
  7. Implementação do WP Rocket: uso de um dos melhores plugins de cache para sites WordPress.
  8. Limpeza de plugins e temas: remoção de elementos que impactam negativamente a performance.
  9. Otimização de banco de dados e ajustes de página/postagens: refinamento completo para melhorar a eficiência e o SEO.

As reuniões e atendimentos são realizados de forma remota, garantindo flexibilidade e facilidade no acompanhamento.

Ideal para publishers e proprietários de canais de comunicação que utilizam o WordPress e buscam uma solução técnica eficiente para melhorar a performance de seus sites. Esse serviço é especialmente relevante para aqueles que enfrentam problemas de desempenho ou querem garantir um site rápido, funcional e alinhado às melhores práticas do mercado.

Acesse: https://acelera.alright.com.br/courses/servico-de-otimizacao-tecnica-para-site-wordpress 

IA e jornalismo: entre o otimismo e o medo

IA e Jornalismo- Se você está ligado à indústria do conteúdo editorial, estar vivendo hoje entre o otimismo e o medo diante da Inteligência Artificial é o novo normal.

Se você não está otimista: pois fique.

Se não está com medo: tem alguma coisa muito errada com você.

Entre os extremos da substituição e da complementaridade, a profissão enfrenta uma encruzilhada decisiva, na qual escolhas estratégicas definirão o futuro da relação entre jornalismo e conteúdos editoriais e tecnologia.

A força substitutiva da IA já é uma realidade em muitas redações. Ferramentas automatizadas, como as usadas pela Press Association no Reino Unido, conseguem produzir centenas de milhares de matérias locais em um curto espaço de tempo. 

Desde 2018, uma equipe de apenas cinco jornalistas, apoiada pela tecnologia RADAR, conseguiu publicar mais de 400.000 notícias locais. 

Com o avanço contínuo da IA generativa, vemos iniciativas como podcasts totalmente automatizados e até ferramentas para redações pequenas gerarem conteúdos antes limitados por falta de recursos humanos. 

Para muitas empresas, essas inovações representam ganhos significativos em eficiência e redução de custos. Contudo, a pergunta que devemos nos fazer é: a eficiência tecnológica pode substituir a essência humana do jornalismo?

No outro extremo, a força complementar da IA apresenta uma visão mais colaborativa. 

Nesse cenário, a tecnologia não substitui os jornalistas, mas amplifica suas capacidades. 

Ferramentas de análise de dados, verificação de fatos e geração de gráficos, como as testadas pela BBC, ajudam a aliviar tarefas repetitivas e permitem que os jornalistas se concentrem em trabalhos mais estratégicos e investigativos.

Um exemplo claro desse uso complementar é a Associated Press, que desenvolveu uma ferramenta para varrer sites de governos locais em busca de pautas relevantes. 

Essa tecnologia libera tempo e energia dos jornalistas, permitindo que eles se dediquem a aprofundar as histórias encontradas. 

Além disso, o surgimento de jornalistas especializados em dados e computação reflete como a tecnologia pode enriquecer o ecossistema jornalístico ao criar novas funções e habilidades.

Apesar das diferenças, a escolha entre os caminhos de substituição ou complementaridade não é binária. 

A experiência dos últimos 20 anos, com a chegada da internet e das redes sociais, nos ensinou que as promessas de salvar ou destruir o jornalismo geralmente se encontram em um ponto intermediário. 

A realidade flutua entre os extremos, e com a IA não será diferente.

O que está em jogo, porém, é o modelo de negócios que prevalecerá. 

O caminho da substituição, com sua promessa de eficiência e redução de custos, parece mais atraente para empresas de mídia focadas no lucro e na escala. 

Já o caminho da complementaridade exige uma visão mais centrada no interesse público, na preservação de empregos humanos e no fortalecimento da qualidade e da diversidade do conteúdo jornalístico.

À medida que nos aproximamos de 2025, o jornalismo enfrenta pressões políticas, econômicas e sociais intensas. Este será o ano em que decisões cruciais deverão ser tomadas. 

As redações que escolherem o caminho da complementaridade precisarão investir em capacitação, cultura organizacional e ferramentas que ampliem o papel humano no processo jornalístico. 

Por outro lado, quem optar pela substituição terá que enfrentar questões éticas e a possível perda de credibilidade junto ao público.

O futuro do jornalismo não depende apenas da tecnologia, mas da maneira como decidimos utilizá-la. 

A IA pode ser uma ferramenta poderosa para potencializar o trabalho dos jornalistas e enriquecer a experiência informativa. Ou pode ser uma solução aparentemente eficiente que, ao eliminar o fator humano, compromete a essência da profissão. 

A escolha, como sempre, estará em nossas mãos.

A transformação da internet e a quarta onda: Inteligência Artificial Generativa e o futuro da pesquisa

Desde o final do século XX, a Internet tem passado por grandes transformações que moldaram não apenas como acessamos informações, mas como interagimos com o mundo. A atual discussão trazida pelo artigo do Wall Street Journal – “Googling Is for Old People. That’s a Problem for Google” – reflete o início de mais uma fase dessa evolução: a transição para a quarta onda da web, marcada pelo protagonismo da inteligência artificial generativa e dos assistentes pessoais. Para entender essa mudança, é importante revisitar as fases anteriores da internet e como o conteúdo e o comportamento dos usuários evoluíram.

A primeira onda na internet: portais de entrada para a informação

No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, a web comercial começou a se consolidar com os portais. Empresas como AOL, Yahoo! e UOL no Brasil dominavam o cenário como os primeiros grandes hubs de acesso à internet. Esses portais reuniam notícias, entretenimento, links e serviços de e-mail, tornando-se verdadeiras “praças virtuais” que organizavam o mundo digital para os usuários.

Nessa fase, o conteúdo era estático, dominado por textos e imagens de baixa resolução. A velocidade das conexões, ainda limitada pelo dial-up, restringia o consumo de formatos mais ricos. A internet era um lugar de descoberta lenta, mas revolucionária, onde o foco estava na curadoria de informações e na construção de comunidades emergentes.

A segunda onda na internet: a ascensão da busca

Com a expansão da internet e o aumento exponencial do volume de informações, surgiu a necessidade de uma ferramenta eficiente para navegar por esse vasto mar de dados. Foi aí que o Google despontou como o grande mediador do conhecimento digital.

A busca transformou o comportamento dos usuários, trazendo a promessa de encontrar qualquer coisa em poucos segundos. Essa nova dinâmica permitiu que as pessoas deixassem de depender de portais e assumissem um papel mais ativo na navegação. A web tornou-se mais descentralizada, e a indexação das páginas criou uma economia digital baseada em palavras-chave e publicidade direcionada.

A busca também influenciou profundamente a produção de conteúdo, com o SEO (Search Engine Optimization) determinando o formato e o foco do que era publicado. O objetivo era claro: ser encontrado.

A terceira onda: a era dos feeds e das redes sociais

O surgimento do Facebook, Twitter, Instagram e outras redes sociais trouxe uma mudança fundamental na forma como consumimos informações. Na terceira onda da web, os feeds se tornaram a principal porta de entrada para a internet.

Em vez de buscar ativamente, os usuários começaram a ser bombardeados por conteúdos personalizados, entregues diretamente em suas telas. Essa lógica, baseada em algoritmos e no engajamento emocional, inaugurou a era da atenção fragmentada.

No Brasil, plataformas como Orkut e, posteriormente, Facebook e Instagram, moldaram o comportamento de milhões de pessoas. O foco passou a ser não apenas consumir, mas também produzir conteúdo – especialmente em formatos visuais e vídeos curtos. Essa fase foi marcada pelo surgimento de influenciadores digitais, pelos debates polarizados e pela dependência de métricas como curtidas e compartilhamentos.

A quarta onda: Inteligência Artificial Generativa e o futuro personalizado

Agora estamos na transição para a quarta onda, onde a inteligência artificial generativa e os assistentes pessoais estão mudando mais uma vez como interagimos com a internet.

Ferramentas como ChatGPT, Bard e outros sistemas de IA estão substituindo a busca tradicional por interações mais contextuais e personalizadas.

Essa nova fase se baseia no poder computacional em nuvem, na conectividade 5G e nos dispositivos avançados, que permitem experiências altamente imersivas e instantâneas. A IA generativa não apenas responde a perguntas, mas cria conteúdos, sugere ações e ajuda na tomada de decisões – tornando-se uma extensão direta da mente humana.

Os assistentes pessoais prometem eliminar o ruído dos feeds, oferecendo interações mais focadas e baseadas em intenções específicas. Isso representa um desafio direto ao modelo do Google, que depende da navegação por cliques. Em vez disso, a IA pode entregar a resposta ou solução diretamente, reduzindo a relevância da página de resultados.

O novo paradigma do conteúdo na internet

A evolução da internet também transformou o conteúdo que consumimos. Nos primórdios, textos e imagens eram os pilares. Hoje, graças às conexões ultrarrápidas e ao poder computacional, vivemos na era dos streamings de vídeo, conteúdos ao vivo e podcasts.

Plataformas como YouTube, Twitch e TikTok competem ferozmente por cada segundo de atenção.

A competição não é mais apenas por cliques, mas por engajamento emocional. Os algoritmos agora priorizam aquilo que mantém os usuários imersos, seja em vídeos curtos, seja em transmissões de longo formato. Isso significa que o futuro do conteúdo está cada vez mais vinculado à personalização e à relevância para o momento.

Brasil: reflexo e inovação na quarta onda

No Brasil, esse movimento é especialmente marcante. Somos um dos países mais conectados e com maior engajamento em redes sociais do mundo. A adaptação às novas tecnologias, como inteligência artificial generativa, já está em curso, com empresas e criadores de conteúdo explorando seu potencial.

Para o Google, o desafio no Brasil é ainda mais complexo. Com a juventude migrando para TikTok, Instagram e outras plataformas, a empresa precisa repensar como se posicionar em um ambiente digital onde a busca tradicional está perdendo relevância.

O que nos espera

Cada onda da internet trouxe mudanças profundas, mas também desafios. A quarta onda, movida pela inteligência artificial generativa, representa uma ruptura na maneira como interagimos com o conhecimento. Se antes buscávamos, hoje queremos ser assistidos.

Essa transformação é uma oportunidade para criadores, empresas e plataformas se adaptarem e inovarem. Contudo, é também um chamado à reflexão: como garantir que essa nova era seja inclusiva, ética e capaz de preservar a diversidade de vozes que define a internet? O futuro está sendo escrito, e cabe a nós moldá-lo com responsabilidade.

Preconceito etário e a falsa ideia de que “googling é coisa de velho”

O título do artigo do Wall Street Journal – “Googling Is for Old People” – reflete um problema que vai além da transformação tecnológica: o preconceito etário ou etarismo. Ao sugerir que o hábito de buscar informações no Google é algo “de velho”, o título carrega uma visão limitante e estereotipada sobre o comportamento humano na internet, ignorando a complexidade do que realmente define nossas escolhas e práticas digitais.

Na verdade, a internet sempre foi um espaço de pluralidade, onde as pessoas assumem papéis e hábitos independentes de sua faixa etária. O que determina os comportamentos online não é a idade biológica, mas o perfil, os interesses, as vivências e a atitude diante das inovações.

Essa visão mais ampla nos ajuda a entender que a digitalização – o processo de adotar ferramentas e práticas tecnológicas – é muito mais um marco de desenvolvimento humano do que algo limitado por gerações. A abertura para experimentar novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa, ou para permanecer em métodos que continuam funcionais, como a busca, depende de uma mentalidade de curiosidade e adaptação.

Esse argumento desafia a narrativa preconceituosa de que certas práticas digitais são “ultrapassadas” ou exclusivas de um grupo etário. A verdade é que comportamentos digitais são moldados pela experiência e pela afinidade com as ferramentas, não por rótulos de idade. Assim como jovens podem preferir redes sociais como TikTok, muitas pessoas de todas as idades exploram plataformas como o Google, não por falta de inovação, mas por reconhecerem seu valor prático e confiabilidade.

A transição para a quarta onda da internet, com a ascensão de assistentes pessoais e inteligência artificial generativa, reforça a importância de abandonar visões limitadas. O protagonismo nessa nova fase não será dado a quem for mais jovem, mas a quem for mais adaptável e curioso. Essa condição é atemporal e universal, demonstrando que o futuro digital é, e sempre será, para todos – sem restrições de idade, mas com ênfase em mentalidade aberta e colaborativa.

SEO

Aprenda SEO com um especialista e transforme seus conteúdos

Com o SEO se tornando indispensável para o sucesso digital, profissionais, jornalistas e empreendedores têm agora a chance de aprimorar suas estratégias para aumentar a audiência e a relevância de seus conteúdos.

No dia 10 de dezembro de 2024, às 10h (horário de Brasília), a Alright, por meio da plataforma Acelera, realizará a aula online “Como Aumentar sua Audiência Orgânica Otimizando seus Conteúdos”, com Fabiano Souza, especialista renomado em SEO e estratégias de conteúdo digital.

Por que participar e aprender SEO?

A aula é uma oportunidade única para compreender como o SEO pode alavancar a audiência de sites e portais de notícias, tornando-os mais relevantes e engajados.

O que será abordado sobre SEO?

Durante o evento, serão explorados tópicos essenciais, como:

  • Conteúdos de valor e impacto na audiência: como atender às necessidades do público para garantir relevância e autoridade.
  • SEO para aumentar audiência: estratégias para destacar seus conteúdos nos mecanismos de busca.
  • A importância das palavras-chave: como escolher as melhores para atrair seu público-alvo.
  • O poder das imagens otimizadas: como enriquecer a experiência do usuário e melhorar o desempenho no Google.
  • Impacto da Inteligência Artificial: o papel da IA na criação de conteúdos personalizados e otimizados.
  • Estratégias evergreen: por que investir em conteúdos duradouros é essencial para o crescimento orgânico.

Sobre o especialista

Fabiano Souza é reconhecido como um dos maiores nomes em SEO de conteúdo no Brasil. Com vasta experiência em estratégias digitais, ele orienta empresas a construir uma presença online sólida, sempre focando em relevância, engajamento e resultados.

Garanta sua participação agora!

A aula é gratuita e contará com uma sessão de perguntas ao vivo, permitindo interação direta com Fabiano Souza.

📌 Inscrições exclusivas para membros da Rede Alright.
📧 Ainda não é membro da Rede Alright e quer participar? Entre em contato: [email protected]
🔗 Após a inscrição, você receberá o link para acompanhar a live.

Não perca essa oportunidade!
Acesse agora a página de inscrições e reserve sua vaga:
INSCRIÇÃO

Página de inscrição: https://acelera.alright.com.br/courses/como-aumentar-sua-audiencia

Google divulga novidades para 2025 sobre iniciativas de jornalismo e abre inscrições

Novas ações do Google para fortalecer o jornalismo no Brasil, destacando projetos que promovem a sustentabilidade e a qualidade da informação, estão com inscrições abertas. Esses anúncios incluem o lançamento de programas de capacitação voltados para o desenvolvimento de produtos digitais e estratégias de monetização para veículos de comunicação.

O objetivo é ajudar redações de todos os portes a aprimorar suas práticas, gerando impacto positivo em seus negócios e na sociedade.

Google em 2024

No balanço das iniciativas realizadas ao longo do ano, o Google avaliou os resultados expressivos. Em evento no dia 28 de novembro, foram destaque a Rede FALA! Que capacitou mais de 10 mil jornalistas em ferramentas digitais, enquanto o programa Startups Lab acelerou 15 startups focadas em jornalismo local e cívico.

Além disso, muitos veículos passaram a utilizar um selo de transparência, baseado nos indicadores desenvolvidos pelo Projor, para fortalecer a confiança junto aos leitores.

Projetos inovadores como o Busca Fatos, da Aos Fatos, e o LupaScan, da Agência Lupa, também ganharam destaque. Ambas as ferramentas, que utilizam inteligência artificial para verificar informações, tiveram papel crucial no combate à desinformação durante períodos eleitorais, consolidando-se como recursos essenciais no cenário informativo brasileiro.

Novos programas de capacitação do Google

Entre as novidades, o Google News Initiative lançou dois programas de capacitação com inscrições abertas:

Jornada de Desenvolvimento de Produto Digital

Voltado para organizações de mídia de todos os portes, o programa auxilia redações a criarem produtos digitais alinhados aos seus objetivos editoriais e de negócio. Com inscrições abertas até 10 de dezembro de 2024, o programa terá duas fases:

  • Fase 1 (janeiro a março de 2025): webinars ao vivo sobre criação e gestão de produtos digitais.
  • Fase 2 (março a abril de 2025): sessões de coaching e mentoria para equipes selecionadas.
    A inscrição é individual e pode ser concluída em cinco minutos.

Inscreva-se: clique aqui 

Laboratório de dados e monetização

Em parceria com a Monks, o laboratório busca ajudar veículos de notícias a otimizarem ferramentas como o Google Analytics 4 e o Google Ad Manager. Os participantes terão suas contas auditadas para diagnóstico e implementação de melhorias, além de receberem suporte especializado em sessões de atendimento individualizado (Office Hours).

Confira detalhes nessa apresentação – aqui.

O número de vagas é limitado, e os candidatos passarão por um processo de seleção com base nas informações fornecidas no formulário de inscrição.

Inscreva-se: clique aqui

Como participar?

  • Jornada GNI de Desenvolvimento de Produto Digital:
    Preencha o formulário de inscrição até 10 de dezembro. A seleção é aberta a startups e grandes redações de todo o Brasil.
  • Laboratório de Dados e Monetização:
    Demonstre interesse preenchendo o formulário do programa. Embora o preenchimento do formulário não garanta a participação, candidatos selecionados terão acesso a diagnósticos detalhados e melhorias implementadas por especialistas.

Um futuro promissor para o jornalismo brasileiro

Com essas ações, o Google afirma ter compromisso com o fortalecimento do jornalismo no Brasil, incentivando inovação, transparência e sustentabilidade no setor. Iniciativas como essas fomentam o setor diante dos desafios impostos pelos desertos de notícias e pela desinformação, além de garantir que veículos de comunicação, grandes e pequenos, tenham ferramentas para crescer e engajar suas comunidades de forma significativa.

As inscrições já estão abertas, e os interessados devem estar atentos às datas em dezembro para garantir sua participação em um dos programas que prometem transformar o futuro da informação no país.

Lançado “Manual para Cobertura Jornalística de Desastres Climáticos”

No dia 19 de novembro, foi lançado no canal do YouTube d’O Eco o Manual para a Cobertura Jornalística dos Desastres Climáticos, um guia criado para aprimorar a abordagem de um dos maiores desafios contemporâneos: a crise climática. Organizado pelas professoras e pesquisadoras Márcia Franz Amaral (UFSM), Eloisa Beling Loose e Ilza Maria Tourinho Girardi (UFRGS), o manual busca fornecer ferramentas práticas e reflexivas para jornalistas e comunicadores enfrentarem a complexidade dos desastres climáticos.

A publicação parte do pressuposto de que desastres não são eventos puramente naturais, mas resultados da interação entre vulnerabilidades sociais e impactos ambientais exacerbados pela ação humana. Segundo as pesquisadoras, a cobertura jornalística desses eventos ainda é superficial, limitada aos momentos de emergência e focada em tragédias isoladas, sem explorar as causas estruturais ou as consequências duradouras.

Esse cenário se agrava em um contexto global onde eventos climáticos extremos, como secas, inundações e furacões, têm se tornado mais frequentes e devastadores. No Brasil, o desastre de 2024 no Rio Grande do Sul, que impactou mais de dois milhões de pessoas e causou 183 mortes, exemplifica essa realidade. O manual propõe uma abordagem contínua e contextualizada para ampliar o entendimento público sobre a crise climática e suas implicações sociais.

Capítulos do manual

A estrutura do manual cobre tópicos relevantes:

  1. “Para Entender um Desastre”: explora como desastres resultam de interações entre fatores humanos e socioeconômicos, desafiando a narrativa de que são eventos naturais isolados.
  2. “Dez Tópicos sobre o Sistema de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil”: detalha a estrutura do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), abordando monitoramento, alertas, evacuações, voluntariado e liberação de recursos emergenciais.
  3. “Ciclo de Atenção Jornalística aos Riscos e Desastres”: analisa as etapas da cobertura jornalística, desde a reação imediata até o acompanhamento de longo prazo.
  4. “Dez Pontos Sensíveis da Cobertura de Desastres Climáticos”: destaca os desafios de selecionar fontes confiáveis, evitar desinformação e integrar interseccionalidades na narrativa.
  5. “Dez Ideias de Pautas sobre os Desastres”: sugere temas inovadores, como as relações entre desastres e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), saúde pública e a memória coletiva em contextos de tragédia.

O manual ainda apresenta um guia de fontes confiáveis e siglas recorrentes, assegurando precisão nas reportagens sobre mudanças climáticas.

Manual aborda o papel transformador do jornalismo na crise climática

No evento de lançamento, as jornalistas Kelly Matos (Rádio Gaúcha) e Cláudia Gaigher (especialista em socioambiental) reforçaram a necessidade de transversalizar o tema ambiental no jornalismo. Kelly destacou que a cobertura climática deveria estar integrada a outras editorias, como economia e política, dada sua relevância cotidiana. Cláudia enfatizou a importância de fontes confiáveis para informar o público sobre o desequilíbrio climático.

O manual, disponível gratuitamente, não apenas orienta a cobertura jornalística, mas também convida à reflexão sobre o papel do jornalismo na sensibilização da sociedade e na promoção de soluções. Não é apenas um recurso técnico, mas um chamado à ação. Ele desafia jornalistas a repensarem suas práticas e a incorporarem a crise climática como uma pauta central e contínua, conectada às questões sociais e políticas.

Ao incentivar uma cobertura mais qualificada, o manual contribui para o fortalecimento do jornalismo ambiental, essencial para enfrentar os desafios do século XXI e construir um futuro mais informado e sustentável.

A publicação pode ser baixada gratuitamente aqui.

Com informações do Site O Eco

folha do mate

Folha do Mate lança plugin “Quem Disse?” com apoio do Codesinfo, programa do Projor

A Folha do Mate, jornal sediado em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, ganhou destaque no cenário jornalístico nacional em 2024 com a criação do plugin “Quem Disse?”, uma ferramenta inovadora voltada para o combate à desinformação. Desenvolvido com o apoio do programa Codesinfo – Fundo de Inovação Contra a Desinformação, promovido pelo Instituto Para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) em parceria com a Google News Initiative, o plugin visa promover maior transparência e credibilidade nas informações publicadas online.

Folha do Mate e a inovação com apoio do Projor

O plugin “Quem Disse?”, desenvolvido para o CMS WordPress, oferece aos leitores um acesso facilitado às informações sobre os autores das matérias publicadas. Ao clicar no nome do autor, o usuário é direcionado a uma página dedicada que exibe um minicurrículo, um vídeo de apresentação, uma lista de conteúdos previamente publicados e formas de contato.

Além disso, o sistema inclui um banco de dados de fontes recorrentes, como autoridades e especialistas, ampliando o contexto das informações compartilhadas.

Essa abordagem inovadora é fruto do financiamento recebido pelo Codesinfo que, em 2024, distribuiu investimentos de até R$ 100 mil para cinco organizações jornalísticas brasileiras. Esses recursos têm sido aplicados em projetos tecnológicos que incluem desde chatbots para verificação de fatos até sistemas para monitorar anúncios enganosos.

Transparência e credibilidade

Paula Carvalho, diretora de marketing e projetos da Folha do Mate, explica que o plugin oferece um sistema que facilita o acesso dos usuários à autoria dos conteúdos publicados. Isso não apenas valoriza o trabalho dos jornalistas, mas também permite que os leitores avaliem a credibilidade das informações.

A integração do plugin no fluxo de trabalho da redação da Folha do Mate foi projetada para ser simples. Após o cadastro do autor, o sistema automaticamente vincula os dados às matérias assinadas por ele. Além de valorizar os profissionais, a ferramenta promove maior engajamento dos jornalistas com o conteúdo produzido, refletindo na qualidade das publicações.

O Codesinfo no cenário nacional

O programa Codesinfo, ao lado de iniciativas como o Atlas da Notícia, tem sido um alicerce na valorização do jornalismo local no Brasil. Além do apoio financeiro, os participantes recebem mentorias voltadas ao aprimoramento profissional e à implementação de soluções tecnológicas inovadoras.

Essa abordagem fortalece a atuação de veículos em um momento em que o combate à desinformação é um tópico sensível para a preservação da democracia e da confiança pública.

“Queremos incentivar o compartilhamento de resultados com a comunidade de jornalistas, pesquisadores da comunicação e organizações de notícias de modo a promover um ambiente de maior colaboração e diversidade de modelos de combate à desinformação no país”, afirma Sérgio Lüdtke, Presidente do Projor. 

Jornalismo local, futuro e inovação 

Com o lançamento do “Quem Disse?”, a Folha do Mate se posiciona como um exemplo de inovação no jornalismo local. A iniciativa demonstra como soluções tecnológicas podem ser poderosas aliadas no combate à desinformação, promovendo um jornalismo mais transparente, ético e alinhado às demandas da sociedade contemporânea.

Nesse sentido, Paula Carvalho lembra que, embora o jornalismo local tenha ganhado relevância nos últimos anos, os desafios permanecem. 

“Ainda há um longo caminho a ser percorrido na busca por soluções sustentáveis, tanto para as iniciativas digitais quanto para a manutenção dos veículos impressos. Programas como o Codesinfo desempenham um papel importante ao incentivar e valorizar o trabalho jornalístico de veículos locais, oferecendo não apenas apoio financeiro, mas também acesso a mentorias essenciais para o aprimoramento profissional”.

A experiência da Folha do Mate com o Codesinfo serve como inspiração para outros veículos de comunicação, reforçando a importância da colaboração e da adoção de tecnologias acessíveis para transformar o jornalismo e fortalecer a confiança do público nas notícias.

SEO

Domine o SEO: como aumentar sua audiência com conteúdos otimizados

Com o SEO se tornando cada vez mais indispensável para o sucesso digital, é fundamental que profissionais, jornalistas e empreendedores desenvolvam estratégias eficazes que aumentem a audiência e a relevância de seus conteúdos.

Pensando nisso, no dia 10 de dezembro de 2024, às 10h (horário de Brasília), a Alritght, por meio da plataforma Acelera, vai realizar a aula online “Como aumentar a sua audiência orgânica otimizando seus conteúdos”, conduzida por Fabiano Souza, especialista em SEO e estratégias de conteúdo digital.

A aula é uma oportunidade imperdível para profissionais e empreendedores que desejam entender como o SEO pode alavancar a audiência de seus sites e portais de notícias, tornando-os mais relevantes e engajados.

Objetivo e tópicos da aula de SEO

O principal objetivo do evento é explorar como a otimização de conteúdos pode impactar diretamente o alcance e a relevância de um site. Durante a aula, serão abordados os seguintes tópicos:

  1. O que são conteúdos de valor e seu impacto na audiência:
    A importância de criar conteúdos que atendam às necessidades do público, garantindo relevância e autoridade.
  2. SEO como ferramenta para aumentar audiência:
    Entenda como os mecanismos de busca classificam conteúdos e o que você pode fazer para se destacar entre os concorrentes.
  3. A relevância das palavras-chave:
    Descubra como selecionar as melhores palavras-chave para atrair seu público-alvo e melhorar o posicionamento nos resultados de busca.
  4. O poder das imagens:
    Como imagens bem otimizadas não só enriquecem a experiência do usuário, mas também impactam o desempenho de um conteúdo nos motores de busca.
  5. Impacto da Inteligência Artificial na produção de conteúdo:
    O papel das ferramentas de IA na criação e personalização de materiais otimizados.
  6. Verticais e conteúdos evergreen:
    Por que criar conteúdos duradouros (evergreen) é essencial para o crescimento orgânico de portais de notícias

Fabiano Souza é um dos maiores especialistas em SEO de conteúdo no Brasil. Com ampla experiência no desenvolvimento de estratégias digitais, ele já ajudou diversas empresas a aumentar sua visibilidade online e construir uma presença digital sólida. Fabiano é conhecido por sua habilidade em criar conteúdos segmentados e otimizados, sempre com foco em relevância e engajamento.

Participe da aula gratuita de SEO

A aula é uma oportunidade para compreender como o SEO pode transformar a audiência orgânica de um site, indo além de apenas gerar tráfego, mas também garantindo a criação de conteúdos que entreguem valor ao público. Além disso, o evento conta com uma sessão de perguntas ao vivo, onde os participantes poderão tirar dúvidas diretamente com Fabiano Souza e explorar cases reais.

As inscrições são voltadas para membros da Rede Alright. Para demais interessados, o contato é: [email protected]

A participação é gratuita, e o link para assistir à live será fornecido após a inscrição. Garanta sua vaga e aproveite essa oportunidade de aprender com um dos maiores especialistas em SEO do país.

Acesse agora a página de inscrições: https://alright.com.br/acelera/

E mais:

Com a crescente competitividade no universo digital, dominar o SEO se tornou um fator essencial para alcançar visibilidade, engajamento e relevância na internet. Hoje, empresas, portais de notícias e profissionais independentes enfrentam o desafio constante de atrair e reter a atenção do público em meio a um oceano de informações.

Nesse cenário, compreender as estratégias certas para otimizar conteúdos pode fazer toda a diferença. A aula “Como aumentar a sua audiência orgânica otimizando seus conteúdos” surge como uma oportunidade única para quem deseja se destacar. Mais do que ensinar os fundamentos do SEO, a aula explora táticas práticas e aplicáveis que ajudam a transformar sites e portais de notícias em referências dentro de seus nichos, conquistando públicos maiores de forma sustentável e consistente.

Além disso, a aula oferece um panorama completo sobre como o SEO pode ampliar o alcance dos conteúdos, fortalecer a autoridade de uma marca ou veículo e consolidar sua presença em um mercado cada vez mais disputado. Ao aplicar estratégias bem planejadas, profissionais e empreendedores podem não apenas atrair mais visitantes, mas também fidelizá-los, criando uma base sólida de audiência qualificada. Combinando teoria e prática, “Como aumentar a sua audiência orgânica otimizando seus conteúdos” é mais do que um aprendizado técnico: é um passo estratégico para quem deseja prosperar no cenário digital, onde estar presente já não é suficiente – é preciso ser encontrado e reconhecido como relevante.

Abraji

Abraji reabre inscrições para Programa de Proteção Legal para jornalistas

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em parceria com o Instituto Tornavoz, reabriu inscrições para o Programa de Proteção Legal para Jornalistas. A iniciativa visa oferecer suporte jurídico gratuito a comunicadores que enfrentam ameaças ou processos judiciais abusivos devido ao exercício da profissão.

Criado para defender o direito à liberdade de expressão e a atuação do jornalismo em contextos adversos, o programa busca apoiar profissionais que divulgam informações de interesse público, mas encontram dificuldades financeiras para custear a própria defesa.

Quem pode participar do programa da Abraji

O programa é direcionado a jornalistas independentes, veículos pequenos ou regionais e profissionais que atuam fora dos grandes centros urbanos. Esses grupos estão entre os mais vulneráveis a intimidações e represálias, muitas vezes decorrentes de reportagens que incomodam interesses poderosos.

Critérios de seleção incluem a comprovação de insuficiência financeira e o alinhamento com princípios de diversidade racial e de gênero. Assim, o programa visa não apenas proteger os comunicadores, mas também promover uma representação mais plural no jornalismo brasileiro.

Além disso, veículos de comunicação independentes que enfrentem problemas jurídicos relacionados à publicação de conteúdo de interesse público também podem ser contemplados pela iniciativa.

Como se inscrever junto à Abraji

Os interessados devem enviar seus casos por meio do formulário disponível no site oficial da Abraji ou pelo e-mail: [email protected]. No formulário, os candidatos precisam detalhar a situação enfrentada, incluindo informações sobre os processos judiciais ou ameaças, além de apresentar documentação que comprove a insuficiência de recursos financeiros.

O prazo para inscrições permanece aberto enquanto houver disponibilidade de recursos, e os casos são analisados por ordem de chegada. Para mais informações sobre os critérios de seleção e o escopo do programa, recomenda-se acessar o site oficial da Abraji.

Por que o programa da Abraji é importante?

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado expressivos ataques contra jornalistas, especialmente aqueles que investigam temas como corrupção, violações de direitos humanos e impactos ambientais. Esses profissionais são frequentemente alvos de ameaças, assédio judicial e tentativas de silenciamento, o que não apenas afeta suas vidas, mas também enfraquece o papel da imprensa como um pilar da democracia.

O Programa de Proteção Legal para Jornalistas conta com o apoio da Media Defence, uma organização internacional dedicada à defesa jurídica de profissionais de imprensa em todo o mundo. Essa parceria reforça o compromisso da Abraji e do Instituto Tornavoz em oferecer um suporte abrangente e alinhado com padrões internacionais de direitos humanos.

Se você é jornalista ou conhece alguém que se enquadre nos critérios do programa, não deixe de divulgar essa oportunidade. A assistência jurídica pode ser a diferença entre continuar publicando informações relevantes ou ser silenciado por interesses que buscam esconder a verdade.

Para mais informações, dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail: [email protected].

Defesa coletiva do jornalismo

Ao oferecer suporte jurídico gratuito, o Programa de Proteção Legal para Jornalistas reafirma o papel essencial do jornalismo na construção de uma sociedade mais justa e informada.

A iniciativa não apenas defende os direitos individuais dos comunicadores, mas também fortalece a liberdade de expressão e o direito da população de acessar informações de interesse público. Em tempos de crescente desinformação e ataques à imprensa, projetos como este se tornam fundamentais para garantir que jornalistas possam exercer sua função sem medo de represálias.

A Abraji e o Instituto Tornavoz reforçam a importância de proteger quem trabalha pela verdade e pela transparência. A defesa da liberdade de imprensa é uma responsabilidade coletiva. 

A reabertura do Programa de Proteção Legal para Jornalistas pela Abraji, em parceria com o Instituto Tornavoz, é uma iniciativa drelevante para o fortalecimento da liberdade de imprensa no Brasil. Em um contexto de crescentes ameaças ao jornalismo, esse programa se apresenta como um mecanismo indispensável para garantir que comunicadores possam exercer seu papel essencial de informar a sociedade, mesmo diante de intimidações e processos abusivos. Ao oferecer suporte jurídico gratuito, a iniciativa não apenas protege os direitos dos jornalistas, mas também reafirma o compromisso com a transparência e o acesso público à informação, pilares fundamentais de qualquer democracia.

jornalismo local

Por que grandes grupos tech apoiam o jornalismo local

“Quando a esmola é demais, o santo desconfia”, dizia minha avó, com sábia razão popular. Grandes plataformas tecnológicas como Meta, TikTok, Apple e Google estão desenvolvendo soluções e serviços para apoiar o jornalismo local.

Mas por quê?

Há motivos reputacionais e de marketing, de imagem, good brand awareness. Política de boa vizinhança, diria meu avô, conhecedor de práticas internacionais de negócios.

Há também motivos mercadológicos e jurídicos. Há razões sociais. Agora tudo somado a motivos tecnológicos.

Explico e exemplifico melhor cada um deles abaixo.

Não acho que seja esmola. Mas acho que devemos entender objetivamente o assunto.

1. Pressão reguladora e reputacional no jornalismo local

Governos em várias partes do mundo estão exigindo que as grandes empresas de tecnologia contribuam financeiramente para a sustentabilidade do jornalismo, especialmente em nível local. Isso é evidente em países como Austrália, Canadá e União Europeia, onde legislações foram introduzidas para que essas plataformas compartilhem receitas com produtores de conteúdo jornalístico. Essas iniciativas buscam evitar que o ecossistema informativo local se deteriore ainda mais.

2. Fortalecimento do ecossistema de informação

O jornalismo local desempenha um papel vital na democracia, fornecendo informações relevantes para as comunidades, como notícias sobre saúde, educação, política e eventos locais. Ao apoiar o jornalismo local, essas plataformas ajudam a fortalecer a confiança na informação e a combater a desinformação, que frequentemente prospera na ausência de fontes confiáveis.

3. Relacionamento do jornalismo local com produtores de conteúdo

Apoiar o jornalismo local permite que as plataformas mantenham uma boa relação com os produtores de conteúdo, que são fundamentais para alimentar seus serviços com notícias e engajar os usuários. Por meio de parcerias, programas de financiamento e treinamento, elas fortalecem esses laços.

4. Diversificação de conteúdo e retenção de usuários

As plataformas se beneficiam diretamente ao oferecer conteúdo relevante e hiperlocal para seus usuários. Esse tipo de conteúdo aumenta o engajamento e mantém as pessoas mais tempo nas plataformas, já que atende às necessidades informativas específicas de suas comunidades.

5. Inovação e testes de novas soluções

Os programas para jornalismo local também servem como campo de teste para tecnologias e formatos inovadores (campo de treino para AI), como automação na produção de notícias, ferramentas de verificação de fatos, e distribuição otimizada de conteúdo.

6. Responsabilidade Social Corporativa (RSC) no jornalismo local

Apoiar o jornalismo local também faz parte de um esforço de responsabilidade social corporativa. As empresas buscam melhorar sua imagem pública, especialmente diante das críticas de que contribuíram para a crise no setor de notícias ao absorver grande parte das receitas publicitárias que antes eram destinadas aos veículos jornalísticos.

Exemplos de iniciativas para o jornalismo local:

Google destaques

● Programa que remunera produtores de conteúdo jornalístico pela curadoria e licenciamento de notícias4.

●   Presente em mais de 24 países, com mais de 2.500 empresas jornalísticas participantes no mundo4.

●   No Brasil, já conta com mais de 170 organizações parceiras em todas as regiões do país4.

GNI Startups Lab

●    Programa de aceleração de startups de jornalismo4.

●    Em 2023, selecionou 15 projetos para participar no Brasil4.

●   Oferece workshops, mentorias remotas e uma semana de design sprint presencial6.

GNI Local Lab

●  Apoiou cerca de 100 organizações de pequeno e médio porte que produzem conteúdo noticioso local4.

●  Ofereceu consultoria, capacitação e implementação técnica por 9 meses4.

Laboratório de Sustentabilidade da GNI

●  Programa inédito no mundo para apoiar veículos e criadores dedicados à cobertura ambiental e divulgação científica4.

● 40 veículos e criadores selecionados participaram de treinamentos e workshops4.

Outras iniciativas do Google

●  Patrocínio de eventos como o Festival Piauí de Jornalismo e o Festival 3i4.

●  Financiamento de pesquisas como o Atlas da Notícia5.

●  Oferta de ferramentas como o Pinpoint para análise de grandes volumes de dados5.

Apple News Partner Program

●  Lançado em 2021 para ampliar a colaboração e o apoio da Apple ao jornalismo3.

● Oferece taxa de comissão reduzida (15%) por assinaturas qualificadas adquiridas dentro do app3.

●  Disponível para noticiários por assinatura que divulgam conteúdo em Apple News Format3.

Facebook (Meta)

●  Investiu US$ 300 milhões para fomentar o jornalismo local1.

●  Oferece recursos através de organizações filantrópicas, como mencionado na pesquisa da

TikTok

●  Parcerias com jornalistas para estimular a produção de conteúdos locais e educativos na plataforma.

métricas

Além das métricas de vaidade

Se você trabalha com mídia, é provável que já tenha defendido KPIs como se fossem verdades absolutas. É natural, dado o quanto as métricas como custo por clique, alcance e impressões ganharam relevância nas decisões de investimento publicitário. Mas será que, no meio dessa obsessão por eficiência técnica, não estamos deixando algo muito importante de lado?

Reavaliando as métricas

Nos últimos anos, o mercado publicitário foi transformado pela ascensão da mídia programática e das redes sociais. A promessa de segmentação precisa, escalabilidade e custos reduzidos seduziu anunciantes de todos os portes. No entanto, esse modelo tem uma fragilidade que não podemos ignorar: a qualidade do ambiente onde os anúncios são exibidos.

Um estudo recente publicado pela Adweek trouxe um dado que merece atenção. Quase 40% dos sites rotulados como “Made for Advertising” (MFA) — criados apenas para captar investimentos de publicidade digital — são domínios mortos. Ou seja, são sites sem audiência real, sem conteúdo relevante e sem credibilidade. Estima-se que existam 55 milhões de URLs assim, captando verbas publicitárias ao redor do mundo. É um sinal claro de que, no esforço por entregar números impressionantes, parte dos investimentos está sendo desperdiçada.

Por outro lado, há uma oportunidade que tem sido negligenciada: os veículos de notícia locais e regionais. Esses portais, que conhecem de perto as comunidades que atendem, oferecem algo que muitas vezes falta no universo da mídia programática: um ambiente confiável, transparente e alinhado com os valores do público.

Métricas e oportunidades

Ao investir nesses portais, as marcas garantem que seus anúncios aparecem ao lado de conteúdos que geram engajamento genuíno, em um espaço onde a audiência realmente está presente e conectada. Além disso, portais locais são fundamentais para fortalecer a economia e o ecossistema informativo das regiões onde atuam, criando um ciclo virtuoso de valor para as comunidades.

Enquanto isso, continuar priorizando métricas quantitativas sem avaliar o contexto pode ser um tiro no pé. Imagine um consumidor vendo o anúncio da sua marca em um site irrelevante ou até suspeito. A percepção de valor vai por água abaixo. Por outro lado, estar em um veículo que ele respeita e consome ativamente cria um elo de confiança difícil de ser replicado em outro ambiente.

Portais locais e veículos jornalísticos confiáveis não são apenas espaços seguros para veicular anúncios. Eles são parceiros na construção de uma narrativa de marca consistente, com um alcance que vai além dos números imediatos.

Métricas com eficiência e qualidade

O mercado precisa equilibrar eficiência e qualidade. Revisitar os planos de mídia com um olhar para a credibilidade e o impacto de longo prazo não é apenas uma questão de responsabilidade — é uma decisão estratégica que protege a imagem da marca e entrega resultados reais.

Então, da próxima vez que for avaliar um plano de mídia, pergunte: estamos apenas otimizando números ou realmente construindo algo sólido? A resposta pode transformar a forma como investimos e o impacto que queremos gerar.

feriado consciência negra

Feriado nacional e uma conquista que o jornalismo deve destacar

Em 2024, pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é reconhecido como feriado nacional no Brasil. A data, que homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da luta contra a escravidão, sempre foi de grande relevância para os movimentos negros, mas agora ganha uma legitimidade ainda maior no calendário oficial do país.

Esse marco histórico representa um avanço na valorização da história e cultura afro-brasileira, além de reforçar a necessidade de reflexão sobre as desigualdades raciais que ainda persistem.

Para o jornalismo, essa novidade não é apenas uma pauta relevante; é uma oportunidade de amplificar vozes, conscientizar a sociedade e fortalecer iniciativas que promovam a igualdade racial. O reconhecimento como feriado nacional confere ao Dia da Consciência Negra um peso institucional e simbólico que antes era limitado a estados e municípios.

No entanto, o reconhecimento oficial também exige que as discussões não se limitem ao feriado em si. O Brasil, que ainda sofre com as feridas abertas pelo racismo e as desigualdades raciais, precisa utilizar essa conquista como ponto de partida para enfrentar questões como o racismo estrutural, a violência contra pessoas negras, a sub-representação nos espaços de poder e as disparidades socioeconômicas.

O papel do jornalismo no feriado nacional do Dia da Consciência Negra

A responsabilidade do jornalismo passa por várias frentes:

  1. Educar e conscientizar: o jornalismo pode informar a população sobre a origem da data, a luta de Zumbi dos Palmares e a trajetória do movimento negro no Brasil. Produzir matérias históricas, reportagens especiais e entrevistas com historiadores e ativistas para fortalecer o conhecimento coletivo sobre o tema.
  2. Dar visibilidade a vozes negras: veículos de comunicação podem abrir espaço para lideranças e personalidades negras compartilharem suas experiências e perspectivas, ajudando a combater estereótipos e promovendo narrativas diversas.
  3. Cobrir desigualdades com profundidade: a data é uma oportunidade para abordar questões como racismo no mercado de trabalho, desigualdade salarial, encarceramento em massa, acesso à educação e saúde. Reportagens investigativas e séries especiais podem expor problemas estruturais que afetam a população negra.
  4. Promover a cultura afro-brasileira: o jornalismo pode destacar eventos culturais, produções artísticas e manifestações que celebram a riqueza da cultura negra no Brasil. Essa valorização contribui para fortalecer o orgulho e a identidade afro-brasileira.
  5. Cobrar ações efetivas: além de refletir sobre as desigualdades, a imprensa pode cobrar governos, empresas e instituições sobre políticas públicas e iniciativas que promovam a equidade racial.

Para além do feriado nacional da Consciência Negra

Os veículos de comunicação podem desempenhar um papel ativo na valorização do Dia da Consciência Negra, criando e apoiando iniciativas que impactem a sociedade de forma duradoura.

Algumas ideias incluem:

  • Realização de campanhas educativas: produzir séries de vídeos, podcasts e conteúdos interativos que expliquem a importância do 20 de novembro e o legado da população negra no Brasil.
  • Parcerias com organizações negras: trabalhar junto a ONGs, coletivos e instituições que promovem a igualdade racial para dar visibilidade às suas ações e fortalecer seus projetos.
  • Criação de eventos temáticos: promover debates, seminários e exposições em parceria com universidades, escolas e centros culturais.
  • Ampliação da diversidade nas redações: as redações precisam refletir a diversidade do Brasil. Investir em processos seletivos inclusivos e oferecer oportunidades de formação para jovens negros é essencial para que o jornalismo represente todas as vozes.
  • Cobertura contínua: evitar que o tema seja abordado apenas em novembro. Racismo e desigualdade são questões presentes, infelizmente, o ano inteiro, e a cobertura jornalística deve acompanhá-las de forma consistente.

Após o feriado nacional da Consciência Negra: o impacto de um jornalismo comprometido

Quando o jornalismo assume seu papel transformador, ele contribui para a formação de uma sociedade mais consciente e engajada. A imprensa pode e deve ajudar a combater o racismo.

O reconhecimento oficial do 20 de novembro é uma vitória, mas também um chamado à responsabilidade coletiva. O jornalismo, ao assumir um papel ativo, atua em um passo decisivo rumo a um Brasil mais igualitário.

Vejamos o que, de fato, vai mudar no jornalismo a partir desse 20 de novembro de 2024.

jornalismo

Jornalismo de proximidade: a mídia local tem futuro?

Não tem jeito. Ou nos próximos anos, eu diria até – nos próximos meses -, o jornalismo local brasileiro se reinventa ou vira uma página ultrapassada da nossa história. A nova geração de veículos de mídia terá que incorporar a tecnologia, resgatar o valor da identidade local e redesenhar sua estrutura de produção e disseminação de conteúdo.

Esse movimento não será apenas uma “opção estratégica” – será a linha entre existir ou desaparecer. E, em meio aos desertos de notícia, os veículos que aceitarem o desafio de inovação e proximidade terão a chance de transformar-se em verdadeiros oásis informativos.

Jornalismo e a virada tecnológica como base da mudança

Inteligência artificial (IA), ferramentas de edição e análise de dados vão ser tão importantes para o jornalista local quanto a caneta já foi para o repórter clássico. Ferramentas que transcrevem entrevistas, otimizam a edição de vídeos e até organizam dados complexos podem dar agilidade e qualidade a redações com equipes reduzidas.

A ideia é que a tecnologia libere o jornalista do operacional para que ele retome o que faz de melhor: investigar e contar histórias com alma, aquele olhar que só quem vive a realidade da região consegue expressar. Mas atenção: a máquina apoia, não substitui. A essência humana – o faro jornalístico, a percepção das entrelinhas – continua essencial para dar vida ao conteúdo.

Identidade local e construção de comunidade com o jornalismo

Se algo pode salvar o jornalismo local, é a proximidade. A verdade é que a comunidade já não está interessada em conteúdo engessado ou pasteurizado. O que prende a atenção e a confiança é aquele conteúdo que ressoa diretamente com a realidade do bairro, do distrito, da cidade.

O veículo local precisa fazer mais do que informar; ele precisa participar da vida de sua audiência, espelhando o que ela vê, sente e vive. Isso exige uma abordagem mais próxima, menos “corporativa” e mais próxima das vozes reais.

É por isso que os jornalistas locais podem e devem se tornar o elo de confiança para filtrar informações, separar ruído e verdade, e ser o radar de temas realmente relevantes para aquela população.

Inovação nos formatos e na linguagem: a nova era de contar histórias no jornalismo

Mais do que nunca, o conteúdo precisa ser vibrante e dinâmico, com formatos que falem a língua das novas gerações. Os canais mudaram e a própria noção de “notícia” se reinventou. Podcasts, lives interativas, vídeos curtos e colunas visuais com micro-histórias são alguns dos formatos que os veículos locais precisarão dominar.

Mas não se trata só de adaptar o conteúdo, mas de criar uma comunicação que inspire pertencimento. Em vez de uma matéria seca, os veículos podem contar histórias que vão ao cerne das questões regionais, explorando narrativas que se aproximem de forma humana, original e genuína do leitor, do ouvinte, do espectador.

Para isso, a linguagem precisa ser menos engessada, com um tom mais direto e participativo, que traga frescor ao jornalismo de proximidade. Aquelas notícias padronizadas, longas e previsíveis? Vão cair em desuso. O futuro está em conteúdos humanizados, que carreguem um toque de afetividade e contemplem as várias realidades e subculturas de uma cidade ou região.

A reinvenção não é cosmética: é estrutural. E quem entender isso terá uma conexão real com a comunidade, que quer informação prática e relevante, mas que também reflita sua própria identidade.

A força do coletivo no jornalismo: o associativismo como estratégia de sobrevivência

A sobrevivência da mídia local está, sim, no poder da coletividade. De forma pragmática, a cooperação entre pequenos veículos permitirá a partilha de custos e até a criação de redes para atrair anunciantes que dialoguem diretamente com públicos específicos.

O movimento não é “só” comercial; é cultural. O associativismo cria um ecossistema onde veículos compartilham não apenas despesas, mas estratégias, dados e público. É a chance de, juntos, multiplicarem sua capacidade de influência.

Diversidade e inclusão no jornalismo: novas vozes, novos olhares

Para capturar a riqueza de um país tão diverso como o Brasil, a mídia local precisará abrir espaço para diferentes vozes. Ter pessoas que vivem e entendem os contextos de periferias, quilombos, aldeias, bairros distantes dos centros, é fundamental para que o jornalismo local reflita a pluralidade brasileira.

É a chance de dar luz a histórias e perspectivas que normalmente não encontram espaço nos grandes veículos. Afinal, a audiência quer se ver representada, e isso só é possível quando quem conta a história está enraizado naquela cultura, naquela realidade.

A linha de frente do jornalismo contra a desinformação

Fake news e desinformação são os grandes inimigos do jornalismo contemporâneo, especialmente em cenários de crise. Aqui, o jornalismo local tem um papel crucial: ser a primeira linha de defesa, com apuração rigorosa e um compromisso absoluto com a verdade.

As parcerias entre veículos para criar redes de checagem de fatos e a criação de comunidades de leitores que se engajem no combate à desinformação podem transformar a mídia regional em um radar de credibilidade. E a proximidade com o público é o diferencial. Quanto mais próximo o veículo estiver de sua audiência, maior será a confiança, e menos espaço haverá para o avanço da desinformação.

Um novo paradigma de mídia

O que veremos a seguir é um jornalismo local que resgata sua essência ao mesmo tempo que avança com a inovação. Veículos de mídia e empreendedores do setor que entenderem isso estarão não só sobrevivendo, mas liderando uma revolução cultural e informativa no Brasil. Esses veículos vão funcionar como redes vivas de conexão, um reflexo dinâmico das múltiplas realidades locais, usando tecnologia, parceria e um conteúdo que conversa com as pessoas.

editores

Editores locais devem liderar debates sobre os benefícios públicos da inteligência artificial na sua região

Atenção editores: os avanços da Inteligência Artificial (IA) estão transformando a forma como setores públicos e privados abordam desafios sociais e de infraestrutura em todo o mundo. No Brasil, os Publishers regionais têm uma oportunidade única de liderar o debate e mobilizar sua comunidade para explorar como a IA pode trazer benefícios reais em suas regiões.

Enquanto grandes centros urbanos concentram discussões tecnológicas, as cidades do interior e áreas periféricas muitas vezes ficam à margem dessa transformação. No entanto, é justamente nesses espaços que a IA pode ser mais impactante, ajudando a resolver problemas locais de maneira eficiente, inovadora e sustentável.

Este é o momento para que os Publishers regionais assumam o protagonismo como mediadores de conversas entre governos locais, empresas privadas, universidades e a sociedade civil. Ao promoverem a inclusão desse tema em suas pautas, eles não apenas fortalecem sua relevância local, mas também ajudam a construir um futuro melhor para suas comunidades.

O papel dos editores no debate sobre IA em cada região

         1.     Conscientização: trazer a Inteligência Artificial para o centro das discussões públicas, explicando seus conceitos de forma acessível e como ela pode impactar positivamente a região.

         2.     Facilitação de diálogos: ser a ponte entre a iniciativa privada, o poder público e a sociedade civil, promovendo um debate aberto e colaborativo.

         3.     Foco nos desafios locais: direcionar a conversa para os problemas específicos da região, como saúde, educação, transporte, segurança e saneamento básico.

         4.     Exposição de boas práticas: mostrar exemplos de sucesso em outras cidades ou países que utilizaram IA para resolver problemas semelhantes.

         5.     Mobilização de recursos: incentivar o investimento em projetos que utilizem IA para melhorar a infraestrutura e o bem-estar da população.

Editores devem entender os benefícios para a região

Ao liderarem esse movimento, os publishers regionais ajudam a:

         •       Atrair atenção e investimentos para a região.

         •       Promover soluções tecnológicas que tornam os serviços públicos mais eficientes.

         •       Incentivar o surgimento de startups e inovação local.

         •       Engajar a comunidade em discussões sobre o uso ético e responsável da IA.

         •       Consolidar seu papel como agentes de transformação social.

5 ideias práticas para editores engajarem a comunidade no debate sobre IA por região

         1.     Série de reportagens especiais: produza matérias destacando como a IA pode impactar áreas-chave da região, como saúde pública, educação e segurança. Inclua histórias inspiradoras de casos reais.

         2.     Entrevistas com especialistas: conduza entrevistas com cientistas, empresários, gestores públicos e professores locais para abordar o impacto da IA e como ela pode ser aplicada na região.

         3.     Podcasts locais: crie uma série de podcasts debatendo temas como os benefícios e desafios da IA, com convidados locais e regionais.

         4.     Eventos e debates públicos: organize seminários, workshops ou painéis com representantes da iniciativa privada, poder público e sociedade civil para discutir como implementar IA em projetos locais.

         5.     Projetos colaborativos: promova desafios ou hackathons envolvendo escolas, universidades e startups para criar soluções práticas utilizando IA para resolver problemas específicos da região.Os publishers regionais têm a oportunidade de serem mais do que meros veículos de informação: podem se tornar catalisadores de mudanças significativas. O debate sobre a Inteligência Artificial em contextos regionais é um caminho para trazer inovação, fomentar o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população. Agora é a hora de assumir esse protagonismo e colocar suas regiões no mapa da transformação tecnológica.

E mais: editores regionais têm nas mãos uma oportunidade rara de transformar o futuro de suas comunidades ao impulsionarem o debate sobre Inteligência Artificial (IA). Ao incluir a IA em suas pautas, esses veículos se posicionam como agentes indispensáveis de mudança, conectando os desafios locais às possibilidades globais que a tecnologia oferece. Essa abordagem não apenas fortalece a credibilidade e a relevância dos publishers, mas também engaja a população em discussões que impactam diretamente sua qualidade de vida.

Além disso, ao liderar essa conversa, os editores regionais podem inspirar soluções inovadoras para problemas específicos de suas áreas de atuação. Seja promovendo o uso da IA para otimizar o transporte público, modernizar a gestão de resíduos ou ampliar o acesso à saúde e à educação, o jornalismo local tem o poder de unir diferentes setores em prol de um futuro mais eficiente e sustentável. Dessa forma, os publishers não apenas informam, mas também ajudam a transformar suas comunidades em verdadeiros polos de inovação.

conteúdo

Conteúdo otimizado: quer expandir sua audiência digital?

Alcançar uma audiência maior e mais engajada é um desafio constante. O Workshop de Otimização de Conteúdo foi pensado para capacitar jornalistas, produtores de conteúdo e veículos de comunicação, proporcionando ferramentas práticas e estratégias que realmente funcionam.

Com a orientação de especialistas, os participantes aprendem a adaptar seu conteúdo para atender às exigências da web, construir autoridade online e atrair um público fiel e engajado.

Otimização de conteúdo no workshop

As sessões do workshop são um serviço oferecido na plataforma Acelera, voltada para o crescimento de veículos jornalísticos desenvolvida pela Alright, e foram planejadas para abordar todos os elementos de um conteúdo otimizado, garantindo resultados mensuráveis. 

Confira os principais tópicos que serão abordados:

  • Análise estrutural: vamos avaliar e propor melhorias na estrutura dos seus textos para garantir legibilidade e maior engajamento do leitor.
  • Palavras-chave: identificaremos e aplicaremos palavras-chave estratégicas nos seus conteúdos, aumentando sua visibilidade nos mecanismos de busca.
  • Densidade de palavras-chave: você aprenderá a balancear a densidade de palavras-chave para maximizar a eficiência do SEO sem comprometer a qualidade do texto.
  • Meta descrição e títulos: ajustaremos o uso de palavras-chave em descrições, títulos e subtítulos para atrair mais cliques e melhorar sua indexação.
  • Otimização de imagens: técnicas para ajustar textos alternativos (alt text), títulos e tamanhos de imagem para SEO, garantindo páginas rápidas e atrativas.
  • Links internos e xxternos: estratégias para criar uma rede de links que melhore a navegação do usuário e aumente a autoridade do seu domínio.
  • Tags de conteúdo: revisaremos e adequaremos as tags dos seus artigos para alinhá-las às melhores práticas de SEO.
  • Perfis dos editores: desenvolveremos perfis editoriais que transmitam expertise e credibilidade, fortalecendo sua marca e a confiança da audiência.

O serviço inicia com uma reunião de alinhamento para compreender expectativas e planejar o workshop intensivo. Em seguida, é realizado um encontro virtual de duas horas, onde você aprenderá os fundamentos da otimização de conteúdo e aplicará as técnicas com a orientação de especialistas.

Para garantir um progresso consistente, faremos três avaliações detalhadas de desempenho, permitindo que você monitore a evolução da sua equipe. Por fim, consolidaremos os dados em um relatório de resultados, com insights estratégicos e metas práticas para maximizar sua audiência.

Quem deve participar deste workshop?

Este workshop é ideal para jornalistas, produtores de conteúdo e veículos de comunicação que buscam:

  • Ampliar a audiência de forma consistente.
  • Aumentar o tempo médio de leitura dos seus conteúdos.
  • Melhorar o engajamento e a interação com os leitores.

Se você deseja conquistar mais visibilidade, gerar mais impacto e obter resultados reais com suas publicações, este é o momento certo.

As informações detalhadas para iniciar agora mesmo esta jornada estão na plataforma Acelera (acesse aqui). Inscreva-se e comece a construir o sucesso que sua equipe e seu veículo de comunicação merecem.

GettyImages

Lições da GettyImages em 2024: quando a IA funciona (ou não) para jornalistas?

Um recente relatório da VisualGPS, Building Trust in the Age of AI, desenvolvido pela GettyImages, explora as nuances do impacto da IA na narrativa visual e destaca um ponto crucial: embora a IA possa melhorar a produtividade e a criatividade, a autenticidade da fotografia tradicional continua sendo fundamental, especialmente no jornalismo e nas histórias locais.

GettyImages: a dupla face da IA na criação de conteúdo visual

A entrada da IA na criação de conteúdo visual trouxe um misto de empolgação e apreensão. Por um lado, ela permite que os criadores gerem imagens e vídeos sob demanda, transcendendo limitações físicas. Para marcas e no marketing, isso pode ser uma bênção, oferecendo possibilidades criativas ilimitadas. No entanto, o relatório ressalta uma questão essencial: a confiança. Com 98% dos consumidores indicando que imagens “autênticas” são fundamentais para gerar confiança, a questão da autenticidade não é apenas um detalhe técnico; é um componente essencial da relação entre mídia e seu público.

É crucial entender que, enquanto as imagens geradas por IA podem ser adequadas para algumas aplicações comerciais, o jornalismo local depende de imagens reais e contextualmente relevantes. A IA não possui a vivência, a relevância “em tempo real” e as considerações éticas que fotógrafos profissionais trazem ao trabalho.

GettyImages, IA e o fator confiança na mídia

A erosão da confiança no conteúdo digital — exacerbada pela proliferação de imagens manipuladas nas redes sociais — significa que os consumidores estão mais céticos do que nunca. O relatório VisualGPS mostra que 82% dos entrevistados em todo o mundo desconfiam das redes sociais como fonte de conteúdo “real”. Esse ceticismo impacta diretamente jornalistas e criadores de conteúdo que dependem de transmitir autenticidade e verdade. A falta de transparência sobre o uso de imagens geradas por IA, pode confundir a linha entre realidade e ficção, levando o público a duvidar da credibilidade das imagens que veem, especialmente no jornalismo.

Para produtores de notícias locais, manter a confiança é essencial. Os visuais na mídia local devem capturar a essência da comunidade, apresentando-a através do olhar humano e não de construções sintéticas. O conteúdo gerado por IA, por mais sofisticado que seja, carece das sutilezas da observação humana, comprometendo a autenticidade que o jornalismo local tanto necessita.

GettyImages e IA generativa: quando e onde utilizá-la

O relatório VisualGPS incentiva uma abordagem seletiva ao uso de imagens geradas por IA, recomendando uma avaliação cuidadosa de sua adequação para diferentes projetos. Nos casos em que imagens geradas por IA são usadas na narrativa, a transparência é inegociável. Assim como os leitores confiam nas palavras escritas, eles devem ser capazes de confiar nos visuais. Para jornalistas, isso significa que a IA pode complementar a fotografia tradicional, mas nunca substituí-la. A fotografia original por profissionais deve permanecer como base, especialmente na cobertura de eventos comunitários, momentos culturais e reportagens em tempo real.

Imagens geradas por IA podem ser mais aceitáveis em cenários em que a imagem serve a um propósito conceitual, e não documental. Mesmo nesses casos, jornalistas e criadores devem ponderar os riscos de enganar seu público. O relatório VisualGPS deixa claro que a expertise e a criatividade humanas permanecem indispensáveis, afirmando que “IA é uma ferramenta, não um substituto para a criatividade humana”. No jornalismo local, isso é especialmente verdadeiro; fotos tiradas por aqueles que têm um vínculo com a comunidade ressoam mais do que as geradas por um algoritmo.

Atitudes dos consumidores: autenticidade e ceticismo

Apesar das diferenças geracionais na recepção da IA, com as audiências mais jovens sendo geralmente mais abertas, o relatório encontra uma preferência universal pela autenticidade. As pessoas querem ver visuais não adulterados, verdadeiros, um sentimento que está em sintonia com os valores de integridade jornalística. Os dados do relatório revelam um desejo significativo por transparência, com quase 90% dos consumidores querendo saber se uma imagem foi gerada por IA.

Isso é especialmente relevante para produtores de conteúdo local. Ao contrário das campanhas comerciais, onde visuais idealizados podem ser aceitáveis, o jornalismo local prospera com imagens que ressoam com a comunidade, que representam as vidas e histórias ordinárias que compõem um lugar. Imagens geradas por IA, por mais úteis que possam ser em cenários controlados, lutam para capturar essa profundidade. Como o relatório VisualGPS observa, a autenticidade de uma imagem capturada por um fotógrafo com uma conexão genuína com o tema carrega, inerentemente, mais confiança.

GettyImages e a importância contínua da fotografia original

Embora o apelo das imagens geradas por IA seja inegável, o valor duradouro da fotografia original não deve ser subestimado. Fotografias tiradas por profissionais ocupam um lugar insubstituível na mídia local, onde capturar momentos reais e não roteirizados do cotidiano promove uma conexão e confiança com o público. Ao contrário da IA generativa, que se baseia em conjuntos de dados pré-existentes e não pode responder em tempo real, os fotógrafos humanos interpretam e interagem com seus temas. Essa dinâmica relacional é central para o jornalismo.

As organizações de notícias locais têm a oportunidade de dar o exemplo, priorizando o real sobre o gerado. Como o relatório sugere com sabedoria, as imagens que parecem naturais e espontâneas ainda ressoam profundamente com o público. Em regiões como a América Latina, onde conexões pessoais e comunitárias são fortes, essa preferência pelo “real” enfatiza uma valorização cultural mais ampla pela verdade e honestidade na representação da mídia.

Uma abordagem equilibrada para a IA no jornalismo

O relatório VisualGPS serve como um lembrete de que, embora a IA seja uma ferramenta empolgante, seu papel no jornalismo deve ser gerenciado com cuidado. Para jornalistas e criadores de conteúdo, o apelo da IA está em sua capacidade de ampliar — mas não substituir — a arte e a responsabilidade ética humanas. O coração das notícias locais está em seu povo, e a IA, por mais sofisticada que seja, não pode replicar a conexão entre uma comunidade e um fotógrafo que entende sua essência.

Para os profissionais do setor, abraçar a IA de maneira responsável não se trata apenas de inovação; é uma questão de manter os princípios que definem o jornalismo. A ênfase do relatório na “confiança” reforça que, embora a IA tenha seu lugar no ecossistema da narrativa visual, o papel dos fotógrafos profissionais permanece indispensável.

Conclusão: navegando o futuro com integridade

A integração da IA na mídia é inevitável, mas, como destaca o relatório VisualGPS, o caminho à frente requer uma abordagem equilibrada. Como jornalistas e criadores de conteúdo, temos a responsabilidade de usar a IA com cautela, sempre priorizando a autenticidade. A fotografia original continuará a ser uma força poderosa, particularmente na mídia local, onde a confiança é construída sobre histórias reais e rostos familiares.

Em uma era de manipulação digital crescente, o valor de visuais genuínos e inalterados não pode ser subestimado. Especialmente para o jornalismo local, a autenticidade de uma fotografia capturada por alguém que entende a comunidade sempre ocupará um espaço único e insubstituível. À medida que avançamos, vamos abraçar a IA como um complemento, e não um substituto, para a arte insubstituível da fotografia original.

IA

IA: 5 coisas básicas que você precisa fazer (já) com inteligência artificial

Não, não é um bicho de sete cabeças.

Embora a Inteligência Artificial possa parecer distante ou cara, algumas estratégias simples e práticas podem ajudar a manter os negócios relevantes e sustentáveis.

Aqui estão cinco passos básicos que editores com recursos limitados podem adotar para se manterem atualizados e se beneficiarem:

1. Automatizar tarefas simples de edição com ferramentas gratuitas

Ferramentas podem ajudar a simplificar atividades diárias, como revisar e otimizar o conteúdo. Plataformas gratuitas como Grammarly (em inglês) ou ferramentas locais de correção de português permitem verificar gramática, estilo e até sugerir melhorias. Também existem ferramentas de IA para redimensionar imagens ou melhorar a qualidade de fotos, como o Canva, que oferece um plano básico gratuito. Com isso, o processo de edição fica mais rápido, e a equipe pode se dedicar a atividades de maior impacto, como pensar em novos conteúdos.

2. Usar IA para análise de audiência e melhor compreensão dos leitores

Entender o público é essencial, e a IA pode ajudar nesse ponto, mesmo com recursos limitados. Usando ferramentas como o Google Analytics, é possível ver quais temas interessam mais ao público, quanto tempo passam em cada artigo e quais textos têm mais engajamento. Com essas informações, é possível adaptar o conteúdo para atender melhor os interesses dos leitores e aumentar a relevância. Plataformas de redes sociais, como Facebook e Instagram, também oferecem relatórios gratuitos sobre a performance dos posts, o que pode ajudar a entender o comportamento do público.

3. Adotar chatbots básicos para atendimento ao cliente

A implementação de chatbots gratuitos, como o ManyChat, pode ajudar a otimizar o atendimento aos leitores. Por meio dessas plataformas, é possível configurar respostas automáticas para perguntas comuns (como sobre assinaturas ou horário de funcionamento), melhorando a experiência do usuário e liberando a equipe para focar em outras áreas. Mesmo com uma configuração simples, essa ferramenta pode dar uma aparência mais moderna e acessível ao negócio.

4. Aproveitar ferramentas de geração de conteúdo para postagens nas redes sociais

A criação de conteúdo para redes sociais pode consumir tempo e esforço. Ferramentas como o ChatGPT, disponível em versões gratuitas e pagas, podem ajudar a gerar ideias para postagens ou até mesmo escrever rascunhos de conteúdos. Essa prática não só economiza tempo, como também permite que o conteúdo seja postado com mais frequência, ajudando a manter o público engajado. É importante sempre revisar o conteúdo para garantir que ele está alinhado com o tom da publicação.

5. Explorar a IA para análise de concorrência

Ferramentas como BuzzSumo ou Google Trends, mesmo em suas versões gratuitas, permitem ver quais assuntos estão em alta e como os concorrentes estão abordando esses temas. Com esses insights, o editor pode ajustar suas pautas para se manter atualizado e oferecer conteúdos de interesse.

Ou sim, ou sim

A Inteligência Artificial não precisa ser um bicho de sete cabeças, nem exigir grandes investimentos. Adotar essas cinco estratégias simples já pode trazer uma grande diferença para os editores do interior do Brasil, permitindo que eles se adaptem à era digital, ganhem eficiência e se conectem melhor com o público. Com paciência e pequenos passos, é possível acompanhar as mudanças sem comprometer o orçamento, garantindo que a IA seja uma aliada no crescimento e na modernização do negócio.

E mais:

Ao integrar essas ferramentas de Inteligência Artificial de maneira gradual, os editores conseguem transformar o cotidiano sem precisar de investimentos expressivos. Cada uma das estratégias propostas atua como um passo em direção à modernização e à eficiência, com foco em processos-chave do negócio. Ferramentas de automação como chatbots e análise de audiência tornam o atendimento ao público mais ágil, enquanto a geração de conteúdo e análise de concorrência com IA ajuda a planejar o futuro editorial e a criar pautas mais conectadas ao interesse dos leitores. Além de melhorar a produtividade, a IA pode proporcionar uma interação mais personalizada e direta, reforçando o papel do veículo de comunicação como uma fonte acessível e próxima de sua audiência.

Por isso, essa adoção não precisa ser complicada nem amedrontadora. Com opções gratuitas e práticas, editores de veículos menores podem começar a aplicar essas tecnologias hoje mesmo, melhorando o alcance e a qualidade de suas produções. Mais do que um luxo, a IA se torna uma ferramenta de democratização da informação, possibilitando que publicações regionais ganhem mais visibilidade e relevância em um cenário competitivo.

live commerce

Live commerce local: o poder das vendas ao vivo no varejo regional

Vamos tratar de uma tendência que está ganhando o Brasil e que pode ser a virada para veículos locais: o Live Commerce. Essa estratégia é um prato cheio para quem quer impulsionar vendas em tempo real e com engajamento direto. Imagine o seguinte: ao invés de apenas anunciar um feirão de carros, uma exposição ou uma feira de comércio, você organiza uma transmissão ao vivo diretamente do evento, onde as pessoas podem interagir, fazer perguntas e até fechar compras ali mesmo, no ato.

Live Commerce é mais do que uma simples live. É a combinação de entretenimento com venda ao vivo, onde o público não só assiste, mas também compra, interage e se sente parte daquela experiência. Pequenos veículos locais podem explorar isso de maneira estratégica, especialmente em eventos populares, como feirões de automóveis, exposições de moda, blitz em lojas ou lançamentos de produtos em mercados regionais.

Imagine uma transmissão ao vivo direto do “feirão de móveis da cidade”, com ofertas exclusivas apresentadas ao vivo para o público. Um jornalista ou apresentador do veículo local, que já é conhecido e tem credibilidade na região, entrevista o lojista, mostra detalhes dos produtos, tira dúvidas em tempo real e ainda lança promoções-relâmpago que duram apenas durante a live. Isso gera uma conexão direta com o público e dá ao anunciante o que ele quer: visibilidade e vendas imediatas.

Como fazer do live commerce um sucesso nos veículos locais

  1. Escolha o evento certo: Feirões, exposições, inaugurações, e até “blitz” de promoções são ideais para o formato de Live Commerce. São ocasiões que já atraem a curiosidade do público e, com a cobertura ao vivo, se tornam uma experiência imperdível.
  2. Ofertas e promoções exclusivas: Uma live precisa de chamariz. Crie cupons de desconto exclusivos para os espectadores, lance promoções por tempo limitado ou ofereça brindes para quem assistir até o final e efetuar a compra. A urgência é o que impulsiona a conversão.
  3. Interatividade ao máximo: O segredo do Live Commerce está na interação. Responda perguntas do público, convide pessoas a comentarem ou enviarem perguntas sobre os produtos e apresente essas respostas ao vivo. Quanto mais próximo o apresentador estiver da audiência, maior o engajamento e, consequentemente, a chance de fechar vendas.
  4. Integre o e-commerce local: O ideal é que a compra esteja a poucos cliques de distância, para que o cliente não tenha que sair da experiência para finalizar a compra. Se o lojista possui uma plataforma de e-commerce, integre o link direto de compra na live; caso contrário, o veículo local pode ajudar o anunciante a criar um canal de WhatsApp ou Messenger para agilizar as vendas durante a transmissão.
  5. Promova o live commerce com antecedência: Atraia a audiência antes mesmo do evento. Use todos os canais do veículo – redes sociais, newsletter, portal de notícias – para aquecer o público e deixar claro que aquele evento terá ofertas imperdíveis e interatividade exclusiva.
  6. Parcerias com influenciadores locais: Colaborar com influenciadores regionais pode ser um diferencial para gerar audiência na live e garantir um engajamento mais autêntico. Essas personalidades locais já possuem uma conexão forte com a audiência e sabem como falar a língua dela, gerando mais credibilidade e interesse.

Com o Live Commerce, o veículo de mídia local não está apenas vendendo espaço publicitário; ele está criando um palco de vendas em tempo real, onde o público pode conhecer os produtos, interagir e decidir a compra ao vivo. Essa estratégia aproxima o veículo dos anunciantes de varejo de forma única, oferecendo resultados práticos e imediatos. Para os anunciantes, é a chance de unir o engajamento da live com o poder de conversão do varejo direto.

A nova realidade do varejo ao vivo

Os veículos que abraçarem essa abordagem vão perceber que Live Commerce não é apenas uma ação de vendas – é uma experiência interativa que conecta o público, promove a marca e, claro, gera faturamento. O Live Commerce é a próxima fronteira para os veículos de mídia local, transformando campanhas publicitárias em eventos reais que atraem, engajam e convertem.

Black Friday

Black Friday: o jornalismo local transforma audiência em vendas

Mês de Black Friday e, vamos ser sinceros: se você é dono de veículo de mídia local, editor-chefe ou responsável por vender anúncios, já deve ter percebido que o jogo mudou. Hoje, marcas – mesmo as regionais e locais – não querem saber de métricas vazias como “impressões” e “alcance”. Elas querem resultado, venda, lead qualificado e performance. E se você ainda está oferecendo pacotes baseados no volume, sinto dizer, mas está perdendo o bonde.

A boa notícia é que existem inúmeras oportunidades para transformar o veículo local em uma máquina de geração de leads e vendas para anunciantes. E o melhor: muitas dessas estratégias ainda são um terreno pouco explorado no Brasil. Hora de pensar fora da caixa e parar de depender só dos pacotes tradicionais de mídia.

O fim da contagem de impressões e o início da era da performance

Já foi o tempo em que os anunciantes eram “enganados” com números de impressões. Eles compravam espaços que prometiam milhares de visualizações, mas a verdade é que isso não significava engajamento e muito menos venda. O cenário atual é outro. Marcas de todos os tamanhos, com a ajuda de plataformas como Google e Facebook, aprenderam a valorizar cada centavo investido em publicidade. Elas agora investem em campanhas onde cada impacto é mensurável, e a conversão em vendas ou leads é a métrica-chave.

E é aí que os veículos locais entram. Imagine o potencial: você conhece o seu público, sabe onde ele está, o que ele quer, quais são suas dores. Então, por que não explorar estratégias mais inteligentes de geração de leads para os anunciantes?

1. Landing pages exclusivas: transformando campanhas como a Black Friday em resultados

Quando foi a última vez que você ofereceu uma landing page exclusiva para um cliente? Ao invés de apenas um banner, por que não um conteúdo patrocinado com uma página personalizada que guie o usuário a uma ação específica? O usuário não quer só ver um anúncio; ele quer entender o valor do que está sendo oferecido.

Você pode, por exemplo, criar conteúdos para a marca em formatos de artigos, vídeos ou guias que conectem diretamente com o público local. E cada vez que o usuário acessa essa landing page, está mais perto de virar um lead qualificado. Você está ajudando a marca a educar, engajar e converter – e isso vale muito mais do que 1.000 impressões frias em um banner.

2. Explorar nichos e segmentação por interesse na Black Friday: é personalização ou morte

Você já mapeou os interesses e perfis do seu público? Porque quem entende de verdade a audiência são vocês. Está na hora de pensar em clusters de conteúdo para nichos específicos e transformar esses insights em ofertas customizadas para anunciantes. Não faz sentido oferecer um pacote genérico para um negócio de bairro. Por que não vender um espaço dentro de uma editoria de turismo para uma pousada? Ou um publieditorial sobre moda para uma loja de roupas local?

A segmentação é um terreno ainda tímido no Brasil, mas tem potencial gigante para conectar marcas com seus públicos de forma relevante. Isso é valor agregado: você não só vende um espaço, mas vende conexão.

3. Parcerias de co-criação na Black Friday: o produto editorial como ferramenta de venda

Sim, é hora de explorar novos formatos, e um dos mais poderosos é a co-criação de conteúdo. Se você tem uma equipe editorial talentosa, por que não colocá-la para criar junto com o anunciante?

Funciona assim: você une o conhecimento do seu time sobre o público local com o objetivo de marketing do anunciante e cria algo único. Pode ser um vídeo, um artigo de fundo, uma live interativa ou um e-book. Essa co-criação oferece muito mais valor ao público e gera um nível de engajamento que um anúncio comum jamais conseguiria. Aqui, o veículo de notícias se torna uma espécie de “hub” de conteúdo especializado que a marca sozinha não poderia criar.

4. Eventos e experiências locais: oportunidade de venda fora da tela na Black Friday

Já pensou em monetizar eventos ou experiências locais que promovam o anunciante de forma prática? Se o seu veículo já possui engajamento com a comunidade, essa é uma oportunidade de ouro para levar a publicidade para o offline de forma inteligente. Anunciantes de turismo, educação, saúde e comércio local estão mais que interessados em ver a marca deles inserida em eventos que unam entretenimento e informação – isso reforça a confiança e gera leads quentes.

Imagine um evento de saúde patrocinado por clínicas e farmácias da região, onde o veículo local fica responsável pela organização e pela comunicação. Ou uma feira de empreendedorismo local patrocinada por bancos, onde o veículo media workshops. Esses eventos geram networking, vendas e ainda solidificam a marca do veículo como ponto de encontro do que importa na região.

5. Programas de afiliados e e-commerce local na Black Friday: dinheiro direto no caixa

E se o veículo local pudesse ganhar comissionamento por vendas realizadas por meio das campanhas que promove? Criar programas de afiliados é uma ideia pouco explorada, mas que pode ser um verdadeiro achado para veículos locais. Com isso, você amarra a publicidade a um resultado de venda, e o anunciante não paga só pelo espaço, mas pelo resultado.

Imagine se o seu site oferece um guia com os “Melhores Restaurantes da Cidade” e, a cada reserva feita por meio do link, o restaurante paga uma comissão ao veículo. É a monetização direta do conteúdo e o sonho de qualquer anunciante que busca retorno real. Você não vende impressões – vende vendas. É um modelo de parceria que coloca o veículo local no topo da lista de investimento de qualquer anunciante que pense em performance.

6. Automação de lead scoring: a tecnologia como aliada da mídia local e a Black Friday

Ok, pode ser que “área de tecnologia” soe como piada para alguns veículos locais, mas é preciso investir nesse front. Se você ainda não começou, está na hora de construir sua base de dados, organizar seu CRM e usar tecnologia para marcar cada interação com o usuário. Um bom sistema de lead scoring permite entregar leads quentes para o anunciante – e isso vale ouro.

Sistemas de automação são mais acessíveis do que nunca, e uma equipe de vendas com inteligência de dados é capaz de transformar campanhas editoriais em um fluxo constante de leads. Imagine poder dizer para o anunciante que o seu veículo sabe o perfil exato de cada lead, quando ele interage e quais os temas que mais o interessam. Você deixa de ser um veículo de mídia e se torna um parceiro estratégico de vendas.

Hora de agir

Os veículos locais no Brasil têm uma oportunidade rara em mãos: usar seu conhecimento profundo da comunidade para gerar resultados reais para os anunciantes. É uma questão de mudança de mentalidade, de parar de vender “volume” e começar a vender “performance”. Quem entende o público e investe em inovação vai crescer e se destacar em um mercado que, sim, está mudando rápido – e para melhor.

Então, para os donos de veículos, editores, líderes comerciais e de tecnologia: o caminho para a relevância passa por abraçar a performance, explorar novos formatos e sair do modelo velho de volume por volume. O futuro é claro e as oportunidades estão na sua frente.

Uma dica extra de ouro: o poder da live commerce local.

Ad exchange

Ad Exchange: aprenda como monetizar e fazer configurações

A plataforma Acelera, da Alright, oferece uma oportunidade única para aqueles que desejam otimizar sua receita com anúncios. Por meio de um curso gratuito e de um serviço de configuração especializado, o Acelera ensina passo a passo como configurar o Google Ad Manager para a demanda da Ad Exchange, permitindo que você aumente sua monetização com publicidade programática de alta qualidade.

No curso “Como Configurar o Ad Manager para a Demanda da Ad Exchange”, você aprenderá desde o básico, como aceitar convites e gerenciar o inventário, até detalhes técnicos de configuração de pedidos de anúncios. Este tutorial está estruturado em vídeo aulas e materiais de apoio em PDF para facilitar o aprendizado, com instruções claras sobre como ativar e gerenciar a Ad Exchange.

Com esse curso gratuito, é possível dar os primeiros passos rumo a uma gestão de inventário eficiente e rentável.

O que você vai aprender neste curso sobre Ad Exchange

O curso cobre diversas etapas importantes para quem deseja configurar a Ad Exchange. Entre os tópicos abordados estão:

  • Aceitação de convites de redes: Entenda como aceitar convites para gerenciar redes no Google Ad Manager.
  • Delegação de gerenciamento de conta: Saiba quais informações são necessárias para delegar o gerenciamento de contas de forma segura.
  • Habilitação da Ad Exchange: Aprenda a desativar o AdSense e a habilitar a Ad Exchange, iniciando a veiculação de anúncios programáticos.
  • Configuração de pedidos e itens de linha: Configure pedidos de anúncios e itens de linha otimizados para maximizar a monetização.
  • Criação de blocos de anúncios (Ad Units): Estruture blocos de anúncios adequados para diferentes tipos de conteúdos e dispositivos.

O curso também se destaca por fornecer tarefas práticas e questionários para testar o conhecimento adquirido. Ao final, os alunos recebem um certificado de conclusão, comprovando sua competência na gestão de anúncios com o Google Ad Manager.

Principais benefícios do curso sobre Ad Exchange

Os alunos que completarem o curso terão habilidades fundamentais para maximizar a monetização de seus inventários de anúncios. Entre os principais benefícios, estão:

  • Monetização eficiente: Comece a gerar receita com anúncios programáticos de qualidade e aumente seu rendimento.
  • Otimização de receita: Configure seus blocos de anúncios e pedidos para aproveitar ao máximo cada espaço publicitário.
  • Conformidade com políticas do Google: Assegure que seus sites e anúncios estejam em total conformidade, evitando penalidades.
  • Gerenciamento centralizado: Controle todas as contas de inventário e parceiros diretamente pelo Google Ad Manager.

Para quem busca uma solução prática e sem complicações, o Acelera também oferece o serviço de configuração da Ad Exchange. Esse serviço é ideal para proprietários de sites e veículos de mídia locais que desejam iniciar a monetização com anúncios programáticos, mas preferem contar com suporte especializado para garantir uma configuração eficiente e conforme as diretrizes do Google.

O serviço de configuração da Ad Exchange inclui:

  • Conexão rápida com a Ad Exchange: Integração eficiente da Ad Exchange ao Google Ad Manager, pronta para iniciar a exibição de anúncios.
  • Ativação da Ad Exchange: O time de especialistas garante que a Ad Exchange esteja habilitada corretamente, pronta para operar.
  • Suporte técnico: Assistência completa durante o processo de configuração, incluindo suporte pós-implementação para ajustes, garantindo que a monetização ocorra de forma contínua e eficiente.

O processo de configuração é pensado para ser ágil e descomplicado, com um prazo de entrega de até três dias úteis após o contato inicial. Todo o suporte é feito de maneira remota, com reuniões de alinhamento e suporte técnico via Meet, e-mail e WhatsApp.

Ambas as soluções – o curso e o serviço de configuração – são voltadas para profissionais que buscam aprimorar a gestão de inventários publicitários online. Entre o público-alvo estão:

  • Profissionais de marketing digital que desejam entender e otimizar a monetização de anúncios.
  • Gestores de contas de publicidade online que lidam com múltiplos parceiros e redes de anúncios.
  • Anunciantes e publishers que já utilizam o Google AdSense e querem expandir para a Ad Exchange.

Com essas ferramentas, profissionais de mídia e marketing têm o suporte necessário para transformar seus inventários publicitários em fontes de receita programática robustas e otimizadas.

jornalismo colaborativo

7 estratégias de gestão de projetos no Jornalismo Colaborativo

Jornalismo Colaborativo como tendência. Com temas globais como mudanças climáticas, corrupção e violações de direitos humanos dominando as manchetes, a colaboração entre jornalistas de diferentes países se torna essencial para investigações profundas e impactantes. Este cenário complexo é exatamente o que Coco Gubbels, especialista em gestão de projetos de jornalismo investigativo, aborda em seu guia “Gestão de Projetos: Jornalismo Colaborativo”, publicado pela Global Investigative Journalism Network (GIJN).

Gubbels, que possui uma vasta experiência tanto como jornalista quanto como gerente de projetos, traz uma perspectiva prática e essencial para a execução de investigações colaborativas eficazes. Com base na introdução do guia de Gubbels, elencamos as principais estratégias apresentadas pela especialista. 

A evolução do Jornalismo Colaborativo

A colaboração no jornalismo não é nova. Desde a fundação da Associated Press, no século XIX, o trabalho conjunto entre veículos já mostrava vantagens ao compartilhar conteúdo e recursos.

Hoje, porém, essa colaboração vai muito além, alimentada pela internet e pela facilidade de comunicação global, e se reflete em investigações colaborativas que envolvem múltiplas equipes e cruzam fronteiras para cobrir questões de interesse mundial. Mas, para que esses projetos sejam bem-sucedidos, é fundamental uma gestão eficiente que garanta o cumprimento de prazos, a alocação de recursos e a harmonização de diferentes perfis profissionais.

Em investigações colaborativas, se sobressai o papel do gerente de projetos. Segundo Gubbels, ele não é um líder no sentido tradicional, que dita uma direção, mas sim um facilitador que orienta a equipe.

Sua função é garantir que o trabalho seja organizado, as metas sejam cumpridas e que a comunicação entre os membros ocorra de forma fluida, mesmo em equipes multiculturais. Esse papel envolve também o controle do orçamento e de riscos, duas áreas que podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma investigação.

Habilidades necessárias no Jornalismo Colaborativo

O gerente de projetos deve ser prático, organizado e tecnologicamente competente. No ambiente dinâmico do jornalismo, ele precisa administrar tarefas simultâneas, ser diplomático para resolver conflitos e garantir que todos os envolvidos estejam alinhados. Além disso, deve ser um construtor de consenso, que assegura que os acordos da equipe sejam mantidos e que mudanças sejam discutidas com transparência.

No entanto, uma questão recorrente no jornalismo é se o gerente de projetos deve também atuar como jornalista. Gubbels argumenta que essa dupla função pode gerar conflitos de interesse, já que a visão do projeto pode diferir das perspectivas individuais de cada repórter.

Em alguns casos, um membro da equipe pode assumir a função de gerente de projetos de forma parcial, mas essa decisão precisa ser discutida e consensuada.

Tópicos centrais para a gestão no Jornalismo Colaborativo

O guia de Gubbels é dividido em seis áreas principais que oferecem uma estrutura prática para projetos colaborativos:

  • Gestão de projetos: Jornalismo Colaborativo
  • Dinâmica de Equipe e Colaboração
  • Gerenciamento de Projetos: Planejamento e Cronogramas
  • Orçamento e Gestão de Recursos
  • Tecnologia e Ferramentas
  • Gestão de Riscos e Segurança
  • Avaliação e Análise Pós-projeto

Cada membro da equipe pode ter uma experiência cultural e jornalística diferente, o que enriquece a investigação, mas também requer um gerenciamento sensível e atento. Isso é comum em equipes com profissionais de diferentes comunidades, regiões e identidades.

A equipe deve não apenas compartilhar a mesma visão, mas também respeitar os prazos e as diretrizes estabelecidas. Um projeto bem gerido promove um ambiente de confiança, onde a equipe trabalha em sinergia, potencializando a força de cada membro.

O futuro do gerenciamento de projetos no Jornalismo Colaborativo

No ambiente corporativo, o gerenciamento de projetos é uma função consolidada. No jornalismo, no entanto, o conceito de “projeto” ainda é relativamente novo e, por muito tempo, foi visto com ceticismo. Termos como “gerente de projetos” ou “coordenador editorial” ainda estão ganhando espaço. Mas à medida que o jornalismo colaborativo cresce, o papel do gerente de projetos torna-se cada vez mais reconhecido e valorizado.

A abordagem de Gubbels oferece um modelo que pode ser adotado por organizações que buscam uma gestão eficiente e colaborativa. Na prática, o sucesso do jornalismo colaborativo exige não só o talento individual dos jornalistas, mas uma estrutura de apoio que garanta a coesão e a eficiência do projeto.

Coco Gubbels defende que o jornalismo colaborativo não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para enfrentar as questões mais urgentes de nosso tempo. O guia de gestão de projetos da GIJN é um recurso valioso para jornalistas e gerentes de projeto que buscam aprimorar suas habilidades e enfrentar os desafios de grandes investigações colaborativas.

No fim das contas, o jornalismo colaborativo bem estruturado não é apenas sobre a história, mas sobre como construir uma equipe e um processo que permitam que a verdade seja contada em escala global.

chatgpt

Nova funcionalidade de busca no ChatGPT: OpenAI desafia Google e Microsoft

No final de outubro, a OpenAI introduziu oficialmente uma nova funcionalidade de busca em seu popular chatbot ChatGPT, consolidando sua posição como um competidor direto de gigantes como Google e Microsoft no setor de pesquisas online. Após um período de testes beta iniciado em julho, sob o nome de SearchGPT, a ferramenta agora oferece resultados em tempo real, abrangendo desde atualizações esportivas e cotações de ações até notícias, condições climáticas e outras informações, graças a parcerias com provedores de dados e buscas na web.

Nova funcionalidade no ChatGPT

O momento é estratégico para a OpenAI, que recentemente concluiu uma rodada de financiamento avaliada em US$ 157 bilhões e garantiu uma linha de crédito rotativa de US$ 4 bilhões. No entanto, a empresa enfrenta desafios, incluindo controvérsias sobre sua busca por lucratividade e a saída de executivos importantes.

Com a inclusão da nova funcionalidade de busca, o ChatGPT passa a representar uma potencial ameaça ao domínio do Google no segmento de pesquisas, especialmente considerando o crescente interesse do público por soluções baseadas em inteligência artificial. A iniciativa reforça a concorrência direta com a própria Microsoft, que já investiu US$ 14 bilhões na OpenAI, mas vê suas ferramentas de IA, como o Copilot e o Bing, disputando espaço com os produtos da parceira.

Segundo a OpenAI, a nova funcionalidade permite que os usuários façam perguntas em um formato de conversa contínua, tornando a busca mais natural e intuitiva. O sistema é uma versão aprimorada do GPT-4o, a tecnologia de IA mais avançada da empresa, e opera com o suporte de conteúdo de parceiros e fontes de notícias de terceiros.

No entanto, essa transição para um modelo de negócios mais rentável não ocorre sem tensões. Empresas de mídia como o New York Times e o Wall Street Journal já moveram ações judiciais contra a OpenAI e sua parceira Microsoft, alegando uso indevido de conteúdo protegido por direitos autorais. Essa questão destaca um dos principais desafios que a expansão das ferramentas de IA com busca direta impõe: a diminuição do tráfego em sites de notícias e, consequentemente, da receita publicitária, uma das bases financeiras do setor.

Para enfrentar essa realidade, veículos de comunicação precisarão buscar novas estratégias, como parcerias com plataformas de IA e modelos de assinaturas, além de exigir compensações justas pelo uso de seu conteúdo. O equilíbrio entre a oferta de respostas rápidas e a remuneração dos criadores de conteúdo se torna essencial para garantir a sustentabilidade e a qualidade do jornalismo em um cenário digital em transformação.

Mais alguns desafios na precisão de informações com ChatGPT

Outro desafio para a OpenAI está na transparência e na precisão das informações oferecidas pelo ChatGPT com busca. Embora o modelo seja capaz de fornecer respostas em tempo real e de consolidar informações de diversas fontes, a natureza dos modelos de linguagem ainda suscita preocupações sobre a veracidade e a confiabilidade das respostas. Mesmo com parcerias de fontes verificadas, há um risco de que o sistema forneça informações imprecisas ou mal interpretadas, especialmente em tópicos complexos ou sensíveis. A OpenAI precisará investir em mecanismos de controle e validação dos dados, além de explorar maneiras de sinalizar a origem de cada informação para reforçar a credibilidade do serviço.

Além disso, a integração de uma funcionalidade de busca robusta no ChatGPT levanta questões sobre a privacidade e o uso de dados dos usuários. Empresas de tecnologia que operam em larga escala já enfrentam críticas sobre o uso indevido de informações pessoais, e espera-se que a OpenAI adote políticas rigorosas para garantir que a experiência de busca no ChatGPT não comprometa a segurança dos dados dos usuários.

Por fim, a chegada do ChatGPT como um mecanismo de busca também deve acelerar o desenvolvimento de novas regulamentações para o setor de IA. Legisladores em várias partes do mundo estão atentos ao impacto da IA generativa e de busca na economia digital e na sociedade, com discussões que vão desde a proteção dos direitos autorais até o combate à disseminação de desinformação.

Esse cenário exige que a OpenAI e outras empresas do setor mantenham diálogo constante com reguladores e adaptem suas operações para se alinhar a futuras regulamentações. Se bem-sucedida, a OpenAI poderá consolidar o ChatGPT como uma ferramenta de busca poderosa, inovadora e responsável, moldando o futuro das pesquisas online e expandindo ainda mais as fronteiras da IA.

Jornalismo regional

O papel do jornalismo regional no fortalecimento da democracia e da identidade local

Em um cenário de constante evolução digital e centralização de veículos de comunicação em grandes centros urbanos, o jornalismo regional surge como um pilar essencial para a preservação da identidade local e o fortalecimento da democracia. Mais do que noticiar acontecimentos de interesse imediato, o jornalismo regional cria uma conexão entre as comunidades, contribui para a conscientização pública e oferece um espaço para as vozes locais serem ouvidas.

A Importância do Jornalismo Regional

O jornalismo regional tem a capacidade de abordar temas que afetam diretamente a vida dos cidadãos e que muitas vezes passam despercebidos pela mídia nacional. Questões como políticas públicas locais, qualidade dos serviços essenciais (saúde, transporte e educação), e desafios enfrentados por pequenas empresas e iniciativas culturais regionais têm um impacto profundo e específico nas comunidades. O foco nos acontecimentos locais fortalece o senso de pertencimento e permite que os cidadãos se sintam parte ativa do ambiente onde vivem.

Além disso, o jornalismo regional desempenha um papel fundamental na responsabilização de autoridades e empresas. Em regiões onde o acesso à informação é limitado, é comum que casos de corrupção e má administração ocorram sem a devida exposição. A presença de um jornalismo local robusto e comprometido com a transparência se torna um mecanismo essencial de controle social.

Desafios do Jornalismo Regional

Com a crescente dificuldade financeira enfrentada pela indústria jornalística, os veículos de comunicação regional frequentemente enfrentam dificuldades de recursos. A queda de receitas publicitárias e a centralização dos investimentos midiáticos em plataformas nacionais ou internacionais limitam o crescimento e a sobrevivência das pequenas redações locais. Em muitos casos, isso leva à redução de equipes, a uma cobertura mais superficial e, eventualmente, ao fechamento de veículos, o que deixa as comunidades sem fontes de informação independentes e confiáveis.

Outro desafio importante é a digitalização. Muitas publicações regionais ainda enfrentam dificuldades para migrar para plataformas digitais, tanto por questões financeiras quanto por falta de conhecimento sobre como integrar essas novas tecnologias aos processos editoriais. Nesse sentido, o jornalismo regional perde alcance e competitividade em um mundo cada vez mais digital.

Oportunidades de Inovação e Sustentabilidade no Jornalismo Regional

Mesmo diante dos desafios, o jornalismo regional encontra novas oportunidades para se reinventar e prosperar. Com o advento das redes sociais e das plataformas de comunicação digital, os jornais locais podem alcançar uma audiência muito maior do que no passado. Ferramentas de comunicação digital, como newsletters, podcasts e redes sociais, permitem uma proximidade maior com o público e facilitam a disseminação de informações relevantes.

Para além das ferramentas digitais, parcerias com outras organizações e veículos regionais podem fortalecer a rede de informações locais. Iniciativas colaborativas entre publicações de diferentes regiões permitem uma troca de experiências e práticas que beneficiam todos os envolvidos e ampliam o alcance das notícias.

Outro ponto importante é a diversificação de modelos de receita. Além das tradicionais fontes publicitárias, o jornalismo regional pode explorar modelos de assinaturas e doações, além de buscar apoio através de programas de financiamento e subsídios específicos para veículos locais.

O Futuro do Jornalismo Regional

O futuro do jornalismo regional depende de sua capacidade de se adaptar às transformações digitais e de encontrar modelos de sustentabilidade que garantam sua independência editorial. Mesmo em um mundo altamente globalizado, a necessidade de notícias locais é constante e relevante. É essencial que o jornalismo regional continue desempenhando seu papel de vigilante das realidades locais e de defensor das vozes das comunidades.

Em um cenário ideal, o jornalismo regional se fortalecerá com a convergência entre o digital e o local, usando a tecnologia para expandir seu alcance e fidelizar seu público. A preservação e valorização do jornalismo regional são fundamentais para a construção de sociedades mais informadas, conscientes e democráticas. Afinal, a identidade de um povo é moldada também pela forma como ele se vê e se reconhece em suas próprias histórias.

O papel da iniciativa privada, do Jornalismo Regional e dos Governos

Governos e empresas privadas têm um papel crucial na construção de uma democracia forte e transparente. O investimento no jornalismo local, especialmente em um país como o Brasil, onde as desigualdades regionais são profundas, é essencial para garantir que a população tenha acesso a informações confiáveis e de qualidade. Esse apoio financeiro ao jornalismo não deve ser visto apenas como uma ação de marketing ou de comunicação institucional, mas como um compromisso com a sustentabilidade da informação e a promoção da cidadania.

A mídia local é fundamental para fortalecer o tecido social, pois cobre pautas comunitárias e denuncia problemas que muitas vezes não chegam à atenção nacional. Quando governos e a iniciativa privada decidem alocar parte de seus recursos publicitários em veículos regionais, eles promovem a pluralidade de vozes e asseguram que as populações fora dos grandes centros urbanos sejam igualmente atendidas e informadas.

Ao financiar o jornalismo local de maneira equilibrada e ética, esses atores não só apoiam um setor em dificuldades financeiras, mas contribuem para a construção de uma sociedade mais informada, capaz de exercer plenamente sua cidadania. Em última análise, isso ajuda a criar um ambiente onde a informação circula livremente e de forma acessível a todos, o que é vital para o fortalecimento de uma democracia robusta.

conteúdo

Desenvolva 4 habilidades essenciais para criação de conteúdos com Inteligência Artificial

Pensando no cenário digital atual, o curso “Domine a Criação de Conteúdos com Inteligência Artificial”, está voltado para quem quer aprimorar habilidades e impulsionar sua produção com o apoio de ferramentas inovadoras. Este curso prático e acessível vai guiá-lo na utilização de IA para criar conteúdos envolventes, adaptar a linguagem para diferentes públicos e até gerar imagens que complementam seus textos.

O curso é uma excelente oportunidade para quem deseja se destacar no mercado digital e está disponível na plataforma da Alright de aceleração de negócios, o Acelera.

Desenvolvendo habilidades de conteúdo com IA

Interessado em ampliar suas habilidades e transformar o conteúdo que produz?

Se você já faz parte do Acelera, basta acessar a área de membros para iniciar o curso. Se ainda não é membro, o cadastro é fácil para explorar os benefícios exclusivos para criadores de conteúdo, publishers e jornalistas.

Conteúdo do curso e habilidades com IA

Este curso foi estruturado para que você aprenda desde o básico até técnicas avançadas, tudo com o suporte de ferramentas poderosas como ChatGPT, Microsoft Copilot e Google Gemini. Veja o que você aprenderá:

  1. Criação de Conteúdos Personalizados
    No curso, você aprenderá a elaborar prompts eficazes para que a IA produza textos ajustados às suas necessidades e ao seu público-alvo. Saber como pedir o que você quer que a IA faça é fundamental para obter os melhores resultados.
  2. Adaptação de Linguagem
    Nem todos os públicos falam da mesma maneira ou têm as mesmas preferências. O curso ensina a ajustar o tom e a formalidade dos textos de acordo com a faixa etária e estilo do seu público, seja ele jovem, profissional ou mais maduro.
  3. Geração de Imagens Personalizadas
    Além dos textos, o curso também aborda a criação de imagens personalizadas usando IA, permitindo enriquecer seus artigos e postagens com visuais que captam a atenção e adicionam valor ao conteúdo.
  4. Transcrição de Áudio para Texto
    Aproveite o conteúdo de áudio que você já tem e transforme-o em texto facilmente com ferramentas como Google Speech-to-Text e Descript. Esta funcionalidade é ideal para jornalistas e criadores que trabalham com entrevistas, podcasts ou gravações.

Principais Benefícios na Criação de Conteúdo

A Alright montou este curso para garantir que você saia com habilidades práticas e aplicáveis. Aqui estão alguns dos benefícios mais notáveis:

  • Domínio das Principais Ferramentas de IA
    Com este curso, você dominará as ferramentas mais atuais do mercado, incluindo ChatGPT, Microsoft Copilot e Google Gemini. Aprenderá a usar essas plataformas para criar textos rápidos e de alta qualidade, permitindo que seu conteúdo se destaque.
  • Adaptação para Diferentes Públicos
    A arte de adaptar o estilo para cada audiência é um diferencial importante. O curso orienta sobre como aplicar diferentes linguagens de forma prática, sejam elas voltadas para uma audiência jovem ou madura.
  • Transcrição Eficiente de Áudio para Texto
    Transforme suas gravações em textos organizados, prontos para serem usados, economizando tempo e aumentando sua produtividade.
  • Criação de Imagens Únicas com IA
    A geração de imagens pode dar vida ao seu conteúdo, tornando-o mais visualmente atraente e relevante para o público.

Formato e conteúdo do curso 

Este curso é ministrado em formato de videoaulas, com exemplos práticos e sem pré-requisitos, ou seja, é acessível para qualquer nível de conhecimento. Ao final do curso, você receberá um certificado de conclusão, que pode enriquecer seu portfólio e demonstrar sua especialização no uso de IA para criação de conteúdo.

A capacitação foi desenhada para profissionais de diversas áreas da comunicação:

  • Publishers e Criadores de Conteúdo
    Pessoas que desejam diversificar suas habilidades e se tornarem mais competitivas no mercado digital.
  • Jornalistas
    Para jornalistas, a IA oferece uma nova maneira de otimizar o fluxo de trabalho e melhorar a produtividade, desde a transcrição até a geração de imagens para ilustrar reportagens.
  • Qualquer Pessoa Interessada em IA para Conteúdos
    Se você tem curiosidade sobre como a IA pode melhorar a qualidade dos textos e imagens que produz, este curso é para você.

O conteúdo foi cuidadosamente estruturado para oferecer uma experiência de aprendizado dinâmica:

  1. Introdução às Ferramentas de IA
    Saiba como funcionam e como aplicá-las na criação de conteúdo.
  2. Elaboração de Prompts Eficazes
    Técnicas para obter os melhores resultados de ferramentas como ChatGPT.
  3. Adaptação para Públicos Diversos
    Estratégias para ajustar o conteúdo a diferentes perfis de audiência.
  4. Criação de Imagens com IA
    Recursos para dar suporte visual ao seu conteúdo.
  5. Uso de Ferramentas de Transcrição
    Como converter áudio em texto, um passo essencial para a otimização.

O curso é ministrado por um grupo de especialistas da Alright. Ao longo do curso, você contará com a experiência de uma equipe que entende a importância de transformar a criação de conteúdos na era digital e de potencializar o impacto da comunicação por meio de IA.

Prepare-se para dar um salto na sua carreira e dominar a criação de conteúdos com inteligência artificial! Inscrições (clique aqui).

saúde mental

Participe da pesquisa nacional 2024 sobre saúde mental de jornalistas 

A saúde mental de jornalistas brasileiros está no centro de uma importante pesquisa nacional conduzida pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) em parceria com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essa pesquisa, coordenada pelo professor Marcelo Kimati Dias, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná, visa identificar as variáveis associadas ao sofrimento mental na profissão para implementar políticas que promovam ambientes mais seguros e saudáveis para esses profissionais.

Contexto desafiador para a saúde mental e o jornalismo no Brasil

O jornalismo é reconhecidamente uma profissão que exige alta capacidade de adaptação e resiliência, especialmente no Brasil, onde desafios como a pressão por resultados, o ritmo acelerado, e o contato constante com temas delicados, como violência e política, geram altos níveis de estresse. Esses fatores são agravados pelo aumento da violência contra jornalistas, especialmente em coberturas investigativas e políticas, o que torna ainda mais crítico o cuidado com a saúde mental desses profissionais.

Jornalistas no mundo todo enfrentam taxas de esgotamento mental preocupantes, e a situação no Brasil acompanha essa tendência. Diante disso, iniciativas como a pesquisa FENAJ-Fundacentro não só alertam sobre a necessidade de apoio psicológico, mas abrem caminho para mudanças estruturais no ambiente de trabalho jornalístico.

A pesquisa nacional e a saúde mental de jornalistas

A pesquisa, de metodologia quantitativa, será realizada por meio de um questionário padronizado e escalas autoaplicáveis de saúde mental, garantindo o sigilo das respostas. Este estudo busca ir além das experiências individuais e mapear fatores que afetam coletivamente a saúde mental no setor. O objetivo é traçar um panorama que ofereça dados concretos sobre os principais fatores de sofrimento mental entre jornalistas, como jornadas longas, exposição a situações traumáticas, assédio e insegurança no emprego.

Ao identificar esses elementos, a FENAJ e a Fundacentro pretendem impulsionar políticas que amparem e fortaleçam os jornalistas, promovendo um ambiente de trabalho mais sustentável. A criação de programas de apoio psicológico e campanhas de conscientização interna são algumas das possibilidades que podem surgir a partir dos resultados da pesquisa.

A importância de cuidar da saúde mental dos jornalistas

Cuidar da saúde mental dos jornalistas é fundamental, tanto para o bem-estar individual desses profissionais quanto para a sociedade em geral. Jornalistas desempenham atividade central na defesa da democracia, mantendo o público informado e investigando questões que impactam diretamente a vida das pessoas. O sofrimento mental não tratado pode comprometer a qualidade do trabalho jornalístico e, eventualmente, afetar a confiança do público na imprensa.

Além disso, o impacto psicológico no jornalismo é muitas vezes subestimado. A pressão para produzir conteúdo constantemente, lidar com prazos apertados e gerenciar dados pode levar ao burnout, um esgotamento emocional e físico que prejudica a vida profissional e pessoal. Sem apoio adequado, jornalistas acabam enfrentando casos e episódios de transtornos como ansiedade e depressão, e muitos relatam dificuldades em equilibrar a vida pessoal e profissional.

Políticas para proteger a saúde dos jornalistas

A criação de políticas específicas de saúde mental para jornalistas pode ser um divisor de águas no setor. Caminhos podem apontar para o desenvolvimento de políticas que incluam suporte psicológico contínuo, conscientização sobre a importância do autocuidado e ambientes de trabalho que respeitem a carga de trabalho. Empresas e organizações jornalísticas que adotam uma postura proativa em relação ao bem-estar mental dos funcionários geralmente observam uma melhora significativa no engajamento, produtividade e retenção de talentos.

Colabore com a pesquisa sobre saúde mental dos jornalistas

Para jornalistas que desejam contribuir com a pesquisa, o processo é simples. Basta preencher um formulário inicial que autoriza o envio do questionário. Essa participação visa construir uma base de dados que represente a realidade dos profissionais no Brasil. Os dados coletados servirão como um recurso para a criação de iniciativas que protejam e promovam a saúde mental no jornalismo.

A Pesquisa Nacional Saúde Mental dos Jornalistas é uma oportunidade para que a profissão dê um passo à frente na promoção do bem-estar dos profissionais que, dia após dia, informam e impactam a sociedade. Ao participar, os jornalistas contribuem para uma causa que não só melhora suas condições de trabalho, mas fortalece o jornalismo como um todo. Com políticas adequadas, será possível criar um ambiente onde o trabalho informativo seja realizado de forma sustentável, assegurando uma profissão mais protegida e respeitada. A pesquisa FENAJ-Fundacentro, portanto, é não apenas um levantamento, mas uma iniciativa de valorização e reconhecimento do trabalho dos jornalistas.

Para mais informações sobre como participar, os jornalistas interessados podem acessar o formulário e contribuir com essa causa que promete impactar profundamente o futuro do jornalismo no Brasil.

Disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeMwdOQ9MEMET_jsqENp4tNT1HKi1au3z_vn0LYkiQMqXexzg/viewform 

IA

IA agora pode controlar seu desktop — com sua permissão; funcionalidades do Claude 3.5 Sonnet

Desde que a OpenAI lançou o ChatGPT ao público em novembro de 2022, os chatbots de inteligência artificial baseados em prompts rapidamente se tornaram populares, conquistando a atenção e o engajamento dos usuários. Não demorou para que gigantes da tecnologia, como Google, Meta e outros, entrassem na disputa, apresentando suas próprias plataformas de IA capazes de responder perguntas, redigir artigos e até mesmo gerar imagens e vídeos.

Agora, essas ferramentas estão prestes a dar um salto evolutivo, passando de simples assistentes virtuais para operadores capazes de manipular programas e sistemas de computador com a mesma destreza de seus criadores humanos.

Recentemente, Anthropic, uma empresa de pesquisa em inteligência artificial, lançou uma atualização significativa para o seu modelo Claude 3.5 Sonnet. O novo lançamento promete mudar à forma como interagimos com os computadores, coisa que o Bill Gates já esta falando desde 2023

Com a introdução de uma API beta chamada “Computer Use”, o Claude 3.5 Sonnet ganhou a capacidade de executar ações físicas em um desktop, imitando teclas, cliques e gestos do mouse. Em outras palavras, o modelo agora pode “sentar” ao lado de um usuário e ajudar nas tarefas de maneira ativa, transformando o conceito de agentes de IA em algo mais próximo de uma realidade cotidiana.

Neste artigo, vou explorar essa nova tecnologia e seu potencial impacto em nossas vidas, especialmente no que diz respeito à capacidade ativa dos computadores de nos ajudar no dia a dia. É uma mudança que pode facilitar enormemente nosso trabalho, reduzindo a necessidade de intervenção manual em diversas tarefas. Vamos entender melhor como o Claude 3.5 Sonnet funciona, suas limitações, e como isso se encaixa na evolução dos agentes de IA.

IA e a nova era dos computadores ativos

Quando falamos de agentes de IA, o que vem à mente geralmente são assistentes de voz ou chatbots que respondem a perguntas e realizam tarefas limitadas com base em comandos de texto. Contudo, a atualização do Claude 3.5 Sonnet nos apresenta funcionalidades que vão além do convencional. A camada de execução de ação, a principal novidade do modelo, permite que ele interaja fisicamente com o sistema operacional de um computador. Isso significa que agora o modelo pode imitar comandos do teclado, cliques do mouse e até gestos. Com essa capacidade, Claude 3.5 Sonnet pode navegar em sites, interagir com aplicativos e até executar tarefas mais complexas, como configurações de sistema.

A mudança marca o início de uma era em que os computadores deixam de ser apenas ferramentas passivas para se tornarem participantes ativos do processo de trabalho. Isso implica muito na forma como lidamos com tarefas repetitivas e processos multi-etapas. Permite que a tecnologia controle ações mundanas, enquanto humanos focam em atividades de maior valor.

IA: vantagens e limitações do novo modelo

A Anthropic afirma que, embora o Claude 3.5 Sonnet tenha sido desenvolvido para executar tarefas ao nível de desktop, ainda apresenta dificuldades em ações básicas, como rolagem e zoom. Isso se deve, em parte, à forma como o modelo faz capturas de tela e as utiliza para juntar informações do ambiente virtual. Além disso, o modelo pode falhar em detectar notificações temporárias, o que limita sua eficácia em alguns cenários.

Apesar dessas limitações, o Claude 3.5 Sonnet pode superar outros modelos de IA, como o GPT-4 da OpenAI, em certas tarefas de codificação e desenvolvimento de software. Isso é interessante, dado que o Claude 3.5 não foi explicitamente treinado para programação. A habilidade do modelo de corrigir e refazer tarefas também adiciona um nível de resiliência, permitindo que ele persista em objetivos que requerem múltiplas etapas, aumentando sua aplicabilidade em situações do mundo real.

Riscos e medidas de segurança com IA

Naturalmente, a expansão das capacidades dos modelos de IA traz à tona preocupações sobre segurança e possíveis usos indevidos. A Anthropic reconhece que o Claude 3.5 Sonnet pode ser utilizado para fins prejudiciais se não forem tomadas medidas de precaução. Por exemplo, permitir que uma IA tenha o controle de ações no desktop de um usuário pode representar riscos significativos se mal utilizada. 

Para aliviar esses contratempos, a Anthropic implementou medidas significativas, tais como garantir que o protótipo não seja instruído com capturas de tela ou solicitações de usuários. 

Além disso, classificadores específicos foram implementados para guiar o modelo longe de 

ações consideradas de alto risco, como postar em mídias sociais, criar contas ou interagir com sites governamentais.

Essa abordagem proativa é essencial para garantir que a tecnologia seja usada de forma ética e segura. Embora existam preocupações legítimas, acredito que os benefícios dessa tecnologia superam os riscos, especialmente quando se considera o potencial de facilitar significativamente o trabalho humano.

O papel dos agentes de IA na transformação do trabalho

O grande trunfo dos modelos como o Claude 3.5 Sonnet é a capacidade de transformar computadores passivos em assistentes ativos. Historicamente, as máquinas de computação exigiram que os usuários assumissem a responsabilidade de instruí-las e direcioná-las em cada passo do caminho. Com a introdução dos agentes de IA, essa dinâmica muda, pois os computadores podem começar a antecipar nossas necessidades e executar tarefas de forma proativa.

Imagine, por exemplo, uma rotina de trabalho em que você precisa acessar dezenas de aplicativos para concluir um projeto. Em vez de passar horas clicando, digitando e organizando janelas, um agente de IA poderia fazer tudo isso por você, executando ações sequenciais para concluir a tarefa. Além de liberar tempo, essa automação pode reduzir erros, já que o modelo executa as ações de forma precisa e repetitiva. Para freelancers e profissionais que lidam com múltiplos projetos, essa tecnologia é um divisor de águas.

O Claude 3.5 Haiku e o futuro dos modelos multimodais

Além do lançamento do Claude 3.5 Sonnet, a Anthropic também está atualizando o modelo Haiku, uma versão mais acessível e eficiente da série Claude. A nova versão, Claude 3.5 Haiku, promete desempenho semelhante ao Claude 3 Opus, mas com o mesmo custo do Haiku anterior. Inicialmente, o Haiku estará disponível apenas para tarefas de texto, mas a Anthropic planeja lançá-lo como parte de um pacote multimodal, capaz de analisar tanto texto quanto imagens. Essa atualização indica uma direção clara para o futuro dos modelos de IA: a integração de múltiplos formatos de dados em uma única solução.

Com o progresso da IA e a implementação de recursos como a camada de ação do Claude 3.5 Sonnet, estamos testemunhando os primeiros passos para uma drástica mudança na nossa interação com a tecnologia. O potencial de computadores que podem agir ativamente em nosso nome traz implicações enormes para produtividade, automação e eficiência no trabalho.

Embora ainda existam desafios a serem superados, especialmente em termos de segurança e limitações técnicas, a realidade se apresenta com a Anthropic nos mostrando um futuro onde a barreira entre os humanos e as máquinas se torna cada vez menor. Em vez de enxergar os computadores apenas como ferramentas que precisamos “comandar”, podemos começar a vê-los como parceiros ativos que nos ajudam a realizar tarefas e alcançar objetivos com mais facilidade.

Para quem trabalha com tecnologia, marketing, desenvolvimento ou qualquer outra área que exige interação constante com computadores, os agentes de IA representam um enorme passo adiante. Acredito que estamos apenas começando a ver o potencial dessas ferramentas, é o que o Claude 3.5 Sonnet está trazendo é apenas a ponta do iceberg.

Se essa é a direção que a tecnologia está tomando, então o futuro do trabalho será muito mais dinâmico, e os agentes de IA não serão apenas coadjuvantes, mas protagonistas na nossa busca por um mundo mais eficiente e automatizado.

Recomendação de conteúdo:

clube comunidade

8 ideias: crie um clube e monetize seus sócios

Você tem uma comunidade com a qual se relaciona todos os dias. Existem outras empresas e grupos na sua região que, como você, atuam como produtores e provedores de conteúdos editoriais. Eles também têm suas comunidades.

Juntos, vocês reúnem uma audiência consistente e recorrente.

Pois criem um Clube. E monetizem essa audiência.

 Algumas ideias e sugestões de como você pode fazer isso: 

  1. Pacotes de assinaturas conjuntas
  2. Formas de pagamento diversificadas para cada perfil da audiência com facilidades especiais
  3. Acesso aos membros do Clube a conteúdos e ativações (shows, congressos, bares, restaurantes, etc) associados exclusivos
  4. Newsletters comuns patrocinadas por prefeituras ou varejo local
  5. Criação de Comunidades exclusivas e fechadas em plataformas como Slack, WhatsApp e Telegram
  6. Eventos proprietários só para sócios
  7. Programa de Afiliação – venda exclusiva de produtos e serviços de empresas associadas (cursos, academias de ginástica, institutos de beleza, etc)
  8. Conteúdos Patrocinados e Nativos vendidos em pacotes para empresas da região e oferecidos com exclusividade para os sócios do Clube. 

Os Clubes de Assinantes são uma alternativa poderosa de geração de receitas. Sua eficácia está no conceito de que juntas, as empresas editoriais e de conteúdos detém algo de enorme valia: suas próprias comunidades. Monetizá-las é uma questão de decisão e de botar a mão na massa.

Clubes e senso de comunidade

Ações como valorização da cultural local e formação de comunidades são tendências para o mercado. É o que aponta um dos capítulos do Guia Alright 2024 – Como Transformar Tendências em Ações.

As notícias viraram commodities. Para nós, jornalistas, não é fácil admitir, mas o monopólio da produção de notícias foi quebrado com a abundância informativa da internet. Hoje, o público é bombardeado por informações cada vez mais fragmentadas e descontextualizadas.

O consumidor de conteúdo dá pouca ou nenhuma atenção à origem das informações, que chegam de fontes diversas, criando um desafio: como atrair e fidelizar a audiência? A resposta pode estar no fortalecimento dos laços locais e regionais — uma estratégia para construir relacionamentos de confiança e, mais do que nunca, criar um senso de comunidade.

Em meio à disputa por atenção, os veículos de comunicação locais têm como maior ativo o jornalismo produzido desde uma marca forte, próxima e identificável.

Esse trabalho exige mais do que notícias: requer histórias originais, que falem de pessoas para pessoas. É essa proximidade que torna o conteúdo relevante, não apenas pela localização geográfica, mas pelo sentimento de pertencimento que cria. O jornalismo local deve, então, atuar como agente da valorização dos saberes culturais e da identidade própria de uma cidade ou região.

Abaixo, outras sugestões para o fortalecimento de comunidades que foram elencadas no Guia Alright:

  1. Criar e Explorar Editorias Regionais

Aposte em editorias que tenham uma conexão direta com a cultura local, como comportamento, moda e gastronomia. Conte histórias que explorem a identidade única de cada região, ajudando a audiência a se reconhecer e se engajar com o conteúdo.

  1. Parcerias com Influenciadores Locais

Envolver influenciadores que vivam e compreendam a cultura local ajuda a tornar a abordagem mais autêntica e próxima da realidade da audiência.

  1. Diversidade de Colaboradores

Ter colaboradores de várias partes do Brasil enriquece a pluralidade de perspectivas. Jornalistas locais têm a capacidade de captar as nuances culturais e os saberes da comunidade, produzindo conteúdo que realmente ressoe com os leitores.

  1. Canais de Interação com a Audiência

Espaços como grupos no WhatsApp ou Telegram podem ser uma ótima estratégia para criar canais de comunicação. Realizar enquetes e promover a participação ativa do público em temas de interesse ajuda a guiar a produção de conteúdo e fortalece o laço entre o veículo e a audiência.

Com essas ações, o jornalismo local se torna mais do que um repassador de informações: ele se transforma em um espaço de identificação e pertencimento, onde a cultura e os saberes locais ganham o valor que merecem. É o senso de clube, de comunidade, sendo fortalecido.

Por fim, deixamos como dica a leitura do Guia Alright 2024 completo para conferir outras tendências. 

Domine o Google Trends: estratégias poderosas para otimizar suas campanhas de marketing

No cenário digital em constante evolução, dominar ferramentas que ofereçam insights em tempo real pode ser o grande diferencial para alcançar o sucesso nas campanhas de marketing. Se você já imaginou como transformar dados de busca em insights estratégicos capazes de alavancar suas campanhas, o curso “Domine o Google Trends e Transforme suas Campanhas de Marketing com Dados Poderosos” foi feito para você. Exclusivo para membros da iniciativa Acelera, da Alright, esse curso oferece um mergulho profundo nas funcionalidades do Google Trends, capacitando profissionais de marketing, criadores de conteúdo, jornalistas e pequenos empreendedores a estarem sempre à frente das tendências digitais.

O que esperar do curso sobre Google Trends

O principal objetivo do curso é ensinar os participantes a utilizarem o Google Trends como uma ferramenta essencial para identificar as tendências de busca mais relevantes e, em seguida, transformá-las em estratégias eficazes de marketing. Seja para melhorar a visibilidade online, ajustar campanhas de publicidade ou entender as preferências do público-alvo, o Google Trends oferece dados valiosos que podem fazer toda a diferença.

Com a orientação de especialistas da Alright, os alunos aprenderão a explorar as funcionalidades dessa plataforma de forma prática e objetiva. O Google Trends é uma ferramenta que permite acompanhar as buscas em tempo real, possibilitando a criação de campanhas mais alinhadas aos interesses e necessidades do público. Esse conhecimento garante que as ações de marketing sejam sempre baseadas em dados concretos, resultando em maior impacto e engajamento.

Principais benefícios com o Google Trends

O curso oferece uma série de benefícios aos participantes, ajudando-os a otimizar suas campanhas de marketing digital com base em dados estratégicos.

1. Pesquisa de tendências em tempo real:

Com o Google Trends, os profissionais terão acesso imediato ao que as pessoas estão buscando no momento. Isso permite criar conteúdos que ressoem diretamente com o público-alvo, aumentando o engajamento e a relevância da marca. Imagine identificar uma tendência crescente e ser o primeiro a produzir conteúdo sobre ela? Isso pode colocar você na frente da concorrência.

2. Otimização de conteúdo:

Aprender a escolher palavras-chave em alta é essencial para maximizar a visibilidade online. O curso ensina como identificar essas palavras-chave de forma eficaz, aumentando suas chances de aparecer nas primeiras posições nos resultados de busca. Isso significa mais tráfego, mais conversões e mais oportunidades de negócio.

3. Planejamento estratégico baseado em dados:


O planejamento estratégico das campanhas de marketing pode ser otimizado com os insights fornecidos pelo Google Trends. Saber o que o público está procurando, e quando, permite alinhar suas ações de marketing com as demandas do mercado, garantindo maior eficácia nas campanhas.

4. Inteligência regional:


Um dos aspectos mais interessantes do Google Trends é a possibilidade de analisar como as buscas variam por localização geográfica. Isso significa que você pode adaptar suas campanhas de acordo com as preferências regionais, criando estratégias direcionadas e mais assertivas para mercados locais específicos. Entender as necessidades de cada público regional é essencial para se destacar em um mercado tão competitivo.

O que você vai aprender sobre o Google Trends

O conteúdo do curso é vasto e voltado para o uso prático da ferramenta. Os principais tópicos abordados incluem:

  • Entender o comportamento do público: Aprenda a identificar padrões de comportamento e interesses do público-alvo por meio das tendências de busca.
  • Identificação de palavras-chave relevantes: Descubra quais palavras estão em alta e geram mais tráfego, melhorando o SEO e a visibilidade online.
  • Planejamento de campanhas de conteúdo e anúncios: Baseado nos dados de busca, você poderá planejar campanhas mais eficientes e direcionadas.
  • Monitoramento da concorrência: Utilize o Google Trends para observar como seus concorrentes estão performando e ajuste suas estratégias para se manter competitivo.

Além de oferecer conteúdo atualizado, com exemplos práticos e estudos de caso, o curso garante um certificado de conclusão que pode ser um grande diferencial no mercado de trabalho. O curso é 100% online, proporcionando flexibilidade para que os participantes o concluam no seu próprio ritmo. Isso permite que você aplique imediatamente o conhecimento adquirido em suas campanhas.

Para quem é esse curso?

Este curso foi desenhado para atender uma variedade de perfis, incluindo:

  • Profissionais de marketing digital: Que desejam aprimorar suas estratégias com base em dados concretos;
  • Criadores de conteúdo: Que buscam criar materiais mais relevantes e alinhados às tendências;
  • Pequenos empreendedores: Que desejam aumentar a visibilidade do seu negócio online;
  • Jornalistas e pesquisadores: Interessados em dados de busca em tempo real e em como isso pode impactar a produção de notícias e conteúdos.

Inscreva-se agora

Se você está pronto para dominar o Google Trends e transformar seus dados em insights valiosos para campanhas mais eficazes, inscreva-se agora e comece a explorar o poder dos dados de busca. Essa é uma oportunidade única para desvendar os segredos do marketing digital e se destacar no mercado com estratégias baseadas em dados.

Acesse: https://acelera.alright.com.br/courses/google-trends.

Meta AI

Meta AI chega ao Brasil: novo assistente tem quase 500 milhões de usuários mensais

A Meta anunciou a chegada do seu assistente de inteligência artificial, o Meta AI, ao Brasil. Com anúncio feito neste mês de outubro, os brasileiros começarão a ter acesso gradual à ferramenta Meta AI nos aplicativos da empresa – incluindo WhatsApp, Instagram, Facebook e Messenger, e o próprio site da Meta. A empresa espera que o assistente Meta AI seja o mais utilizado globalmente até o final deste ano, já contando com quase 500 milhões de usuários ativos mensais.

Como o Meta AI funciona?

O Meta AI foi criado para oferecer uma ampla gama de funcionalidades, proporcionando aos usuários uma experiência integrada e eficiente dentro dos aplicativos que eles já conhecem e utilizam diariamente. O assistente pode ser usado para realizar tarefas, criar conteúdo, fazer pesquisas e fornecer informações em tempo real, tudo sem a necessidade de sair do app.

Imagine que você está planejando uma noite com amigos e precisa de recomendações de restaurantes com opções veganas. Basta pedir à Meta AI uma lista com sugestões. Se você estiver planejando uma viagem de fim de semana, o assistente pode oferecer ideias de lugares para visitar ao longo do caminho. E para quem está se preparando para uma prova, o Meta AI pode até criar testes de múltipla escolha personalizados.

Meta AI com pesquisa integrada e interatividade no feed

Uma das funcionalidades mais destacadas é a capacidade de realizar pesquisas diretamente nos aplicativos da Meta. Ao invés de alternar entre apps, você pode acessar informações de toda a web, sem sair do Facebook, Instagram ou Messenger.

Outra inovação é o uso da Meta AI para aprofundar-se em tópicos de interesse no feed do Facebook. Se algo chama sua atenção em uma postagem, como uma receita ou um destino turístico, você pode pedir mais detalhes diretamente à assistente, sem precisar abrir uma nova aba ou buscar por fontes externas.

Criatividade com o recurso “Imagine” da Meta AI

Além das pesquisas e assistências cotidianas, a Meta AI também tem um foco criativo. Com o recurso “Imagine”, os usuários podem gerar imagens a partir de comandos de texto. Isso abre um leque de possibilidades: desde criar convites personalizados para festas até brincar com amigos, criando imagens divertidas. O recurso também permite que você ajuste as imagens ou as anime, proporcionando uma experiência interativa e inovadora.

O assistente está disponível em diferentes pontos dos aplicativos Meta, como o ícone do círculo azul ou a função ‘@Meta AI’ em conversas de grupo. Com a promessa de se tornar o assistente de IA mais utilizado no mundo, o Meta AI visa transformar a forma como os usuários realizam tarefas e interagem online, tudo dentro de um só ecossistema.

Empresas e empreendedores poderão usar o Meta AI para melhorar suas operações, seja na gestão de clientes, na criação de conteúdo personalizado ou na pesquisa de mercado. A IA pode ser um diferencial competitivo, ajudando empresas brasileiras a inovar em suas estratégias de comunicação e atendimento ao cliente.

Meta AI no Brasil

Com essa novidade, a Meta dá mais um passo para integrar a inteligência artificial ao cotidiano dos brasileiros, e promete tornar mais acessível o uso dessa tecnologia em diferentes contextos, seja para organizar compromissos, explorar novos interesses ou simplesmente se divertir.

Essa integração ampla e gradativa da Meta AI nos aplicativos e o acesso por meio do navegador reforçam a simplificação das interações digitais, transformando a maneira como as pessoas usam a internet no Brasil e no mundo.

A Meta assumiu compromissos de garantir a privacidade e segurança dos dados de seus usuários por meio da Autoridade de Proteção de Dados (ANPD) antes de ser liberada no Brasil. Preocupações com a transparência na coleta de dados fazem com que medidas como a notificação dos usuários sobre o uso de informações para o treinamento da IA sejam exigidas. 

Novos recursos estão sendo adicionados e a Meta AI continua em constante evolução e adaptabilidade para integrar novas funcionalidades no futuro como personalização, melhorias na geração de conteúdos e novas formas de interação nas redes sociais. 

Em outros países o assistente já está em uso e chega ao Brasil após alguns adiamentos devido a questões legais.

Algoritmo

Como o New York Times incorpora recomendações editoriais em seu algoritmo

Algoritmo e Jornalismo?

O New York Times é uma escola de jornalismo de excelência. Eles usam algoritmos no editorial faz tempo. Lembro de ter assistido à palestra deles no SXSW sobre isso há pelo menos 10 anos. Obviamente, eram outros tempos. Agora, eles usam as novas versões de GenAI, a Inteligência Artificial Generativa que tanto sucesso está fazendo com o ChatGPT-4 e outros concorrentes.

Eles abriram transparentemente tudo que fazem para recomendar conteúdos editoriais com base em um complexo composto de premissas que, por sua vez, orientam seus algoritmos.

Fiz abaixo um resumo do que eles mesmos contam, em primeira voz, como fazem. Mas tem muito mais no link lááá embaixo, que leva a um artigão detalhado sobre o processo completo. 

Como o NYT orienta seu algoritmo: resumo técnico

“A programação algorítmica compreende três etapas: (1) Pooling: Criar um conjunto de histórias elegíveis para um módulo específico; (2) Ranking: Classificar as histórias por meio de um mecanismo de ranqueamento; e (3) Finalização: Aplicar diretrizes editoriais e regras de negócios para garantir que o resultado final das histórias atenda aos nossos padrões. O julgamento editorial é incorporado em todas essas etapas, de diferentes maneiras.

Para fazer uma recomendação algorítmica, primeiro precisamos de um conjunto de artigos elegíveis para aparecer em um determinado módulo da página inicial. Esse conjunto pode ser manualmente selecionado pelos editores ou gerado automaticamente por meio de uma consulta com base em regras definidas pela redação.

O conjunto geralmente inclui mais histórias do que o número de espaços disponíveis no módulo, então precisamos de um mecanismo para classificá-las e determinar quais exibir primeiro e em que ordem. Embora existam várias maneiras de classificar as histórias, o algoritmo que frequentemente usamos na página inicial é o “contextual bandit”, um método de aprendizado por reforço (consulte nosso blog anterior para mais informações).

Em sua forma mais simples, um bandit recomenda o mesmo conjunto de artigos envolventes para todos os usuários; a versão ‘contextual’ usa informações adicionais dos leitores (por exemplo, histórico de leitura ou localização geográfica) para ajustar as recomendações e tornar a experiência mais relevante para cada leitor. Para um exemplo de bandit geopersonalizado, veja aqui.

Para priorizar histórias relevantes e com impacto, usamos várias abordagens para quantificar a importância editorial. Uma abordagem é fazer com que os editores atribuam uma classificação a cada história no conjunto, com histórias mais recentes e de maior relevância geralmente sendo consideradas mais importantes.

Outro método infere a importância de uma história com base em sua promoção anterior na página inicial, onde histórias que permanecem em posições de destaque por mais tempo são classificadas como mais importantes. Independentemente da abordagem, a importância editorial pode ser combinada com o bandit para garantir que o julgamento editorial seja incorporado ao processo de ranqueamento, priorizando assim as histórias consideradas importantes pela redação.

Depois de termos uma lista classificada de histórias, fazemos ajustes finais com base em regras predefinidas desenvolvidas em parceria com a redação antes que as histórias sejam exibidas aos leitores.

Uma dessas intervenções é a função de ‘fixação’, que permite que os editores substituam o algoritmo e fixem histórias importantes no topo. Outros exemplos importantes são os filtros ‘já lidos’ e ‘já vistos’, que despriorizam histórias que o usuário já leu ou viu um certo número de vezes.

Esta etapa final de acabamento garante que o julgamento editorial molde o resultado final e que mantenhamos uma experiência dinâmica e renovada para o usuário.”

Fonte: https://www.niemanlab.org/2024/10/how-the-new-york-times-incorporates-editorial-judgment-in-algorithms-to-curate-its-home-page/

O New York Times demonstra uma abordagem híbrida ao combinar julgamento editorial e algoritmos avançados, como o aprendizado por reforço, para entregar recomendações personalizadas aos seus leitores. Esse modelo de curadoria segue um fluxo em três etapas — seleção, ranqueamento e finalização —, onde as preferências da redação e a importância editorial são integradas ao processo automatizado. O uso de GenAI e técnicas como o “contextual bandit” permite que as recomendações sejam ajustadas com base nos dados dos usuários, mantendo a relevância e garantindo uma experiência personalizada.

Além disso, o jornal preserva sua identidade editorial ao permitir que os editores intervenham diretamente no algoritmo, priorizando manualmente histórias relevantes quando necessário. Essa integração entre tecnologia e julgamento humano assegura uma curadoria dinâmica e atualizada, oferecendo uma página inicial equilibrada entre as preferências dos leitores e a missão jornalística do veículo. Assim, o NYT exemplifica como a inteligência artificial pode ser utilizada de maneira transparente e ética para aprimorar o jornalismo, sem perder de vista o valor da tomada de decisão editorial.

IA

Utilização de IA na produção de conteúdo e 4 benefícios de ferramentas de criação

IA na produção de conteúdo.

Se você está interessado em explorar o fascinante mundo da inteligência artificial (IA) e quer aprender como essa tecnologia está transformando a criação de conteúdo, a Oficina de AI é para você!

Disponível agora na plataforma Acelera, essa oficina prática oferece uma introdução essencial aos princípios da IA aplicados ao design gráfico e produção multimídia.

O que você aprenderá na oficina de IA?

Nesta oficina, você descobrirá como a IA pode ser usada para criar imagens, vídeos e textos de forma prática e eficiente. Aprenda a dominar ferramentas populares de IA, como MidJourney, Runway e Eleven Labs, e veja como essas tecnologias podem agilizar seus processos criativos, sem comprometer a qualidade.

Os principais benefícios da utilização da IA com essas ferramentas incluem:

  • Domínio de ferramentas inovadoras para otimizar sua produção visual e multimídia.
  • Otimização de processos criativos, acelerando a criação de vídeos, imagens e textos.
  • Capacitação em pós-produção com IA, aprimorando vídeos e imagens com técnicas avançadas.
  • Criação de avatares e apresentadores digitais, abrindo novas possibilidades para comunicação em suas produções.

Currículo da Oficina de IA

A oficina abrange uma variedade de tópicos essenciais, incluindo uma introdução à IA, direitos autorais, princípios básicos de design e técnicas avançadas com ferramentas populares, como o MidJourney, Heygen e Immersity. Também inclui automações práticas para otimizar ainda mais seu fluxo de trabalho, como o uso de Opus Clip e transcrição de podcasts.

Com quem você vai aprender na oficina de IA?

O curso é ministrado por Leo Becker, um líder criativo com mais de 20 anos de experiência na indústria do design. Becker combina sua paixão por IA e tecnologias emergentes para revolucionar o processo criativo de designers e criadores de conteúdo. Ele também é diretor criativo na Alright Mídia e apresentador do podcast “Fala Colega”.

Esse curso é uma oportunidade única de aprendizado para produtores de conteúdo.Com videoaulas, tarefas práticas e certificado de conclusão, o curso é perfeito para produtores de conteúdo, designers gráficos, criadores multimídia, influenciadores e profissionais de marketing digital que desejam explorar as possibilidades da IA.

Unesco Inteligência Artificial

Relatório da UNESCO: 8 destaques do texto sobre IA para proteger o jornalismo e a sociedade

Além de ressaltar a importância da regulamentação, o relatório da UNESCO alerta que a ausência de controles adequados pode ampliar as desigualdades informativas e concentrar poder nas mãos de poucas empresas tecnológicas. A falta de regras claras sobre o uso de IA no jornalismo pode levar à exploração indevida de dados e à desinformação, prejudicando não apenas o ecossistema midiático, mas também a confiança pública nas instituições e na mídia tradicional. A organização também destaca que a democratização do acesso às tecnologias emergentes é essencial para garantir uma cobertura jornalística plural e diversa.

O documento enfatiza ainda que, para um futuro sustentável, é crucial que governos, empresas e veículos de comunicação trabalhem em conjunto. Parcerias estratégicas podem promover inovações responsáveis, ao mesmo tempo em que respeitam os direitos dos criadores de conteúdo e as legislações locais. A UNESCO sugere que empresas de IA invistam em soluções de código aberto e em treinamentos para jornalistas e editores, ajudando-os a entender e aplicar essas tecnologias de forma segura. Assim, o uso consciente e regulado de IA pode fortalecer o jornalismo e garantir que ele continue cumprindo seu papel essencial de informar e promover a democracia.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) publicou um relatório pedindo a regulamentação urgente da Inteligência Artificial (IA) para garantir a proteção do jornalismo e o uso responsável dessa tecnologia. O documento, intitulado “IA e o Futuro do Jornalismo: Um Memorando para Stakeholders,” propõe medidas para assegurar que as ferramentas de IA sejam utilizadas de forma ética e transparente, sem prejudicar a produção jornalística e os direitos humanos.

O relatório foi elaborado pela pesquisadora Anya Schilffer, da Columbia University, nos Estados Unidos, e apresenta recomendações voltadas para empresas de tecnologia, governos e veículos de comunicação. O foco é que a regulamentação contemple questões centrais, como direitos autorais e transparência no uso de IA.

A mensagem central do documento da Unesco apresenta 8 destaques que são:

  •  Organizações jornalísticas estão adotando a IA Generativa como parte das práticas de redação, mas estão cautelosas quanto ao impacto econômico de grandes empresas que lucram com seu conteúdo sem a devida permissão e compensação.
  • Veículos de mídia ao redor do mundo têm emitido códigos de conduta que destacam o respeito aos dados do público, a autenticidade do conteúdo, a divulgação do uso de IA, a transparência, a diversidade e a integridade da informação, além do direito à remuneração pelas empresas de IA.
  • Sem acordos sobre direitos autorais e propriedade intelectual, o modelo de negócios atual da criação jornalística será prejudicado, representando uma ameaça à diversidade cultural. Os próprios modelos de IA se tornarão pouco confiáveis se não forem treinados com informações de qualidade.
  • Além de serem impactados pelo crescimento da IA Generativa, organizações de notícias e jornalistas estão cobrindo o tema e educando o público sobre os riscos e benefícios potenciais.
  • A concentração no setor de IA terá profundas implicações para o mundo todo, e as autoridades de concorrência estão avaliando se são necessárias novas regulamentações.
  • Criadores, editores e jornalistas têm defendido a atualização das regulamentações de direitos autorais ou, pelo menos, a rigorosa aplicação das normas existentes, garantindo que levem em conta as novas tecnologias.
  • Algumas organizações jornalísticas estão assinando acordos de licenciamento com grandes empresas de IA Generativa. Ao fazer isso, essas empresas estão estabelecendo a necessidade de compensação e criando um mercado para licenciamento de conteúdo.
  • Áreas importantes a considerar incluem: preservação da autenticidade, diversidade de idiomas e culturas, e transparência da informação. Manter mercados competitivos pode ajudar a evitar a degradação adicional do ecossistema cultural e noticioso. 

Para as empresas de IA, a Unesco sugere a criação de uma governança orientada pelos princípios dos direitos humanos. Isso inclui garantir que os criadores de conteúdo sejam devidamente reconhecidos e compensados pelo uso de suas produções. Já para os veículos jornalísticos, a organização defende que as redações implementem políticas claras para o uso de IA, com supervisão humana em todas as etapas de criação, além de informar ao público quando a tecnologia for utilizada.

O documento também alerta os governos sobre a necessidade de desenvolver regulamentações voltadas para o mercado de IA, com o objetivo de proteger o papel do jornalismo na sociedade. A Unesco destaca que o jornalismo desempenha uma função vital na democracia e na promoção de uma sociedade informada.

Fonte: MediaTalks

Web Scraping

Web scraping: uma técnica essencial para o jornalismo 4.0

A evolução da tecnologia trouxe consigo inúmeras possibilidades para o jornalismo, ampliando os horizontes da investigação e da pesquisa de dados. Expandindo os horizontes da investigação e da pesquisa de informações.

Dentro do contexto tecnológico do jornalismo, a raspagem de estatísticas é muito essa ferramenta se destaca pela capacidade de extrair detalhes de sites de forma automatizada e em grande escala. Neste artigo, vamos explorar o que é raspagem de informações, as principais ferramentas. Além disso, discutiremos os desafios éticos envolvidos, já que a coleta de dados da web muitas vezes esbarra em questões legais e de direitos autorais.


O que é web scraping?

Web scraping, ou raspagem de dados, é uma técnica que envolve a extração de grandes volumes de detalhes disponíveis nas páginas da web. Imagine precisar buscar informações sobre uma centena de empresas para compilar uma reportagem de análise. Fazer isso manualmente seria um processo exaustivo e muito lento. Com a raspagem de dados, é possível automatizar essa busca, coletando todas as informações necessárias de maneira rápida e precisa.

A coleta de informações se torna muito útil quando necessitamos de detalhes que estão dispersos por diversas páginas, porém não estão disponíveis em um formato prontamente acessível, como planilhas ou registros de informação. Essa técnica permite reunir, organizar e manipular esses dados de forma prática, oferecendo insights valiosos para a construção de reportagens mais fundamentadas.


A importância da raspagem de dados no jornalismo

No contexto atual, com abundância de informação, é necessário que os jornalistas estejam aptos a utilizar ferramentas tecnológicas para tornar seu trabalho mais eficiente e diferenciado. Não se trata apenas de dominar as técnicas tradicionais de investigação, mas também de saber usar tecnologias emergentes que podem ajudar a acessar e analisar dados de maneira mais abrangente.

Web scraping é uma dessas tecnologias e se destaca como uma habilidade essencial para o jornalista moderno. Ser capaz de extrair informações de sites com precisão pode ser a chave para construir reportagens exclusivas, revelar padrões e entender fenômenos complexos a partir de dados disponíveis publicamente.

Durante uma investigação, um jornalista pode usar web scraping para verificar preços de produtos em várias plataformas de e-commerce. Ele também pode analisar tendências de opinião pública em redes sociais ou coletar informações de sites governamentais disponíveis de forma fragmentada. Este tipo de pesquisa pode trazer dados que dificilmente seriam compilados manualmente, viabilizando um jornalismo de dados muito mais aprofundado e inovador.


Principais ferramentas para Web Scraping

Para começar a trabalhar com web scraping, não é necessário ser um programador experiente, mas é importante conhecer as principais ferramentas e como utilizá-las.

Abaixo, apresentamos cinco ferramentas muito utilizadas por jornalistas e profissionais de tecnologia para a raspagem de dados.


Beautiful Soup

Uma das bibliotecas mais populares para web scraping, o Beautiful Soup funciona junto com o Python e permite navegar por documentos HTML e XML para coletar informações. O Beautiful Soup é bastante intuitivo e tem uma comunidade ativa, tornando-o uma ótima opção para quem está começando a explorar a raspagem de dados. Ele é especialmente eficaz para coletar dados estruturados de sites que têm padrões consistentes.


Scrapy

Outra ferramenta poderosa para web scraping é o Scrapy. Também desenvolvido em Python, ele é uma estrutura de código aberto mais robusta, ideal para projetos que precisam de maior escala e complexidade. O Scrapy permite a coleta de grandes volumes de dados rapidamente e pode ser utilizado para projetos contínuos, onde há necessidade de atualizar os dados com frequência. Para quem tem algum conhecimento de programação, o Scrapy é uma excelente escolha devido à sua flexibilidade.


Apify

Para jornalistas que não querem ou não podem lidar diretamente com código, o Apify é uma opção atraente. Essa ferramenta oferece uma interface amigável para criar web scrapers com facilidade, além de automatizar diversas tarefas que envolvem coleta de dados. O Apify permite agendar raspagens e oferece suporte para transformar os dados coletados em diferentes formatos, o que é muito útil para quem precisa entregar relatórios ou visualizações prontas. A vantagem do Apify é a sua versatilidade, além de não exigir conhecimentos avançados de programação.


Octoparse

Outro exemplo de ferramenta de raspagem sem necessidade de programação é Octoparse, conhecido por sua interface intuitiva e por permitir que qualquer pessoa construa workflows para coletar dados de sites.Ele conta com um assistente visual que ajuda a selecionar os dados desejados e permite configurar regras para a extração. Para jornalistas que desejam começar a fazer web scraping de forma rápida e prática, o Octoparse é uma das melhores alternativas.


Selenium

Por fim, o Selenium é uma ferramenta que permite automatizar interações com navegadores web e pode ser usada tanto para testes automatizados de aplicações quanto para web scraping. O Selenium se destaca por sua capacidade de lidar com sites dinâmicos que utilizam JavaScript, possibilitando ao jornalista acessar dados que não estão disponíveis diretamente no código-fonte da página. Embora seja mais complexo, o Selenium é um recurso indispensável para quem lida com sites que têm muitos elementos interativos.


A ética e os limites da raspagem de dados

Apesar de ser uma técnica poderosa, a raspagem de dados levanta questões éticas e legais que não podem ser ignoradas. Muitas vezes, a coleta de dados de sites esbarra em questões de direitos autorais e privacidade, especialmente quando envolve informações pessoais. É fundamental que o jornalista saiba reconhecer onde está a linha que separa o uso aceitável e ético do web scraping do uso que pode infringir direitos e resultar em problemas legais.

Para evitar problemas, é recomendado que os jornalistas sigam algumas diretrizes ao utilizar web scraping:

  • Verificar os Termos de Uso do site: Muitos sites têm termos de uso que especificam se a coleta automatizada de dados é permitida. Sempre que possível, cheque essa informação antes de iniciar qualquer raspagem.
  • Coletar apenas dados públicos: Dados que não estão disponíveis publicamente, ou seja, que estão protegidos por senhas ou outras formas de restrição, geralmente são considerados privados. Coletar essas informações sem permissão pode caracterizar invasão de privacidade.
  • Evitar sobrecarga dos servidores: A raspagem de dados, se feita de maneira agressiva, pode causar sobrecarga no servidor do site, afetando seu desempenho e até mesmo derrubando a página. É essencial ajustar a frequência de requisições para não prejudicar o site alvo.
  • Respeitar a autoria: Dados coletados via web scraping não perdem sua autoria. Sempre que utilizar informações extraídas de um site, atribua a fonte de maneira apropriada, da mesma forma que faria com qualquer outra pesquisa.
  • Buscar permissões quando necessário: Caso a extração envolva informações que não são claramente públicas, buscar a permissão dos responsáveis pelo site é uma atitude prudente e ética.


Web scraping como habilidade para jornalistas 4.0

O web scraping oferece aos jornalistas uma maneira de explorar e investigar dados que, de outra forma, poderiam passar despercebidos ou estariam indisponíveis em um formato prático. Aprender a usar essas ferramentas amplia o leque de possibilidades na prática jornalística, oferecendo mais subsídios para a construção de matérias com impacto real e relevância.

No entanto, tão importante quanto aprender a técnica em si, é entender os limites éticos e legais do uso dessa ferramenta. Assim como qualquer outro recurso, o web scraping precisa ser utilizado com responsabilidade, garantindo que o trabalho do jornalista seja sempre guiado por princípios de integridade e respeito à privacidade.

Portanto, jornalistas que buscam se diferenciar devem considerar o aprendizado de raspagem de dados como uma peça essencial do seu conjunto de habilidades. Mais do que nunca, dominar essas técnicas permite acessar, entender e analisar o enorme volume de informações disponíveis na web, transformando dados brutos em conhecimento, investigações e histórias que fazem a diferença.

Jornalismo 4.0

Ou haverá Jornalismo 4.0 ou não haverá jornalismo nenhum

O jornalismo como o conhecemos está em vias de desaparecer.

Quando digo que está em vias de desaparecer, quero dizer:

         1.     Ele vai desaparecer
         2.     Isso já está acontecendo

Empresas publishers em todo o mundo enfrentam hoje um grave desafio de viabilidade comercial e financeira, basicamente por terem resistido, renitente e miopemente, às transformações digitais que já estão em curso há duas décadas, e às quais parte delas ainda não se integrou até hoje. Vão morrer.

Essa lápide que laboriosamente insistiram em esculpir para ornamentar seu próprio panteão ganha agora contornos 4.0, com a chegada da Inteligência Artificial, mais especificamente, da GenAI.

Esses avanços tecnológicos transformaram toda a infraestrutura dos meios de produção da informação e do conteúdo editorial; remodelaram as tradicionais formas e formatos de mídia; impuseram novos caminhos de distribuição; alteraram hábitos e canais nos quais a audiência passou a consumir conteúdo e informação; entronizou, para o bem e (muito) para o mal as plataformas sociais.

Todo esse conjunto da nova era está sendo e será demais (em demasia) para toda a indústria de comunicação e de imprensa em todo o mundo. 

A única saída para esse túmulo certo é o Jornalismo 4.0. 

O livro “Desafios e Soluções para o Jornalismo 4.0 – Do humano ao algoritmo, os novos paradigmas da mídia editorial” nem de longe pretende esgotar o assunto, nem ser qualquer espécie de guia definitivo.

Ele pode ser baixado ou adquirido através de doações espontâneas, que serão integralmente revertidas ao Instituto Vladimir Herzog.

Foi produzido como fruto de mais de uma centena de artigos que escrevi ao longo de pouco mais de um ano para a Aurora News, newsletter da Alright Media, para pequenos e médios grupos de mídia editorial do país. Nosso objetivo é o combate aos desertos de notícia no Brasil.

Os novos fundamentos para o Jornalismo 4.0

Robótica, inteligência artificial, machine learning, big data, blockchain, realidade virtual e aumentada, dados e algoritmos dinâmicos estão transformando a mídia em todos os seus pilares e desencadeando a quarta revolução na indústria editorial e do jornalismo.

Essa transformação exigirá novas habilidades, novos produtos, novas linguagens e novos modelos de negócios. Em particular, afetará a relação entre o público e o jornalismo, seu financiamento, seus canais de geração de receita e seus processos de produção de notícias.

As novas práticas e o Jornalismo 4.0

Algumas novas práticas inevitáveis para as empresas jornalísticas 4.0:

         1.     Automação de Conteúdo (Jornalismo Automatizado)

IA para redação automática: Natural Language Generation (NLG) para redação de artigos, relatórios e resumos de dados, como esportes, previsões do tempo, finanças e análises de mercado, com base em entradas automatizadas.

         2.     Personalização de Conteúdo com IA

Algoritmos de recomendação: Utilizam aprendizado de máquina para personalizar o feed de notícias com base nas preferências dos leitores, oferecendo conteúdo relevante para o usuário individual.

         3.     Análise de Dados e Big Data

Data-driven journalism (Jornalismo orientado por dados): Utilização de grandes conjuntos de dados (Big Data) para identificar tendências, padrões e histórias relevantes.

         4.     Verificação de Fatos com IA

Fact-checking automatizado: Algoritmos de IA que rastreiam a veracidade de informações e notícias em tempo real, ajudando a combater a desinformação e fake news.

         5.     Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR)

Conteúdo imersivo: O uso de AR e VR para criar narrativas imersivas que transportam os leitores para dentro da notícia, como tours virtuais em cenários de eventos importantes ou simulações imersivas de dados.

         6.     Análise Semântica e Processamento de Linguagem Natural (NLP)

Análise de sentimentos: Utilização de IA para captar e analisar os sentimentos das audiências em relação a notícias e tópicos através de comentários e menções em redes sociais.

         7.     Interatividade e Chatbots de IA

Assistentes virtuais e chatbots: Utilizados para interagir com o público de maneira mais direta, oferecendo respostas rápidas a perguntas, além de sugerir artigos relacionados ou auxiliar na navegação pelo site.

         8.     Modelos de Monetização com IA

Publicidade programática: Algoritmos de IA que otimizam os anúncios com base no perfil dos leitores, tornando as campanhas de publicidade mais eficazes e personalizadas.

Paywalls dinâmicas: IA ajusta a experiência do usuário e pode decidir quando e como exibir paywalls para maximizar assinaturas e engajamento. 

Somos todos analfabetos de IA na era do Jornalismo 4.0

Precisamos todos, empresários e jornalistas, assumir nosso analfabetismo de IA. Nosso analfabetismo 4.0. E ir em busca de novas e indispensáveis habilidades da nova era.

Falo de:

         •       Codificação e compreensão básica de HTML
         •       Familiaridade com sistemas de gerenciamento de conteúdo (CMS)
         •       Técnicas de otimização para motores de busca (SEO)
         •       Jornalismo de Dados com proficiência em uso de softwares
         •       Técnicas inovadoras de narrativas jornalísticas e storytelling de fatos, incorporando IA
         •       Gestão de comunidades virtuais e plataformas sociais
         •       Adaptabilidade e aprendizagem tecnológica contínua. É um Everest diante de nós. Escalada difícil, mas inevitável para a sobrevivência da indústria jornalística. De resto, base de sobrevivência da Democracia.

Produção de Conteúdo

Notícias da semana 41 do ano: o que você precisa saber sobre AI e produção de conteúdo

Meta Movie Gen: Nova plataforma de criação de vídeo com AI

Meta acaba de lançar o Movie Gen, um novo modelo de inteligência artificial voltado para a criação de vídeos e áudio a partir de prompts de texto. A ideia é concorrer com o Sora, da OpenAI, oferecendo uma ferramenta que transforma descrições em vídeos, gerando também o áudio correspondente.

Adobe apresenta Content Authenticity para proteger a autoria digital


A Adobe anunciou o “Content Authenticity“, um aplicativo para web que visa proteger e atribuir autoria de conteúdo digital, com lançamento beta em 2025. A ferramenta utiliza “Content Credentials” – metadados seguros que registram informações sobre os criadores e o contexto de criação, ajudando a combater deepfakes e mídias sintéticas. Criadores podem controlar as informações incluídas, como nome e redes sociais, e escolher se seu conteúdo será usado para treinar IA generativa.

OpenAI lança o “ChatGPT Canvas”

O OpenAI lançou recentemente o “ChatGPT Canvas“, uma nova interface para aprimorar as capacidades do ChatGPT, focada em produtividade, especialmente para codificação e escrita. O Canvas oferece um espaço de trabalho interativo onde os usuários podem modificar texto ou código diretamente, sem necessidade de reformular prompts. Entre os recursos estão feedback em linha, controle de versão e ferramentas colaborativas, tornando o desenvolvimento de projetos mais eficiente.

Inteligência Artificial

Multinacionais assinam pacto europeu de IA mais segura com 2 gigantes de fora

Mais de 100 empresas internacionais, como Microsoft, Cisco, Amazon, Cegid, Accenture, Google e Logitech, assinaram o Pacto da União Europeia (UE) para a Inteligência Artificial (IA), conforme anunciou a Comissão Europeia do tema. Em vigor desde 1º de agosto, agora passa para uma nova fase.

Veja a lista completa dos signatários.

Pacto por uma IA mais segura

Esse pacto é um compromisso para aplicar os princípios do Regulamento de IA da UE, visando promover uma IA mais segura e ética. O acordo envolve empresas de setores como TI, telecomunicações, saúde, banca, automotivo e aeronáutica, incluindo pequenas e médias empresas (PMEs) europeias.

Entretanto, nomes importantes como Meta, Apple, TikTok e a empresa francesa Mistral optaram por não aderir ao pacto. As razões para essa ausência podem ser variadas, incluindo a dificuldade de cumprir as exigências do acordo, que requerem transparência nos algoritmos e garantia de direitos fundamentais.

Motivos para ficar de fora do pacto pela IA

Outra possível preocupação é que a rigidez das regras do pacto possa limitar a inovação na área de IA, o que pode ter afastado algumas empresas, temendo que essas regulamentações desacelerem o progresso tecnológico.

O impacto da ausência de gigantes como Meta e Apple é significativo. Essas empresas são líderes no desenvolvimento de IA, e controlam plataformas e serviços que afetam bilhões de usuários globalmente. A ausência também destaca o desafio de equilibrar inovação com regulamentação em um setor em rápida evolução, como a IA.

E você, leitor(a), como analisa esse movimento sobre a IA?

Para o público brasileiro, o Pacto da União Europeia para a IA pode ser visto como uma tentativa de alinhar o desenvolvimento da tecnologia a padrões éticos e regulatórios, algo que muitos veem como necessário diante do impacto crescente da inteligência artificial no cotidiano. O Brasil, que está em fase de amadurecimento na discussão sobre regulação tecnológica, pode acompanhar de perto o desenrolar dessa iniciativa como um exemplo de como países e blocos econômicos buscam proteger direitos fundamentais e garantir a transparência na adoção de novas tecnologias.

Com informações de: Link to Leaders e Desinformante

Saiba Mais: A adesão de grandes empresas ao Pacto da União Europeia para a IA demonstra o compromisso em alinhar o desenvolvimento tecnológico aos princípios éticos e regulatórios. O pacto busca garantir a transparência no uso de algoritmos, a proteção dos direitos fundamentais e a segurança no avanço da inteligência artificial. Empresas de diversos setores, como TI, saúde e automotivo, estão colaborando para criar um ambiente mais controlado e responsável, enquanto mantêm o foco na inovação.

Por outro lado, a ausência de nomes de peso como Meta, Apple e TikTok levanta preocupações sobre as possíveis limitações que o pacto pode impor à inovação tecnológica. Essas empresas têm papel central no desenvolvimento de IA e a falta de adesão pode indicar receios em relação à rigidez das regulamentações, que poderiam desacelerar o progresso e a competitividade no setor. A questão central permanece: como equilibrar o avanço tecnológico com a proteção de direitos e a transparência?

Mídia Programática

Aprenda as regras da mídia programática para impulsionar seus negócios digitais

A mídia programática se tornou uma ferramenta essencial para quem deseja maximizar o impacto de suas campanhas publicitárias no ambiente digital. O curso “Domine as Regras e Ferramentas da Mídia Programática” foi criado para ensinar anunciantes e gerentes de mídia a navegar por esse universo, garantindo que seus anúncios sejam exibidos de maneira eficiente, segura e em conformidade com as políticas do Google. 

Como funciona a Mídia Programática?

Além de fornecer as ferramentas de controle necessárias, o curso também detalha as melhores práticas para otimizar campanhas.

Voltado exclusivamente para membros da plataforma Acelera, o curso oferece videoaulas e exercícios práticos que demonstram como usar o Google Ad Manager, evitar o banimento de contas e proteger os dados dos usuários.

Com um currículo que abrange desde as regras da mídia programática até a implementação de blocos de anúncios em WordPress, os participantes terão acesso a conhecimentos fundamentais para gerenciar campanhas com total transparência e controle.

Benefícios da Mídia Programática

Entre os principais benefícios oferecidos, estão o controle total sobre a exibição dos anúncios, a conformidade com as diretrizes do Google e a segurança das campanhas. Além disso, o curso explora as oportunidades de monetização que ferramentas como AdSense e AdX oferecem, permitindo que os participantes maximizem seus ganhos enquanto mantêm a integridade e a proteção de suas campanhas publicitárias.

O curso (acesse: https://acelera.alright.com.br/courses/monetizacao) promete transformar o entendimento e a prática dos profissionais que trabalham com mídia digital. Seja você um iniciante ou um anunciante experiente, essa é uma oportunidade de aprender com especialistas e dominar as técnicas mais recentes do setor.

Saiba mais: Além de ser uma excelente ferramenta para anunciantes, a mídia programática oferece oportunidades de monetização para editores de conteúdo. Ao integrar ferramentas como Google AdSense ou Google AdX em seus sites, os editores podem gerar receita ao exibir anúncios relevantes para seus visitantes.

Quanto mais bem segmentados forem os anúncios, maiores são as chances de conversão e, consequentemente, de aumento de receita.

Dominar as regras e ferramentas da mídia programática não é apenas uma necessidade para quem deseja ter sucesso no ambiente digital, mas também uma oportunidade de obter um controle mais completo sobre suas campanhas, otimizar seus investimentos e proteger a imagem da marca.

Ao seguir as melhores práticas e garantir a conformidade com as diretrizes do Google, os anunciantes podem alcançar resultados significativos, elevando suas campanhas a um novo patamar de eficácia.

Seja você um iniciante no mundo da mídia digital ou um profissional experiente, aprender a usar essas ferramentas pode transformar sua abordagem e garantir que suas campanhas alcancem o público certo, no momento certo, com o impacto certo.

Plano de investimento de gringo para salvar jornal local nos EUA. Ele oferece US$ 5 milhões

Meu trabalho aqui será mínimo. 

Peguei um link que nosso dileto editor Domingos Secco compartilhou no nosso grupo de WhatsApp. Pedi para o chatGPT traduzir para o Português e coloco aí abaixo para você ler na íntegra.

Traz, num nível raro de detalhamento financeiro, o plano de um empresário norte americano de compra, investimento e gestão de um pequeno jornal local para torná-lo saudável e lucrativo.

Antes de ler a íntegra (e você precisa ler a íntegra para se inspirar e, quem sabe, adotar práticas que ele vai adotar lá), te passo mastigado abaixo um resumo (também feito pelo chatGPT) do texto todo.

Salvando um Jornal Local nos EUA

O autor oferece US$ 5 milhões para comprar o The Charlotte Observer, com a proposta de transformá-lo de um ativo em declínio para um negócio sustentável e lucrativo. Ele reconhece que o atual foco do jornal em maximizar o retorno financeiro, cortando custos e aumentando taxas, não é sustentável a longo prazo. Sua proposta envolve diversificar os produtos, incluindo um site com paywall, newsletters, podcasts, eventos, e presença ativa nas redes sociais, gerando receita tanto de assinaturas quanto de publicidade.

Ele estima que pode atrair 50.000 assinantes pagantes, o que geraria US$ 7,5 milhões anuais, além de US$ 6 milhões em receita publicitária, totalizando US$ 13,5 milhões. As despesas seriam de cerca de US$ 12 milhões, o que deixaria um lucro de US$ 1 milhão, ou uma margem de 11%, semelhante ao New York Times. O autor também considera avaliar a manutenção de uma edição impressa dominical e está aberto à possibilidade de transformar o jornal em uma organização sem fins lucrativos, se necessário.

O texto destaca a experiência do autor na gestão do The Charlotte Observer e sua trajetória de sucesso na criação e venda de empresas de mídia locais. Ele argumenta que a atual estratégia focada no impresso se tornará inviável nos próximos dois anos e que o momento para a transformação é agora.

Texto Original sobre o caso deste Jornal Local nos EUA

Estou oferecendo US$ 5 milhões para comprar o The Charlotte Observer. Estou falando sério.

Minha tese é simples — você não precisa administrá-lo estritamente como um ativo problemático, ele pode ser transformado.

Você está seguindo a cartilha correta dos jornais, até certo ponto. Não é divertido, mas é a realidade que você enfrenta para fornecer retornos financeiros.

Aumentar as tarifas para pessoas ricas (elas reclamam, mas raramente cancelam e demoram a deixar de pagar).

Reduzir a folha de pagamento à medida que a receita diminui.

Focar em manter o máximo possível dos negócios de encartes impressos (muito lucrativo).

Não fazer investimentos digitais além do necessário para manter a moral da equipe.

Vender imóveis e outros ativos.

Trabalhei na equipe de gestão do The Charlotte Observer de 2013 a 2015. Eu entendo. Há mais dinheiro restante nesses jornais do que as pessoas pensam.

Mas, como acontece com qualquer ativo problemático, eventualmente a economia para de funcionar. E depois? Eu argumentaria que um ótimo desfecho seria obter um último cheque e devolvê-lo à propriedade local.

Planos para o The Charlotte Observer

Vamos falar de produto, receita e despesas.

Eu concentraria a equipe nos seguintes produtos:

Site com paywall medido e boa experiência de usuário (ex., The New York Times).

Boletim informativo principal gratuito, de manhã e à noite (ex., Axios).

Conjunto gratuito de 10 boletins temáticos liderados por jornalistas de destaque (ex., Puck News).

Podcast principal gratuito (ex., The Daily).

• Contas em redes sociais (ex., Axios Charlotte).

Eventos de grande porte (ex., Texas Tribune).

Essa mistura de produtos gratuitos e pagos nos permitirá focar tanto em receita de assinaturas quanto de publicidade.

Assinatura: Acredito que podemos converter 5% da população local em assinantes pagantes. Isso são 50.000 pessoas. Eu cobraria delas US$ 10/mês. Isso equivale a US$ 6 milhões/ano. Também criaremos um nível premium para apoiadores do jornalismo voltado à cidadania. 1.000 pessoas a US$ 1.500/ano. Isso são mais US$ 1,5 milhão, totalizando US$ 7,5 milhões em receita de assinaturas.

Atualmente, há cerca de 23.000 assinantes digitais (obrigado, Tony, pela estatística e pela história), então teremos trabalho a fazer. Mas, em uma cidade um quinto do nosso tamanho, o Salt Lake City Tribune agora tem mais de 30.000 assinantes digitais. É possível.

Publicidade: Os produtos acima nos dão espaço suficiente para gerar US$ 6 milhões em receita publicitária. Como comparação, a Charlotte Agenda rapidamente alcançou bem mais de US$ 2 milhões em publicidade digital com muito menos produtos.

Isso dá um total geral de US$ 13,5 milhões em receita (como outra comparação, a WFAE gera cerca de US$ 7 milhões em receita total).

Minhas estimativas acima parecem razoáveis, não apenas otimistas.

2 Advertências: Itens que eu avaliaria.

• Dependendo da atual economia do impresso, eu avaliaria a manutenção de uma edição impressa dominical 1x/semana (ex., Business Journals) e, se for o caso, também lançaria uma revista de luxo (ex., Our State).

• Se tornar-se uma organização sem fins lucrativos nos permitir alcançar nossas metas de receita mais rapidamente, estou muito aberto a isso.

Agora, vamos falar de despesas.

Folha de pagamento: O principal fator de qualquer empresa de mídia moderna.

Equipe de gestão – 5 pessoas, com uma média de US$ 300 mil/ano, totalizando US$ 1,5 milhão.

Vendas e execução – 10 pessoas, com uma média de US$ 150 mil/ano, totalizando US$ 1,5 milhão.

Operações – 10 pessoas, com uma média de US$ 100 mil/ano, totalizando US$ 1 milhão.

Redação – 50 pessoas, com uma média de US$ 125 mil/ano, totalizando US$ 6,25 milhões.

75 pessoas e US$ 10,25 milhões em folha de pagamento. Vamos adicionar mais US$ 1,75 milhão para espaço, produção de eventos, tecnologia, etc.

Isso dá um total geral de US$ 12 milhões em despesas.

Lucro: Ficamos com US$ 1 milhão de lucro sobre US$ 13,5 milhões em receita (margem de 11%, semelhante ao New York Times). Não é um negócio incrível, mas sustentável, recompensador e um bom ativo para a comunidade.

Por que agora: Eu entendo por que vocês ainda não fizeram isso. É mais lucrativo espremer todo o dinheiro do impresso. Mas a economia do impresso começa a não fazer mais sentido em determinado ponto, e acredito que esse ponto virá nos próximos 24 meses (a circulação impressa agora caiu para cerca de 10.000).

Eu sei como fazer isso — trabalhei na equipe de gestão do The Charlotte Observer, comecei uma empresa de mídia local, vendi-a por milhões, depois ajudei a expandir o conceito para 30 cidades antes de vender novamente por meio bilhão.

Chatham Asset Management, me avisem! Meu e-mail é ted(arroba)tinymoney.com.

Essa é a tradução completa do texto.

Jornal

3 perguntas e o desafio de manter um jornal local vivo e relevante

Inspirados no caso traduzido por Pyr Marcondes nesta edição (texto acima), o time de edição da Aurora News convidou Ricardo Silberschlag para trazer uma perspectiva local brasileira sobre o assunto da sustentabilidade do negócio em um jornal impresso. Diante dos desafios para o jornalismo local, Ricardo compartilha sua visão sobre como manter um veículo de mídia regional relevante e financeiramente sustentável.

Ricardo Silberschlag é Diretor do jornal Folha do Mate de Venâncio Aires (RS) e presidente da ADI Multimídia no Rio Grande do Sul. Tem uma visão privilegiada sobre a transição digital no jornalismo local com uma trajetória que inclui a criação do veículo digital da Folha do Mate. Silberschlag testemunhou de perto as transformações no consumo de notícias e as adaptações necessárias para manter a relevância e sustentabilidade do jornal.

Ele respondeu algumas questões sobre o impacto dos novos formatos de conteúdo digital e a busca por soluções que garantam a viabilidade de um negócio jornalístico regional em meio às rápidas mudanças tecnológicas e comportamentais.

  • Como vocês fazem hoje a gestão do jornal, relacionando com o veículo digital? O que mudou ao longo dos anos nas decisões sobre o veículo diante dos impactos da digitalização do consumo de notícias?

Nós temos nosso veículo digital desde o final de 2001, quando contratamos nosso primeiro site, e desde então, mantemos alguma atualização.

No início, era algo mais tranquilo, com uma ou duas atualizações por dia, no máximo. Isso foi evoluindo para um volume muito maior de notícias. O relacionamento que construímos no início era direto: o que saía no jornal também saía no digital. Com o tempo, isso mudou. Hoje, as notícias factuais, que impactam rapidamente, e os serviços, colocamos de forma mais rápida no site.

  • Como você enxerga o impacto de produtos complementares como podcasts, boletins informativos e eventos na relevância e na sustentabilidade de negócio em um jornal?

São consumos mais urgentes e superficiais, quase como commodities. Embora isso não gere muita receita, ainda é importante. Falamos sobre a escola local, a rua local, e a comunidade, mas, com um público pequeno de 500, 1.000 ou 2.000 visualizações, a conta não fecha. Seja pela venda de mídia via Ads, que praticamente não paga nada, ou pela venda direta, é muito difícil monetizar esse tipo de conteúdo.

Atualmente, vemos o site como uma extensão da audiência para todo o negócio que fazemos, com a relevância que ele traz para a comunidade através de debates, painéis e eventos.

Quanto ao jornal impresso, estamos em mutação. Percebemos isso nos grandes veículos, e também no nosso. Reduzimos o número de páginas, especialmente durante a semana, onde o produto é mais factual, mas no fim de semana conseguimos oferecer conteúdos mais variados e aprofundados, com histórias da comunidade, entrevistas e análises sobre saúde e educação. 

As pessoas estão mais desinformadas, mesmo com o excesso de informações disponíveis. Hoje, o jornal impresso ainda tem um papel importante, e percebemos que o perfil do público acima de 40 anos, que havia parado de ler, está voltando.

  • Você acredita que transformar um jornal local em um negócio mais digital, como proposto em muitos casos, pode garantir sua sustentabilidade a longo prazo? Como fazer isso na prática?

O impresso oferece um aprofundamento maior, sem interrupções de notificações, como acontece na leitura pelo celular. Para contar histórias e oferecer análises profundas, acredito que o jornal impresso ainda tem uma longa vida. Não vejo seu fim iminente nos próximos cinco anos.

A grande questão agora é gerar mais receita com o jornal. Temos que mostrar nossa audiência e fazer um cross-media com nossos outros canais, como rádio e redes sociais, criando produtos que façam sentido para o cliente e ajudem a desenvolver a comunidade, seja na educação, nos negócios ou na infraestrutura. Hoje, vendemos projetos completos que geram impacto no município, muito mais do que apenas anúncios individuais, que estão em declínio.

Jornalismo 4.0

Lançamento de “Desafios e Soluções para o Jornalismo 4.0”: Livro Digital de Pyr Marcondes

No próximo dia 10 de outubro, às 10h, Pyr Marcondes, uma referência no campo da comunicação e marketing, estará à frente de uma aula gratuita sobre Jornalismo 4.0. Na oportunidade, ele lançará o livro “Desafios e Saídas para o Jornalismo 4.0: do humano ao algoritmo, os novos paradigmas da mídia editorial”, que terá os recursos das vendas revertidos em doações para o Instituto Vladimir Herzog (IVH) que luta pela qualidade do jornalismo, a democracia e a liberdade de imprensa.

Esta é uma oportunidade imperdível para jornalistas, comunicadores e profissionais do setor que desejam se manter atualizados e preparados para as rápidas transformações do mercado.

Por que você não pode perder este lançamento de Jornalismo 4.0?

Pyr Marcondes, com mais de 40 anos de experiência em grandes grupos editoriais, vai compartilhar estratégias e percepções valiosas. Seu conhecimento aprofundado pode ser um diferencial para quem busca se destacar no cenário atual do jornalismo.

Ele é jornalista, especialista em marketing, consultor, investidor e autor de livros. Atualmente é Sócio Sênior na Pipeline Capital e investidor em sete empresas e startups. Como jornalista, atuou de 1980 a 2020, ocupando cargos importantes em publicações como o Grupo M&M, revista IstoÉ, Valor Econômico, Jornal da Tarde e Revista Exame. Ele também é autor de seis livros. Como empresário e investidor, foi sócio em várias empresas de publicidade, marketing e comunicação digital. Atualmente é empresário e investidor, Senior Partner da Pipeline Capital e Socio Fundador da Macuco Tech Ventures.

Jornalismo 4.0 trará discussões sobre tópicos urgentes, como:

– O impacto das redes sociais no consumo de notícias

– A crise do jornalismo local e seu papel na preservação da democracia

– Estratégias inovadoras para superar os desafios do mercado de notícias 

Durante a aula será lançado o livro digital que aprofunda os temas discutidos e oferece soluções práticas para os desafios do Jornalismo 4.0.

Com a aquisição do livro, o público irá contribuir para o Instituto Vladimir Herzog (IVH), que atua em prol da qualidade jornalística, democracia e liberdade de imprensa. A doação será voluntária.

O livro reúne alguns dos artigos publicados por Pyr Marcondes em sua seção semanal na Aurora News. 

Não perca esta chance de ampliar seus conhecimentos e se preparar para o futuro do jornalismo.

Clique aqui para se inscrever.

Como adquirir o livro?

O livro “Desafios e Saídas para o Jornalismo 4.0: do humano ao algoritmo, os novos paradigmas da mídia editorial”será vendido pelo valor de R$100,00.

Esta iniciativa faz parte do Acelera, uma plataforma que oferece conteúdos exclusivos, desenvolvidos por especialistas do mercado. Dessa forma, a plataforma vai oferecer descontos para incentivar as doações.

No site para compras, utilize os seguintes cupons:

Doe5 – paga 5 reais (95 reais de desconto)

Doe10 – paga 10 reais (90 reais de desconto)

Doe20 – paga 20 reais (80 reais de desconto)

Doe50 – paga 50 reais (50 reais de desconto)

Todos os recursos serão destinados para o Instituto Vladimir Herzog (IVH). Acesse o site para adquirir o livro: https://acelera.alright.com.br/courses/lancamento-desafios-solucoes-para-jornalismo

Nota complementar: A aquisição do livro “Desafios e Saídas para o Jornalismo 4.0” também é uma forma de contribuir para o fortalecimento do jornalismo e da democracia. Os recursos serão destinados ao Instituto Vladimir Herzog, e a iniciativa oferece cupons de desconto para incentivar ainda mais a participação de profissionais e interessados na causa. Ao adquirir o livro, os leitores não apenas aprofundam seus conhecimentos sobre o futuro do jornalismo, mas também apoiam uma instituição comprometida com a liberdade de imprensa e a qualidade da informação.

Com um conteúdo relevante e alinhado às principais discussões do setor, este lançamento faz parte da plataforma Acelera, que busca oferecer materiais de alto nível criados por especialistas do mercado. Aproveite os cupons de desconto, participe da aula gratuita com Pyr Marcondes e esteja preparado para os desafios do Jornalismo 4.0. Essa é uma oportunidade de expandir seus horizontes e contribuir para a construção de um futuro mais seguro e inovador para o jornalismo.

FENAJ

FENAJ lança Guia de 12 páginas para apoio a jornalistas em coberturas de risco

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), por meio da Secretaria de Saúde e Segurança, lançou o Guia de Proteção a Jornalistas em Coberturas de Risco, uma publicação digital que traz dicas de segurança para profissionais da mídia em cenários eleitorais, coberturas internacionais e frente às ameaças no ambiente digital.

O Guia traz dicas para coberturas de rua, ataques em ambientes virtuais/segurança digital, tipos de ataques cibernéticos, o que fazer em casos extremos e em coberturas internacionais. Ao final, os contatos dos 31 Sindicatos de Jornalistas filiados à Federação, a quem o jornalista deve sempre comunicar quando for vítima de violações e violências no exercício do seu trabalho.

Na apresentação do Guia, a explicação de que “a garantia de poder trabalhar em condições decentes e seguras é princípio básico para o bom exercício da profissão. Infelizmente, no cotidiano de nossa atividade, nos defrontamos com aqueles que desejam limitar, intimidar e barrar o trabalho jornalístico, colocando muitas vezes em risco a integridade física e psicológica dos profissionais”.

Guia da FENAJ apresenta orientações de segurança para Jornalistas

Dicas como conhecer o ambiente de trabalho, orientações sobre registro de boletins de ocorrência, importância da comunicação com redes de apoio e proteções com informações digitais são alguns dos pontos elencados.

O material orienta também sobre risco de ataques extremos envolvendo armas, violência de grupos organizados, ameaças virtuais e intimidações físicas. “Trata-se de uma publicação digital com 12 páginas, de rápida leitura, para facilitar o acesso da categoria a informações básicas de como se portar diante de ameaças ou situações de violação ao livre exercício profissional”, explica a presidente da Federação, Samira de Castro.

De acordo com o secretário de Saúde e Segurança da FENAJ, Norian Segatto, a publicação tem o objetivo de apresentar dicas básicas de proteção, que não garantem a completa integridade dos jornalistas, mas ajudam a prevenir e minimizar eventuais agressões. 

Os dirigentes sindicais reforçam que a categoria não deve naturalizar a violência sofrida. É necessário comunicar aos Sindicatos e registrar boletim de ocorrência em caso de agressões físicas, ameaças e outras violações que tenham por finalidade impedir o trabalho dos jornalistas.

Iniciativa do Guia FENAJ reforça apoio aos Jornalistas

A iniciativa da FENAJ de lançar o Guia de Proteção a Jornalistas em Coberturas de Risco chega especialmente diante do aumento das ameaças e agressões aos profissionais da mídia, tanto em ambientes físicos quanto digitais. Com as eleições se aproximando e o crescimento das tensões políticas, o material se torna ainda mais relevante para proteger a integridade daqueles que atuam na linha de frente da cobertura jornalística.

A crise global de desinformação e as pressões enfrentadas por jornalistas em coberturas eleitorais e internacionais são alguns dos pontos críticos abordados no documento, que busca preparar os profissionais para lidar com os desafios contemporâneos.

Além de ser uma ferramenta importante para orientar os jornalistas sobre medidas de segurança, o Guia reforça a necessidade de articulação com os Sindicatos de Jornalistas.

As entidades sindicais desempenham um papel essencial na defesa dos direitos da categoria, oferecendo suporte e orientação em momentos de crise. O apoio institucional é indispensável, especialmente quando as ameaças visam impedir o livre exercício do jornalismo, que é um dos pilares da democracia. 

Nota: A iniciativa da FENAJ com o lançamento do Guia de Proteção a Jornalistas em Coberturas de Risco é um importante reforço para a segurança dos profissionais que lidam diariamente com ameaças à sua integridade física e psicológica. Em um contexto de crescente polarização política e aumento das agressões, o guia torna-se uma ferramenta essencial para orientar e proteger aqueles que estão na linha de frente do jornalismo, garantindo que possam desempenhar seu papel com mais segurança.

Além disso, o guia destaca a importância da colaboração entre os jornalistas e os Sindicatos, reforçando a necessidade de registrar incidentes de violência e comunicar as violações sofridas. A proteção ao livre exercício do jornalismo é fundamental para a manutenção da democracia, e o apoio institucional é um passo decisivo para garantir que a imprensa continue atuando de forma independente e segura.

SEO

Domine o SEO Técnico: Aprimore a Performance e Segurança do Seu Site 

O curso “Domine o SEO Técnico e otimize a performance do seu site” é uma excelente oportunidade para quem busca aprimorar a presença online de seus projetos. O SEO Técnico é um dos pilares mais importantes para garantir que um site seja encontrado de forma eficaz em buscas e, ao mesmo tempo, ofereça uma navegação fluida e rápida para os usuários.

SEO: Avaliação e Melhoria da Qualidade Técnica do Site

No curso, o aluno aprenderá a avaliar a qualidade técnica de seu site, identificar falhas que possam impactar seu desempenho, e aplicar melhorias baseadas nos dados oferecidos por ferramentas como o Search Console, com foco especial nos Core Web Vitals.

Além disso, o curso ensina o aluno a realizar análises técnicas de forma independente, permitindo que ele tome decisões rápidas e assertivas para otimizar a performance e a segurança de seu site. O foco em plataformas amplamente usadas, como o WordPress, garante que o conhecimento seja relevante para uma grande variedade de profissionais.

Aprenda na Prática com o Curso de SEO Técnico

O conteúdo é estruturado de forma a atender tanto iniciantes quanto profissionais experientes, como desenvolvedores e proprietários de sites que desejam garantir que seus projetos estejam otimizados para alcançar melhores resultados nos mecanismos de busca.  

O time da Alright, com sua experiência no setor de mídia digital e aceleração de negócios, é a responsável por conduzir o curso, assegurando que os alunos terão acesso a ensinamentos atualizados e de qualidade. 

Esse curso é exclusivo para os membros da plataforma Acelera (inscrições neste link) e se destaca por sua abordagem prática, composta por videoaulas, exercícios aplicados e estudos de caso que demonstram como o SEO Técnico pode impactar diretamente o sucesso de um site.

Time Alright

Benefícios do curso de SEO exclusivo para membros da plataforma Acelera

Nota: O curso “Domine o SEO Técnico e otimize a performance do seu site” é uma excelente oportunidade para quem busca aprimorar a presença online de seus projetos. O SEO Técnico é um dos pilares mais importantes para garantir que um site seja encontrado de forma eficaz em buscas e, ao mesmo tempo, ofereça uma navegação fluida e rápida para os usuários. A crescente competitividade no ambiente digital exige que os sites não apenas tenham bom conteúdo, mas também sejam tecnicamente otimizados para garantir melhores posições nos resultados dos mecanismos de busca.

No curso, o aluno aprenderá a avaliar a qualidade técnica de seu site, identificar falhas que possam impactar seu desempenho e aplicar melhorias baseadas nos dados oferecidos por ferramentas como o Search Console, com foco especial nos Core Web Vitals. Essas métricas são essenciais para determinar a qualidade da experiência do usuário e influenciam diretamente o ranqueamento nos motores de busca. Dominar essas ferramentas oferece uma vantagem significativa para qualquer profissional que deseja melhorar a performance de seus sites.

Além disso, o curso ensina o aluno a realizar análises técnicas de forma independente, permitindo que ele tome decisões rápidas e assertivas para otimizar a performance e a segurança de seu site. O foco em plataformas amplamente usadas, como o WordPress, garante que o conhecimento seja relevante para uma grande variedade de profissionais, desde desenvolvedores até proprietários de sites que desejam garantir que seus projetos estejam otimizados para alcançar melhores resultados nos mecanismos de busca.

O conteúdo é estruturado de forma a atender tanto iniciantes quanto profissionais experientes. A proposta é cobrir aspectos fundamentais para quem está começando, ao mesmo tempo que oferece insights avançados para aqueles que já possuem experiência no mundo do SEO. Desenvolvedores, gestores de conteúdo, proprietários de pequenas empresas e até mesmo freelancers podem se beneficiar das técnicas abordadas, garantindo que seus sites estejam prontos para competir nos cenários mais desafiadores do marketing digital.

O curso aborda de maneira detalhada as principais áreas do SEO Técnico, como a otimização de velocidade de carregamento, estruturação de dados, acessibilidade e usabilidade. Esses fatores são fundamentais para melhorar o ranqueamento de um site nos mecanismos de busca, já que impactam diretamente a experiência do usuário e os critérios utilizados por algoritmos, como o Google, para classificar conteúdos. A otimização da performance técnica de um site não apenas melhora o posicionamento nas buscas, mas também reduz a taxa de rejeição e aumenta a satisfação do usuário, o que pode resultar em maior retenção de público e conversão.

Com uma abordagem prática e orientada por exemplos reais, os participantes aprenderão a utilizar ferramentas como o Google Search Console, PageSpeed Insights e Lighthouse para analisar dados técnicos de seus sites. O curso oferece ainda dicas e estratégias para corrigir problemas relacionados ao tempo de carregamento, responsividade e segurança, elementos que influenciam diretamente os Core Web Vitals, métricas essenciais para a otimização de performance. Dessa forma, o aluno é capacitado a identificar e resolver os principais problemas que afetam o desempenho de seu site, permitindo que ele se destaque em um ambiente competitivo.

Outro ponto de destaque é o suporte contínuo oferecido através da plataforma Acelera, permitindo que os alunos troquem experiências e tirem dúvidas em tempo real com profissionais do setor. Essa interação proporciona um aprendizado mais rico e colaborativo, uma vez que os alunos podem compartilhar suas próprias dificuldades e conquistas durante a aplicação dos conceitos aprendidos. A combinação de exercícios práticos e estudos de caso permite uma aplicação direta do conhecimento adquirido, proporcionando aos participantes habilidades que poderão ser imediatamente utilizadas em seus projetos, resultando em sites mais eficientes, seguros e bem posicionados nos resultados de busca.

O curso “Domine o SEO Técnico e otimize a performance do seu site” é uma iniciativa conduzida pelo time da Alright, conhecido por sua vasta experiência no setor de mídia digital e aceleração de negócios. A Alright tem como missão fornecer conteúdos de qualidade e atualizados, garantindo que os alunos estejam sempre à frente das tendências e boas práticas no universo do SEO Técnico. O foco é capacitar os participantes para que se tornem mais competitivos em seus mercados e possam melhorar a performance digital de seus projetos de forma contínua.

Esse curso é exclusivo para os membros da plataforma Acelera e se destaca por sua abordagem prática, composta por videoaulas, exercícios aplicados e estudos de caso que demonstram como o SEO Técnico pode impactar diretamente o sucesso de um site. A plataforma oferece também um ambiente colaborativo para que os alunos possam compartilhar suas experiências e aplicar imediatamente o conhecimento adquirido, gerando resultados rápidos e tangíveis.

Em resumo, o curso oferece uma combinação única de teoria e prática, voltada para garantir que os sites estejam tecnicamente preparados para enfrentar os desafios do marketing digital atual. Seja você um iniciante que busca aprender os fundamentos ou um profissional experiente que deseja aprimorar suas habilidades, o curso “Domine o SEO Técnico e otimize a performance do seu site” é a escolha ideal para quem busca resultados reais e duradouros no ambiente online.

Projor

Projor lança programa inovador para veículos jornalísticos com 11 indicadores e selo de compromisso

O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) anunciou o lançamento do Programa de Indicadores de Compromissos com o Público. A proposta do programa é avaliar os sites de notícias online presentes no Atlas da Notícia para verificar se estão em conformidade com 11 indicadores que demonstram o compromisso desses veículos com o público.

As organizações jornalísticas não precisam se inscrever para participar, mas podem atualizar seus sites seguindo um manual de melhores práticas desenvolvido pelo Projor, que detalha cada um dos indicadores e oferece sugestões de implementação.

Acesse o manual do Projor: https://www.atlas.jor.br/indicadores/ 

A primeira fase da avaliação será realizada em dois meses e envolverá cerca de 200 organizações. Os resultados serão divulgados no final de novembro de 2024, marcando o lançamento oficial do projeto.

Veículos que atenderem a pelo menos oito dos 11 indicadores receberão um selo de “veículo comprometido com o público”, indicando o número de critérios cumpridos. Além disso, cada veículo que obtiver o selo terá uma página no Atlas da Notícia, detalhando os indicadores atendidos e outras informações já presentes na base de dados do Atlas.

Segundo Sérgio Lüdtke, presidente do Projor e coordenador do Atlas da Notícia, “o jornalismo deve ter um compromisso de lealdade com seu público, pois é essa percepção de comprometimento que constrói relações de confiança entre cidadãos e veículos de comunicação. A confiança é a base sólida que permite às organizações enfrentar o desafio da sustentabilidade.”

Projor anuncia financiamento do programa

O Programa de Indicadores de Compromissos com o Público conta com financiamento da Google News Initiative.

Os indicadores foram definidos por membros do Projor e revisados por associações representativas do setor jornalístico. O programa analisará a presença dos seguintes itens nos sites de notícias:

1. Expediente

2. Princípios editoriais

3. Política de correção de erros

4. Afiliação a associações de jornalismo

5. Acesso aos profissionais da redação

6. Propriedade do veículo

7. Identificação de conteúdos patrocinados

8. Transparência de financiamento

9. Identificação de autoria

10. Política de privacidade

11. Acessibilidade

Projor e o Atlas da Notícia

O Atlas da Notícia, inspirado no projeto America’s Growing News Desert da Columbia Journalism Review, já está em sua sexta edição e mapeia anualmente as publicações jornalísticas no Brasil, destacando os desertos de notícias — regiões sem fontes de notícias locais.

Inicialmente patrocinado pelo Meta Journalism Project, com apoio da Intercom e da Abraji, o Atlas hoje é financiado pela Google News Initiative e se dedica também à análise qualitativa dos dados coletados, avaliando a cobertura jornalística e as tendências da migração para o meio digital.

Nota: Ao fornecer orientações claras e objetivas, o manual estabelece 11 indicadores que ajudam a garantir maior transparência, responsabilidade e ética nas redações de veículos de comunicação online. Esses indicadores, que abrangem desde a identificação de autoria até a política de privacidade, foram cuidadosamente elaborados para oferecer uma base sólida e confiável para os sites de notícias se adaptarem às melhores práticas do mercado jornalístico atual.

Através dessa ferramenta, os veículos de comunicação têm a oportunidade de se destacar no cenário digital, promovendo uma relação de confiança com o público. Esse selo não apenas reforça a credibilidade do veículo perante a sociedade, como também valoriza a marca e contribui para um ecossistema de mídia mais transparente e sustentável.

Ao adotar os princípios propostos pelo Manual de Melhores Práticas, os sites de notícias podem demonstrar claramente seu compromisso com a verdade, a clareza nas informações e o respeito ao público, o que é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos no setor de comunicação. Em tempos de desinformação e notícias falsas, iniciativas como essa são vitais para garantir que o jornalismo continue sendo uma fonte confiável de informação e um pilar da democracia. Assim, o Projor se coloca como um agente ativo na transformação e qualificação do jornalismo brasileiro.

Poynter Summit

Poynter Summit: 6 Principais Pontos do Relatório sobre IA, Ética e Jornalismo

O Relatório do Poynter Summit sobre IA, Ética e Jornalismo traz uma reflexão essencial sobre a interseção entre tecnologia e práticas jornalísticas, abordando os desafios e as oportunidades trazidas pela inteligência artificial (IA) no setor.

O Relatório do Poynter Summit sobre IA, Ética e Jornalismo

Reunindo mais de 40 especialistas em junho deste ano, entre líderes de redações, tecnólogos e jornalistas, o evento teve como foco central discutir as implicações éticas do uso da IA, assim como as preocupações crescentes do público em torno da transparência, privacidade de dados e confiança.

Estiveram presentes representantes da Associated Press, Washington Post, Gannett, Invisible Institute, Hearst, McClatchy, Axios e Adams, juntamente com OpenAI, Online News Association, American Press Institute, Northwestern University e outros.

A partir das discussões, surgiram diretrizes e propostas para guiar o desenvolvimento responsável de ferramentas de IA no campo jornalístico.

IA, Ética e Jornalismo: Principais Pontos do Poynter Summit

A seguir, trago os principais pontos. O relatório do Poynter Summit completo, em inglês, pode ser acessado aqui.

1. Convergência de IA e Jornalismo: O Summit reuniu mais de 40 líderes de redações, tecnólogos e jornalistas para discutir o uso de inteligência artificial (IA) generativa no jornalismo, especialmente em um contexto de preocupações éticas e confiança do público.

2. Preocupações do Público com a IA:

Ansiedade e Desconfiança: Existe uma significativa ansiedade e desconfiança entre o público em relação ao uso de IA no jornalismo, agravadas por preocupações com segurança no emprego e motivos por trás do uso da IA.

Desejo por Transparência: O público quer saber quando e como a IA é usada na produção de notícias, exigindo divulgações claras para evitar fadiga de rótulos e manter a confiança.

Preocupações com Privacidade de Dados: A privacidade dos dados é uma preocupação importante, muitas vezes negligenciada, que precisa ser abordada no desenvolvimento de ferramentas de IA em redações.

3. Necessidade de Diretrizes Éticas:

Diretrizes de Ética Atualizadas: O Summit teve como objetivo atualizar o guia de ética de IA do Poynter para redações com insights de jornalistas, editores, gerentes de produto e tecnólogos.

Princípios de Desenvolvimento Ético de Produtos de IA: Foram delineados princípios para o desenvolvimento de produtos de IA que priorizam a confiança e o serviço ao público.

4. Experimentos e Feedback Contínuos:

Envolvimento do Público: É essencial o feedback contínuo e o envolvimento do público no processo de desenvolvimento da IA para criar produtos de notícias relevantes e confiáveis.

Educação sobre IA: Investir em iniciativas de alfabetização em IA para ajudar jornalistas e o público a entenderem as capacidades e limitações da IA.

5. Hackathon e Propostas de Ferramentas de IA: Durante o evento, foi realizado um hackathon para criar soluções baseadas em IA, focadas na confiança do público e na ética jornalística. Entre as propostas estavam ferramentas para otimização de fluxos de trabalho, criação de conteúdo e interações com o público.

6. Princípios de Desenvolvimento Ético de Produtos de IA:

Transparência, padrões éticos e políticas, prestação de contas, mitigação de preconceitos, privacidade e segurança de dados, serviço ao público, supervisão humana, educação em IA e sustentabilidade.

O Poynter Summit enfatizou a importância de integrar a ética ao design de ferramentas de IA, promovendo a transparência, o envolvimento do público e a educação contínua como pilares fundamentais para o uso responsável de IA no jornalismo.

Poynter Summit: A Importância de Integrar IA, Ética e Jornalismo

Como conclusão, o Relatório do Poynter Summit reforça a necessidade urgente de integrar a ética no desenvolvimento de tecnologias emergentes, como a IA, no jornalismo. As diretrizes propostas visam não apenas garantir a transparência e a confiança do público, mas também assegurar que as redações mantenham um compromisso com a privacidade de dados e a integridade jornalística, adaptando-se de forma responsável às inovações tecnológicas.

Oásis de Notícias

Assine o Manifesto em Defesa dos Oásis de Notícias

Nesta edição especial da Aurora News, apresentamos o “Manifesto em Defesa dos Oásis de Notícias” . A iniciativa tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a crescente crise provocada pela existência dos chamados desertos de notícias no território nacional, regiões onde a ausência de jornalismo local compromete o acesso à informação e, por consequência, a qualidade da democracia. 

Uma rede de jornalistas, comunicadores e empreendedores vinculados a veículos de notícias de todo o Brasil iniciaram um movimento para defender o direito à informação para as comunidades brasileiras. 

A articulação do movimento se fortaleceu. De 19 a 23 de agosto de 2024, representantes de organizações de notícias de todas as regiões do Brasil estiveram em Brasília, com o objetivo de afirmar para o país e aos representantes dos poderes federais, o impacto do setor, demonstrar a capacidade de articulação e relevância.

No Alright Summit, mais de 3.000 espectadores (entre as atividades presenciais e online) reafirmaram a força do jornalismo local brasileiro.

A Alright tem uma rede de veículos de notícias que reúne mais de 450 veículos de jornalismo local no Brasil. 

Uma petição online está aberta para assinaturas, com a expectativa de mobilizar milhares de pessoas em todo o país para pressionar as autoridades e garantir que o jornalismo regional alcance apoio, reconhecimento e incentivos junto às políticas públicas. 

Você pode ser parte desse movimento!

Acesse ao clicar aqui.

Manifesto em Defesa dos Oásis de Notícias

1. A Crise dos Desertos de Notícias no Brasil 

Desertos de Notícias são sintomas de disfunção na prática ao direito de acesso a livre informação. Populações desertificadas de jornalismo local sofrem e são vítimas desse mal, de resto e em suma, uma ferida na Democracia nas regiões mais arteriais da Nação.

Segundo o Atlas da Notícia, produzido pelo Projor – Instituto pelo Desenvolvimento do Jornalismo, cujas periódicas versões anuais atualizam o País sobre esse mapa da desinformação nativa, cerca de 2.707 dos 5.568 municípios brasileiros são Desertos de Notícia.

2. Os Oásis de Notícia

Somos os Oásis de Notícia.

Oásis de Notícia são conteúdos editoriais brotando produtivamente nesse árido cenário.

O mesmo Atlas da Notícia elencou 5.245 veículos digitais e 4.836 rádios produzindo notícias e representando 70% dos veículos mapeados em 2023.

Esses números demonstram o impacto social e econômico dessa nossa atividade. Somos pequenos e médios veículos comprometidos com a promoção da transparência e da cidadania, em regiões nem sempre cobertas pelos grandes grupos de comunicação.

Produzimos diariamente jornalismo profissional e de credibilidade. Somos o retrato mais fidedigno das realidades locais nas diversas regiões do País. Somos seu espelho e sua voz.

Nossa missão é combater a desinformação e democratizar o acesso a conteúdos editoriais confiáveis e relevantes.

3. A força e o poder em Rede

De 19 a 23 de agosto de 2024, reunimos representantes de organizações de notícias de todas as regiões do Brasil em Brasília, com o objetivo de tangibilizar para o País e aos representantes dos poderes federais, a nossa força e nosso próprio poder. Demonstrar nossa capacidade de articulação e nossa relevância.

O evento, organizado pela startup de mídia Alright, atraiu mais de 3.000 espectadores, reafirmando a força do jornalismo regional brasileiro.

Articulados em rede e com apoio de entidades representativas como ANER, AJOR, ABRAJI e PROJOR, estamos prontos para combater a desinformação e promover a verdade.

4. Contra o desvio técnico de Mídia 

Mídia é uma atividade de comunicação fundamentada e com bases em dados e análises técnicas.

Essa é a premissa no âmbito dos investimentos privados, mas particularmente no trato das verbas públicas, ao fim, fruto do contribuinte, todos nós.

No entanto:

– Apesar da cobertura estratificada e abrangente da nossa produção jornalística;

– Apesar da penetração extremamente granular e única de nossos veículos;

– Apesar da proximidade e profunda identificação com nossas audiências e nossa inequívoca preferência por parte delas face aos veículos não locais …

Vimos a público manifestar nosso desacordo com a prática, a nossa ver, em desalinho com parâmetros técnicos e contextuais de alocação das verbas públicas federais de mídia.

5. Pela democratização da verba, em prol da democratização da informação 

Neste Manifesto, os Oásis de Notícia pleiteiam:

1. Defesa e reconhecimento por parte dos órgãos e instâncias técnicas representativas do Governo Federal da relevância de mídia dos veículos locais e regionais;

2. Investimento tecnicamente democratizado das verbas de mídia por parte desses mesmos órgãos e instâncias nacionais;

3. Utilização das plataformas locais e regionais para divulgação certamente de alta eficácia das campanhas de políticas e programas públicos;

4. Criação de um Fundo Público de Fomento para estímulo e suporte ao desenvolvimento da mídia profissional local e regional, com regras claras e baseadas em indicadores de compromisso com o bem público e os cidadãos/audiência dessas áreas do País.

5. Pelo Futuro do Jornalismo Regional e da Democracia 

Defendemos o fortalecimento do jornalismo local e da indústria regional de notícias como um pilar essencial para a democracia brasileira.

Com orgulho e determinação, desafiaremos os Desertos de Notícia.

Somos os Oásis de Notícias e continuaremos a lutar pela verdade, pela informação livre e pelo fortalecimento da nossa Democracia.

ASSINE AGORA O MANIFESTO EM DEFESA DOS OÁSIS DE NOTÍCIAS

Framework Prompts ChatGPT

Framework e Prompt para ChatGPT: Potencialize a Criação de Conteúdo Jornalístico

Neste guia, quero te apresentar frameworks eficazes de prompts para o ChatGPT, especialmente adaptados para jornalistas e produtores de conteúdo. Esses frameworks ajudam a estruturar suas solicitações de maneira clara e estratégica, permitindo que você extraia o máximo de valor da ferramenta. Com eles, você pode criar conteúdos mais direcionados, investigar temas complexos e otimizar suas estratégias de comunicação, garantindo que suas mensagens atinjam o público certo com maior impacto.

Framework R-T-F

Atue como [ROLE]

Crie uma [TASK]

Mostre como [FORMAT]

Exemplo de Prompt:

Editor de conteúdo digital.Desenvolva uma série de artigos investigativos sobre o impacto das fake news nas eleições municipais. Crie um plano de conteúdo que inclua uma análise detalhada de fontes, entrevistas com especialistas e um cronograma para publicação.

Framework T-A-G

Defina [TASK]

Declare a [ACTION]

Esclareça o [GOAL]

Exemplo de Prompt:

A tarefa é revisar a performance das campanhas de mídia social. Atue como estrategista de conteúdo e identifique quais tipos de postagens geram mais engajamento. O objetivo é otimizar a estratégia para aumentar o engajamento em 30% no próximo trimestre.

Framework B-A-B

Explique o Problema [BEFORE]

Declare o Resultado [AFTER]

Peça a [BRIDGE]

Exemplo de Prompt:

Estamos enfrentando baixa taxa de abertura nos nossos boletins informativos. Queremos aumentar a taxa de abertura para 25% nos próximos 60 dias. Desenvolva um plano de otimização que inclua testes A/B, segmentação avançada e novos títulos de e-mail.

Framework C-A-R-E

Dê o [CONTEXT]

Descreva a [ACTION]

Esclareça o [RESULT]

Dê o [EXAMPLE]

Exemplo de Prompt:

Estamos lançando um novo portal de notícias voltado para jornalismo independente. Você pode ajudar a criar uma estratégia de conteúdo que atraia leitores preocupados com transparência e ética? Nosso resultado desejado é construir uma base fiel de leitores e aumentar o tempo de permanência no site. Um bom exemplo é a estratégia do The Guardian, que tem focado em reportagens aprofundadas e em um modelo de financiamento voluntário.

Framework R-I-S-E

Especifique o [ROLE]

Descreva o [INPUT]

Peça os [STEPS]

Descreva a [EXPECTATION]

Exemplo de Prompt:

Imagine que você é um repórter investigativo. Reuni dados sobre a relação entre o aumento do desmatamento e o financiamento de campanhas políticas. Forneça um plano de investigação detalhado, incluindo possíveis fontes, perguntas-chave e uma abordagem ética para a reportagem. O objetivo é publicar uma série de artigos que exponham as conexões e contribuam para o debate público sobre transparência política.

Os frameworks de prompts que você acabou de conhecer são ferramentas poderosas para jornalistas e produtores de conteúdo. Ao aplicá-los, você poderá orientar o ChatGPT de forma mais precisa, gerando insights valiosos e conteúdos relevantes que atendem às necessidades do seu público. Lembre-se de ajustar os exemplos para o seu contexto específico e explorar as diversas possibilidades que esses frameworks oferecem. Com prática e criatividade, você poderá elevar a qualidade do seu trabalho e alcançar resultados ainda melhores.

Nota: No cenário atual, onde a produção de conteúdo digital se torna cada vez mais acelerada e estratégica, o uso de ferramentas como o ChatGPT pode ser um grande diferencial para jornalistas e produtores de conteúdo. No entanto, para obter resultados eficazes e direcionados, é necessário mais do que simplesmente fazer perguntas aleatórias. Frameworks de prompts surgem como uma solução prática para otimizar as interações com a inteligência artificial, oferecendo uma estrutura que facilita a geração de ideias e o desenvolvimento de estratégias assertivas.

Este guia apresenta uma série de frameworks especialmente desenhados para profissionais da comunicação, como jornalistas e criadores de conteúdo. Cada framework tem como objetivo organizar a formulação de solicitações ao ChatGPT, tornando-as mais claras e objetivas. Dessa forma, é possível maximizar o potencial da ferramenta, seja para investigar temas complexos, planejar conteúdos ou aprimorar campanhas de mídia. Ao explorar esses frameworks, você poderá adaptar as solicitações à sua realidade, alcançando um impacto maior e garantindo que seu conteúdo se conecte de forma mais eficiente com o público.

Negócio

Jornalistas sabem pouco do negócio do jornalismo  

Uma parte não se importa, porque não é sua obrigação saber. Outros simplesmente não se interessam. Outros admitem não terem a qualificação necessária. Infelizmente para os próprios jornalistas, apenas muito poucos sabem e se interessam pelo assunto.

E o assunto é o negócio do jornalismo, sem o qual os jornalistas não existiriam, porque não teriam onde trabalhar.

Não se exige que um médico saiba administrar um hospital. Não se exige que um operário saiba das finanças da sua fábrica. Não se exige de um engenheiro que domine a rentabilidade ou não da obra que executa. De fato, não se exige. E de fato, não é nem necessário, nem indispensável.

É apenas uma decisão pessoal, profissional e, no fim da história, de vida mesmo. Cada um faz a sua. E se conforta ou se responsabiliza por ela.

Não saber sobre o negócio do jornalismo pode ser, na real, um bálsamo para jornalistas. Principalmente hoje, quando as empresas que os (as) empregam, enfrentam o maior desafio de sobrevivência da história do jornalismo. Melhor deixar para os gestores, enquanto eu fico aqui no meu canto tocando a minha pauta.

É uma opção. Como eu disse, pessoal e de cada um.

Mas não é uma falta de opção. Quer dizer: se quiserem e se se mobilizarem, jornalistas podem, sim, e perfeitamente, entender e conhecer mais do negócio do jornalismo.

Como depoimento estritamente pessoal, decidi entender. Se precisar, sei, sim, gerir uma empresa e um negócio jornalístico. Decidi saber.

E sempre como um depoimento pessoal, não colhi nada ruim por isso. Na verdade, essa decisão mudou minha vida. Ah … para muuuuito melhor.

Jornalistas em geral, de fato, não parecem ter nascido para gestores de negócios. Assim como muitos advogados, engenheiros e médicos.

Talvez a diferença entre essas profissões e a de jornalista esteja, hoje, no fato de que elas não estão sendo ameaçadas de extinção. A do jornalista, infelizmente, está.

Reportagem emblemática sobre o tema é esta publicada pelo site de defesa do jornalismo (e, consequentemente, do negócio do jornalismo) Nieman Lab, assinada por Sarah Scire, deputy editor do site.

Conta a história do jornal local Salt Lake Tribune, de Salt Lake City, EUA, que se tornou lucrativo depois de ter aberto suas contas publicamente e passar a receber doações como origem de receita, acabando com o paywall.

A história de virada do modelo de negócios deles eu conto outra hora. Destaco agora apenas trechos sobre meu tema aqui, jornalistas e o negócio do jornalismo.

Diz Sarah: “As organizações de notícias historicamente buscaram manter uma separação rígida entre as operações comerciais e editoriais para proteger a independência das redações, e já se disse — talvez não injustamente — que os jornalistas não sabem muito sobre o negócio das notícias. No entanto, há sinais de que isso está mudando, e os repórteres não deixaram de perceber que mais de dois terços dos empregos em jornais desapareceram desde 2005 ou que os veículos de notícias locais foram particularmente afetados”.

Já não era sem tempo, diria eu. A preocupação com o tema, quero dizer.

Andy Larsen, repórter de esportes da publicação, que um dia se manteve propositalmente à parte da saúde (ou doença) financeira da editora que paga suas contas, um dia se aproximou mais do departamento comercial do Salt Lake Tribune, e isso o fez mudar de postura. E de entendimento sobre o business.

“Isso levou a uma conversa sobre quanto ganhamos com receita de anúncios digitais no geral, em comparação com patrocínios e doações, o que, por sua vez, levou a discussões sobre todo o resto. Fiquei bastante surpreso e impressionado com a transparência deles em relação a tudo ao longo de horas de conversa, o que me levou a perguntar sobre tornar esses mesmos números públicos e se eu poderia ajudar com o projeto.”

Aí teve início a mudança do modelo de negócio da empresa toda.

Mas segue ele: “Uma barreira entre o negócio e a área editorial é essencial para a integridade do produto, na minha opinião. Por outro lado, essa barreira também pode ser limitante quando se trata de confiança entre os dois grupos — francamente, acho que alguns dos nossos próprios escritores, incluindo eu mesmo, simplesmente assumiam que nosso negócio estava em uma situação pior do que realmente estava, apenas por estarmos operando no setor de jornais em 2024. Uma maneira de compartilhar as informações com a equipe sem romper essa barreira foi abrir os financials da empresa para todos”.

A preocupação de Larsen com os negócios da sua companhia foi libertária. Para ele, para os jornalistas, para o comercial e para os donos do jornal.

Larsen talvez possa servir de inspiração para outros coleguinhas de profissão.

Da minha parte, pedi para uma das principais ameaças a este ofício, o ChatGPT (mais especificamente, a Inteligência Artificial Generativa), para me ajudar a fazer uma lista de desvantagens e vantagens do jornalista entender do negócio do qual retira (por enquanto) sua sobrevivência, o negócio do jornalismo. Ele foi solidário com a categoria escrevendo algumas, e eu, escrevendo outras.

Ah, não quero deixar qualquer dúvida sobre a intenção deste artigo: tirar o sono, de hoje em diante, dos (das) jornalistas que ignoram o negócio do jornalismo.

Se conseguir isso, serei um jornalista mais feliz na minha preocupação. Que não deveria ser só minha. E dormirei em paz. Ao menos com minha consciência.

5 Desvantagens de Não Conhecer o Negócio do Jornalismo

  1. Perda de Relevância Profissional: Sem compreender como o negócio funciona, os jornalistas correm o risco de se tornarem obsoletos ou menos valiosos para empregadores e para o mercado.
  1. Menor Poder de Negociação: O desconhecimento do modelo de receita, custos e fluxos financeiros limita a capacidade de negociar salários, contratos e condições de trabalho mais justas.
  1. Dependência da Tecnologia: A falta de entendimento do impacto de ferramentas como a GenAI leva à dependência passiva dessas tecnologias, em vez de usá-las estrategicamente para agregar valor.
  1. Falta de Adaptação ao Mercado: Desconhecer as tendências do mercado, como mudanças no consumo de mídia, pode resultar em falta de adaptação e perda de oportunidades.
  1. Risco de Redução de Empregos: O desconhecimento das ameaças e oportunidades do negócio limita a capacidade de inovar e proteger sua função dentro do setor.

5 Vantagens de Saber Mais Sobre o Negócio do Jornalismo

  1. Capacidade de Inovação: Conhecer o mercado permite criar novas formas de gerar receita e alcançar audiência, fortalecendo o jornalismo como profissão.
  1. Empoderamento Profissional: Entender o negócio aumenta a capacidade de negociação e tomada de decisões, proporcionando mais controle sobre a carreira.
  1. Uso Estratégico da Tecnologia: Compreender o impacto de ferramentas como a GenAI ajuda a usá-las como aliadas para otimizar processos e ampliar a produção jornalística.
  1. Maior Relevância e Empregabilidade: Profissionais bem informados são mais valorizados no mercado, pois entendem não apenas como produzir conteúdo, mas como torná-lo lucrativo e sustentável.
  1. Contribuição para a Sustentabilidade do Setor: Saber como o jornalismo se sustenta economicamente permite contribuir para a criação de modelos mais resilientes e sustentáveis, garantindo o futuro da profissão.

Você, jornalista que me lê, pode continuar perfeitamente no seu canto, tocando a sua pauta.

Como insisti ao longo deste artigo, a opção é sua.

(*) Abaixo, lista de cursos para jornalistas aprenderem mais sobre o negócio do jornalismo.

(*) Apenas busquei na internet. Não afianço ou desacredito em nenhum deles, porque simplesmente não os conheço. Cito as fontes da busca ao lado de cada curso.

  1. Insper – Jornalismo Empreendedor

   – Oferece cursos e workshops para jornalistas que desejam aprender sobre empreendedorismo, modelos de negócios, inovação e sustentabilidade financeira no jornalismo.

   – Site: Insper

  1. Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo

   – Oferece diversos cursos e oficinas sobre jornalismo de dados, cobertura política, e também sobre sustentabilidade e modelos de negócio para veículos de mídia.

   – Site: Abraji

  1. Curso de Gestão e Empreendedorismo em Jornalismo – Escola de Comunicação da UFRJ

   – Oferece disciplinas voltadas para gestão de negócios jornalísticos, inovações no setor, e uso de novas tecnologias no jornalismo.

   – Site: ECO UFRJ

  1. Centro Knight para o Jornalismo nas Américas – Universidade do Texas em Austin

   – Oferece cursos online em português sobre temas como modelos de negócios para o jornalismo digital, jornalismo de dados, entre outros.

   – Site: Centro Knight

  1. Columbia Journalism School – MBA Dual Degree Program

   – Programa de dupla graduação que combina MBA e Mestrado em Jornalismo para capacitar jornalistas em gestão de negócios de mídia.

   – Site: Columbia Journalism School

  1. Reuters Institute for the Study of Journalism – University of Oxford

   – Oferece programas curtos de desenvolvimento para jornalistas focados em inovação, modelos de negócios e sustentabilidade na mídia.

   – Site: Reuters Institute

  1. Craig Newmark Graduate School of Journalism – City University of New York (CUNY)

   – Programa de Mestrado em Empreendedorismo de Notícias que ensina sobre startups de mídia, modelos de negócios e monetização de conteúdo.

   – Site: CUNY Journalism

  1. Poynter Institute – Leadership Academy for Women in Media

   – Oferece programas e workshops focados em liderança, gestão de redação e inovação nos negócios de mídia.

   – Site: Poynter Institute

  1. European Journalism Centre (EJC)

   – Oferece cursos online gratuitos e pagos em parceria com plataformas como Coursera e edX, abordando sustentabilidade financeira, inovação e desenvolvimento de produtos no jornalismo.

   – Site: European Journalism Centre 

(*) Disclaimer: Todos os textos assinados por mim são de minha exclusiva responsabilidade e não representam necessariamente a opinião da Aurora News.

Eleições

Eleições: Projeto Comprova oferece 3 importantes recursos gratuitos para jornalistas

O Projeto Comprova, uma iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas e eleições compartilhados em redes sociais, está liberando um pacote de recursos para apoiar o trabalho de jornalistas que fazem a cobertura das eleições municipais em 2024. Este ano, o Comprova, com financiamento pela Google News Initiative, recebeu recursos de Meta e Whatsapp.

Desde o dia 5 de setembro os profissionais de qualquer veículo noticioso brasileiro que acessarem o chatbot do Comprova no WhatsApp terão acesso a três recursos criados para apoiar a investigação de conteúdos suspeitos relacionados às eleições municipais. 

Recursos para apoio do trabalho jornalístico nas Eleições

1º recurso para as Eleições – O primeiro recurso é uma caixa de ferramentas com dezenas de aplicações digitais disponíveis na web e que podem ser usadas para verificações de conteúdos de texto, áudio e imagens, busca, monitoramento de redes sociais, documentação, geolocalização e rastreamento. A maioria delas é de uso gratuito.

2º recurso para as Eleições – O segundo é o manual “Inteligência Artificial: o básico para jornalistas”, um guia que mostra o potencial de IA, principalmente a generativa, para o jornalismo e para a produção de conteúdos de desinformação e deepfakes, as ferramentas disponíveis para produção e para detecção de uso de IA na criação, e a legislação do TSE para a IA nas eleições de 2024.

3º recurso para as Eleições – O terceiro recurso é para jornalistas que necessitarem de orientações para iniciar ou avançar em uma investigação de um conteúdo suspeito ou sabidamente falso sobre a eleição em sua cidade, que poderão agendar uma sessão de mentoria gratuita com um profissional experiente do Comprova. Cada sessão terá duração de até 20 minutos e o projeto prevê oferecer até 500 sessões de mentoria para jornalistas de veículos que não fazem parte do Comprova.

“O Comprova já é a maior coalizão do mundo no combate à desinformação, mas com a iniciativa do pacote de recursos, chegaremos a mais jornalistas e veículos de comunicação, com capilaridade e uma presença efetiva na cobertura das eleições em muitos mais municípios, prestando um serviço para o voto bem informado e para a população”, afirma Katia Brembatti, presidente da Abraji.

A Abraji também apoia a reedição do Manual de jornalismo local lançado pelo Projor, uma extensa biblioteca de conteúdos de apoio ao jornalismo local nas eleições, desde uso de dados municipais, legislação e até sugestões de perguntas para serem feitas aos candidatos.

Nota: Esses novos recursos do Projeto Comprova demonstram um esforço estratégico para empoderar jornalistas em um cenário de alta desinformação, especialmente em um período crítico como as eleições municipais. O acesso a ferramentas digitais que auxiliam na verificação de informações, além de um manual sobre inteligência artificial, proporciona aos profissionais de imprensa as habilidades necessárias para lidar com os desafios tecnológicos e informacionais de 2024. Com o financiamento de gigantes da tecnologia como Google, Meta e WhatsApp, o Comprova fortalece seu papel de liderança no combate à desinformação, ampliando seu alcance e impacto em diversas regiões do país.

Além das ferramentas tecnológicas e do manual sobre IA, a oferta de sessões de mentoria gratuita é uma iniciativa inovadora e necessária, especialmente para jornalistas que trabalham em veículos menores e enfrentam limitações de recursos. Ao promover a troca de experiências e o suporte direto com especialistas em fact-checking, o Comprova não só apoia a qualificação dos profissionais, mas também contribui diretamente para uma cobertura eleitoral mais responsável e esclarecedora. A colaboração com a Abraji e o Projor reforça ainda mais a importância do jornalismo local na garantia de um voto consciente, tornando esses recursos essenciais para uma cobertura jornalística mais efetiva e alinhada aos princípios de transparência e veracidade.

Wordpress

WordPress: Domine e Impulsione seu Negócio Local

WordPress, a plataforma de criação de sites mais popular do mundo, oferece uma maneira acessível e eficiente para criar e gerenciar sites, mesmo sem conhecimentos técnicos avançados. As oportunidades que essa plataforma oferece para veículos locais são inúmeras.

Domine o WordPress e Crie Sites Profissionais para Negócios Locais

Além de simplificar a criação e gestão de sites, o WordPress é uma ferramenta versátil amplamente utilizada, reconhecida e confiável. A personalização oferecida pelo WordPress permite que você adapte seu site de acordo com as necessidades do seu negócio, podendo ser utilizado por iniciantes e profissionais mais experientes.

Pensando nisso, o curso “WordPress – Como Criar Sites e Landing Pages Para Negócios Locais” é uma indicação para quem busca um aprendizado focado em todos os aspectos necessários para construir um site profissional, desde a instalação até a personalização e publicação de conteúdo.

Como Dominar a Personalização de Temas no WordPress

Essa capacitação inicia com a introdução aos fundamentos do WordPress, ensinando a instalação e configuração da plataforma de forma clara e prática. A seguir, os participantes aprenderão a personalizar temas e instalar plugins essenciais, permitindo que adaptem seus sites às necessidades específicas de seus negócios. A criação de páginas e categorias é abordada detalhadamente, garantindo que o conteúdo seja estruturado de maneira eficaz. Finalmente, o curso orienta sobre a publicação do primeiro conteúdo, fornecendo um passo a passo para garantir que tudo esteja pronto para ser visualizado online.

Pequenos empreendedores que buscam expandir sua presença online, criadores de conteúdo que desejam compartilhar suas ideias, e profissionais de marketing digital que desejam aprimorar suas competências, são contemplados com esse aprendizado.

São especialistas que atuam como agentes de transformação e aceleração de negócios digitais à frente dessa oportunidade que está disponível na plataforma Acelera. Conheça agora. 

Nota: o curso “WordPress – Como Criar Sites e Landing Pages Para Negócios Locais” não só capacita os participantes a desenvolver sites profissionais, mas também os prepara para se destacarem em um ambiente digital cada vez mais competitivo. Com uma abordagem prática, o curso cobre todas as etapas essenciais, desde a escolha e personalização de temas até o uso de plugins que aumentam a funcionalidade do site. Para empreendedores locais, essa formação oferece a oportunidade de criar uma presença online forte, fundamental para alcançar novos públicos e fortalecer sua marca.

Além disso, o curso é ideal para quem deseja otimizar a gestão de conteúdo e melhorar a interação com o público. A capacidade de personalização do WordPress permite que os participantes criem sites totalmente adaptados às suas necessidades, com funcionalidades como integração de e-commerce, criação de blogs ou portfólios e otimização para motores de busca. A plataforma Acelera, onde o curso é oferecido, conecta esses empreendedores e profissionais com especialistas, proporcionando uma jornada de aprendizado que acelera o crescimento dos negócios digitais e facilita o alcance de novos objetivos.

Ao final do curso, os participantes estarão aptos a não apenas construir sites e landing pages, mas também a entender como usar o WordPress como uma ferramenta estratégica para impulsionar seus negócios locais. Eles aprenderão a gerenciar atualizações, implementar práticas de SEO e utilizar recursos de análise para monitorar o desempenho do site, garantindo que ele esteja sempre otimizado e alinhado com os objetivos de crescimento. O conhecimento adquirido permite uma maior autonomia na gestão do site, reduzindo a dependência de desenvolvedores e otimizando o tempo e os recursos investidos.

Com o WordPress, a escalabilidade também é um fator importante: conforme o negócio cresce, o site pode evoluir facilmente para incluir novas funcionalidades, como integração com sistemas de pagamento, chatbots para atendimento ao cliente e muito mais. Essa flexibilidade é um grande diferencial para empreendedores que desejam expandir sua atuação digital sem precisar começar do zero. Ao concluir o curso, os participantes estarão prontos para transformar seus sites em ferramentas poderosas de atração e conversão, ajudando a solidificar a presença de seus negócios no ambiente online.

Wordpress

Acelera: uma plataforma que tem o ritmo do crescimento da sua jornada no digital

Em um mundo cada vez mais digitalizado, a capacidade de adaptação e inovação é essencial para qualquer profissional ou empresa que deseje se manter relevante.

O mercado de comunicação, em particular, enfrenta desafios constantes que exigem soluções rápidas e eficientes.

É nesse cenário que a Alright apresenta o Acelera, uma plataforma criada para transformar as estratégias de monetização de negócios digitais e de iniciativas de produtores de conteúdo.

A plataforma vai funcionar como um hub de soluções, onde além dos cursos, os profissionais poderão encontrar dicas de ferramentas importantes para a estruturação de seus canais de comunicação, serviços que podem ser contratados para ajudar no processo de crescimento, além de workshops e treinamentos oferecidos por parceiros selecionados.

O objetivo é que essas soluções ajudem todo tipo de veículos de comunicação, desde aquele que está começando seu negócio e tem pouco poder de investimento, até os grandes veículos que precisam se aprofundar e de ajuda mais avançada.

A Alright criou a plataforma Acelera para atuar como guia nessa jornada de aceleração. Todo mês haverá novidades programadas, com lançamento de novos cursos, treinamentos e dicas de ferramentas e serviços.

Os interessados podem utilizar a plataforma de duas maneiras, adquirindo uma assinatura e se tornando membros do Acelera para acessar conteúdos exclusivos e obterem condições especiais em produtos e eventos ou adquirindo serviços no marketplace, cursos avulsos de parceiros na nossa área de educação ou navegando pelas dicas em nossa biblioteca de ferramentas.

A apresentação do Acelera durante o Alright Summit destacou sua relevância em um momento em que a transformação digital dos veículos de comunicação não é mais uma escolha, mas uma necessidade.

Durante o painel “Transformação Digital dos Veículos de Comunicação”, especialistas como Almir Rizzatto, Leandro Vieira, Marta Alencar e Tatto de Castro discutiram os desafios e as oportunidades que a digitalização traz para o setor.

A partir de agora teremos essa seção especial na Aurora News. Por aqui, vamos trazer um panorâma das ferramentas e suportes que você encontrará com mais profundidade no Acelera, além de dicas e benefícios para sua jornada no mundo da comunicação digital.

Fica aqui o convite para ler, aprender, indicar para outros profissionais e elevar sua experiência com negócios digitais na comunicação para um próximo nível. Esse nível você encontra no Acelera. 

Time Alright

Nota: a plataforma Acelera representa uma resposta inovadora aos desafios enfrentados no mercado de comunicação, oferecendo uma abordagem holística para a transformação digital.

Ao reunir uma variedade de cursos, workshops e dicas de ferramentas em um único hub, a Alright proporciona um ambiente onde tanto iniciantes quanto profissionais experientes podem encontrar recursos que atendem às suas necessidades específicas.

Essa flexibilidade é fundamental, pois permite que os usuários adaptem seu aprendizado e crescimento de acordo com o estágio em que se encontram, seja começando um novo projeto ou aprimorando estratégias já existentes.

Além disso, a contínua atualização da plataforma, com novos conteúdos e serviços a cada mês, garante que os profissionais se mantenham informados sobre as últimas tendências e práticas do mercado.

O Acelera não apenas educa, mas também conecta os usuários a uma rede de especialistas e parceiros, promovendo um ecossistema colaborativo que estimula a inovação e o compartilhamento de conhecimentos.

Ao integrar essas ferramentas e oportunidades, a Alright convida todos a embarcarem em uma jornada de evolução e sucesso no dinâmico universo da comunicação digital, elevando suas habilidades e, consequentemente, o impacto de seus negócios.

A iniciativa da Alright de criar o Acelera se destaca em um momento crítico, onde a velocidade das mudanças tecnológicas exige que os profissionais estejam sempre prontos para se adaptar.

Com um foco em soluções práticas e acessíveis, a plataforma busca democratizar o acesso ao conhecimento, permitindo que todos os veículos de comunicação, independentemente de seu porte, possam prosperar no ambiente digital.

Os usuários não apenas aprendem a usar ferramentas eficazes, mas também se conectam com uma comunidade vibrante que compartilha experiências e melhores práticas. Essa interação é crucial para fomentar um espírito de colaboração e aprendizado contínuo, essenciais para o sucesso no mundo atual. Em última análise, o Acelera se posiciona como um verdadeiro aliado na jornada rumo à excelência digital na comunicação.

Mídia Local

Invista no que funciona. Invista na mídia local

Fil Lourenço, VP de Performance Media da Dentsu do Canadá, fez um teste com a plataforma The Trade Desk para comprovar a eficácia da mídia local.

Para certas coisas, o óbvio deveria bastar. Mídia local é/tem/gera:

–        Mais granular

–        Mais precisa e personalizável

–        Melhor e maior visualização

–        Maior atenção e engajamento

Foi o que comprovou o Fil.

Veja abaixo a íntegra traduzida do post dele no Linkedin. 

Mídia Local: Notícias locais funcionam

Recentemente, realizamos um teste de 3 meses para provar a eficácia das colocações de notícias locais. Fizemos uma parceria com The Trade Desk para testar A/B entre notícias locais e inventário de não-notícias, construindo uma estrutura robusta de teste e medição para rastrear a eficácia da mídia.

Mídia Local: Aqui está o que aprendemos:

– ✅ O Inventário de Notícias Locais melhorou a lembrança de anúncios em 50%

– ✅ As campanhas de Notícias Locais tiveram melhor qualidade com 15% mais alto TVQI (medida da qualidade da impressão)

– ✅ As campanhas de Notícias Locais alcançaram mais de 50% de alcance único em comparação com as campanhas de notícias não locais

– ✅ As campanhas de Notícias Locais e as campanhas de notícias não locais tiveram o mesmo CPCV

– ✅ As campanhas de Notícias Locais tiveram desempenho acima da média em relação às taxas de conclusão e visualização

As notícias locais são um pilar fundamental de um ecossistema de mídia saudável, e nossos veículos de notícias locais estão lutando. Muitas vezes, as notícias locais acabam em listas de bloqueio devido a preocupações com a segurança da marca ou são despriorizadas para troca aberta por causa dos custos. Isso significa que os anunciantes estão perdendo ambientes de mídia de alta qualidade e confiança que capturam a atenção dos canadenses.

A mensagem é simples. Invista no que funciona. Invista em notícias locais.

Nota complementar: além disso, a pesquisa de Fil Lourenço demonstra que as campanhas de notícias locais não apenas geram melhores resultados em termos de engajamento, mas também criam um vínculo mais forte entre marcas e consumidores.

Em um mundo saturado de informações, as pessoas tendem a confiar mais nas notícias que refletem sua própria comunidade e experiências. Assim, investir em mídia local não é apenas uma estratégia de marketing, mas uma forma de construir relacionamentos autênticos e duradouros com o público.

Por fim, a valorização das notícias locais é fundamental para a saúde da democracia e da sociedade. Veículos de mídia locais desempenham um papel crucial em informar a comunidade sobre questões relevantes, promovendo o debate público e a transparência.

Ao apoiar essas iniciativas, as marcas não apenas maximizam sua eficácia publicitária, mas também se tornam aliadas na preservação do jornalismo de qualidade e da integridade das informações que circulam em suas comunidades. A mensagem é clara: ao priorizar investimentos em notícias locais, todos saem ganhando.

Além disso, a colaboração entre anunciantes e veículos de notícias locais pode levar a inovações no formato e na entrega de conteúdos, resultando em experiências mais envolventes para o público. À medida que as marcas se envolvem mais com os meios de comunicação locais, há uma oportunidade de co-criação de conteúdos que ressoem com as necessidades e interesses da comunidade. Essa abordagem não só melhora a percepção da marca, mas também contribui para o fortalecimento do ecossistema de mídia, garantindo que as vozes locais sejam ouvidas e valorizadas.

Assim, ao investir em notícias locais, as marcas se posicionam como agentes de mudança, apoiando a narrativa comunitária e promovendo um ciclo positivo de crescimento para todos os envolvidos. Essa sinergia cria um impacto duradouro, transformando não apenas a paisagem publicitária, mas também a vida das pessoas que fazem parte dessas comunidades. O resultado é uma mídia mais vibrante e uma sociedade mais informada e conectada.

Imagem de um diploma de jornalismo enrolado ao lado de uma seringa e um frasco de vacina. No frasco, está escrito "JOURNALISM" com uma grafia incorreta "JOURNALISM", seguido de "PROFESSIONAL DOWNLOAD" e "2024-VACCINE". A seringa também contém o termo "JOURNALISM". A imagem sugere simbolicamente que o jornalismo pode ser visto como uma "vacina" ou uma forma de cura/proteção, talvez contra desinformação ou ignorância.

A quem interessa a não obrigatoriedade do diploma de jornalismo?

Quando analisamos uma regulamentação profissional , cabe perguntar: quais os motivos para o exercício profissional regulamentar determinado?

Tais profissionais colocam vidas em risco se exerceram a profissão com imperícia? Colocam o convício social em algum tipo de risco em função de mau uso dos atributos profissionais? Ameaçam a integridade e imagem de pessoas, coletivos ou instituições? Tais profissionais necessitam de formação em preceitos éticos para o exercício de suas habilidades e competências?

No que diz respeito ao exercício profissional do jornalismo, a resposta é um contundente sim para todas as perguntas acima, senão vejamos alguns aspectos.

Tais profissionais colocam vidas em risco se exerceram a profissão com imperícia?  De inúmeras maneiras, a prática incorreta do jornalismo coloca vidas em risco, ou, pelo contrário, salva vidas.

Exemplo clássico foi o período da pandemia Covid-19. Em primeiro lugar, destacamos a prática correta dos órgãos de imprensa brasileira quando fizeram o consórcio de empresas para compilarem os dados da pandemia após o Ministério de Saúde de então ter paralisado a divulgação dos dados epidemiológicos da Covid-19 consolidados.  

Do outro lado, ainda na dimensão de vidas em risco, o incorreto exercício profissional coloca sim vidas em risco.

E, no período da pandemia Covid-19, o principal fluxo de desinformações partiu exatamente dos veículos apócrifos (e até hiperapócrifos), como nos relatou a pesquisadora Raquel Recuero, em entrevista de 2021. 

E é sabido que os veículos apócrifos tiveram um crescimento facilitado após a quebra da exigência do diploma superior de jornalismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há 15 anos no fatídico 17 de junho de 2009. Dia que  foi a cereja do bolo do alvorecer da era da desinformação – quando o cidadão sente-se desamparado das esferas de mediação social.

Enquanto jornalistas profissionais, docentes e pesquisadoras de jornalismo e também enquanto dirigentes da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), entidade que desde o princípio tem sido parceira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) na defesa do diploma de jornalismo, retomamos aqui um dos pontos  elencados pelo nosso colega de ABEJ, Edson Spenthof em artigo no Observatório da Imprensa [Acesse aqui] em 2023: a fake news da liberdade de expressão embasou o julgamento do diploma no STF. 

Isso posto, a não exigência do diploma superior para o exercício profissional do jornalismo interessa a todos os grupos e setores que se beneficiam dos processos de desinformação, pois as bolhas de desinformação são exatamente alimentadas majoritariamente pelos veículos apócrifos, os quais, por sua vez, estão solidamente sustentados na não obrigatoriedade do diploma.

Afinal, a pergunta não é nem mais se qualquer um/a pode produzir notícia, mas a constatação  de que o diploma profissional em jornalismo é uma vacina, sim, para o combate à desinformação.

As autoras

Dione Moura 

Professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB); Diretora Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ)

Marluce Zacarioti

Professora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT); Presidenta  da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ)

Três pessoas sorrindo e trabalhando juntas em laptops, com uma faixa roxa e azul sobre a imagem.

Inscreva-se no Workshop Online Imersão em IA para Criação de Conteúdo

A inteligência artificial está revolucionando a produção de conteúdo e dominando essas tecnologias é essencial para jornalistas e produtores que se interessem por se destacar. No dia 14 de setembro de 2024, das 9h às 17h, acontecerá a “Imersão IA: Fundamentos, Ferramentas e Técnicas para Criar Conteúdo com Inteligência Artificial”, um workshop online, via Zoom, que oferece uma prática de 6 horas, sob o comando de Leo Becker. 

O workshop abordará desde os fundamentos da IA ​​até as mais avançadas técnicas de criação visual. Os participantes aprenderão a integrar IA em seus processos criativos, produzindo conteúdos visuais de alta qualidade com eficiência. Além disso, o curso cobrirá a aplicação prática da IA ​​na criação de imagens e vídeos para diversas plataformas, bem como técnicas de pós-produção e tendências futuras na área.

Este evento é ideal para jornalistas, editores, gestores de comunicação, produtores de conteúdo para redes sociais e empreendedores que buscam inovar e aprimorar suas habilidades utilizando as mais modernas ferramentas de inteligência artificial.

Sobre o instrutor: Leo Becker é um líder criativo com mais de 20 anos de experiência na indústria do design . Como designer e educador, Leo é profundamente apaixonado por capacitar profissionais através da inovação e aprendizagem contínua. Com uma vasta experiência com inteligência artificial e tecnologias emergentes, ele integra essas ferramentas ao processo criativo para revolucionar a maneira como designers e criativos trabalham. Ele também apresenta um dos principais podcasts de design do Brasil, o Fala Colega , e atua como Diretor Criativo na Alright.

Data:14/09/2024 

Horário: 9h às 17h 

Plataforma:Zoom 

Investimento: R$ 300,00 (Integrandes da rede Alright)

R$ 600,00 (público externo)

Apenas 20 vagas disponíveis

Inscreva-se agora

Desvendando histórias ocultas com a força da IA com o Google Pinpoint

Prepare-se para transformar suas investigações jornalísticasO Google Pinpoint é a ferramenta que está revolucionando a forma de explorar e analisar grandes volumes de dados, facilitando o trabalho de jornalistas ao conectar informações e construir narrativas robustas.

O que é o Google Pinpoint?

Pinpoint funciona como uma imensa biblioteca digital, permitindo que você pesquise entre milhões de documentos de diferentes tipos — desde textos e áudios até imagens e planilhas. Combinando inteligência artificial e aprendizado de máquina, ele indexa e analisa rapidamente esses documentos, tornando a busca por informações específica mais ágil e eficiente.

Como funciona?

A ferramenta utiliza OCR (reconhecimento óptico de caracteres) conversão de voz em texto para tornar qualquer documento pesquisável. Após o upload dos arquivos, o Pinpoint os transforma em dados estruturados, permitindo buscas precisas por palavras-chave, frases e expressões.

Entre os recursos de pesquisa, estão:

  • Correspondências exatas e parciais, para encontrar variações das palavras-chave.
  • Sistematização, que identifica a raiz das palavras, facilitando a busca por termos flexionados.
  • Filtros, que permitem refinar resultados por data, tipo de documento e idioma.

Benefícios para jornalistas

O Pinpoint acelera investigações, identificando rapidamente informações relevantes e revelando padrões ocultos. Ele também auxilia na verificação de fatos, ajudando a combater notícias falsas, e oferece novas perspectivas para o desenvolvimento de histórias inéditas.

Casos de uso

  • Jornalismo investigativo: A ferramenta é ideal para investigar casos complexos, como corrupção e fraudes, ao identificar documentos e evidências.
  • Análise de dados: Explore grandes bases para detectar tendências, como em discursos políticos ou crises ambientais.
  • Verificação de fatos: Valide a autenticidade de documentos e imagens para combater a desinformação.
  • Preservação histórica: Armazene e organize documentos históricos para futuras pesquisas.

Limitações

É importante considerar algumas limitações: a qualidade dos resultados depende da clareza dos documentos carregados; a privacidade dos dados deve ser sempre respeitada; e, embora o Pinpoint seja gratuito, é preciso levar em conta os custos de armazenamento e processamento de grandes volumes de dados.

Conclusão

O Google Pinpoint é uma ferramenta essencial para jornalistas que buscam aprofundar investigações e elevar o nível de suas reportagens. Ao combinar inteligência artificial com a capacidade de processar grandes quantidades de dados, ele abre novas possibilidades para o jornalismo.

Experimente o Google Pinpoint gratuitamente e descubra como ele pode transformar sua maneira de trabalhar.

Durante a programação do Alright Summit, o painel com o tema “IA e Cultura da Experimentação” abordou os avanços tecnológicos com a presença da IA na interação com usuários e automação de serviços, além da necessidade de conhecimento das empresas sobre seus processos e necessidades de utilização.

Mediado por Maria Luiza Borges, diretora de negócios digitais do Grupo Norte Comunicação, o encontro reuniu Domingos Secco, fundador e CEO da AlrightEduardo Lundgren, Senior Software Engineer na Netflix, e Ricardo Fiorotto, das Parcerias Estratégicas para Indústria de Notícias na Google. 

Este artigo destaca as funcionalidades do Pinpoint, ferramenta apresentada por Ricardo. Desenvolvida pelo Google, ela é recomendada para o Jornalismo Investigativo, pois organiza, interliga as informações e repassa dados mais assertivos.

A Força das Conexões por meio do Jornalismo Regional

A presença do jornalismo regional é fundamental para garantir que todas as regiões, especialmente as mais vulneráveis e isoladas, tenham acesso a informações relevantes e de qualidade. Os leitores da Aurora News já conhecem essa máxima, reforçada por diversas contribuições em nossos artigos.

Nas últimas semanas, essa força ficou ainda mais evidente. O Time Alrightlideranças e jornalistas de veículos da nossa rede, e todos os envolvidos no Alright Summit, junto com nossos 3 mil espectadores, testemunharam um movimento significativo. Com a programação realizada em Brasília-DF, e tudo que foi transmitido online, a mensagem reverberou em todo o país por meio das nossas conexões.

jornalismo regional desempenha papel de protagonista na consolidação da democracia, assegurando que as vozes de todas as comunidades, independentemente de seu tamanho ou localização, sejam ouvidas e consideradas.

Ouvimos essa reflexão de especialistas e da representação de quem faz os veículos de jornalismo regional em diversas partes do país. Neste artigo, reunimos alguns dos principais pontos e declarações de comunicadores de veículos regionais presentes no evento. São aspectos que se sobressaíram dessa experiência.

Jornalismo Regional e experiências pelo país

A democracia se fortalece quando há pluralidade de vozes e diversidade de perspectivas. Os jornalistas locais estão na linha de frente dessa missão, atuando como os olhos e ouvidos das comunidades em que vivem. Eles trazem à tona questões que, muitas vezes, passam despercebidas pelos grandes veículos de comunicação.

Seles Nafes, comunicador e líder do SelesNafes.com, destacou a importância dos eventos em Brasília, onde foi possível encontrar outros empreendedores da comunicação e conhecer mais sobre o mercado. “Entender que os colegas passam pelo mesmo que eu passo no extremo norte do Brasil foi fundamental para o fortalecimento do nosso trabalho”, ressalta.

Em áreas vulneráveis, onde o acesso à internet é limitado e as grandes redes de comunicação não têm tanta penetração, os jornalistas locais são os principais — e muitas vezes únicos — fornecedores de informações. Eles conhecem de perto os problemas enfrentados por suas comunidades, desde a falta de serviços públicos até as dificuldades econômicas, e podem reportar essas questões com um olhar que só quem vive a realidade local pode oferecer.

Elberty Valadares, jornalista e diretor responsável pelo Portal Por Dentro de Minas, reforçou o valor dessas conexões. “Nos conectamos muito, falamos de parcerias, aprendemos sobre anúncio, publicidade e trocamos experiências sobre como cada estado do Brasil está lidando tanto com a parte de tecnologia, como editorial”.

Além disso, o jornalismo local é uma ferramenta poderosa no combate à desinformação. Os jornalistas locais, por estarem profundamente integrados em suas comunidades, têm uma capacidade única de checar informações e desmontar boatos antes que eles causem danos maiores.

Raimundo Rocha, Diretor Geral do Brasil 61, destacou a importância de atrair parceiros e investidores para fortalecer as mídias regionais, especialmente em comunidades onde as políticas públicas falham em comunicar de forma eficaz. “São muitas ideias para desenvolver os negócios dentro da regionalização das informações, algo que defendemos há muitos anos. Nas comunidades estão problemas de políticas públicas, e o Estado tem dificuldade de se comunicar. Esse projeto de levar conteúdo publicitário e atrair parceiros para estar junto com as mídias regionais é muito interessante,” afirma.

Futuro e investimentos em projetos de Jornalismo Regional

Investir em projetos de jornalismo local é investir na democracia e no desenvolvimento sustentável do país. Esses projetos precisam de apoio para superar desafios como a falta de recursos financeiros, tecnológicos e humanos. Ao fortalecer o jornalismo local, fortalecemos também a cidadania, garantindo que mais brasileiros tenham acesso a informações relevantes e confiáveis.

Raquel Rocha, do Site Coreto, ressaltou a mudança na representatividade feminina impulsionada pela digitalização e novos modelos de negócios. “Hoje em dia, a mídia tradicional está dando mais espaço para as mulheres porque a diversidade é um critério de lucro também. Mas, em um ambiente de jornalismo digital e independente, são as mulheres que realmente sustentam o que se faz”, opinou.

A editora da Folha do Mate, Letícia Wacholz, complementa essa visão, afirmando que “a mulher é o grande motor do jornalismo digital. Acho que o melhor combustível é o respeito da nossa audiência e dos colaboradores. A mulher tem competência para assumir trabalhos em qualquer editoria, e a melhor forma de incentivar outras mulheres é por meio de união, transparência e, sobretudo, respeito”.

O investimento no jornalismo local também tem o potencial de gerar impactos positivos em várias frentes. Heloísa Corrêa, do Portal Gaz, falou sobre a colaboração com influenciadores digitais que, para alcançar públicos que os veículos de comunicação tradicionais talvez não atinjam, é preciso olhar para essa diversificação. “Nós, enquanto veículos de comunicação, precisamos diversificar as vozes. Isso é um desafio ainda hoje, porque às vezes se cria uma ideia de concorrência”.

Almir Rizzatto, fundador da Escola Digitalista, destacou os desafios que muitos veículos enfrentam ao tentar migrar para o digital. “Ter consciência e passar para seus colaboradores que os conteúdos precisam ser pensados para serem monetizados é uma das grandes adversidades. Muitas empresas ainda não entenderam que não é somente transferir o conteúdo do impresso para o digital, mas, sim, entender esse universo”.

A partir dessas contribuições que vieram das observações na parte presencial do Alright Summit, bem como de quem esteve na programação online (você sempre poderá rever por aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_HuhlReCFPQ), é possível reiterar a tese de que o fortalecimento do jornalismo local não apenas amplia o acesso à informação, mas também gera um impacto econômico positivo nas comunidades.

Ao apoiar esses veículos, cria-se um ciclo virtuoso de geração de empregos, incentivo ao comércio local e promoção de iniciativas sociais.

Esse trabalho árduo de tantos brasileiros, garante que as realidades locais sejam levadas ao conhecimento de todos, contribuindo para um país mais inclusivo e democrático. Investir em jornalismo local é, portanto, uma prioridade que deve ser abraçada por todos aqueles que acreditam na importância de uma sociedade bem informada e participativa.  

Abaixo a necessidade do diploma de jornalista! Viva o jornalismo!

Tenho diploma de jornalista. Tive carteirinha do Sindicato décadas. Nos anos 80, saí em passeata pelas ruas de São Paulo em defesa da categoria e da exclusividade de só jornalistas poderem exercer a profissão nas redações. Tomei porrada da polícia, fui detido e quase morri asfixiado por gás lacrimogêneo.

Curioso que parte dos companheiros que foram em cana comigo não tinha diploma de jornalismo, porque nunca cursaram escola superior nenhuma.

Alguns dos jornalistas que mais admiro hoje – você que me lê também – não tem diploma de jornalismo. E você nem sabe. Basicamente, porque não faz a menor diferença.

Nunca mostrei meu diploma para trabalhar em redação nenhuma. Basicamente, porque nunca fez a menor diferença.

Sou totalmente a favor dos cursos de jornalismo, porque lá, em tese, se aprendem técnicas básicas para o bom exercício da profissão, do ofício.

Há um ofício jornalístico que é único. E vital nas sociedades democráticas.

Cursos especializados podem ajudar. Mas fico triste em dizer que as faculdades desse ofício tão belo e generoso que ainda hoje me faz respirar (serei jornalista até morrer), temo muito por elas. Mediocrizaram-se tanto, que hoje prestam mais desserviço do que ajudam.

Se só estudantes formados por elas puderem exercer a profissão, ficaremos pior do que já estamos, num País em que temos, sim, empresas, profissionais e redações de altíssimo mérito, mas que na média, convive com profissionais formados de nível bastante ruim.

Abrir as portas do jornalismo para mentes brilhantes sem diploma será enriquecer a atividade. E seus efeitos cada dia mais indispensáveis na sociedade complexa, aberta e diversa em que vivemos.

Fui fazer, décadas atrás, a cobertura do pós-revolução sandinista na Nicarágua. Tive que me esconder de tiros das milícias somozista. Nenhum manual da faculdade me ensinou isso.

Mas não precisamos ir tão longe. Poucos manuais ensinam de fato a prática da profissão seja aonde for ou para o que for.

A.G.Sulzberger, editor do New York Times, é formado em Ciência Política na Brow University, que não tem curso de jornalismo. Dean Baquet, seu antecessor, nem curso superior concluiu e ganhou o prêmio Pulitzer, o maior prêmio mundial do jornalismo, por reportagens onde o jornalismo é mais raiz, que é no jornalismo político investigativo e de denúncias.

Aliás, nos EUA não se exige diploma de jornalismo para trabalhar como jornalista. Nem na Europa.

excelência abrangente e contemporânea do jornalismo só se dará plena e brilhantemente como o mundo hoje precisa com a extinção da exigência do diploma de jornalista.

Seis anos de LGPD e os desafios da proteção de dados

Desde a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) há seis anos, o Brasil tem visto avanços significativos na regulamentação e proteção dos dados pessoais. 

Até o momento, foram editados diversos regulamentos e guias, e as autoridades têm participado de consultas e audiências públicas, demonstrando compromisso em envolver diferentes segmentos da sociedade no debate sobre a privacidade e a proteção de dados.

No entanto, os desafios continuam. O número de processos de fiscalização e sanções aplicadas ainda é baixo, e as questões judiciais relacionadas aos direitos dos titulares de dados estão em crescimento, refletindo a necessidade de um entendimento mais profundo e consistente da LGPD por parte de empresas e cidadãos. 

Leia, na sequência, uma análise desse assunto por Bruna Borghi – profissional de Cybersecurity & Data Privacy da TozziniFreire Advogados e Bruna Valeri Tavora – advogada nas áreas de Contencioso e Cybersecurity & Data Privacy.

Neste 6º ano da LGPD, vale rememorar a atuação da ANPD, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados no Brasil, que intensamente promove debate sobre suas diretrizes. Seguindo o que sempre divulgou, ela tem adotado uma postura triangular, focada na regulação, educação e fiscalização. Foram, ao todo, 23 regulamentos já editados, 18 guias e cartilhas e 15 notas técnicas.

Além disso, promoveu 14 tomadas de subsídios, 6 consultas públicas, 6 audiências públicas e participou de inúmeros outros que, de alguma forma, transpassam pela temática da privacidade e proteção de dados. A Audiência Pública do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorrida neste ano de 2024 para debater as Resoluções que vigerão nas eleições vindouras e o webnário “Interfaces entre a regulação de IA e a proteção de dados pessoais” são exemplos disso.

A ANPD não tem atuado como uma Autoridade focada em sancionar ou condenar, adotando uma abordagem gradual nas sanções. Até o momento, há 16 processos de fiscalização e 9 processos administrativos sancionadores. Já julgados e transitados, são 9, baixa quantidade se considerado que já se passaram 1 ano e 5 meses desde que teve vigência o Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas.

Até o momento, dos 25 processos, 11 envolvem autoridades públicas. As principais violações fiscalizadas incluem: comunicação inadequada de incidentes de segurança, não cumprimento de requisitos de segurança, uso impróprio de bases legais para tratamento de dados, falta de clareza nas políticas de privacidade, restrições excessivas aos direitos dos titulares e tratamento inadequado de dados de crianças e adolescentes.

As penalidades, geralmente corretivas, foram aplicadas de forma restrita, com apenas uma única sanção financeira a empresa privada e uma aplicação de multa diária.

Também é válido olhar para a perspectiva judicial. Atualmente, há no Brasil mais de 2 mil processos em andamento com foco nos direitos dos titulares, especialmente em serviços de proteção ao crédito, instituições bancárias e telecomunicações, além de discussões sobre eventuais danos morais. Entre os principais debates já ocorridos, pode se citar a discussão de que o dano moral deve ser efetivamente comprovado por quem alega ter sofrido prejuízos em caso de vazamento de dados, não bastando a mera constatação da existência de suposto incidente ou uso indevido de dados pessoais.

Em que pese esses números ainda sejam tímidos comparados ao cenário litigioso brasileiro, é inegável que em dias atuais a preocupação com a proteção de dados tem se tornado cada vez mais intensa, com cidadãos mais conscientes de sua privacidade e dos seus direitos. Ainda assim, é premente que atuação educativa e fiscalizatória siga firme, de forma a manter o cenário brasileiro seguro.

O Trabalho Colaborativo de Checagem de Notícias para as Eleições 2024

O ano de 2024 no Brasil, com as eleições municipais que ocorrerão em outubro, vem desafiando as diferentes organizações jornalísticas e suas propostas de cobertura. Junto com a expectativa por mudanças e novos rumos, a democracia contemporânea enfrenta o problema da desinformação. Em um cenário onde informações falsas e manipuladas circulam com velocidade, iniciativas de checagem de fatos tornam-se essenciais para garantir que o eleitorado tenha acesso a informações corretas e seguras.

Neste contexto, surge a parceria entre o Site Avoador e a COAR Notícias que se destaca como um exemplo de cooperação jornalística voltada para o enfrentamento da desinformação nas eleições municipais, especialmente na região nordeste do país. Essa colaboração visa checar conteúdos duvidosos, mentirosos e descontextualizados, com o objetivo de oferecer aos eleitores um jornalismo comprometido com a verdade, a ética e a apuração cuidadosa dos fatos.

COAR Notícias, criada em março de 2020, tem se destacado como referência na luta contra a desinformação com foco regional. Com a parceria do Avoador, veículo de comunicação comprometido com a cobertura das eleições municipais da terceira maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista, o trabalho promete ser intensificado em esforços para garantir que os eleitores tenham acesso a informações precisas e confiáveis.

Outra iniciativa anunciada para o ano de 2024 no combate à desinformação nas eleições de 2024 é o programa “Diversidade nas Redações – Desinformação e Eleições”, coordenado pela Énois Laboratório de Jornalismo. Com o apoio da Google News Initiative, este programa reúne: Agência Lume (RJ), Carta Amazônia (PA), Carrapicho Virtual (BA), Com_Texto (MT), Correio do Lavrado (RR), Olhos Jornalismo (AL), Nonada Jornalismo (RS), Teatrine TV (MS), Transmídia (SP) e Sul21 (RS). Ainda, o projeto conta com o apoio da Agência Lupa, Agência Tatu, do Desinformante e do Reocupa.

O projeto destaca que a desinformação atinge severamente as populações periféricas, onde 89% das pessoas já foram vítimas de fake news, segundo o Instituto Data Favela. O programa visa fortalecer as redações locais, capacitando-as para identificar e combater a desinformação em suas comunidades. O foco do programa está na checagem de notícias falsas disseminadas via WhatsApp, plataforma amplamente utilizada em todo o país.

combate à desinformação nas eleições de 2024 é um desafio que exige a cooperação e a articulação de diversas frentes. À medida que o primeiro turno das eleições se aproxima, em 6 de outubro, é essencial que os eleitores estejam atentos e bem informados, contando com o trabalho especializado de iniciativas que, como essas, estão comprometidas com a verdade e a integridade do processo eleitoral.

Vantagens únicas para a comunicação pública da mídia editorial local

Anunciantes governamentais e agências de propaganda podem obter vários benefícios ao utilizar a mídia local como parte de suas estratégias de comunicação. A mídia local, que inclui jornais, rádios, televisões e plataformas digitais regionais, tem características únicas que podem ser extremamente valiosas em campanhas publicitárias e de comunicação pública. Aqui estão alguns dos principais benefícios:

1. Alcance Direto e Segmentado

Conhecimento do Público: A mídia local tem uma compreensão profunda das características e necessidades da comunidade local, permitindo uma comunicação mais eficaz e relevante. Governos podem adaptar suas mensagens para atingir públicos específicos com precisão, seja em regiões metropolitanas, cidades pequenas ou áreas rurais.

Maior Engajamento: As audiências da mídia local tendem a ter um relacionamento mais próximo e de confiança com esses veículos, o que pode resultar em maior engajamento e receptividade às mensagens. 

2. Custo-benefício

Investimento Otimizado: Anunciar em mídias locais geralmente é mais acessível em termos de custo do que em mídias nacionais. Isso permite que campanhas sejam amplamente distribuídas com um orçamento menor, alcançando eficientemente regiões específicas.

Eficácia de Mensagem: Campanhas regionais podem ser mais eficazes, pois permitem a personalização das mensagens para diferentes públicos, aumentando a relevância e, portanto, a eficácia da comunicação.

3. Fortalecimento de Políticas Públicas e Iniciativas Locais

Apoio a Programas Governamentais: A mídia local é ideal para disseminar informações sobre programas de saúde, educação, segurança, entre outros, adaptados às necessidades de uma região específica.

Incentivo à Participação: Campanhas em mídias locais podem incentivar a participação da comunidade em iniciativas governamentais, como consultas públicas, eventos cívicos, ou campanhas de conscientização.

4. Relações Comunitárias e Reputação

Construção de Confiança: O uso da mídia local permite que governos e agências mostrem que estão comprometidos com as questões que afetam diretamente as comunidades. Isso pode ajudar a construir e fortalecer a confiança do público.

Respostas Rápidas e Eficientes: Em momentos de crise ou necessidade de comunicação urgente, a mídia local pode disseminar informações rapidamente para comunidades específicas, oferecendo uma resposta ágil e eficaz.

5. Apoio ao Desenvolvimento Econômico Local

Parcerias Estratégicas: Ao investir em mídia local, governos e agências de propaganda ajudam a fortalecer economicamente esses veículos, que muitas vezes são pequenas empresas importantes para o desenvolvimento da economia local.

Promoção de Empreendimentos Locais: Campanhas publicitárias que promovem produtos, serviços ou turismo local podem ser mais eficazes quando feitas através de mídia regional, incentivando o crescimento econômico e a geração de empregos.

6. Adaptabilidade e Flexibilidade

Campanhas Personalizadas: A mídia local permite a adaptação rápida de campanhas publicitárias para atender a eventos ou situações específicas da comunidade, como mudanças nas condições de saúde pública, desastres naturais ou eventos culturais locais.

Feedback Direto: O contato próximo da mídia local com o público permite que anunciantes recebam feedback direto e imediato, facilitando ajustes rápidos nas campanhas para maior eficácia.

7. Exclusividade e Relevância

Maior Impacto com Menos Ruído: Em comparação com as mídias nacionais, a mídia local oferece menos concorrência por atenção, o que pode resultar em um impacto maior das mensagens veiculadas.

Relevância Cultural e Linguística: Mensagens podem ser adaptadas ao contexto cultural e linguístico local, tornando a comunicação mais natural e eficaz.

Para anunciantes governamentais e agências de propaganda, a mídia local oferece uma oportunidade valiosa para engajar diretamente com comunidades de maneira mais personalizada, eficaz e econômica. Ao aproveitar essas características, é possível alcançar melhores resultados em campanhas de comunicação pública e publicidade, fortalecendo a conexão com o público e promovendo um impacto positivo nas regiões alvo.

Por dentro do Alright Summit: um marco para a sustentabilidade do jornalismo local

Um dos momentos mais gratificantes para um empresário é quando uma iniciativa da empresa toma dimensões muito além do universo da companhia ou de seus interesses puramente monetários. Ou seja, quando o negócio tem também o potencial de transformar um ecossistema amplo, impactando na melhoria de estruturas econômicas e sociais.

É mais ou menos o que tenho sentido nas últimas semanas, ao ajudar a pensar o Alright Summit, evento que, neste ano, traz o tema “Oásis de Informação – A Mídia Regional no Combate aos Desertos de Notícias”.

Assista à transmissão em: https://www.youtube.com/live/_HuhlReCFPQ?si=joy3zVo6x3FZ3JxJ ou clicando na imagem abaixo:

Com uma programação robusta, repleta de grandes pensadores do jornalismo, de empreendedores e líderes da comunicação, bem como representantes do poder público, o encontro se transformou em uma espécie de movimento da categoria.

Sem nenhuma falsa modéstia (é claro que me orgulho de ter minha empresa nesta concertação), será uma oportunidade única de se discutir a sustentabilidade do jornalismo local, bem como políticas públicas que valorizem o conteúdo de qualidade. Será ainda um momento de estreitar relações entre publishers, agências, anunciantes, governo.

As estrelas do evento, que acontece dia 21 de agosto, serão mesmo os publishers – sejam os cerca de 50 que estarão em Brasília presencialmente ou as centenas que estarão online, acompanhando a transmissão ao vivo.

É para eles que foi pensada a programação que terá abertura da Ministra do STF Cármen Lúcia, presidente do TSE e umas das vozes da República na luta contra a desinformação, e contará com representantes de diversas associações e entidades que pensam o setor.

É também voltada a estes empreendedores e editores a programação da manhã, envolvendo encontro dos publishers com a equipe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

Uma oportunidade não apenas de discutir políticas públicas, mas também de debater formas de os veículos locais que praticam jornalismo sério terem mais acesso a verbas do governo, bem como aos grandes anunciantes, que estarão no nosso Summit representados por agências de comunicação.

Pode parecer estranho ou contraditório, uma startup que vive de oferecer opções mais rentáveis de monetização do conteúdo local estimular que veículos dialoguem diretamente com agências e com a Secom – ou seja, que exibam anúncios não necessariamente comercializados pela rede viabilizada pela Alright.

Mas jamais tivemos a pretensão de ser a tábua de salvação das empresas de comunicação; sempre acreditamos que somos peça importante da engrenagem para a sobrevivência do jornalismo local, mas que são necessárias diversas fontes de recursos para viabilizar um jornalismo forte no interior e, com isso, combater a desinformação.

Já faz parte de nossa cultura aliar ao nosso negócio uma missão maior.

Somos firmemente comprometidos com o propósito de “impulsionar comunidades em torno de veículos de comunicação locais e especializados, atuando como agente de transformação e aceleração de negócios digitais”. Porém, neste mês de agosto, a sensação de fazer a diferença para um ambiente democrático saudável chegou a níveis que antes eu não tinha experimentado.

Primeiro, no início do mês, vimos o TSE e a Associação Nacional de Editores de Revistas lançarem uma campanha de combate à mentira nas eleições, com o mote: “o Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia”. É uma campanha que tivemos muito orgulho de ajudar, de forma voluntária, sem custos ao poder público, no planejamento e execução.

E, agora, nesta semana, vamos fazer a diferença de novo, com a organização de um summit que promete ser um marco na discussão sobre sustentabilidade dos veículos de comunicação locais e políticas públicas de combate à desinformação.

Se a Alright ainda tem alguns passos a dar para chegar onde nosso plano de negócios prevê, já fomos muito além do inicialmente imaginado como agentes de transformação de um mundo ameaçado pela desinformação.

Desertos de notícia incendeiam divisionismo nacional

A tese não é minha, mas me fez enorme sentido: Desertos de Notícia incendeiam radicalismo e divisionismo nacional.

A tese é defendida por cientistas políticos, acadêmicos, editores e jornalistas na Europa e nos Estados Unidos. E, na verdade, é bem simples. Vamos lá.

Com a perda dos órgãos noticiosos locais, os fóruns de discussão política mais ricos desaparecem. A diversidade de opiniões socialmente se invisibiliza. Ascende o jargão, o sincretismo empobrecido por variâncias resumidas e reduzidas a mínimos comuns. Resultado: a sociedade racha divisionisticamente no meio. Ou é isso, ou é aquilo.

Conhecemos bem isso aqui no Brasil, mas estamos acompanhando o mesmo também nos noticiários internacionais dos fatos políticos recentes nos Estados Unidos, França e Inglaterra, dentre as maiores nações globais: ou é isso, ou é aquilo.

Uma dessas estudiosas é a hoje analista social Judy Woodruff.

Judy Carline Woodruff é uma renomada jornalista de televisão americana, conhecida por sua extensa carreira no jornalismo televisivo desde 1970.

Cobriu todas as eleições presidenciais dos EUA desde 1976 e ocupou papéis significativos na NBC, CNN e PBS. Sabe muito bem o que fala.

Em seus mais recentes estudos, examinou exatamente o tema: como a perda de milhares de jornais locais nos EUA está privando as comunidades de parte do tecido social que as mantém unidas e fomentando a divisão.

“Durante grande parte da história do país, os jornais locais desempenharam um papel fundamental em unir as comunidades, destacando desafios e eventos comuns que ligam as pessoas, como esportes escolares e as disputas políticas locais”, analisa ela.

Sua análise se dá diante de um cenário desértico.

Nos EUA, cerca de 2.500 jornais locais, um quarto do total, fecharam desde 2005, segundo a Escola de Jornalismo Medill da Universidade Northwestern.

Nesse mesmo período, a receita dos jornais despencou de 50 bilhões para 20 bilhões de dólares.

As organizações de notícias que conseguiram sobreviver estão operando com margens extremamente estreitas.

Um quinto dos residentes dos EUA agora vive em desertos de notícias, onde os moradores têm acesso muito limitado a notícias e informações confiáveis e abrangentes.

Para ela, não há dúvida: radicalismo e divisionismo florescem nos desertos.

Outro a concordar com a tese é Steven Waldman.

Steven Waldman é um jornalista americano, presidente e cofundador do Report for America, um programa de serviço nacional que coloca jornalistas em redações locais.

Ele também é o fundador e presidente do Rebuild Local News, uma organização sem fins lucrativos dedicada a enfrentar o declínio do jornalismo local e fortalecer a democracia.

Em recente artigo de opinião para o renomado The Atlantic, ele diz o seguinte:

“Você provavelmente já leu sobre o colapso das notícias locais nas últimas duas décadas. Em média, dois jornais fecham a cada semana. Cerca de 1.800 comunidades que costumavam ter notícias locais agora não têm. Muitos dos jornais que ainda resistem são forçados a operar com equipes mínimas, enquanto seus proprietários, muitas vezes firmas de private equity, buscam cortar custos. O número de funcionários das redações de jornais caiu 57% de 2008 a 2020, segundo um estudo do Pew Research, levando a milhares de “jornais fantasmas” que mal cobrem suas comunidades.

Nos últimos 15 anos, tenho participado de um esforço para reverter essa tendência. Isso significa que me acostumei a falar sobre a ameaça que os desertos de notícias representam para a democracia americana. Afinal, todo o conceito de autogoverno democrático depende de o povo saber o que os funcionários públicos estão fazendo. Isso é impossível sem uma imprensa vigilante. Pesquisadores ligaram o declínio das notícias locais à diminuição da participação dos eleitores e a taxas mais altas de corrupção, além de aumento da polarização e de eleitos mais ideologicamente extremos”.

Desastrosamente, isso tudo faz um enorme sentido. 

Tem saída? Claro que sim. A óbvia ululante: fomento ao noticiário, jornalismo, editores e mídia locais.

Como? Eu sei. Conto em outro artigo.

Agência Lupa apresenta inovações para Cobertura Eleitoral com mais Tecnologia e Educação Midiática

“Toda a nossa cobertura eleitoral é desenvolvida a partir dos nossos princípios de precisão, transparência e apartidarismo. Vamos para mais uma eleição certos de que construímos, até aqui, um relacionamento de confiança com a nossa audiência e tudo que planejamos está direcionado a levar informação de qualidade a essa audiência, independentemente do formato ao qual ela está acostumada. Nosso principal objetivo é que quem nos acompanha se sinta bem informado para tomar as decisões importantes que o momento eleitoral pede”.

A declaração acima, da diretora-executiva Natália Leal, foi divulgada pela Agência Lupa para anunciar as novidades para a quinta cobertura eleitoral da iniciativa, que atua com foco em combater os conteúdos falsos.

Para este ano, o trabalho da Lupa terá novos formatos de distribuição de conteúdo. Serão cerca de 30 profissionais atuando nas áreas de Jornalismo, Educação, Produto, Audiência & Engajamento e Administrativo.

Para eleitores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a Lupa preparou a Ebulição. São newsletters (para assinar: https://lupanewsletter.substack.com/subscribe) que irão mostrar os assuntos mais comentados em grupos públicos do WhatsApp e do Telegram sobre as eleições no Rio (segunda e quarta-feira) e em São Paulo (terça e quinta-feira).

O produto é feito em parceria com a Palver, que desenvolveu uma ferramenta de social listening de mesmo nome que também enxerga conteúdos do YouTube, TikTok e X.

Além desse novo produto, a Lupa continuará atuando com checagens ao vivo nos debates eleitorais nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Os conteúdos checados serão publicados no site, redes sociais e distribuídos em aplicativos de vídeos curtos.

A estratégia também envolve distribuição de conteúdo de educação midiática contra a desinformação.

“Nessas coberturas ao vivo, a Lupa prevê parcerias com outros meios de comunicação, como forma de ampliar seu alcance. No início de junho, por exemplo, foram feitas as checagens das sabatinas promovidas pelo Canal My News com os candidatos a prefeito de São Paulo”, informou a Agência.

O projeto Eu Informo!, uma parceria da Lupa com a ONG Redes Cordiais, levará para rádios comunitárias de lugares classificados como “desertos ou quase desertos de notícias” os conteúdos de checagem em formato de áudio. A veiculação poderá ser feito de forma gratuita nas programações.

Ainda em termos de aproximação com as comunidades, a Lupa vai acompanhar criadores de conteúdo digital para certificação do que é divulgado e para fortalecer a atuação no combate aos efeitos da desinformação.

Sistemas de monitoramento estão sendo ampliados como o LupaScan, pensado e desenvolvido para encontrar desinformação e discurso de ódio. Em 2024, a ferramenta terá novas funcionalidades chegando a mais grupos de políticos monitorados, novos dashboards e visualizações exclusivas sobre assuntos em destaque. Será utilizada inteligência artificial para reconhecimento facial em imagem, além da transcrição em tempo real. A nova fase de desenvolvimento é resultado de uma parceria com a Google News Initiative.

A Agência Lupa prevê ainda um material sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e os lançamentos dos produtos Manual do 1º voto Manual de sobrevivência eleitoral. “O primeiro documento, focado no público que votará pela primeira vez em 2024, traz conteúdo detalhado sobre essa experiência, além de alertar para informações falsas que circulam com foco nessa faixa etária. O segundo manual indica como manter conversas saudáveis no período de campanha, diante de cenários de forte polarização política e em meio à proliferação de discurso de ódio ou desinformação”.

Outro projeto, o IAgora?, foi anunciado como um jogo online baseado na teoria da inoculação — estudada pelas universidades de Bristol e Cambridge. “O objetivo do projeto é desenvolver a capacidade de identificação de técnicas desinformativas e de vieses cognitivos, além de aumentar a percepção dos usuários de redes sociais sobre o uso de informações falsas e de inteligência artificial em campanhas eleitorais”. O desenvolvimento do jogo é uma parceria da Lupa com a ONG AppCívico e com o Politize!.

Como a IA Generativa Pode Redefinir o Futuro dos Pequenos Veículos de Mídia

Inteligência Artificial Generativa irá mais e mais ser capaz de produzir resumos de conteúdos editoriais altamente escaláveis nas buscas e na distribuição via redes sociais, impactando largamente os pequenos veículos locais.

“Acho que ser um pequeno veículo de mídia, daqui a três anos, vai ser realmente, realmente difícil.”

Foi o que Kyle Villemain, fundador e editor-chefe do The Assembly, da Carolina do Norte, nos EUA,  declarou à imprensa especializada em midia e negócios no País.

Para Villemain, “o tempo está se esgotando para levar o The Assembly à sustentabilidade no sentido de construir e possuir seu próprio público (público proprietário). Transformações potencialmente enormes na infraestrutura da internet estão se aproximando devido à IA generativa (e às mudanças nas prioridades das empresas de redes sociais)”.

O problema da perda de relevância nos mecanismos de busca, bem como perda também de penetração e relevâncias nas mídias e redes sociais se transformam assim, possivelmente, nos maiores fantasmas a assombrar a sobrevivência do jornalismo e dos conteúdos editoriais locais.

Villemain está muito preocupado com o desaparecimento praticamente total das buscas e das redes sociais como armas de distribuição, engajamento da audiência e geração de receita para os pequenos publishers.

Jeff Elgie, do Village Media, no Canadá, disse ano passado, no contexto da Lei de Notícias Online do Canadá: “Você precisa que o Google continue nisso. Caso contrário, veremos a devastação de toda a indústria. Você não pode perder o Google e o Facebook e ainda ter uma indústria editorial razoável online. Isso não vai funcionar.”

Lideranças do setor estão preocupadas com a dispersão de atenção e mudanças no comportamento dos leitores, espalhando-se granularmente pelas redes sociais, podcasts, criadores e influenciadores individuais, etc., como forças que, adicionalmente, trabalham contra os publishers de notícias.

Além delas, como se disse, emerge um ponto de inflexão tecnológica em que modelos algorítmicos podem resumir notícias, ao mesmo tempo em que o Facebook, o X e as buscas podem vir a falhar  como fontes confiáveis e recorrentes de tráfego.

A solução é a busca pela construção de tráfego e audiência proprietários, mas em linha com o uso de Google e Meta, prioritariamente. Embora não só eles.

Abaixo, 5 orientações para enfrentar esse desafio tão poderoso:

1. Criação de Conteúdo Proprietário e Exclusivo:

Foque em produzir conteúdo original que não possa ser facilmente replicado por IA generativa. Isso inclui reportagens investigativascoberturas de eventos locais, e narrativas que refletem a identidade e as necessidades da comunidade que você serve. Ao criar conteúdo único e profundo, você fortalece o vínculo com seu público e reduz a dependência de fontes externas de tráfego.

2. Construção de Comunidades Locais Engajadas:

Invista na criação de comunidades online em plataformas próprias, como fóruns, newsletters exclusivas, e grupos de discussão locais. Incentive o engajamento direto com os leitores através de comentários, eventos ao vivo, e conteúdos participativos. Um público fiel e engajado é mais resiliente às mudanças nas plataformas de busca e redes sociais. 

3. Diversificação de Canais de Distribuição:

Use-as com inteligência e eficácia, mas busque não depender exclusivamente de grandes plataformas como Google e Facebook. Explore e invista em canais alternativos, como parcerias com outros veículos locais, distribuição em apps de notícias locais, ou até mesmo criar seu próprio app ou plataforma de distribuição. Isso pode incluir, por exemplo, uma presença forte em plataformas de podcasting ou vídeo, onde a personalização do conteúdo é mais valorizada.

4. Monetização Direta e Sustentável:

Desenvolva fontes de receita que não dependam exclusivamente de tráfego proveniente de buscas ou redes sociais. Considere modelos de assinaturas, doações da comunidade, ou conteúdo pago. Ofereça produtos digitais, como relatórios especiais, ou serviços de consultoria e eventos pagos. Quanto mais diversificada for a sua receita, menos vulnerável você será a mudanças nas grandes plataformas.

5. Utilização Inteligente da IA e Tecnologia:

Adote tecnologias de IA para melhorar suas operações, como ferramentas de análise de dados para entender melhor o comportamento do público ou automação para personalizar e recomendar conteúdo. Mas, ao mesmo tempo, reforce o fator humano no jornalismo – use a IA para apoiar sua equipe, mas mantenha a autenticidade e o toque humano que seus leitores valorizam.

Serão, possivelmente, dias desafiadores à frente. A única coisa que você não pode fazer é ignorar que eles virão e a razão do porque, inevitavelmente, eles virão.

Mercado Internacional: Outbrain Adquire Teads em Fusão Bilionária na Publicidade Digital

Outbrain, reconhecida plataforma de tecnologia com sede em Nova Iorque, anunciou a aquisição da Teads, ad tech de origem francesa especializada em soluções de publicidade, em uma transação avaliada em aproximadamente US$ 1 bilhão.

A compra marca a união de duas grandes empresas da publicidade digital, prometendo revolucionar o setor com uma plataforma omnicanal de ponta a ponta. Em comunicado à imprensa, a transação foi anunciada sendo composta por US$ 725 milhões pagos à vista e o restante em ações, está prevista para ser concluída no primeiro trimestre de 2025, sujeita a aprovações regulatórias e dos acionistas.

Detalhes da Transação

A aquisição inclui um pagamento inicial de US$ 725 milhões em dinheiro, US$ 25 milhões em pagamento diferido, 35 milhões de ações ordinárias da Outbrain, avaliadas em aproximadamente US$ 169 milhões, e US$ 105 milhões em ações preferenciais conversíveis. A Outbrain pretende financiar a transação com uma combinação de caixa existente e financiamento de dívida, assegurado pelo Goldman Sachs Bank USA, Jefferies Finance LLC e Mizuho Bank, Ltd.

As ações preferenciais conversíveis, que acumularão dividendos trimestrais de 10% ao ano, podem ser resgatadas ou convertidas sob certas condições. A transação também inclui uma linha de crédito rotativo de US$ 100 milhões para a Outbrain, destinada a capital de giro e outros propósitos corporativos.

Liderança e Estrutura Corporativa

David Kostman, atual CEO da Outbrain, será o CEO da nova entidade combinada. Bertrand Quesada e Jeremy Arditi, co-CEOs da Teads, atuarão como co-presidentes. Asaf Porat, atualmente na Outbrain, assumirá o cargo de COO, liderando a integração das duas empresas. A Altice, atual proprietária da Teads, nomeará dois membros do conselho, além dos oito existentes da Outbrain.

Sinergias e Potencial de Mercado

A fusão cria uma das maiores plataformas abertas de publicidade na internet, abrangendo CTV, web e aplicativos móveis. Juntas, Outbrain e Teads atenderão mais de 20 mil anunciantes diretos e terão acesso a mais de 10 mil propriedades de mídia, alcançando 2 bilhões de consumidores em mais de 50 mercados.

Espera-se que a empresa combinada gere um Lucro Bruto Ex-TAC de US$ 660 a US$ 680 milhões e um EBITDA Ajustado de US$ 180 a US$ 190 milhões em 2024.

Impacto no Setor de Publicidade

A fusão representa uma mudança significativa no cenário da publicidade digital, unindo a tecnologia de desempenho orientada por IA da Outbrain com as soluções de vídeo e branding da Teads. A nova empresa se concentrará em entregar resultados tangíveis, como atenção, engajamento e conversões de e-commerce, diferenciando-se dos players que priorizam visualizações e impressões.

A transação posiciona a nova entidade como uma das principais plataformas de publicidade na internet aberta, competindo em um mercado estimado em US$ 175 bilhões.

Nota da Abraji: o Jornalismo Investigativo e a Transparência no Uso do Dinheiro Público no Brasil

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) protocolou em 25 de julho uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a instauração de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra as “emendas Pix” do Congresso Nacional.

A entidade argumenta que essas emendas, criadas pela Emenda Constitucional 105/2019, comprometem a transparência e a fiscalização do orçamento ao permitir transferências de verbas diretamente para prefeituras ou governos locais sem necessidade de apresentação de projetos.

Isso dificulta o rastreamento e controle da aplicação dos recursos. A Abraji se pronunciou sobre o assunto nos últimos dias em suas redes sociais, com declaração da presidente Katia Brembatti. A entidade argumenta sobre o papel do jornalismo nesse processo e da atuação em prol da transparência na utilização e destinação dos recursos públicos no país. 

Leia abaixo nota assinada pela Associação sobre o tema

“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7688 no Supremo Tribunal Federal (STF). Já tivemos nossa primeira vitória, com a decisão em caráter liminar do ministro relator do caso, Flávio Dino, que ordenou que as emendas especiais diretas, conhecidas como emendas Pix, passem a atender aos critérios de transparência e fiscalização, essenciais ao escrutínio dos recursos públicos.

Esperamos que essa vitória, que não é apenas do jornalismo, se confirme no julgamento de mérito da decisão do ministro, a ser feito pelo plenário do STF. Para a Abraji, as emendas Pix não atendem aos critérios constitucionais da execução orçamentária. E a decisão do ministro vem ao encontro dos ajustes necessários para que a rastreabilidade e fiscalização dos recursos públicos sejam preservadas.

O ministro ordena também que todo o montante já empenhado nessas emendas desde 2020, cerca de R$ 20 bilhões, seja analisado pela Controladoria-Geral da União (CGU) e que as próximas emendas sejam fiscalizadas por CGU e Tribunal de Contas da União (TCU). Uma outra medida de interesse público é que os parlamentares, salvo exceções de esforço nacional, possam destinar as emendas Pix apenas para seus estados de origem eleitoral.

Essas são medidas de ajuste de um mecanismo que tem se mostrado falho e perigosamente opaco. Agora, mais organizações da sociedade civil têm buscado participar do julgamento da ADI, na condição de amicus curiae, mostrando como a regulação das emendas Pix são de interesse público e nacional”.

Notícias no Mundo das Notícias

Novidades de IA para usar nas redações*

*Traduzido com ChatGPT de estudo publicado na revista norte-americana TIME sobre o impacto da Inteligência Artificial na sociedade. E nas redações.

Em 2021, uma criança de 13 anos se inscreveu em uma conta no TikTok e pesquisou por “onlyfans”, o nome de um site conhecido por hospedar entretenimento adulto.

O usuário logo caiu em uma espiral de conteúdo sexual, muito dele rotulado como “somente para adultos”. Em certo momento, vídeos sobre bondage e sexo compunham mais de 90% do feed do usuário.

Mas essa criança de 13 anos não era uma pessoa real – era uma das mais de 100 contas automatizadas, ou bots, criadas por investigadores do Wall Street Journal para testar como os algoritmos do TikTok poderiam expor muitos dos usuários mais jovens a conteúdos inadequados. Louise Story, ex-diretora de produto e tecnologia do jornal, disse à TIME que a equipe de jornalismo computacional do Journal usou uma variedade de ferramentas de IA para projetos como a investigação do TikTok.

A IA está mudando rapidamente a natureza das notícias que consumimos, com diferentes tecnologias tendo uma ampla gama de aplicações para jornalistas. Já estão usando para fazer novos tipos de reportagens, alcançar mais usuários e extrair significado de grandes volumes de dados. À medida que os publishers adotam a IA de novas maneiras, isso deve ajudar os jornalistas a fazer seu trabalho de forma mais rápida e inteligente – ou, se usado de maneira menos sábia, pode degradar as notícias e marginalizar as pessoas e organizações dedicadas a fornecê-las.

Le Monde, um dos principais jornais franceses, usou a IA para criar uma nova via para divulgar seu trabalho. Em 2022, o jornal lançou uma edição em inglês, com artigos traduzidos da versão original em francês.

A maneira tradicional de fazer esse trabalho, contratando tradutores especializados, seria muito lenta e cara; usar um aplicativo de tradução comum, como o Google Translate, seria barato e rápido, mas não produziria textos à altura dos padrões do Le Monde.

Então, o jornal escolheu um caminho intermediário. Primeiro, envia seu texto em francês pelo DeepL, um aplicativo de tradução automatizada. Em seguida, o texto é revisado por duas camadas de editores humanos, mantendo o estilo da marca enquanto produz cerca de 40 artigos por dia. “Se houvesse apenas os sete jornalistas atualmente trabalhando no projeto escrevendo histórias, publicaríamos talvez de uma a cinco por dia”, disse Elvire Camus, editora da edição em inglês do Le Monde, ao Nieman Reports.

Alguns jornalistas estão usando a IA de maneira mais individual, como um assistente pessoal, para gerar ideias, testar manchetes e muito mais. Farhad Manjoo, do New York Times, descreve o ChatGPT como um “jetpack” para ajudá-lo a encontrar as palavras certas, resumir documentos longos e superar bloqueios de escrita: “Mais cedo ou mais tarde”, escreveu ele, “algo como o ChatGPT se tornará uma parte regular dos kits de ferramentas de muitos jornalistas.”

Fica tudo igual?

Claro, nem todos concordam. O maior medo é que a IA generativa produza em massa um produto parecido com jornalismo que substitua a variedade artesanal, ou pelo menos sugue grande parte dos lucros da indústria. O magnata da mídia Barry Diller está esperando formar uma coalizão com outros publishers para negociar com empresas de tecnologia sobre o uso de seu conteúdo.

O presidente da IAC diz que grandes modelos de linguagem, treinados parcialmente com textos de sites de notícias, poderiam roubar o valor desse conteúdo dos publishers ao reembalar as informações para seus próprios usuários. “Você viu nos últimos, certamente, 15 desses anos, a enorme destruição” causada por dar notícias de graça online, disse ele em maio de 2023.

A menos que haja uma estrutura em vigor para que os publishers sejam pagos, ele acrescentou, “você verá outra onda [que é] ainda mais destrutiva.”

De fato, o Google está testando uma ferramenta codinome Genesis que pode gerar artigos de notícias a partir de informações brutas, como detalhes de eventos atuais. A empresa está apresentando isso aos jornais como uma ajuda para os repórteres cuidarem de tarefas rotineiras, mas certamente alguns proprietários verão isso como uma forma de reduzir os gastos com a equipe. Já está acontecendo.

Em abril de 2023, o BuzzFeed demitiu 15% de sua força de trabalho após fechar o BuzzFeed News; a empresa agora está “apostando mais” em conteúdo criado por IA, como questionários e chatbots. Dois meses depois, o jornal alemão Bild anunciou que demitiria um terço de seus funcionários devido à automação.

Jornalismo automatizado funciona?

Vários publishers começaram a experimentar notícias geradas por IA e, até agora, os resultados levantam mais preocupações sobre o jornalismo automatizado nos enterrando em lixo do que nos superando em qualidade. O CNET provocou uma reação negativa após começar a publicar artigos escritos por IA em novembro de 2022 sem notificar leitores ou até mesmo funcionários. Alguns artigos continham erros; os funcionários editoriais do CNET se sindicalizaram, alarmados que “a tecnologia automatizada ameaça nossos empregos e reputações.”

Em junho de 2023, um executivo da editora de jornais Gannett disse que era um erro para outros serviços de notícias usarem a IA generativa para rapidamente lançar conteúdo barato e que “não estamos cometendo esse erro.” No entanto, em agosto, o Columbus Dispatch postou um resumo de um jogo de futebol sem nomes de times: “O Worthington Christian [[WINNING_TEAM_MASCOT]] derrotou o Westerville North [[LOSING_TEAM_MASCOT]],” relatou o jornal da Gannett.

Sam Guzik, um especialista em jornalismo e tecnologia da New York Public Radio, disse à TIME que se isso continuar, as pessoas poderão ser forçadas a “pagar para sair da internet do lixo“.

Pode não chegar a isso. Para cada erro de codificação gritante, há uma explosão de esforços inventivos para usar a IA para fornecer um jornalismo melhorSourceScout é uma ferramenta que ajuda repórteres a encontrar rapidamente especialistas diversos para entrevistas – um “plugin do ChatGPT para amplificar o gênio marginalizado”, diz a co-criadora Alicia Stewart à TIME.

A publicação espanhola Newtral combate a desinformação com o ClaimHunter, um modelo de linguagem que analisa notícias em busca de possíveis falsidades, que são então verificadas por pessoas. Repórteres usam IA para transcrever suas entrevistas (por exemplo, com Otter.ai), e publishers a usam para mostrar aos usuários conteúdos que se adaptam às suas preferências.

Jornalistas e publishers enfrentam desafios, mas também oportunidades com a IA. Agora eles têm que mostrar aos computadores – e ao seu público – o quão inteligentes os humanos podem ser.

Veja uma boa definição de churn neste video de Robson Harada.

Churn: 3 lições sobre aumentar preços de assinaturas

Abaixo você vai ler o resumo que fiz de um estudo do eMarketer, que é um famoso e considerado instituto norte-americano de pesquisas e análises do mundo do marketing, comunicação e mídia digital.

O assunto é o churn, ou a perda recorrente de clientes. No caso, clientes assinantes. E mais especificamente ainda, perda de assinantes após o aumento no preço da assinatura.

Aumentar o preço da assinatura é, obviamente, inevitável. Mas tem consequências.

Veja três exemplos abaixo, que podem – apesar de serem de empresas dos Estados Unidos e se referirem a serviços de streaming – servir perfeitamente de referência prática para sua empresa aqui no Brasil.

Como diz o estudo, não tem sido nada fácil para os consumidores assinantes suportar os frequentes reajustes no preço de suas assinaturas.

Ainda mais num cenário de pulverização da mídia, que fez com que o consumidor passasse a assinar vários serviços de conteúdo a um só tempo.

Quase sete em cada dez (67%) consumidores nos EUA viram pelo menos um de seus serviços de assinatura aumentar o custo, de acordo com uma pesquisa de março de 2024 da CNET, nos EUA.

Mais da metade (52%) dos adultos americanos cancelou uma assinatura de serviço de streaming por causa do aumento de preço, de acordo com dados de outubro de 2023 da TransUnion e Dynata.

Ao personalizar as opções de assinatura, destacar o valor e antecipar o impacto que virá para todas as partes interessadas, pode minimizar esses  cancelamentos, orienta o eMarketer.

As três lições

  1. Spotify atende a todos com formas variadas de assinaturas

Em julho, o Spotify implementou seu segundo aumento de preço nos EUA em menos de um ano e anunciou mais tipos de assinatura destinados a atender diferentes lares e preferências de conteúdo. Além da opção de Acesso a Audiolivros lançada em março, o Spotify lançou seu plano “Básico”, $1 a menos do que o nível “Premium Individual” padrão.

“Estamos vendo menos cancelamentos nesta rodada de aumentos do que vimos na anterior”, disse o CEO Daniel Ek durante sua última chamada de resultados.

Lição: Adicionar opções de assinatura pode evitar que os consumidores se sintam encurralados em um novo custo mais alto e alienar aqueles com orçamento limitado. Diversificar os planos de assinatura com base no conteúdo, como fornecer um nível apenas para audiolivros, também oferece personalização.

  1. Peacock prova que o timing (com conteúdo) é tudo (Peacock é o serviço de streaming da NBC)

Para novos assinantes do Peacock, os preços aumentaram em 18 de julho, enquanto os assinantes existentes receberam um aviso de um mês para transmissão dos jogos a um preço mais baixo.

O Peacock está apostando na ampla cobertura esportiva e lançamentos exclusivos para impulsionar novas assinaturas e retenção em meio a aumentos de preço e a perda de 500.000 assinantes no segundo trimestre de 2024.

Após as Olimpíadas, quando tanto novos quanto antigos assinantes enfrentarem as taxas aumentadas, o Peacock espera que o retorno do futebol seja suficiente para reduzir o cancelamento.

“Nossa oferta de conteúdo fornece uma proposição de valor tão grande, que devemos ter algum poder de preço real ao longo do tempo”, disse Mike Cavanagh, presidente da Comcast, em uma recente apresentação a investidores..

Lição: Ao alinhar os aumentos de preço com períodos de alta demanda e interesse, os provedores de streaming podem provar melhor seu valor. Também é essencial que o valor seja mantido além dos momentos de pico de engajamento, como as Olimpíadas, para garantir que os consumidores não cancelem sua assinatura logo depois.

  1. Twitch mostra o efeito cascata do preço

Em junho, o Twitch (streaming de games) anunciou que aumentaria o preço das assinaturas nos EUA pela primeira vez, cobrando $1 a mais por mês para acessar os canais de criadores individuais. O aumento tem ramificações de receita para a empresa e seus criadores, que recebem de 50% a 70% da renda das assinaturas.

O cancelamento de assinaturas pode ser um risco aceitável após relatar zero lucratividade desde sua aquisição em 2014 por $1 bilhão. Mas o Twitch também precisa considerar o cancelamento de criadores. Se os criadores perderem seguidores por causa do aumento de preço, eles podem migrar para outras plataformas de streaming, como TikTok ou YouTube, para alcançar um público maior.

Lição: Antes de ajustar os preços, avalie o impacto mais amplo em todas as partes interessadas, incluindo os criadores, que são vitais para o sucesso da sua plataforma. Investir em melhorias na plataforma (por exemplo, o novo aplicativo móvel redesenhado do Twitch) ajudará os criadores a se sentirem apoiados, incentivando-os a permanecer.

O resumo das três lições é que uma estratégia prévia de transparência sobre o aumento que virá para os assinantes mitiga abandonos e reduz o churn. 

Franqueza e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

74% dos veículos de Jornalismo no Brasil planejam diversificar fontes de receita com foco em publicidade e contribuições do público

Foi lançado no dia 30 de julho, o relatório completo e o catálogo de veículos produzidos pelo Project Oasis. A iniciativa começou em 2019 na América do Norte e tem o objetivo de criar uma base de dados global sobre o ecossistema de jornalismo digital.

Com apresentação dos perfis detalhados de organizações de jornalismo digital, o evento, realizado em Buenos Aires, Argentina, também foi transmitido ao vivo pelo YouTube da SembraMedia, líder do programa.

Nesta fase do projeto, foram mapeadas mais de 3 mil organizações de 68 países na Europa e nas Américas. É a primeira vez que a pesquisa inclui informações sobre veículos brasileiros em seu diretório. 

Uma observação importante foi a necessidade de mais apoio ao jornalismo local e hiperlocal. Os veículos com cobertura internacional registram receitas 50% maiores do que aqueles que cobrem questões nacionais. Estes últimos, por sua vez, têm rendimentos cerca de quatro vezes maiores do que os que focam na agenda regional e local.

Parcerias e Contribuições Brasileiras

Com o apoio da Google News Initiative, o levantamento no Brasil foi realizado em parceria com a Associação de Jornalismo Digital (Ajor), que se juntou a um grupo de organizações aliadas à SembraMedia.

As informações brasileiras, foram lançadas primeiramente durante o primeiro dia do Festival 3i 2024, em 13 de junho, na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, e contou com a apresentação da diretora do Project Oasis Global, Ana Paula Valacco, e o coordenador do programa no Brasil, Marcelo Fontoura.

Entre os parceiros estão LION Publishers (América do Norte)European Journalism CentreMedia and Journalism Research CenterGlobal Forum for Media Development International Media Support (Europa).

Ao longo de cinco meses de trabalho, nove pesquisadores, distribuídos pelas cinco regiões do Brasil, reuniram dados sobre receita das organizações, modelo de negócio, gênero dos fundadores e número de funcionários. Ao todo, foram mapeados 164 veículos, sendo 60% associados à Ajor, que serão somados ao conjunto de dados dos outros países.

Diretório e Objetivos do Project Oasis

Está disponível um diretório com perfis detalhados e opções para comparar e produzir mais conhecimento a partir das informações de mais de 160 mídias brasileiras somadas ao conjunto dos outros países. Nos próximos anos, o programa pretende incluir organizações da Ásia, África e Oriente Médio.

objetivo do projeto é fornecer insights e recomendações para:

  1. Líderes de mídia e suas equipes: para ajudá-los a aprender uns com os outros, identificar potenciais parceiros e revelar modelos de negócios, tendências, melhores práticas e técnicas que possam fortalecer suas próprias organizações.
  2. Financiadores, investidores e organizações de suporte à mídia: para entender melhor os padrões e tendências nas regiões e países cobertos, auxiliando na implementação de iniciativas que apoiem melhor a sustentabilidade da mídia digital independente.
  3. Acadêmicos: para aumentar o acesso a informações sobre o setor de mídia, incluindo pluralismo, liberdade de imprensa, e mercados de mídia.
  4. Formuladores de políticas: para garantir que as necessidades dessas novas formas de mídia sejam consideradas na criação de políticas nacionais e internacionais.
  5. Todos que apoiam a liberdade de imprensa: para apoiar organizações de notícias digitais independentes.

Trata-se de uma ferramenta importante para mapear e entender o ecossistema do jornalismo digital, oferecendo uma visão abrangente das tendências e desafios enfrentados por mídias nativas digitais ao redor do mundo. Para acessar o diretório e obter mais informações, visite globalprojectoasis.org.

Para entender mais sobre os impactos do Project Oasis no Brasil, leia, a seguir, a entrevista com Samanta do Carmo, gerente-executiva da Ajor. A Ajor é uma entidade parceira da Alright, que também estará presente em um dos painéis do Alright Summit para apresentar detalhes do Project Oasis.

Ela é formada em Jornalismo pela Unesp e Filosofia pela UNB. Como repórter atuou principalmente na cobertura política e no Congresso, em Brasília. Passou por veículos como TV Brasil, Congresso em Foco, Azmina e Intercept Brasil, onde foi coordenadora de Redação. Ex-bolsista dos programas Women Leadership Acceleretor (ONA, US) e Emerging Media Leaders (ICFJ/ECA, US).

Qual foi o critério utilizado para selecionar as organizações brasileiras de mídia incluídas no projeto? Houve algum desafio específico nesse processo?

Os critérios usados pela Ajor para selecionar as organizações de jornalismo brasileiras que foram pesquisadas e incluídas no diretório do Project Oasis, seguiram basicamente os critérios gerais estabelecidos pela missão:

  • Organizações de jornalismo nativas digitais ou com a grande maioria de seus conteúdos e modelo de negócio online;
  • Ter sido regularmente constituída há pelo menos 12 meses (CNPJ) ou comprovar atividade jornalística constante nos últimos seis meses; 
  • Declarar ter controle editorial independente do Estado, de partidos políticos ou de políticos com mandato.

O objetivo é identificar novos tipos de mídia que atendam ao interesse público sem excluir as startups, que são tão novas ou tão inovadoras que nem sempre se parecem com organizações de notícias e, como resultado, não podem atender aos critérios tradicionais que outras organizações usam nesses tipos de avaliações.

Priorizamos a identificação de organizações de notícias nativas digitais e editorialmente independentes que atendam ao interesse público por meio de notíciasjornalismo investigativo e reportagens baseadas em fatos. No caso brasileiro, ainda priorizamos uma seleção com representatividade regional. 

Quais são as principais tendências e desafios observados no ecossistema de mídia digital no Brasil, especialmente em relação à diversidade de gênero entre os fundadores e à sustentabilidade financeira das organizações?

pesquisa Oasis reafirmou uma tendência que a Ajor já vinha percebendo desde sua fundação, em 2021, que é a alta participação de mulheres na criação de novas organizações de jornalismo no país. De acordo com a pesquisa, mais de 80% dos veículos pesquisados têm pelo menos uma mulher em sua equipe de fundadores. 

Como hipóteses, esse número pode demonstrar, por um lado, que as mulheres vêm conseguindo mais protagonismo na gestão de empreendimentos jornalísticos. No entanto, também pode se relacionar com a dificuldade da ascensão de mulheres na estrutura do jornalismo convencional. Ou seja, para avançar em suas carreiras, as mulheres precisam deixar grandes e tradicionais empresas de jornalismo e empreender. 

Sobre sustentabilidade financeira, a informação que considero mais relevante é a de que 74% das organizações de jornalismo entrevistadas no Brasil planejam investir em novas fontes de receita num horizonte de um ano, o que corresponde ao ano de 2024, considerando que a coleta de dados ocorreu entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024.

publicidade segue como fonte de receita mais citada e também aparece como a mais mencionada entre esses veículos que estão pensando em diversificar receitas em curto prazo. Mas as fontes de receita diretamente do público também demonstram ser promissoras, elas aparecem em terceiro lugar na intenção de investimento dos gestores de mídia em busca de diversificação de receitas. 

Como a AJOR enxerga o papel do jornalismo local e hiperlocal no Brasil, especialmente em regiões como a Amazônia, onde há uma carência significativa de cobertura jornalística? Vi que há um tópico bem relevante sobre o tema no relatório.

Parte importante da missão da Ajor é fomentar um jornalismo de interesse público mais diverso e plural, e a associação entende o jornalismo local e hiperlocal como agentes importantes dessa pluralidade e diversidade. E também como agentes importantes para aproximar as pessoas do jornalismofortalecer vínculos sociais e comunitários na localidade em que atuam e combater os desertos de notícias. 

O jornalismo atuante na Amazônia também segue esse padrão, mas tem um ambiente informacional com demandas específicas. Por exemplo, ao mesmo tempo em que diversas organizações de jornalismo reportam sobre a região, sem necessariamente estarem sediadas na Amazônia, também é preciso fortalecer o jornalismo local feito pelos próprios amazônidas e comunicadores indígenas, que atendem necessidades informacionais básicas dessa comunidades, como acesso a serviços e fortalecimento do vínculo social da comunidade, além de terem acesso a fontes e histórias que outras organizações não têm.

Todos desempenham um papel crucial na defesa da democracia e na proteção dos direitos humanos ao expor práticas ilegais, corrupção e violações ambientais e estão em risco por causa disso.    

De forma geral, vale mencionar que a pesquisa Oasis aponta que os veículos de jornalismo digital de cobertura nacional declararam receitas 4 vezes maiores do que a média das organizações de jornalismo local e regional, o que aponta para o desafio da sustentabilidade financeira e do desenvolvimento do jornalismo local e hiperlocal.  

O relatório menciona o uso de publicidade programática e redes de anúncios programáticas. Como essas ferramentas têm ajudado as mídias menores a se manterem financeiramente?

O relatório do Oasis indica que organizações de pequeno porte dificilmente conseguem desenvolver receitas na área da publicidade tradicional para marcas nacionais e internacionais, mas conseguem rendimentos a partir da publicidade programática e redes de anúncios programáticos – o que é visto em 26% das organizações do diretório (não estão incluídos os números do Google Adsense).

O grande ponto desse tipo de publicidade está na possibilidade de direcionar os conteúdos ao público-alvo, que pode ser alcançado com veículos que cobrem nichos específicos. No Brasil, podemos citar um exemplo de uso da mídia programática que é a Black AdNet, que conecta anunciantes e marcas a uma rede de sites e publishers negros.

Quais os próximos passos a serem desenvolvidos no contexto do projeto para os veículos do Brasil?

O primeiro passo agora que o diretório está no ar é descobrir o máximo possível de tendências a partir do cruzamento de dados para embasar ações de fortalecimento do jornalismo no Brasil.

As organizações de jornalismo participantes das etapas anteriores no Sudeste Asiático, África e América Latina hispanófona, por exemplo, relatam que sua inclusão no diretório e relatórios da pesquisa os ajudou a atrair a atenção de financiadores, serviços jurídicos pro-bono e outros apoiadores. Esperamos que os veículos brasileiros também possam ganhar visibilidade a partir do diretório. 

Efeitos da Interrupção Global de Segurança Cibernética para Organizações e Indivíduos

Uma falha devastadora em uma atualização do software da CrowdStrike (uma das principais empresas de segurança cibernética do mundo), ocorrida no último 19 de julho, resultou em uma das maiores interrupções globais de Tecnologia da Informação já registradas. O evento teve consequências significativas para empresas, governos e indivíduos ao redor do mundo.  

Foi apurado que a interrupção foi causada por um erro em uma atualização do software de segurança da CrowdStrike. O problema surgiu quando a atualização interagiu mal com o sistema operacional Windows, levando a travamentos generalizados e falhas de sistema. A atualização foi distribuída automaticamente para milhões de dispositivos ao redor do mundo, resultando em um colapso em larga escala da infraestrutura digital.

Impactos Imediatos na Segurança Cibernética

  1. Danos Econômicos Significativos:

   – Análises indicaram que empresas sofreram perdas diretas de até US$ 5 bilhões. Setores específicos, como saúde e aviação, foram particularmente atingidos. Companhias aéreas também foram severamente impactadas, com cancelamentos de voos, opções manuais de processos e prejuízos financeiros.

   – E-commerce Brasileiro: O e-commerce no Brasil sofreu perdas milionárias em vendas durante o apagão, destacando o impacto econômico global e regional da falha.

  1. Interrupção de Serviços Críticos:

   – Infraestrutura de TI: A falha causou a interrupção de serviços essenciais, incluindo hospitais e companhias aéreas.

   – Setores Bancário e de Saúde: Esses setores foram os mais afetados, com interrupções que comprometeram operações e serviços essenciais, aumentando a pressão sobre as organizações para restaurar a normalidade rapidamente.

  1. Seguradoras e Cobertura de Danos:

   – Perdas Cobertas: Apenas uma pequena parte das perdas (dados apontam para 10% a 20%) pode ser coberta por apólices de seguro de segurança cibernética. Isso inclui seguro contra interrupção de negócios e seguro de viagem. 

Como esses acontecimentos afetam o cotidiano de todas as pessoas?

A interrupção global de segurança cibernética de 19 de julho de 2024 não apenas causou danos financeiros significativos e transtornos operacionais, mas também teve um impacto profundo na vida das pessoas e na maneira como interagimos com a tecnologia. Este evento destacou a vulnerabilidade crítica das infraestruturas digitais que sustentam a economia global e revelou como uma falha técnica em uma empresa de segurança cibernética pode desencadear um efeito dominó de consequências.

Para os indivíduos, o apagão cibernético afetou diretamente a confiança em tecnologias essenciais. Serviços bancários, médicos e de transporte, que dependem cada vez mais de sistemas digitais, ficaram comprometidos, mostrando como a dependência tecnológica pode resultar em interrupções na vida cotidiana quando não envolvidas de extrema segurança. A perda de acesso a serviços críticos não só gerou frustração, mas também evidenciou a necessidade urgente de robustecer as medidas de segurança para proteger a privacidade e a integridade das informações pessoais.

No contexto da dinâmica do uso das tecnologias, o incidente revela a importância de diversificar e fortalecer os sistemas de segurança. A falha também trouxe à tona a necessidade de os usuários estarem mais conscientes dos riscos associados às atualizações automáticas e à interdependência dos sistemas digitais.

O cotidiano das pessoas está cada vez mais entrelaçado com a tecnologia, e a segurança cibernética tornou-se um componente essencial para a tranquilidade e a continuidade das atividades diárias. O evento de 19 de julho serve como um lembrete contundente de que a proteção contra ameaças cibernéticas deve ser uma prioridade constante. Investimentos em segurança, educação sobre riscos e desenvolvimento de tecnologias mais seguras são fundamentais em torno de possíveis impactos de futuras falhas e assegurar que a tecnologia continue a servir de forma confiável e segura.

A interrupção global ressaltou a necessidade de uma abordagem mais crítica e proativa em relação à segurança cibernética. O caminho a seguir exige colaboração entre empresas, governos e indivíduos para construir uma infraestrutura digital mais robusta e resiliente.

À medida que o mundo continua a digitalizar suas operações, a resiliência e a segurança cibernética devem estar no centro das estratégias de gestão de risco e de continuidade dos negócios.

Aumente a qualidade de imagens com apenas um clique

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Com esta ferramenta, você pode reimaginar quantos detalhes desejar, guiado pelo seu próprio prompt e parâmetros. É uma solução poderosa que redefine o que é possível em termos de qualidade e criatividade visual.

TikTok Publica Guia de Marketing para PMEs

Com o planejamento para as festas de fim de ano a todo vapor, o TikTok publicou um novo manual de marketing para PMEs, que pode ajudar você a maximizar seus esforços na plataforma. O manual de 19 páginas abrange todos os aspectos do marketing no TikTok, com diversas notas e sugestões para orientar sua abordagem. O guia completo está disponível aqui.

Microsoft Designer agora disponível para todos

Microsoft Designernovo aplicativo da Microsoft, já está acessível para todos os usuários. A ferramenta pode ser baixada ou utilizada diretamente na web, permitindo a criação de imagens e designs tanto manualmente quanto com a ajuda da inteligência artificial. Semelhante ao Canva, mas com a qualidade da Microsoft, o Designer oferece uma gama de ferramentas para a criação de publicações para redes sociais, convites, adesivos, colagens e muito mais.

Tendências de design de logotipo mais quentes de 2024

À medida que 2024 avança, o relatório de tendências de logotipos da LogoLounge foi lançado, destacando as principais direções de design dos últimos 12 meses. Este ano, o relatório foca em 15 tendências principais, mostrando logotipos que estão sendo “encaixotados, cortados, descartados, liquefeitos e adesivos”. Curiosamente, alguns logotipos estão até ficando em segundo plano em relação a outros elementos visuais da marca. Confira o relatório completo aqui.

“Acreditamos na força das comunidades na difusão do jornalismo regional”, afirma Regina Bucco, diretora-executiva da ANER

Recentemente, a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) organizou a reunião de entidades e organizações em torno da campanha “Seja responsável. Não acuse sem checar”. Alright também integrou o projeto que começou no intuito de combater as mentiras, boatos e a circulação de desinformação durante a crise das enchentes no Rio Grande do Sul. A proposta dessa campanha foi disseminar mensagens de impacto que incentivassem a educação midiática dos cidadãos, ajudando a evitar a propagação de boatos.

As peças foram veiculadas em diversos canais de comunicação, com o objetivo de estimular o público a refletir e verificar informações antes de compartilhar conteúdos como cards, vídeos, mensagens e áudios. Com o impacto positivo das ações, a Aner optou por continuar a mobilização para outras ações de combate à desinformação, com destaque para o papel da imprensa e do jornalismo.

Nesta entrevista, Regina Bucco, diretora-executiva da Aner, fala sobre o papel da Associação no combate à desinformação, a importância da imprensa na verificação de informações e o impacto da regionalidade no jornalismo.

Ela acredita que, ao abordar o jornalismo regional, é possível promover a união de vozes como forma de abrir espaço para mais reconhecimento. Regina também trata sobre a importância da educação e da colaboração entre diferentes atores do ecossistema para acabar com os desertos de notícias, além de estimular a aproximação entre os agentes públicos e a iniciativa privada para “promover a clareza, reforçar a credibilidade e combater as mentiras que destroem vidas e comunidades”.

Além das campanhas públicas, quais medidas a Aner tem adotado para capacitar seus associados no combate à desinformação?

Desde o início da nossa gestão, temos promovido formas de engajar e estimular o networking, compartilhamento de experiências entre os associados. Já estamos chegando ao 100º. Café com Aner, um formato em que convidamos especialistas de diversas áreas para conversar com os publishers, apresentar suas soluções, novidades tecnológicas, pensar o contexto e os desafios.

Nos Cafés, que são sempre gratuitos e abertos a todos, nós trabalhamos com o que é essencial no jornalismo: a credibilidade e o profissionalismo. Acreditamos na colaboração como uma forma de fortalecer os publishers e todo o segmento, inclusive no combate à desinformação.

De que maneira a Aner tem promovido a inclusão de vozes e perspectivas regionais em suas campanhas e ações de combate à desinformação?

Acreditamos muito na força das comunidades na difusão do jornalismo regional. Temos associados que são importantes nas regiões onde atuam e ficamos orgulhosos de mostrar e propagar o que é feito por eles, através das nossas publicações no site, nas redes e nas newsletters.

Promover a união de vozes regionais é uma forma de abrir espaço para que possam ser conhecidas. A inclusão de frases, expressões e vozes regionais nas campanhas é uma forma de aumentar a identificação do público dessas localidades e gerar empatia com a causa do jornalismo profissional. Não dá pra engajar naquilo com que não nos identificamos.

Quais são as expectativas da Aner em relação ao papel dos associados na disseminação de informação verificada e de qualidade, especialmente em um ano tão desafiador para o trabalho da imprensa com o processo de eleições municipais?

Temos uma preocupação muito grande em combater a mentira tanto analógica como digital. Os associados da Aner sabem da responsabilidade que têm ao informar o público. As informações e as fontes são checadas, como todo jornalismo profissional de qualidade deve fazer.

Quais são os principais benefícios que a Aner observa no trabalho em rede e de colaboração entre mídias regionais digitais, entidades representativas do setor, órgãos públicos e organizações parceiras?

Quando as entidades e órgãos regionais se unem, o ambiente de produção de conteúdo se torna muito mais saudável, diverso e rico em experiências, porque ampliamos o leque de pontos de vista sobre os mesmos fatos. Isso leva a uma informação de credibilidade, fruto de um trabalho sério e ao princípio do contraditório, que é tão bonito na democracia e na imprensa.

Ouvir todos os lados envolvidos na situação gera informação de qualidade, com diversidade, mais informação. Compartilhar experiências, colaborar com novas ferramentas, novos formatos e modelos de negócio facilita esse trabalho. 

Quais estratégias a Aner acredita que possam ser adotadas pelas entidades para superar a questão dos desertos de notícias, desafio tão grande para o trabalho da imprensa em todo o país?

Acreditamos muito no potencial da educação, da troca de informações e da colaboração como antídoto para os desertos de notícias. Debates, união de forças em prol de um objetivo, cursos, campanhas conjuntas de difusão de notícias de credibilidade são algumas das opções.

Se pudermos ocupar espaços e ajudar as mídias regionais a sobreviver com laboratórios de negócios, estimulando o cuidado com a marca e as mídias proprietárias, mostrando como ganhar dinheiro com conteúdo, fortaleceremos as empresas regionais e ajudaremos a destacar a importância do jornalismo regional para a comunidade e para a democracia.

Quais são os próximos passos planejados pela Aner para continuar fortalecendo o papel da imprensa e combater a desinformação?

Aner está investindo em parcerias de educação continuada com universidades, faculdades organismos internacionais com o objetivo de trazer o que há de melhor em termos de preparo para as empresas e seus funcionários, colaboradores. Em breve teremos novidades. Além disso, entendemos que é importante essa aproximação com o poder público para combater a desinformação, juntos. É papel de todas as instituições, sejam públicas ou privadas: promover a clareza, reforçar a credibilidade e combater as mentiras que destroem vidas e comunidades.

Mídia e Poder Público: atrofias de uma simbiose doente

Neste artigo você vai ler sobre a relação entre mídia e poder público no Brasil. O tema é histórico e complexo, com raízes que remontam ao período colonial.

uso de verbas públicas para influenciar o conteúdo editorial não é uma prática nova, mas a digitalização e a diversificação das fontes de financiamento oferecem novas oportunidades para enfrentar o problema dessa dependência e fortalecer a autonomia editorial das organizações de mídia.

Estudos recentes indicam que a diversificação de receitas, incluindo assinaturas digitais, eventos e parcerias tecnológicas, pode ajudar as organizações de mídia a reduzir a dependência de verbas públicas e a manter sua integridade editorial. Iniciativas de colaboração entre veículos de comunicação também têm se mostrado eficazes na promoção de um jornalismo mais robusto e independente. Boa leitura!


Simbioses extremas tendem ao promíscuo. No jornalismo, na mídia e nos negócios editoriais não é diferente, quando quem produz informação, por proximidade e dependência do público e do político, em vez de informação, passa a reproduzir interesse. Todos sabemos do que estou falando.

No cenário atual da comunicação, a dependência excessiva de editoresjornalistas e publishers locais das verbas públicas para sustentar suas operações tem se mostrado uma ameaça significativa à independência editorial. A prática, que remonta a séculos, tornou-se uma armadilha perigosa para muitas organizações de mídia, especialmente essas locais, que se veem financeiramente dependentes dos recursos de publicidade provenientes do governo. E de grupos políticos de suas comunidades.

O promíscuo

Quando uma organização de mídia depende desproporcionalmente de verbas públicas, ela pode sentir-se compelida a ceder espaço editorial para narrativas que favoreçam os interesses governamentais ou de grupos político-econômicos de pressão.

Essa troca muitas vezes resulta em um conteúdo editorial que não reflete necessariamente o interesse público, mas sim os interesses do governante de plantão. Ou de interesses alheios ao da comunidade e da audiência.

A consequência disso é uma óbvia e nada bem-vinda subserviência editorial, que compromete a integridade e a idoneidade do jornalismo, desviando-o de sua missão fundamental de servir às necessidades informativas da população e das comunidades em que opera.

Dura, só que acaba

A submissão a interesses governamentais pode levar a uma diminuição na qualidade e na credibilidade do conteúdo publicado. O público leitor, que busca informações imparciais e relevantes, pode começar a perceber a parcialidade nas reportagens e editoriais. Essa percepção é o início do fim.

No tempo, ela resulta na perda de confiança e, eventualmente, na diminuição do público leitor, comprometendo ainda mais a sustentabilidade financeira das publicações. É algo meio óbvio, convenhamos. 

Diversificar é preciso

Para mitigar os riscos associados à dependência de verbas públicas, é crucial que as organizações de mídia busquem diversificar suas fontes de receita. Essa diversificação pode ser alcançada por meio de várias estratégias. Só algumas dicas a seguir:

  1. Receitas de Redes Sociais: Monetização de conteúdo através de plataformas como YouTube, Facebook e Instagram.
  2. Parcerias Tecnológicas: Colaborações com plataformas de tecnologia para a distribuição e monetização de conteúdo.
  3. Comercialização de Dados: Utilização ética e responsável de dados para oferecer insights valiosos aos anunciantes.
  4. Patrocínios e Publicidade Privada: Atração de anunciantes diversos, ampliando a base de clientes além do setor público.
  5. Eventos e Conferências: Organização de eventos que gerem receita direta e fortaleçam a comunidade em torno da publicação.
  6. Construção de Comunidades de Leitores: Desenvolvimento de programas de assinatura e outros mecanismos que promovam o engajamento e a lealdade dos leitores.

Tiro no pé

A ideia de que a dependência das verbas governamentais e de grupos de poder é um caminho de sobrevivência para as organizações de mídia é uma falácia perigosa. Em verdade, é mais um caminho que leva, em verdade, à subserviência, colocando em risco a independência editorial, a essência do jornalismo e, por fim, a independência financeira e de negócios.

A sustentabilidade a longo prazo para empresas editoriais locais depende da diversificação das fontes de receita e da manutenção de uma postura editorial independente e fiel aos princípios da integridade jornalística. Somente assim as organizações de mídia poderão garantir sua relevância e credibilidade perante seus leitores e a sociedade.

Ao adotar estas estratégias, os publishers e editores não apenas asseguram a sustentabilidade financeira de suas operações, mas também preservam a integridade e a confiança que são a base do jornalismo de qualidade.

Obsidian: organização e análise visual para jornalistas e redatores

O mundo do jornalismo moderno exige soluções inovadoras para o manejo e a interconexão de informações. Uma ferramenta que tem se destacado nesse cenário é o Obsidian, um aplicativo de notas que alia sofisticação e privacidade, prometendo transformar a maneira como jornalistas, redatores e escritores organizam e acessam seus dados.

O que é o Obsidian?

Obsidian é um aplicativo de notas que guarda informações no dispositivo do usuário, assegurando privacidade e acesso offline. A principal característica do app é sua capacidade de criar links entre notas, transformando um simples conjunto de anotações em uma rede interconectada de conhecimento. 

Adicionalmente, o aplicativo é altamente customizável, com uma ampla variedade de plugins e temas disponíveis, permitindo que os usuários adaptem a ferramenta às suas necessidades específicas.

Visualização em Grafo: isso muda o jogo

A funcionalidade de visualização em grafo do Obsidian é uma das suas características mais revolucionárias. Ela permite que você visualize suas notas como um grafo de nós interconectados, proporcionando uma visão holística das informações.

Essa visualização facilita a identificação de padrões e conexões entre diferentes notas, algo crucial em investigações complexas e projetos de longa duração.

Identificação de Relações: Com a visualização em grafo, fica fácil ver como diferentes notas e informações estão conectadas. Isso é particularmente útil ao trabalhar em histórias complexas, que envolvem múltiplas fontes e eventos.

Mapeamento de Ideias: A capacidade de ver todas as notas e suas conexões, de uma vez, permite um mapeamento mais eficaz de ideias e tópicos, ajudando a estruturar artigos e reportagens de maneira mais coesa.

Análise Holística: A visualização em grafo oferece uma perspectiva abrangente das informações, permitindo que os jornalistas façam análises mais profundas e descubram relações que poderiam passar despercebidas em um formato linear de notas.

Principais Funcionalidades

Armazenamento Local e Privacidade: Diferente de muitas ferramentas de anotação baseadas na nuvem, o app armazena todas as notas localmente, o que garante que você tenha controle total sobre suas informações sensíveis.

Criação de Links: A capacidade de criar links entre notas permite que se estabeleçam conexões entre diferentes peças de informação. Isso é particularmente útil para investigações complexas, onde a habilidade de ver como diferentes elementos se relacionam pode ser crucial.

Plugins e Customização: A comunidade ativa de usuários do Obsidian desenvolveu uma variedade de plugins que podem ser integrados ao aplicativo, desde ferramentas de gerenciamento de tarefas até extensões para melhor formatação de texto e suporte a Markdown.

Organização de Informações

Para jornalistas, a organização eficiente das notas, ideias e fontes é essencial. O app possibilita a constituição de um sistema de apontamentos conectados, simplificando o acesso e a revisão de informações associadas a uma narrativa específica. Por exemplo, durante uma investigação jornalística, um repórter pode criar notas separadas para diferentes fontes, eventos e dados, e posteriormente conectá-las para ter uma visão clara e abrangente do caso.

Acesso Rápido e Offline

Em situações onde o acesso à internet pode ser limitado ou inexistente, o app se destaca por armazenar todas as notas localmente. Isso garante que você possa acessar suas informações a qualquer momento, independentemente da disponibilidade de uma conexão de rede.

Pesquisa e Análise

função de visualização em grafo do app é uma ferramenta poderosa em projetos de longa duração ou que lidam com grandes volumes de dados. Ao visualizar as conexões entre notas, os repórteres podem identificar padrões e relações que poderiam passar despercebidos em uma estrutura linear de anotações.

Personalização para Fluxos de Trabalho Específicos

capacidade de personalização com plugins e temas permite que o aplicativo se adapte às suas necessidades específicas. Plugins de gerenciamento de tarefas, por exemplo, podem ajudar a acompanhar prazos e etapas de um projeto. Já extensões de formatação de texto podem tornar a preparação de rascunhos e artigos mais eficientes.

Conclusão

Obsidian é uma ferramenta robusta e flexível que ajuda os jornalistas a organizar e gerenciar informações. Com recursos como criação de links, armazenamento local e visualização gráfica, é personalizável para se adaptar a qualquer fluxo de trabalho. É essencial para repórteres, pois mantém as informações seguras e fáceis de acessar. Em um mundo que valoriza a eficiência e a privacidade, o app é um grande aliado para o jornalismo moderno.

Caso Coreto: jovens jornalistas transformam projeto em veículo inovador na cidade de Poções, sudoeste da Bahia

Coreto, na cidade de Poções, estado da Bahia, é um monumento que data do ano de 1949. Local utilizado para reunir a população em torno de apresentações populares e como ponto de encontro para a movimentação na região, foi o símbolo escolhido para representar o encontro entre a vocação e a vontade de fazer jornalismo com a cara da localidade e para a localidade.

Com essa premissa e com uma proposta de ecoar a voz da cidade, Raquel Rocha (que contou sobre o veículo para a Aurora News) e Leila Costa, em 2018, ainda universitárias, acreditaram no propósito de oferecer para a população um trabalho jornalístico pautado em princípios que fossem para além dos praticados pela infinidade de “blogueiros” que cobriam a cidade.

Valorização da identidade regional, análise de fatos e impulsionamento do debate público, compromisso ético, reportagens descentralizadas, práticas de apuração com diversidade, pesquisa e colaboração, além de uma linha editorial independente e sem vínculo político-partidário. A descrição pode parecer utópica, mas foi o compromisso que levou a ideia a se tornar realidade com o lançamento do Site Coreto em maio de 2022, com direito a evento na Câmara Municipal da cidade de Poções.

O projeto obteve apoio do programa “Acelerando a Transformação Digital”, promovido pela Meta Journalism Project, e pelo International Center for Journalists (ICFJ).

A primeira aparição da equipe jornalística como site foi desafiadora. A pauta se tratava de um caso de transfobia, sofrida por um adolescente que teve o direito ao uso do nome social negado em contexto escolar. “Foi um caso grave de violação de um direito constitucional e ninguém ainda havia publicado sobre isso. Então a Leila foi na casa, conversou com a mãe da vítima e fizemos a matéria. No lançamento do site todos os olhos da cidade voltaram para nós. Um caso muito triste, que talvez não tenha sido o primeiro, mas foi o primeiro que teve cobertura jornalística local”, explica Raquel.

Site Coreto rapidamente se destacou na cobertura de pautas locais com profundidade e seriedade, provando a necessidade de um jornalismo independente na região. Para criar uma comunidade de leitores, a estratégia das jovens jornalistas foi passar cerca de um ano publicando conteúdos educativos com conceitos básicos de jornalismo somente no instagram, além de manter grupos de whatsapp com interessados.

O desafio da sustentabilidade financeira e as saídas criativas

Como grande parte de profissionais que atuam no chamado jornalismo independente, os membros do Site Coreto dividem o tempo entre o trabalho em outras empresas, atuação como freelancers, bolsas de estudo e outras possibilidades individualmente.

Enquanto equipe, o Site Coreto tem se apoiado em editais de financiamento desde sua fundação. Inicialmente, essa estratégia foi relativamente fácil, mas, nos últimos tempos, tornou-se bastante desafiadora. Isso ocorre porque os editais estão se tornando cada vez mais específicos em suas exigências, de acordo com a análise da cofundadora Raquel Rocha.

“Nem sempre o jornalismo local tem muito foco nessas especificidades cobradas em muitos editais que, por exemplo, já estão tratando somente da questão climáticaquestões de gênero… Nós cobrimos, mas sabemos que não é um foco. E, geralmente, esses editais dão preferência a veículos que se qualificam assim”, afirma Raquel.

Outro obstáculo é que muitos editais exigem que os candidatos sejam organizações sem fins lucrativos, algo que o Coreto não é formalmente. “Os que não são tão específicos são para organizações sem fins lucrativos. Embora o Coreto seja assim em ações, ele não tem um CNPJ de ONG. Então, estou percebendo essas dificuldades”.

Apesar disso, o Site Coreto teve sucesso em alguns editais importantes. Além do ICFJ em parceria com o Meta, também já participaram do GNI Startups Lab do Google. “Ainda no meio de 2022, sem completar um ano de lançamento, fomos aprovados. Foi uma coisa que eu nem sei explicar como. Era a segunda edição e ainda não tinha foco em veículos locais. Só foram aprovados dois veículos de cidades do interior e o Coreto foi um deles”, conta Raquel.

Com o recurso de mais de 100 mil reais do edital do Google, o Coreto conseguiu se manter até o final de 2023. “Pegamos esses 100 mil reais e fizemos um milagre com ele. Basicamente pagou o meu trabalho e o da Leila. Na época, Dani e Natali, que hoje são jornalistas, eram estagiárias, então bancamos o estágio delas por um ano. Leonel, nosso multimídia, era pago por trabalho, não tinha um salário fixo.”

Esses recursos foram cruciais para o crescimento e a manutenção do Coreto, permitindo que o veículo continuasse a desempenhar seu papel na comunidade de Poções. Atualmente, apostam na condução de trabalhos também nos eixos de cultura e educação midiática, o que já proporcionou a aprovação de projetos nesse campo, obtendo recursos via Lei Paulo Gustavo.

Raquel explica como funciona esse movimento em busca de recursos. “Trabalhamos em três eixos: produzir jornalismo, educar e fomentar a cultura. Entendemos que, para um modelo de negócio, faz sentido ter financiamento de leis de incentivo e, ao mesmo tempo, atender à nossa audiência. Estamos organizando formações voltadas para a realidade local e planejando produtos culturais como exposições fotográficas“.

Com uma estratégia de comunidade engajada, o Site Coreto também utiliza grupos no WhatsApp para receber pautas e manter um diálogo aberto com os leitores. “Temos um grupo aberto para a comunidade falar e um canal que só recebe informações. Isso tem sido importante para nossa cobertura“, comenta Raquel.

Em 2023, uma parceria entre o Projeto Caravana Abraji (da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o Site Coreto, com apoio do Site Avoador e do Programa de Jornalismo como Transformação Social, coordenado pela professora Carmen Carvalho, proporcionaram um evento de educação midiática para comunicadores e a comunidade local.

Com o tema “Jornalismo local e a participação comunitária na cobertura das eleições”, a comunidade obteve acesso a informações sobre como fortalecer a mídia local durante as coberturas eleitorais e a criação de uma rede de comunicação que atenda às demandas da população.

Compreensão de local e hiperlocal

Dentro do jornalismo local, existem diferentes formas e realidades que variam conforme a região. Falar de jornalismo local em São Paulo ou Rio de Janeiro é uma coisa; falar no interior do Nordeste é outra, ainda mais quando se compara com as capitais nordestinas. Em Salvador, por exemplo, é mais fácil se projetar no jornalismo local do que em Poções.

Acompanhando essa análise, a jornalista Raquel Rocha explica o uso do termo hiperlocal nas comunicações do Site Coreto.

“O interior da Bahia é vasto, e as pessoas só se interessam por ele por motivos muito específicos. É por isso que usamos o termo hiperlocal para descrever nosso jornalismo. Claro que muita coisa mudou desde o nosso início. Mas tentamos traduzir nosso jornalismo que não é voltado só para o sudoeste da Bahia ou para o interior da Bahia em geral, mas para uma microrregião dentro do interior da Bahia, que inclui Poções e algumas cidades vizinhas que ainda aparecem pouco”.

Colaboração como diferencial

Para as próximas eleições, o Site Coreto planejou uma cobertura inovadora e colaborativa. Será lançada uma espécie de central de correspondentes composta por grupos de WhatsApp segmentados por bairros da cidade e zonas rurais. Esses grupos incluirão pessoas dessas localidades, que irão fornecer atualizações em tempo real. A partir dessas informações, será possível identificar pautas e decidir o que será coberto. Essa abordagem permitirá ao Site Coreto acessar regiões que normalmente não conseguem alcançar.

O foco será em matérias mais aprofundadas, porém sem grande cunho investigativo, visando à segurança dos envolvidos. A ideia é apresentar reportagens que façam a população repensar modelos de gestão das políticas públicas. Parcerias com outros veículos também estão no planejamento das ações.

Nesse sentido, Raquel Rocha destaca o papel crucial da colaboração. O Coreto não teria alcançado reconhecimento sem a colaboração de outros veículos, os quais ela cita o Site Avoador e Conquista Repórter, bem como da comunidade. Raquel aconselha aqueles que estão começando no jornalismo local a serem resilientes e corajosos, reconhecendo que o caminho não é fácil, especialmente fora dos grandes centros.

“Parece clichê, mas é verdade. Se é difícil para quem está em São Paulo, é muito mais difícil para a gente”, observa. Ela menciona as dificuldades enfrentadas, como a xenofobia e a falta de diversidade nos editais, que muitas vezes exigem uma estrutura que veículos do interior não possuem. É preciso sustentabilidade financeira, sabemos.

“O Coreto fez o que fez porque se apoiou na colaboração com outros veículos e com a comunidade. Essa ideia de concorrência é perigosa. O jornalismo é colaboração”, diz. Ela aconselha profissionais dos veículos do interior, especialmente do Nordeste, a conhecerem a realidade do Sudeste para aprender a “hackear”, nas palavras dela, o sistema e garantir financiamento.

“O que dá orgulho é que a gente não desistiu e conseguimos fazer Poções, pela primeira vez, se enxergar como potência, não apenas como mais uma cidade pacata do interior da Bahia”.

A inclusão nas empresas de mídia, especialmente da mulher negra, é crucial para promover diversidade, combater estereótipos e enriquecer as perspectivas culturais e sociais, fortalecendo a representatividade e a competitividade no setor.

A importância da inclusão nas empresas de Mídia

A diversidade e a inclusão nas organizações são mais do que palavras; são imperativos para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Garantir uma representatividade abrangente, especialmente de grupos minoritários como racial e de gênero, é fundamental.

Dentro desse contexto, a inclusão da mulher negra assume um papel essencial, desafiando estereótipos e promovendo a integração de um segmento frequentemente marginalizado. Essas iniciativas não apenas reforçam o compromisso das empresas com a equidade, mas também enriquecem o ambiente de trabalho com uma diversidade de perspectivas e experiências, crucial para a inovação e o crescimento sustentável.


Analista de cultura e pessoas na Alright. Profissional com certificações em Ambiente Corporativo, Processos Sociais e Estrutura Organizacional, atuando com foco em ações Diversidade e Inclusão

diversidade e a inclusão nas organizações são cruciais para garantir uma representatividade abrangente, incluindo grupos minoritários – na sua maioria como racial e de gênero. A inclusão, especificamente da mulher negra, combate diversos estereótipos e promove a integração de uma classe que, muitas vezes, acaba sendo rotulada por diversos estereótipos negativos.

De acordo com o IBGE, as pessoas negras representam 56,1% da população brasileira e, segundo o perfil de pesquisa racial e gênero do Instituto Ethos, as pessoas negras ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do Brasil. Em 2022, a proporção de mulheres negras com ensino superior completo era de 13,6%.

Em empresas que atuam, por exemplo, na área de mídia programática, a contratação de mulheres negras latino-americanas representa um passo crucial rumo à inclusão e à representatividade. Em um setor que desempenha um papel fundamental na distribuição equitativa de recursos publicitários, a presença desses profissionais não apenas enriquece a diversidade de experiências e perspectivas, mas também promove um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.

Essa inclusão deve começar desde o processo de atração desses talentos, utilizando políticas que valorizem a diversidade. Isso inclui a adoção de linguagens neutras e a eliminação de expressões que possam ser culturalmente insensíveis, como “lista negra” perguntas invasivas sobre local que reside e sobre aparência. Além disso, criar um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo faz toda a diferença nesse cenário, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.

Agregar mulheres negras em equipes das empresas de mídia, não apenas responde à demanda por representação étnica, mas também fortalece suas capacidades analíticas e estratégicas. Essas profissionais trazem consigo uma compreensão única e rica das dinâmicas culturais e sociais de suas comunidades, o que pode ser fundamental para a criação de campanhas publicitárias mais autênticas e impactantes. Isso para citar alguns benefícios.

Essas práticas seguem tendências globais que reconhecem a diversidade como motor de inovação e crescimento sustentável. Empresas de mídia que priorizam a diversidade racial, cumprem suas responsabilidades sociais e obtêm vantagens competitivas no mercado, pois promovem uma cultura organizacional dinâmica e resiliente.

Investir na contratação e no desenvolvimento profissional de mulheres negras na indústria da mídia não apenas alinha as empresas com princípios de equidade e responsabilidade social, mas também fortalece sua posição competitiva em um mercado global cada vez mais diversificado e exigente.

Ao relacionar essas medidas com os impactos sociais do trabalho realizado pelo jornalismo, é fato que a presença de mulheres negras nas redações fortalece a capacidade de abordar uma ampla gama de experiências e perspectivas, refletindo com mais precisão a sociedade como um todo. 

Estamos na semana do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho). Mas essa é uma conversa que não pode ser apenas pontual. Deve estar no cotidiano e fazer parte do DNA das organizações. 

Só editores financeiramente sustentáveis produzem jornalismo independente

Vou começar com uma autorreferência sobre jornalismo independente e cito trecho de um dos meus artigos aqui na Aurora News:

Tiro no pé

A ideia de que a dependência das verbas governamentais e de grupos de poder é um caminho de sobrevivência para as organizações de mídia é uma falácia perigosa. É mais um caminho que leva, em verdade, à subserviência, colocando em risco a independência editorial, a essência do jornalismo e, por fim, a independência financeira e de negócios

As referências que vem de fora

Só editores financeiramente sustentáveis produzem jornalismo independente. Difícil discordar dessa regra.

Essa independência pode até ser usada para a defesa e alinhamento aos princípios e causas de outros. Por opção, não por falta de.

Essa regra é válida desde o princípio da história da imprensa e dos produtores de conteúdo editorial. E é universal.

Como nós por aqui, no Brasil, vivemos esse problema fortemente, com ênfase no caso dos produtores de jornalismo local, fiz abaixo um resumo de soluções não convencionais de pares também locais dos Estados Unidos e Europa. Meu objetivo é informar, referenciar e inspirar.

Embora a distribuição específica possa variar dependendo do tamanho, localização e modelo de negócios do editor, aqui as ideias: 

1. Financiamento de Organizações Sem Fins Lucrativos

Subvenções de fundações e organizações sem fins lucrativos que apoiam o jornalismo e o engajamento comunitário. 

2. Crowdfunding

Campanhas para solicitar doações dos leitores para financiar projetos específicos ou operações gerais.

3. Doações de Leitores

Doações voluntárias de leitores que desejam apoiar o jornalismo local.

4. Sindicalização de Conteúdo

Venda ou licenciamento de conteúdo para outras publicações, sites ou agências de notícias.

5. Varejo

Venda de produtos com marca própria, como roupas, canecas e outros itens.

6. Marketing de Afiliados

Ganhar comissões promovendo e vinculando a produtos e serviços em outros sites.

7. Consultoria de Marketing de Conteúdo

Oferecer serviços de consultoria para empresas locais que desejam melhorar sua presença online e estratégias de marketing digital e de conteúdo

8. Workshops e Webinars

Organizar e cobrar por workshops e webinars sobre temas relevantes, como jornalismo, marketing digital e empreendedorismo.

9. Cursos Online

Desenvolver e vender cursos online sobre habilidades específicas, aproveitando a expertise da equipe editorial.

10. Boletins Informativos Premium

Oferecer boletins informativos exclusivos para assinantes pagos, com conteúdo aprofundado e análises.

11. Guias Turísticos

Publicar e vender guias turísticos detalhados sobre a região, destacando atrações locais, restaurantes e eventos.

12. Cafés e Lojas

Operar um café ou loja dentro das instalações, oferecendo um ponto de encontro para a comunidade.

Nada é fácil. Nem nasce pronto. Você que me lê sabe bem disso.

Mas vivemos momentos desafiadores em que a única saída é a superação e inovação nos modelos.

Aqui dei meus cinco centavos. O resto é com você.


Jornalismo Independente: um pouco mais sobre o assunto

Imagem que reflete um pouco da cultura do Jornalismo Independente.

Nota dos editores:

Um dos pilares fundamentais do jornalismo independente é a capacidade de reportar a verdade sem a influência de interesses externos, sejam eles governamentais ou corporativos. Essa liberdade permite que os jornalistas façam um trabalho mais aprofundado e crítico, essencial para a manutenção de uma sociedade informada e democrática. A independência editorial é a garantia de que os interesses do público estarão sempre acima dos interesses de qualquer patrocinador ou grupo de poder.

No entanto, manter essa independência não é uma tarefa simples. As organizações de mídia devem buscar diversas fontes de financiamento para garantir sua sustentabilidade sem comprometer sua autonomia. Financiamento de organizações sem fins lucrativos, crowdfunding e doações de leitores são alternativas viáveis que permitem que o jornalismo independente prospere. Essas estratégias diversificadas de arrecadação de fundos são cruciais para evitar a dependência de uma única fonte de receita que possa influenciar negativamente o conteúdo editorial.

Além disso, a inovação nos modelos de negócios é vital para a sobrevivência do jornalismo independente. A venda de produtos, a sindicalização de conteúdo e a oferta de serviços como consultoria de marketing de conteúdo, workshops e cursos online são maneiras eficazes de gerar receita enquanto se mantém a integridade editorial. Cada uma dessas estratégias não apenas ajuda a garantir a viabilidade financeira das organizações de mídia, mas também fortalece a conexão com o público, engajando a comunidade e criando um ciclo virtuoso de apoio mútuo.

Em última análise, o jornalismo independente é mais do que uma prática; é um compromisso com a verdade, a transparência e a justiça. Ao adotar modelos de financiamento diversificados e inovadores, as organizações de mídia podem continuar a desempenhar seu papel essencial na sociedade, fornecendo informações precisas e imparciais que capacitam os cidadãos e fortalecem a democracia.

Celebração da Inovação e da Colaboração

A Alright esteve presente no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Apresento um olhar geral do que observamos na jornada de quatro dias de evento

No cenário atual do jornalismo, a inovação e a colaboração são essenciais para enfrentar desafios crescentes e transformar processos e práticas profissionais.

Nesse sentido, o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), destacou-se como um evento marcante para profissionais da área, reunindo jornalistas de todo o mundo na programação presencial, além de oportunizar debates na programação online.

Pela primeira vez, a Alright foi uma das patrocinadoras do evento, que ocorreu entre os dias 11 e 14 de julho, em São Paulo – SP, em um passo importante na colaboração da startup com profissionais que discutem e realizam ações inovadoras, criativas e desafiadoras para o jornalismo contemporâneo em cada uma das regiões do Brasil, além das trocas de experiências vindas de outros países.

Com uma programação diversificada, o Congresso abordou temas voltados para o aprimoramento da prática jornalística em um contexto complexo e transformador.

Uma das principais mensagens do Congresso foi a importância da colaboração no jornalismo. O tema tem sido bem caro para a Alright, sendo abordado nos conteúdos de lives, por aqui na Aurora News, no desenvolvimento dos veículos da Rede Alright e, ao longo do ano de 2024, no trabalho com o Guia Alright 2024: Como Transformar Tendências em Ações.

E por falar em Guia, a versão física com o título “Jornalismo Local no Brasil: Caminhos Possíveis” recebeu comentários positivos e despertou o interesse entre os participantes do Congresso da Abraji. A distribuição gratuita de 300 exemplares foi uma ação de incentivo. A obra é apresentada a partir de um processo de pesquisa e entrevistas com especialistas que apontam, na publicação, as tendências essenciais para jornalistas, editores, comunicadores e formadores de comunidades em torno do jornalismo local e regional no país.

Durante o evento, foi notável como o trabalho colaborativo pode potencializar a eficiência das investigações e superar obstáculos a exemplo das discussões sobre os impactos da atuação das grandes empresas de tecnologia no mundo, falta de recursos para veículos independentesregulamentações no setor, questões ligadas ao assédio judicial e os desafios de coberturas jornalísticas em comunidades vulneráveis.

A colaboração permite que jornalistas compartilhem conhecimentos, recursos e redes de contatos, tornando possíveis investigações, apurações e reportagens mais profundas e impactantes para o público. Essa abordagem coletiva não apenas favorece a qualidade do jornalismo, mas também proporciona uma maior segurança em relação aos riscos da profissão.

Várias palestras, debates e oficinas destacaram a importância do jornalismo local na promoção da democracia e na fiscalização da condução de assuntos do interesse público.

Os participantes compartilharam histórias de sucesso e desafios, promovendo um intercâmbio de conhecimento e experiências. O jornalismo sai deste evento reafirmando seu papel na construção de comunidades informadas e na amplificação de vozes que já não querem permanecer silenciadas e invisibilizadas.

Destacam-se as parcerias entre organizações de mídia, cooperação entre jornalistas de diferentes países, e a integração entre experiências. Estas colaborações ajudam a lidar com temas complexos que ultrapassam fronteiras geográficas e requerem uma variedade de habilidades e perspectivas.

Além disso, a colaboração para o jornalismo independente permite que pequenas organizações e freelancers tenham acesso a recursos e plataformas que, de outra forma, seriam inacessíveis.

Esses exemplos nivelam o campo de atuação e permitem uma diversidade maior de narrativas no espaço midiático. No cenário atual, onde a desinformação é um dos tantos desafios para a qualidade do jornalismo, é preciso desenvolver estratégias e produtos para sustentar a integridade e a eficácia do jornalismo.

A presença de jornalistas internacionais que discutiram o impacto da inteligência artificial (IA) no jornalismo investigativo, uso ético das tecnologias e os debates globais acerca desses temas, trouxe uma perspectiva global ao Congresso.

As discussões exploraram como a IA pode ser uma aliada na investigação jornalística, ajudando na análise de grandes volumes de dados e na identificação de informações..

Tudo isso, ao tempo em que veículos locais, regionais e especializados enfrentam os dilemas de sustentabilidade financeira dos negócios. Exemplos de captação de recursos e ferramentas para arrecadação foram compartilhados por iniciativas que apostam, por exemplo, em editais, premiações para reportagens, serviços especializados, oferta de produtos para o consumo das comunidades e em uma lógica de identificação com o público para facilitar a compreensão das questões comerciais vivenciadas pelos donos desses veículos.

Outros debates ainda aprofundaram as razões pelas quais grupos específicos estão mais relutantes em ler as notícias e discutiram como conquistar e reconquistar a audiência.

Entre o que foi possível perceber diante da diversidade de projetos, veículos e profissionais presentes no Congresso da Abraji, há um recado claro sobre a importância de um jornalismo inovador, que aposta na colaboração entre diferentes experiências, que seja mais sensível ao diálogo entre as gerações de jornalistas e que seja capaz de explorar novas tecnologias com ética, responsabilidade e transparência.

O jornalismo precisa continuar a se reafirmar como um bem social relevante e de serviço ao interesse público de maneira eficaz e inovadora.

Novidades de IA para usar nas redações

Traduzido com ChatGPT – estudo da revista semanal norte-americana TIME sobre o impacto da Inteligência Artificial na sociedade (e nas redações)

Em 2021, uma criança de 13 anos se inscreveu em uma conta no TikTok e pesquisou por “onlyfans”, o nome de um site conhecido por hospedar entretenimento adulto.

O usuário logo caiu em uma espiral de conteúdo sexual, muito dele rotulado como “somente para adultos”. Em certo momento, vídeos sobre bondage e sexo compunham mais de 90% do feed do usuário.

Mas essa criança de 13 anos não era uma pessoa real – era uma das mais de 100 contas automatizadas, ou bots, criadas por investigadores do Wall Street Journal para testar como os algoritmos do TikTok poderiam expor muitos dos usuários mais jovens a conteúdos inadequados. Louise Story, ex-diretora de produto e tecnologia do jornal, disse à TIME que a equipe de jornalismo computacional do Journal usou uma variedade de ferramentas de IA para projetos como a investigação do TikTok.

A IA está mudando rapidamente a natureza das notícias que consumimos, com diferentes tecnologias tendo uma ampla gama de aplicações para jornalistas. Já estão usando para fazer novos tipos de reportagens, alcançar mais usuários e extrair significado de grandes volumes de dados.

À medida que os publishers adotam a IA de novas maneiras, isso deve ajudar os jornalistas a fazer seu trabalho de forma mais rápida e inteligente – ou, se usado de maneira menos sábia, pode degradar as notícias e marginalizar as pessoas e organizações dedicadas a fornecê-las. Le Monde, um dos principais jornais franceses, usou a IA para criar uma nova via para divulgar seu trabalho. Em 2022, o jornal lançou uma edição em inglês, com artigos traduzidos da versão original em francês. 

A maneira tradicional de fazer esse trabalho, contratando tradutores especializados, seria muito lenta e cara; usar um aplicativo de tradução comum, como o Google Translate, seria barato e rápido, mas não produziria textos à altura dos padrões do Le Monde.

Então, o jornal escolheu um caminho intermediário. Primeiro, envia seu texto em francês pelo DeepL, um aplicativo de tradução automatizada. Em seguida, o texto é revisado por duas camadas de editores humanos, mantendo o estilo da marca enquanto produz cerca de 40 artigos por dia. “Se houvesse apenas os sete jornalistas atualmente trabalhando no projeto escrevendo histórias, publicaríamos talvez de uma a cinco por dia”, disse Elvire Camus, editora da edição em inglês do Le Monde, ao Nieman Reports.

Alguns jornalistas estão usando a IA de maneira mais individual, como um assistente pessoal, para gerar ideias, testar manchetes e muito mais. Farhad Manjoo, do New York Times, descreve o ChatGPT como um “jetpack” para ajudá-lo a encontrar as palavras certas, resumir documentos longos e superar bloqueios de escrita: “Mais cedo ou mais tarde”, escreveu ele, “algo como o ChatGPT se tornará uma parte regular dos kits de ferramentas de muitos jornalistas.”

Fica tudo igual?

Claro, nem todos concordam. O maior medo é que a IA generativa produza em massa um produto parecido com jornalismo que substitua a variedade artesanal, ou pelo menos sugue grande parte dos lucros da indústria. O magnata da mídia Barry Diller está esperando formar uma coalizão com outros publishers para negociar com empresas de tecnologia sobre o uso de seu conteúdo.

O presidente da IAC diz que grandes modelos de linguagem, treinados parcialmente com textos de sites de notícias, poderiam roubar o valor desse conteúdo dos publishers ao reembalar as informações para seus próprios usuários. “Você viu nos últimos, certamente, 15 desses anos, a enorme destruição” causada por dar notícias de graça online, disse ele em maio de 2023.

A menos que haja uma estrutura em vigor para que os publishers sejam pagos, ele acrescentou, “você verá outra onda [que é] ainda mais destrutiva.”

De fato, o Google está testando uma ferramenta codinome Genesis que pode gerar artigos de notícias a partir de informações brutas, como detalhes de eventos atuais. A empresa está apresentando isso aos jornais como uma ajuda para os repórteres cuidarem de tarefas rotineiras, mas certamente alguns proprietários verão isso como uma forma de reduzir os gastos com a equipe. Já está acontecendo.

Em abril de 2023, o BuzzFeed demitiu 15% de sua força de trabalho após fechar o BuzzFeed News; a empresa agora está “apostando mais” em conteúdo criado por IA, como questionários e chatbots. Dois meses depois, o jornal alemão Bild anunciou que demitiria um terço de seus funcionários devido à automação.

Jornalismo automatizado funciona?

Vários publishers começaram a experimentar notícias geradas por IA e, até agora, os resultados levantam mais preocupações sobre o jornalismo automatizado nos enterrando em lixo do que nos superando em qualidade. O CNET provocou uma reação negativa após começar a publicar artigos escritos por IA em novembro de 2022 sem notificar leitores ou até mesmo funcionários. Alguns artigos continham erros; os funcionários editoriais do CNET se sindicalizaram, alarmados que “a tecnologia automatizada ameaça nossos empregos e reputações.”

Em junho de 2023, um executivo da editora de jornais Gannett disse que era um erro para outros serviços de notícias usarem a IA generativa para rapidamente lançar conteúdo barato e que “não estamos cometendo esse erro.” No entanto, em agosto, o Columbus Dispatch postou um resumo de um jogo de futebol sem nomes de times: “O Worthington Christian [[WINNING_TEAM_MASCOT]] derrotou o Westerville North [[LOSING_TEAM_MASCOT]],” relatou o jornal da Gannett. Sam Guzik, um especialista em jornalismo e tecnologia da New York Public Radio, disse à TIME que se isso continuar, as pessoas poderão ser forçadas a “pagar para sair da internet do lixo.”

Pode não chegar a isso. Para cada erro de codificação gritante, há uma explosão de esforços inventivos para usar a IA para fornecer um jornalismo melhorSourceScout é uma ferramenta que ajuda repórteres a encontrar rapidamente especialistas diversos para entrevistas – um “plugin do ChatGPT para amplificar o gênio marginalizado”, diz a co-criadora Alicia Stewart à TIME.

A publicação espanhola Newtral combate a desinformação com o ClaimHunter, um modelo de linguagem que analisa notícias em busca de possíveis falsidades, que são então verificadas por pessoas. Repórteres usam IA para transcrever suas entrevistas (por exemplo, com Otter.ai), e publishers a usam para mostrar aos usuários conteúdo que se adapta às suas preferências.

Jornalistas e publishers enfrentam desafios, mas também oportunidades com a IA. Agora eles têm que mostrar aos computadores – e ao seu público – o quão inteligentes os humanos podem ser.

Inovar é sobreviver: veículos de notícias precisam abraçar a cultura da experimentação

Em empresas que sofreram impacto profundo da transformação digital nas últimas décadas, como quase todos os veículos de comunicação tradicionais, uma das reações mais comuns é enxergar toda inovação como ameaça. Afinal, foram  as redes sociais, o streaming, as plataformas de publicação na Internet que transformaram nossa forma de consumir conteúdo e minaram, em especial nos últimos 20 anos, o modelo até então vigente.

Aqui na Alright, convivemos diariamente com publishers, muitos deles empresas de jornalismo e conteúdo local, cujos negócios foram por décadas calcados no impresso e em rádios. O que percebo em boa parte dos players é ainda um medo e um bloqueio em relação a novas iniciativas. Não me refiro nem a inovações disruptivas, mas a mudanças em processos e aproveitamento de ferramentas já disponíveis. 

A situação não é só local, muito menos restrita a pequenos negócios. O cenário é o mesmo nos Estados Unidos, nos conta Hamish Mckenzie, co-fundador do Substack, ferramenta de newsletter e publicações para jornalistas, criadores, colunistas e escritores independentes (hoje, mais de 1 milhão de assinantes pagam a plataforma para receber conteúdo desses autores).

Em texto publicado no final de junho, ele relata resistências a inovações entre veículos norte-americanos. Este trecho do artigo traduz uma visão da qual compartilho.

“O negócio da mídia tradicional está em apuros, mas isso não significa que está condenado. As pessoas ainda querem ótimas reportagens, e há mais gente do que nunca que pode produzi-las. O que está quebrado é o modelo de negócios. Agora é hora de experimentar.Agora é hora de pensar de forma criativa. Agora é hora de inverter algumas pirâmides”, Hamish Mckenzie. 

Estar aberto a inovar é uma condição vital, da qual depende a própria sobrevivência dos negócios de mídia. Para isso, é preciso, em primeiro lugar, abraçar uma cultura que aceite o erro como parte do processo de aprendizado e evolução.

Definitivamente, entre publishers que por longo período de tempo foram hegemônicos em seu mercado ou região, essa não é a regra. As plataformas digitais que trouxeram uma disputa por atenção e recursos com a mídia tradicional podem não apenas coexistir, mas também servir aos portais locais de conteúdo e notícias. Os casos narrados pelo co-fundador do Substack são provas de que, ao abraçar a plataforma, alguns veículos passaram a se beneficiar, atraindo novos criadores e tráfego a partir das newsletters. 

Aqui no Brasil, vejo hoje muitos publishers perdendo relevância por não adotar essa postura. São rádios que não exploram o Spotify, portais que impedem seus jornalistas de ter espaços e opinião nas redes sociais, veículos que não utilizam YouTube ou outra plataforma para disseminar conteúdo. Esses bloqueios podem vir do desconhecimento ou puro conservadorismo. Unir-se às novas plataformas, às novas linguagens e até mesmo a novos comunicadores pode aumentar ainda mais o alcance da audiência, o engajamento com seu público e ainda levar seu veículo a lugares antes distantes. 

Isso é apenas uma ponta do iceberg desse tema tão vasto. O certo é: quem busca o novo o tempo todo tem alguma chance de prosperar no ambiente da alta tecnologia. Inovar não é um luxo; inovar é sobreviver.

Por isso, a Alright tem se proposto a uma verdadeira cruzada, para levar práticas inovadoras de gestão e produção aos portais locais (foi o que fizemos no “Guia Alright 2024: Como Transformar Tendências em Ações”, por exemplo). Se você já acompanha a empresa e meu trabalho deve ter ouvido falar (caso contrário, o conteúdo está disponível gratuitamente).

Se você se interessa pelo tema inovação no mercado de mídia, na quinta-feira, dia 18 de julho, às 10h, realizaremos a live “Transformando veículos de notícias em negócios digitais”. O bate-papo será transmitido pelo canal do YouTube da Alright. E a participação é gratuita. Faça agora sua inscrição aqui:  

Vamos conversar mais sobre a transformação dos veículos de notícias em negócios digitais? 

Estudo revela que 58,5% das pesquisas no Google nos EUA e 59,7% na UE terminam em zero cliques

Um novo estudo conjunto da Datos e SparkToro revelou dados alarmantes sobre o comportamento de pesquisa dos usuários do Google tanto na União Europeia (UE) quanto nos Estados Unidos (EUA). A pesquisa mostrou que, para cada mil buscas realizadas no Google, apenas 374 geram cliques na UE e 360 nos EUA direcionam os usuários para sites que não são de propriedade do Google.

Isso significa que quase 60% das pesquisas terminam em zero cliques para sites externos.

Rand Fishkin, que tem conduzido relatórios sobre fluxos de cliques no Google há mais de uma década, liderou este estudo. A análise utilizou dados fornecidos pela Datos, que coleta informações de um painel de milhões de dispositivos, oferecendo uma visão abrangente do comportamento de busca dos usuários. As descobertas indicam:

  1. Cliques para sites:

Na UE, apenas 374 cliques em cada 1.000 pesquisas vão para sites externos.

Nos EUA, esse número é ainda menor, com 360 cliques por 1.000 pesquisas.

  1. Pesquisas Sem Cliques:

Cerca de 60% das pesquisas terminam sem que o usuário clique em qualquer resultado. Este número inclui pesquisas respondidas diretamente na página de resultados, consultas reformuladas e pesquisas abandonadas.

  1. Propriedades do Google:

Quase 30% de todos os cliques resultantes de pesquisas no Google redirecionam os usuários para plataformas de propriedade do Google, como YouTube, Google Maps, Google Flights, entre outros.

A análise sugere que as regulamentações da UE, como o Digital Markets Act, podem ter contribuído para uma leve melhoria no redirecionamento de tráfego para os sites em comparação com os EUA.

No entanto, essa melhoria é modesta e indica que ainda há muito a ser feito para combater o domínio na plataforma.

Para profissionais do setor, a crescente prevalência de pesquisas sem cliques e o domínio das propriedades do Google destacam a importância de otimizar o conteúdo para capturar valor, mesmo quando não há cliques.

Para os reguladores, esses dados reforçam a necessidade de medidas mais rigorosas para conter o monopólio e promover uma internet mais aberta e competitiva. Os dados revelados pelo estudo da Datos e SparkToro pintam um quadro preocupante do domínio do Google sobre o tráfego de pesquisa.

Consulte o relatório completo disponível no site da SparkToro: https://sparktoro.com/blog/2024-zero-click-search-study-for-every-1000-us-google-searches-only-374-clicks-go-to-the-open-web-in-the-eu-its-360/ 

É o fim do PowerPoint? Figma Slides chega no mercado e promete uma revolução

Na recente conferência do Figma, uma inovação significativa foi anunciada: o Figma Slides. Esta nova ferramenta permite a criação de apresentações diretamente na plataforma, uma notícia empolgante para a comunidade criativa. Segundo dados apresentados, mais de 3,5 milhões de apresentações foram desenvolvidas no Figma no último ano, destacando a demanda por uma solução integrada.

Figma Slides promete transformar o modo como os designers criam e apresentam seus trabalhos. Até então, PowerPoint e Google Slides dominavam o mercado, com alternativas como Keynote, Prezi e Canva oferecendo algumas funcionalidades diferenciadas. No entanto, a integração total do Figma Slides com o ambiente de design do Figma marca uma mudança crucial.

Os principais recursos do Figma Slides incluem:

  • Ajuste automático de cores das fontes ao modificar o fundo
  • Organização intuitiva dos slides
  • Troca de temas simplificada
  • Animações inteligentes para elementos
  • Protótipos funcionais dentro dos slides
  • Ajuste de tom dos textos com inteligência artificial
  • DesignMode, permitindo as mesmas funções do Figma padrão
  • Enquetes em tempo real através de live polls

Apesar das inovações, há espaço para melhorias. A ausência de animações individuais para elementos, por exemplo, é uma limitação mencionada por usuários. No entanto, o potencial para criar apresentações impressionantes já é evidente, mesmo na fase inicial do Figma Slides. A ferramenta é gratuita por enquanto, mas a partir de 2025 será integrada aos planos pagos do Figma.

Para os interessados em explorar o Figma Slides, gravei um vídeo explicando as principais funcionalidades e como você pode começar a utilizar esta nova ferramenta.

Com o lançamento do Figma Slides, o PowerPoint pode estar enfrentando uma nova e poderosa concorrência. A integração e flexibilidade do Figma Slides têm o potencial de redefinir os padrões de criação de apresentações no campo do design.

Redes Sociais são jornalismo?

Jornalismo é uma prática. Redes Sociais são um canal.

Jornal não é jornalismo. Jornal é um suporte. De papel. Para explicitar bem o ponto.

Ocorre que Marshall McLuhan, brilhantemente, percebeu que o meio é a mensagem e aí misturou tudo.

As redes sociais são um formato de linguagem e de distribuição, ao mesmo tempo. Concomitantemente.

Servem para um monte de coisas. Para o jornalismo também.

Então te peguei aqui. Ao contrário da primeira linha, podemos, sim, afirmar que Redes Sociais são um formato e uma linguagem também jornalística.

Essa simbiose é hoje tal, que a maior parte das casas editoriais que produzem jornalismo não prescindem de ter suas versões em canais de Redes Sociais.

Daí ser extremamente relevante para o jornalismo contemporâneo o comportamento de cada plataforma no setor.

Com a recente mudança do algoritmo do Facebook desprivilegiando notíciaseditores de todo o mundo buscam alternativas nas demais plataformas. Cada uma delas tem suas características, mais ou menos boas para cada editor. Ou até para cada tipo de conteúdo.

Veja abaixo essa oscilação.

Essa montanha-russa vai continuar. O jornalismo nas Redes Sociais e das Redes Sociais é algo que seguimos tentando entender, aprender e dominar.

Indispensável apenas uma coisa: se você ainda tem dúvida sobre qual a resposta à minha pergunta do título, daqui em diante, não tenha nunca mais.

Fundo de 2 Milhões de Dólares Apoiará Jornalismo de Interesse Público no Brasil

Um fundo independente destinado a apoiar o jornalismo de interesse público no Brasil foi anunciado com o aporte financeiro inicial de fundações filantrópicas no valor de 2 milhões de dólares. O anúncio feito no dia 13 de junho, durante o Festival 3i, realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), no Rio de Janeiro, gerou expectativas e promete impactar o setor até o próximo ano.

A jornalista Nina Weingrill é uma das consultoras responsáveis pela estruturação do fundo. O objetivo é operar de maneira independente. O foco será em mídias comprometidas com a pluralidade, diversidade e o interesse público, reforçando o compromisso com a democracia e a informação de qualidade em diferentes contextos sociais e geográficos.

Oak Foundation, Fundação Ford, Luminate, Open Society Foundations (OSF) e o Fundo Internacional para Mídia de Interesse Público (IFPIM) são algumas das instituições filantrópicas que já fizeram ou se comprometeram a fazer aportes financeiros ao fundo. A expectativa é que outras instituições filantrópicas e empresas, tanto nacionais quanto internacionais, se juntem à iniciativa.

Nina acredita que o fundo pode ser uma nova oportunidade de apoio, enriquecendo o ambiente jornalístico brasileiro e promovendo uma distribuição mais equitativa de recursos. Em entrevista à Aurora News, ela dá detalhes sobre a iniciativa e fala da etapa de consulta sobre boas práticas e recomendações. 

Quais os critérios serão utilizados para selecionar as organizações que receberão apoio do fundo?

Estamos realizando uma escuta grande com o campo para estabelecer esses critérios. Temos uma primeira fase sendo feita por meio de um questionário online e entrevistas individuais, e uma segunda etapa que terá participação de grupos focais convidados para um momento de construção coletiva. A partir disso, vamos para o desenvolvimento da governança e dos critérios de uma etapa piloto, com ciclos de investimentos, com duração de dois anos.

Como vocês planejam garantir a transparência e a eficácia na distribuição desses recursos?

Nós entendemos que existem duas frentes de atuação que podem contribuir para dar transparência. Uma delas é trabalhar na comunicação dos processos. Falo isso, por exemplo, no sentido de quando se lança um edital, de deixar claro o que o edital está apoiando, como esse apoio acontece, quais são os critérios. Precisamos dizer como esse aporte vai ser feito e também para o campo, de forma geral, como o fundo estará acompanhando as iniciativas apoiadas.

Outra frente se refere a trabalhar no levantamento de dados e informações sobre esse campo de filantropia que apoia o jornalismo e vem apoiando o jornalismo no Brasil nos últimos anos. Entendemos que o fundo não é a solução, ele é um ator que quer fomentar esse ecossistema e, para isso, precisa entender como vai dialogar com ele, por isso, gerar dados e informação sobre o campo é crucial.

Isso ajuda também a dar transparência, não apenas para a ação do fundo, mas para olharmos para todo esse ecossistema e saber quem são as fundações que financiam, como elas financiam, quais são os critérios que elas utilizam, quais as organizações beneficiadas, dentre outros aspectos. Isso tudo está na visão do fundo. Queremos saber como contribuir para esse ecossistema sem “canibalizá-lo”.  

Como o fundo pretende lidar com as fragilidades estruturais e desafios de sustentabilidade financeira das organizações de mídia? Esse tem sido um tema recorrente em eventos, publicações e interesse geral do setor.

Essa pergunta tem muito a ver com os critérios que vamos estabelecer para os aportes. A única coisa que temos definida por hora é que esses financiamentos serão de cunho institucional. Entendemos que financiamentos vinculados a projetos podem fragilizar essas organizações em muitos aspectos. O financiamento institucional dá autonomia para que a organização identifique e faça investimentos de acordo com suas prioridades. Essa escuta que estamos fazendo no campo vai nos ajudar a olhar também para essas demandas prioritárias, gerar uma fotografia atual do que está acontecendo. 

E, em relação à pergunta anterior, como lidar com isso quando se trata de jornalismo regional e local?

As fragilidades de organizações regionais e locais são muito semelhantes, ainda que os contextos sejam diversos, mas há uma demanda muito maior quando a gente pensa fora do contexto Sudeste. Essas organizações que estão atuando a partir de outros estados têm muito menos acesso a recursos. Logo, elas têm maior fragilidade institucional e precisam investir em equipe, em infraestrutura, em tecnologia, coisas necessárias  para que o projeto avance.

Quais são as melhores práticas e recomendações que vocês esperam implementar no fundo, baseadas na consulta pública e na pesquisa comparativa com outros fundos ao redor do mundo? 

Sabemos que valores como transparência, equidade de investimento e pluralidade são valores importantes para o fundo. Para aprofundar esses conceitos e transformá-los em prática, estamos fazendo essa escuta com o campo. Indicamos que o questionário seja respondido e amplamente divulgado (disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf8a8WuBWuKAkkX__hLzFRu82BbCMDrAkJd1KneDa2vKpwDpg/viewform). Esse questionário  ficará disponível até o fim do mês de julho. E é muito importante ter uma representatividade grande de iniciativas, de jornalistas e de comunicadores que tenham interesse na construção dessa história, que eles possam responder esse questionário. Estamos olhando para muitas coisas. Essas referências internacionais dão muitas balizas para a gente, mas queremos que uma fotografia do Brasil informe a construção desse piloto.

Como vocês pretendem medir o impacto do fundo no fortalecimento do jornalismo de interesse público no Brasil?

É tudo muito novo no campo de fundos nacionais de jornalismo. Se olharmos, por exemplo, no caso dos Estados Unidos, como o Press Forward, temos uma iniciativa muito recente que está em construção. Há uma mobilização forte de atores da filantropia para fazerem doações nacionais e também locais. Mas isso está dentro de um contexto americano, de que as pessoas já estão acostumadas com isso, que a filantropia já é mais estruturada. Olhando para o outro lado dessa história, sobre os fundos que estão em construção também em países do sul global, que têm menos recursos, percebemos a escolha de investimento para apoiar jornalistas em vez de organizações. Esse é o caso de um fundo que está sendo criado nas Filipinas.

Existem diferenças muito grandes que posso apontar com base no estudo que estamos realizando sobre os diferentes fundos. Precisaremos cuidar muito desse processo, pois o Brasil tem um contexto de mídia muito específico e um histórico recente peculiar na busca por soluções para a falta de pluralidade e diversidade, além dos desertos de notícias. E, lembrando, isso é um piloto. Não temos a pretensão de que o fundo vá resolver o problema de financiamento do jornalismo, nem de longe. O impacto virá da definição da missão e dos objetivos que o fundo terá, para entendermos o que, de fato, vamos acompanhar e que tipo de transformação pretendemos com essa iniciativa.  

Olhamos para o contexto nacional e entendemos como esses investimentos, que são muito pequenos, perto de uma demanda que é muito grande, vão chegar da forma mais inteligente possível. Vamos trabalhar com mais e melhor dinheiro para o jornalismo.

“Se forem falar da Amazônia, nos ouçam. Temos coisas incríveis para contar”

A frase da Ângela Mendes, filha do ativista Chico Mendes, é um convite para conhecer o trabalho do Amazônia Vox. O projeto cresceu e hoje figura entre os destaques em inúmeros eventos de jornalismo e entre as listas que apontam inovações na área.

Daniel Nardin, idealizador e coordenador do Amazônia Vox, contou para a Aurora News a inspiração e os desafios por trás do projeto. Atualmente a equipe reúne ações como Banco de Fontes de conhecimento da região, rede de freelancers e incentiva a prática do Jornalismo de Soluções na Amazônia.

Nardin reconhece que a cobertura da Amazônia muitas vezes é cercada de preconceitos e estereótipos. Ele recomenda leituras e diz que busca contar histórias da Amazônia a partir da perspectiva dos amazônidas, destacando não apenas os problemas, mas também as respostas aos desafios.

A seguir, leia a entrevista completa que aponta perspectivas bem atuais para a transformação do jornalismo. 

De onde veio a inspiração e como foi tornar o Amazônia Vox uma realidade?

Atuei em diferentes áreas da comunicação e em todas elas a colaboração costuma ser um ponto em comum. Uma das principais ferramentas do jornalista é sua agenda de contatos. Ou melhor: durante muito tempo foi assim e agora existem outros caminhos, que nem sempre são fáceis.

Então, o ponto de saída foi desenvolver um banco de fontes, considerando que é um serviço que pode ser útil para muitos jornalistas, ao mesmo tempo em que trabalha a importante mensagem que aqui se defende bastante: “se forem falar de nós, nos ouçam”, como diz a frase de Ângela Mendes, ativista ambiental que utilizamos em nossa home (do site).

A partir disso, fomos somando outras iniciativas que são frutos de conversas e formações, como o banco de freelancers – algo também útil, que gera oportunidade no território, bem como o jornalismo de soluções. Para a inspiração virar ideia e a ideia realidade, tivemos o suporte e apoio técnico de todos do Instituto Bem da Amazônia, profissionais e amigos.

Ainda entre tanta gente que merecia ser mencionada, coloco o Alexandre Orrico, que estava no International Center for Journalists (ICFJ). Por fim, como cristão, considero a fé um componente fundamental na nossa vida, inclusive profissional, dando a coragem e o foco de pensamento para tomar decisões. E colocando no nosso caminho tanta gente que ajudou e ainda ajuda muito, pois é um projeto que só faz sentido se for assim, colaborativo.

Quais foram os maiores desafios encontrados ao lançar e desenvolver o Amazônia Vox?

Primeiro é entender que as dificuldades e desafios vão sempre existir e que vale nossa determinação e foco. Indo para a parte prática e operacional, posso mencionar o diálogo que é necessário com muita gente. Temos como público: o “interno”, que são as fontes e freelas da Amazônia, que podem se cadastrar, e devem ser incentivados a integrarem a rede, e o “externo”, de quem pode usar o serviço, sendo ou não da própria Amazônia. Depois vem a parte tecnológica, que tem o apoio gigante do desenvolvedor Samuel Burlamaqui.

E aí um esforço com diferentes profissionais e colegas em vários momentos, pois não queríamos que fosse um “Belém Vox” e sim um “Amazônia Vox”, com pessoas e participação dos nove Estados da Amazônia, mostrando a nossa diversidade e as “amazônias” que coexistem na Amazônia.  

Como vocês lidam com questões de preconceito e estereótipos na cobertura da região?

Temos uma rica literatura que aborda essa questão, não só na cobertura, mas em diversos outros campos, inclusive na ciência. Posso mencionar rapidamente e recomendo a leitura de “A invenção da Amazônia”, de Neide Gondim e “Amazônia: colônia do Brasil”, de Violeta Loureiro. Porém, como jornalista de soluções, busco focar em caminhos para dar resposta ao problema. Um exemplo que serve de inspiração nessa linha é a Iniciativa Africana de Jornalismo de Soluções, que trabalha justamente isso, de que mais histórias sejam contadas sobre a África, mas a partir dos africanos e não só de seus problemas e sim também de como estão respondendo aos seus desafios.

O que poderíamos colaborar era em concentrar fontes e freelas para facilitar a conexão. Ainda temos muito por fazer e melhorar, mas estamos trilhando esse caminho, de maneira horizontal e dialogando com muita gente que já atua nesse sentido há um bom tempo na região.

De que maneira o Amazônia Vox utiliza a tecnologia para melhorar a cobertura jornalística da região?

Acho que melhorar depende muito de quem faz e aí temos um ecossistema todo de mídia para olhar. Tem muita produção excelente local e regional. Não precisamos inventar nada, basta conhecer mais, principalmente quando consideramos a mídia independente, que está inovando e criando o tempo todo.

Um ponto que podemos colaborar é oferecer a ferramenta do banco de fontes e de “freelas”, além de apoiar a produção de histórias de soluções. É uma contribuição apenas, e usamos a tecnologia mais básica da internet e que precisa das conexões reais, entre pessoas. Ir além do algoritmo e investir mais em investigação, em histórias. Repito: já tem muita coisa sendo feita nesse sentido e queremos apenas somar ao muito que já é feito.    

Como você espera que o Amazônia Vox mude a forma como a imprensa, no geral, cobre a região amazônica?

Não temos essa pretensão, até porque o juízo de valor quem faz é o indivíduo, o leitor, o internauta. E só estamos somando. O que esperamos, isso sim, é facilitar as conexões para abrir mais espaço para as potentes vozes da Amazônia nas narrativas produzidas sobre a região. Estamos trabalhando na ferramenta, mas quem vai usar é o jornalista que vai produzir.

Por isso também é importante incluir nas produções os profissionais locais, pois é um ponto para aprofundar a cobertura, evitar deslizes – ainda que sejam de boa fé – e também gerar renda no território.

Com o jornalismo de soluções acho que podemos inspirar e mostrar que um mesmo tema pode ter diferentes olhares e vertentes. Claro que o jornalismo de denúncia é absolutamente fundamental, deve ser respeitado e incentivado. Mas, como diz a Solutions Journalism Network, pela perspectiva do jornalismo de soluções buscamos contar a história toda.

É mostrar, aos poucos, que a solução da Amazônia está nela mesma, não precisa vir de fora, mas com cuidado e empatia nesse tom, mais na linha das conexões. Por isso reforço que nossa preocupação é somar com um ecossistema já bastante rico e diversificado de produção jornalística na Amazônia, que precisa ser mais conhecida e valorizada pela própria região, pelo Brasil e por quem busca informações da Amazônia fora dela.

Você pode nos explicar como funcionam as duas ações do Banco de Fontes e o Banco de Freelancers para profissionais da região?

Basicamente, na parte de fontes fizemos inserções de uma base inicial com informações públicas. Mas desde o princípio liberamos para que cada um fizesse o próprio cadastro, para que assessorias de órgãos, universidades, coletivos, terceiro setor, entre outras, possam acrescentar suas fontes que sempre oferecem para a imprensa. Ou mesmo aquelas organizações que não possuem alguém de comunicação, ou lideranças e pesquisadores, possam se cadastrar.

O jornalista sempre busca fontes diferentes, busca variar vozes e ali estamos criando algo nesse sentido, inclusive para colaborar no esforço de muitos para reduzir a invisibilidade de vozes.

Por outro lado, o banco de freelancers é 100% autocadastro. O bom é que somamos mais de 700 fontes e cerca de 550 freelancers, dos nove estados da Amazônia. Ainda vamos fazer um refinamento e enriquecimento dessas bases, para melhorar a busca, mas será um novo passo.

Para quem usa – busca fonte ou freela – basta acessar o site, fazer a busca semântica por tema, por exemplo, e encontrar um breve perfil, e os contatos que a fonte disponibilizou. Já no caso de freela – se você precisa de um fotógrafo, por exemplo – em uma cidade da Amazônia, pode fazer a busca pelo território e aparecem os profissionais que estão cadastrados naquela região, com o perfil, atividades que exerce e os contatos.

Estamos aprimorando o tempo todo, mas já temos relatos bem positivos de quem achou fontes para entrevistar e de quem contratou ou foi contratado através da plataforma para algum trabalho. Lembro que o cadastro ou a consulta é totalmente gratuita e liberada.

Como se dá, na prática, uma abordagem de jornalismo de soluções no Amazônia Vox? Pode dar exemplos de histórias ou reportagens que sejam marcantes na trajetória de vocês com essa abordagem?

Ainda estamos no começo, mas já produzimos algumas séries. Posso mencionar uma que veio através de bolsa da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Dart Center, da Universidade de Columbia. Veja só: 95 dos 100 municípios com piores indicadores de cobertura pré-natal do Brasil estão na Amazônia Legal. Isso é muito grave. Mostramos o problema. Trouxemos os dados, que são do SUS, mas buscamos o “desvio positivo”. Não o “melhor”, mas onde, ao longo dos anos, estava tendo alguma melhoria, o que indica consistência de resposta, ao menos nos números.

Então contamos a história do que é feito em um município, Abaetetuba, que implementou uma unidade fluvial para atender a comunidade ribeirinha e tem tido números bem expressivos, adaptando os horários de atendimento, contratando pessoas da comunidade, entre outras. Então buscamos percorrer os pilares do jornalismo de soluções: resposta ao problema; as evidências da efetividade da resposta e o conhecimento de como é feito.

Por fim, o quarto pilar, que é demonstrar as limitações para a resposta, os motivos que não permitiram começar antes ou ser melhor do que já é. Esse é um exemplo e a reportagem foi feita em episódios e com um curto documentário que foi exibido no Canal Futura. O material completo está aqui: https://amazoniavox.com/desafiosprenatalnaamazonia

Vocês terão agora a Formação Online Amazônia Vox que leva em consideração a diversidade étnico-racial, regional e de gênero na definição dos participantes. O que vocês esperam dessa ação e quem tem colaborado no desenvolvimento?

A Fundação Lemann é uma parceira que tem nos apoiado em algumas iniciativas e essa é uma delas. Vamos finalizar com um número bem expressivo de inscrições e isso mostra o quanto a comunicação na Amazônia é potente e está ciente do momento, que exige atualização e formação constante.

Isso vale para jornalista e comunicador de qualquer parte do mundo, ainda mais para nós que estamos em um território que todo mundo fala que precisa ouvir mais as vozes locais. Some a isto o fato de que vamos receber a COP 30 em 2025 e creio que o evento não é um ponto final e sim um ponto de passagem, acelerando e intensificando ainda mais a centralidade da Amazônia na agenda político-midiática global.

Quais são as futuras inovações ou melhorias que vocês planejam implementar no trabalho do Amazônia Vox?

Temos alguns projetos em andamento. O primeiro é a melhoria do site em si, visualmente e tecnologicamente, facilitando o uso e dando mais destaque para nosso conteúdo, além da ferramenta. Também queremos melhorar a busca da ferramenta, com mais filtros e segmentação. Outro ponto é a nossa newsletter, que estamos tratando como um serviço mesmo de levar as oportunidades que existem para os amazônidas conhecerem mais e se inscreverem. E outras que no momento certo a gente conta.

E do ponto de vista financeiro, como vocês têm estudado e implementado formas de garantir a sustentabilidade e manter essa atividade jornalística? Essa é uma preocupação de muitos editores de veículos locais, independentes e especializados

Sim, esse ponto é crucial. É preciso dedicação e bons profissionais e isso só é possível com recurso, além da tecnologia. Percebemos – e ainda estamos aprendendo – que é preciso diversificar as fontes de receita, onde os grandes editais ajudam muito, sem dúvida, mas é preciso encontrar mais sustentabilidade.

É por isso que estamos desenvolvendo diferentes produtos, apostando no serviço para o usuário da plataforma, para as pessoas e nas conexões que ela pode propiciar. É um desafio enorme, mas estamos com muita gente boa ao lado. A segurança do caminho certo e a tranquilidade para trabalhar veio com o apoio do ICFJ, via bolsa Knight, que recebemos esse ano para desenvolver a plataforma, compreendendo o impacto que podemos realizar em conjunto com muitas vozes e iniciativas.

É nesse sentido que somos muito gratos a tantos que tem permitido que a gente tenha dado pequenos, mas importantes passos. E ser convidado por vocês (para essa entrevista) é uma amostra disso, que mesmo com muito por fazer, é de aquecer o coração perceber que já estamos realizando algo e a importância disso. Para encerrar, reforço que é um projeto colaborativo, em um momento que essa palavra ganha mais força, em detrimento da competição, de um tempo da comunicação que já não vale mais nesse momento que a gente vive.

Análise e Ações Práticas para o Jornalismo sobre os Princípios Globais para a Integridade da Informação publicados pela ONU

No dia 24 de junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou os Princípios Globais para a Integridade da Informação, um conjunto de diretrizes essenciais para enfrentar os desafios globais da desinformação e do discurso de ódio. Anunciados pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova York, esses princípios delineiam recomendações e ações urgentes destinadas a conter os danos causados pela disseminação de informações falsas e pelo discurso de ódio, fenômenos que ameaçam a democracia, os direitos humanos, a saúde pública e a ação climática.

Para comentar as medidas, conversamos com Matheus Soares, que é jornalista e atua como repórter da iniciativa “Desinformante”. Matheus cobre as áreas de Inteligência Artificial e Internacional e é Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes ECA/USP.

Organizada pela Aláfia Lab, Ponteio Comunicação, Informação e Cultura, o Desinformante produz análises sobre o impacto da desinformação na sociedade e discute formas de combatê-la, reunindo jornalistas e pesquisadores para criar espaços de articulação entre diversos atores sociais engajados na construção de um espaço digital democrático.

Leia, a seguir, uma análise desses princípios e suas implicações, especialmente no contexto brasileiro. Saiba como essas diretrizes podem ajudar a enfrentar os desafios contemporâneos e a fortalecer a integridade da informação.

Considerando os desafios da desinformação e da circulação de discurso de ódio on-line, como você vê o direcionamento dado pela ONU, através desses princípios, para lidar com essas questões a nível global e, claro, considerando a realidade brasileira?

A publicação dos Princípios da Integridade da Informação é um passo importante no combate global à desinformação e ao discurso de ódio. Nos últimos anos, as Nações Unidas também vêm entendendo que esses fenômenos podem ter impactos negativos nas democracias e na vida cotidiana das pessoas mundo afora, atrapalhando o próprio desenvolvimento da humanidade. Esse documento, bem como os anteriores, mostra que a organização intergovernamental está empenhada em criar articulações internacionais para debater e fortalecer as práticas de integridade da informação. 

Apesar dos princípios não serem obrigações que os países precisam seguir, eles funcionam na prática como uma chancela de um organismo importante no cenário geopolítico mundial.

Isso se torna importante principalmente no Brasil, pois estamos passando por um momento em que o tema da desinformação está ganhando resistência no debate legislativo. Isso pode ser visto, por exemplo, no recente engavetamento do Projeto de Lei 2630, que criava regras de responsabilidade e transparência para as plataformas digitais, e no atraso da votação do Projeto de Lei 2338, que aborda o desenvolvimento de IA no país.

Dessa forma, com essa publicação, a ONU não só demonstra que está atenta às questões da desinformação, mas também reforça que esse é um problema global, que todos os países devem enfrentar para que as democracias e sociedades continuem minimamente saudáveis a longo prazo.

Os princípios também abordam o uso de Inteligência Artificial (IA). Na sua opinião, quais são os maiores riscos associados ao uso da IA no contexto da integridade da informação?

As Inteligências Artificiais generativas podem impactar diretamente a integridade da informação. Claro que usos positivos dessas tecnologias existem, como o auxílio em atividades do dia a dia; mas elas também abrem a possibilidade para agentes maliciosos as utilizarem para espalhar informações falsas com o intuito de causar danos na sociedade.

Diversos pesquisadores apontam preocupações, por exemplo, em relação a automatização dos processos de produção e disseminação de desinformação em massa. Além disso, as deepfakes também aparecem como elementos críticos para os próximos anos, pois à medida que elas ficam mais reais e de alta qualidade, também podem trazer confusão às pessoas.

E isso já é realidade. Desde o final do ano passado, diversos países que realizaram eleições tiveram que lidar com as deepfakes políticasArgentina, Indonésia e México foram alguns dos países em que esses conteúdos sintéticos apareceram com fins políticos. A Índia também foi um país que se destacou bastante neste cenário. Sem uma regulamentação específica sobre uso de IA no contexto eleitoral, nos últimos meses os indianos viram uma explosão de diversos tipos de deepfakes, muitas delas criadas pelos próprios candidatos.

O empoderamento dos indivíduos nos ambientes on-line é um dos princípios elencados pela ONU. Na sua opinião, o que significa, na prática, empoderar indivíduos dentro do ecossistema de informação? Como garantir que as pessoas tenham controle sobre sua experiência on-line?

Muito se fala no papel que os agentes emissores possuem na cadeia da desinformação, mas há também o papel de quem está na outra ponta desse processo: as pessoas. São as pessoas que vão receber os conteúdos falsos e que vão repassar as informações a conhecidos, formando assim suas perspectivas de mundo.

Empoderá-las é uma ação fundamental para que elas consigam não só desenvolver um pensamento crítico em relação ao que veem na Internet, mas também se proteger de ações de agentes maliciosos e das próprias plataformas e grandes empresas de tecnologia, que atualmente estão mais preocupadas nas próprias receitas.

Em relação a esse último ponto, um exemplo interessante foi a recente notícia de que a Meta estava permitindo que os usuários do Instagram proibissem o uso dos seus conteúdos para o treinamento da IA da empresa. A possibilidade foi dada, de fato, mas o caminho para que se chegasse ao bloqueio era extenso e burocrático, numa aparente tentativa de tornar tudo muito difícil para o usuário.

Por isso, ações de educação midiática e cívica, por exemplo, são importantes para que os cidadãos saibam quais são seus direitos e como funcionam as dinâmicas digitais. É importante que as pessoas entendam o que são algoritmos e como eles recomendam conteúdos, o que é uma IA generativa e como os dados podem ser usados para treiná-las.

O problema aqui é que, num primeiro momento, essa compreensão pode até ajudar as pessoas a buscarem seus direitos, mas sem uma regulação que obrigue as plataformas a serem mais transparentes com os cidadãos, acredito que pouco será feito. No caso da Meta, que citei acima, o benefício foi dado porque aqui temos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Quais são os desafios atuais enfrentados por jornalistas e trabalhadores da mídia na busca por reportar informações de maneira segura e aberta, principalmente em contexto de mídia independente?

Diversos tipos e níveis de desafios se apresentam atualmente para os jornalistas e trabalhadores de mídia. Um deles é, sem dúvidas, as violências e os ataques online sofridos pela categoria, episódios que vêm aumentando nos últimos anos e que colocam em risco a segurança, a integridade e a liberdade do trabalho desses profissionais, principalmente, as mulheres, pessoas negras e LGBTQIAP+.

Não estamos falando de simples críticas ou questionamentos, esses ataques vêm para deslegitimar a qualidade do trabalho e para ferir ou inibir o(a) jornalista.

Quando falamos de mídia independente outro desafio muito presente é a sustentabilidade do projeto, justamente porque vivemos atualmente uma crise do modelo de negócios do Jornalismo que se arrasta há anos e, aparentemente, não terá fim tão cedo. Isso é reforçado pela recusa cada vez maior das pessoas de lerem notícias e pelos hábitos de consumo, atravessados diretamente pelas plataformas digitais.

Olhando para o futuro, quais são as suas expectativas em relação à adoção e aplicação desses princípios pela comunidade jornalística e por diferentes setores da sociedade? Como todos os interessados no assunto podem colaborar?

Penso que os princípios poderão servir de norte, numa espécie de “boas práticas”, para que gestores, jornalistas e a sociedade como um todo possam agir para a construção de um ambiente digital mais seguro para todos. Está cada vez mais evidente que esse é um trabalho em conjunto, colaborativo, com cada um fazendo a sua parte.

É importante também que nós avancemos no debate sobre as regulações das plataformas digitais e da Inteligência Artificial, de forma a criar regras que acreditamos ser adequadas para combater a desinformação, o discurso de ódio e garantir a segurança digital tanto dos jornalistas como das pessoas em geral.

A descrença no jornalismo pode ser pelo lucro, não pela política

Esta análise que publico abaixo, do estudioso especialista em jornalismo Jacob L. Nelson*, professor associado de comunicação na Universidade de Utah, é uma tradução e resumo que fiz para você a partir do original publicado no portal-bíblia do jornalismo contemporâneo, o Nieman Lab. Ele toca num tema correlato ao que abordei no meu último artigo, aqui na Aurora News.

No meu artigo, falei que jornalistas vivem o dilema profissional/existencial/ideológico/financeiro de trabalharem para empresários e que essa é sua gaiola de ouro. De ouro, mas gaiola. Que em geral, obviamente, não gostam, mas da qual não conseguem escapar. Pagar as contas como?

O artigo do professor aponta para o fato de que os leitores estão menos preocupados com a isenção ideológico-política das redações e muito mais com o fato de que o jornalismo, isento ou não, existe para fazer o lucro do dono da publicação.

Comentei que isso é o conundrum da profissão e, de resto, de toda a indústria do jornalismo. Conundrum é um dilema sem solução, tal é esta atividade na qual atuo há 50 anos (com orgulho, só para esclarecer. Morrerei jornalista).

Leia com MUITA atenção este estudo e esta análise. Ela se baseia na realidade do jornalismo dos Estados Unidos. Aqui, as premissas seguem válidas. Só a realidade que é pior um pouco. Ou muito.

Aprecie sem moderação.

Crise de Confiança no Jornalismo: Questão de Dinheiro e Não de Política?

O jornalismo enfrenta uma crise de credibilidade. Apenas 32% dos americanos relatam ter “muita” ou “bastante” confiança nas reportagens jornalísticas, um recorde histórico negativo. Tradicionalmente, os jornalistas acreditam que essa falta de credibilidade se deve à percepção de parcialidade política dos repórteres e editores. Por isso, líderes de redação defendem a “objetividade” e criticam jornalistas que expressam opiniões nas redes sociais.

A suposição é simples: organizações de notícias estão lutando para manter a confiança do público porque os jornalistas dão motivos para desconfiar deles. Os gestores acreditam que, se o público perceber os jornalistas como neutros e objetivos, será mais provável confiar — e até pagar — pelo jornalismo que produzem.

No entanto, um estudo recente publicado em parceria com os acadêmicos Seth Lewis e Brent Cowley no “Journalism” sugere que o problema de desconfiança vem de outro lugar. Com base em 34 entrevistas realizadas por Zoom com adultos de diferentes idades, tendências políticas, status socioeconômico e gênero, descobrimos que a desconfiança não se origina do medo de doutrinação ideológica, mas da suposição de que a indústria jornalística valoriza mais os lucros do que a verdade ou o serviço público.

Os americanos entrevistados acreditam que as organizações de notícias relatam as informações de maneira imprecisa não para persuadir o público a apoiar ideologias políticas específicas, mas para gerar maior audiência e, consequentemente, maiores lucros.

Interesses Comerciais Minam a Confiança

negócio do jornalismo depende principalmente da atenção do público. As organizações de notícias lucram com essa atenção indiretamente, por meio de anúncios — historicamente impressos e televisivos, mas agora cada vez mais digitais. Elas também monetizam essa atenção diretamente, cobrando assinaturas de seu público.

Embora as organizações de notícias precisem de receita para sobreviver, o jornalismo como profissão sempre manteve uma “barreira” entre suas decisões editoriais e interesses comerciais. NPR, por exemplo, afirma em seu manual de ética que “o propósito de nossa barreira é controlar a influência de nossos financiadores sobre nosso jornalismo.”

Na prática, isso significa que jornalistas do The Washington Post, segundo esses princípios, devem se sentir encorajados a investigar a Amazon, mesmo sendo o jornal de propriedade do fundador e presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos. No entanto, a eficácia dessa barreira no mundo real é incerta, e muitos jornalistas orgulham-se de seguir a história aonde quer que ela leve, independentemente das implicações financeiras para suas organizações.

Apesar da importância desse princípio para os jornalistas, as pessoas entrevistadas pareciam ignorar sua existência. Elas assumiram que as organizações de notícias ganham dinheiro principalmente por meio de publicidade, o que levou muitos a acreditarem que os jornalistas são pressionados a buscarem grandes audiências para gerar mais receita publicitária.

Viés em Favor dos Lucros

Os entrevistados descreveram os jornalistas como envolvidos em uma luta contínua para capturar a atenção do público em um ambiente de mídia extremamente competitivo. Um entrevistado comentou: “Se você não obtém um certo número de visualizações, você não está ganhando dinheiro suficiente, e isso não termina bem para a empresa.”

Muitos concordaram que o jornalismo é tendencioso, assumindo que tal viés existe por razões orientadas para o lucro, e não estritamente ideológicas. Alguns entrevistados citaram exemplos de financiamento de grupos que desejam ver uma agenda específica promovida, como mencionaram George Soros.

Outros reconheceram que algumas organizações de notícias dependem principalmente de suas audiências para suporte financeiro por meio de assinaturas, doações ou associações. Apesar de verem diferentes formas de geração de receita, ainda descreviam uma profunda desconfiança em relação à influência dos interesses comerciais no jornalismo.

Preocupação Equivocada com a Parcialidade

Diante dessas descobertas, parece que a preocupação dos jornalistas em se defenderem contra acusações de viés ideológico pode ser equivocada. Muitas organizações de notícias têm buscado transparência como uma abordagem para ganhar a confiança do público, com o objetivo implícito de demonstrar que trabalham com integridade e sem viés ideológico.

Desde 2020, por exemplo, o The New York Times mantém uma página “Por Dentro do Jornalismo” que descreve como seus repórteres e editores abordam diferentes aspectos da cobertura, desde o uso de fontes anônimas até a confirmação de notícias urgentes. O The Washington Post iniciou uma página similar “Por Dentro da História” em 2022. No entanto, essas iniciativas não abordam a principal causa de preocupação entre os entrevistados: a influência da busca por lucros no trabalho jornalístico.

Joio do trigo

Em vez de se preocupar tanto com a percepção de parcialidade política dos jornalistas, talvez seja mais benéfico para os gestores de redação focar em combater a percepção de viés econômico. Uma demonstração mais eficaz de transparência poderia se concentrar menos em como os jornalistas fazem seu trabalho e mais em como as preocupações financeiras das organizações de notícias são mantidas separadas das avaliações do trabalho dos jornalistas.

*Jacob L. Nelson é professor associado de comunicação na Universidade de Utah. Este artigo é republicado da The Conversation sob uma licença Creative Commons.

A proliferação do Slop e seus efeitos na economia digital

Assim como o spam se tornou um conhecido problema na internet, agora enfrentamos um novo desafio: o slop. 

economia digital, movida pela constante busca por cliques e visualizações, incentiva a produção em massa de conteúdo automatizado e de baixa qualidade, conhecido como slop. 

Este fenômeno está profundamente enraizado nas práticas lucrativas que utilizam a inteligência artificial (IA) generativa para criar vastas quantidades de material, muitas vezes sem qualquer valor real para os usuários. Vamos explorar detalhadamente como isso afeta a paisagem digital e os desafios que apresenta.

O Círculo Vicioso do Slop

A facilidade com que a IA generativa pode produzir conteúdo é um dos principais motores por trás da proliferação do slop. Algoritmos avançados podem gerar artigos, imagens e vídeos em segundos, a um custo mínimo. Esse conteúdo é então usado para atrair tráfego para sites ou perfis em redes sociais, onde a monetização ocorre por meio de anúncios publicitários ou aumento de seguidores.

O problema é que, na maioria das vezes, o slop é desprovido de qualquer valor informativo ou de entretenimento. Ele existe apenas para preencher espaço e enganar algoritmos de recomendação, como os do Google ou do Facebook, que priorizam a quantidade de interações sobre a qualidade do conteúdo.

Isso cria um ciclo vicioso: quanto mais slop é produzido, mais os algoritmos o promovem, levando a uma inundação de conteúdo inútil que sufoca informações legítimas e valiosas.

Exemplos Perturbadores de Slop

Artigos Absurdos

Um exemplo notável de slop são os artigos de viagem gerados por IA que fazem recomendações absurdas, como visitar bancos de alimentos como se fossem atrações turísticas. Esses artigos, muitas vezes criados sem qualquer revisão humana, podem confundir e frustrar os leitores, além de prejudicar a credibilidade das plataformas que os hospedam.

Livros Perigosos

Outro exemplo alarmante são os livros sobre cogumelos vendidos na Amazon, gerados por IA e contendo conselhos potencialmente letais. Esses livros, que muitas vezes se apresentam como guias de identificação de cogumelos comestíveis, podem levar a intoxicações graves ou até fatais, evidenciando os perigos reais do slop.

Memes Virais Sem Sentido

No Facebook, o slop se manifesta frequentemente como memes virais sem qualquer propósito ou significado. Um exemplo citado inclui imagens de Jesus Cristo com camarões no lugar dos membros que, além de não fazerem sentido, contribuem para a saturação de conteúdo inútil na plataforma, dificultando a descoberta de informações úteis e relevantes.

Impactos na Experiência do Usuário

A proliferação do slop tem um impacto direto e negativo na experiência do usuário. Em vez de encontrar informações úteis de forma rápida e eficiente, os usuários são frequentemente forçados a navegar por grandes quantidades de conteúdo irrelevante ou enganoso. Isso não só desperdiça tempo, mas também mina a confiança dos usuários em plataformas digitais. Quando os usuários se deparam repetidamente com slop, tornam-se mais céticos em relação à qualidade de qualquer conteúdo encontrado online, incluindo material legítimo.

Desafios na Regulamentação e Controle

As respostas das grandes empresas de tecnologia ao problema do slop têm sido variadas, mas muitas vezes insuficientes. A Meta, por exemplo, exige a marcação de conteúdo gerado por IA, enquanto o TikTok automatiza esse processo e o Google introduz resumos automáticos em suas pesquisas. No entanto, essas medidas muitas vezes não são eficazes para resolver o problema de forma abrangente.

A principal dificuldade reside na capacidade dos algoritmos de discernir entre conteúdo útil e slop. À medida que as IAs que geram slop se tornam mais sofisticadas, também se torna mais difícil para os sistemas de detecção automatizados identificarem e filtrarem esse tipo de conteúdo.

Além disso, a linha entre o que é real e o que é artificial se torna cada vez mais tênue, complicando ainda mais a tarefa de manter a integridade da informação online.

Conclusão

O slop representa um desafio significativo na economia digital atual. A facilidade e lucratividade da produção de conteúdo automatizado incentivam práticas que prejudicam a qualidade da informação disponível online. Para combater essa praga digital, é essencial que tanto os desenvolvedores quanto os usuários estejam cientes do problema e trabalhem juntos para implementar soluções eficazes. Nomear e reconhecer o slop é apenas o primeiro passo; medidas concretas e colaborativas são necessárias para preservar a confiança e a utilidade da internet.

O Futuro do Jornalismo já começou e é Local, Jovem, Inovador e Conectado com as Comunidades

Esse texto é um relato de dias vivenciados em ambiente vibrante e inspirador para o jornalismo. A Alright foi uma das empresas patrocinadoras do Festival 3i da Associação de Jornalismo Digital (AJOR), realizado entre os dias 13 e 15 de junho no Rio de Janeiro, capital. Estar presente foi uma experiência transformadora e enriquecedora.

Como participante, tive a oportunidade de vivenciar de perto a efervescência das discussões e a inovação que permeou cada sessão. O evento reuniu centenas de pessoas, entre estudantes, jornalistas, pesquisadores e representantes de diversas organizações, na Casa Firjan e na Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso).

O Jornalismo Local em Foco

Um dos aspectos mais marcantes do Festival foi o foco no jornalismo local. E isso se conecta diretamente com nossa proposta de valor para os Oásis de Notícias e com as tendências do Guia Alright 2024: como transformar tendências em ações”, que foi distribuído no evento, em primeira mão, já no formato de livro impresso. 

Diferente do que vemos em muitos eventos do setor, este não deu destaque aos maiores players do jornalismo brasileiro, mas sim a vozes locais e de países como México, Paraguai e Colômbia. Essa escolha retratou a importância do jornalismo local em um país tão vasto e diverso como o Brasil. As discussões deixaram claro que a informação verdadeira e de qualidade nasce da proximidade com as comunidades locais.

Estratégias de Viralização e Descompassos no Mercado

Uma das palestras mais impactantes foi a de Alejandro Vallejo, fundador do El Surti. Ele compartilhou a trajetória de crescimento do portal e destacou uma estratégia fundamental: a relação estreita entre conteúdo e imagem.

A mensagem dele foi no sentido de pensar em uma imagem que traduza o conteúdo e traga impacto para o público. Essa abordagem foi apresentada como crucial para tornar conteúdos virais e aumentar o engajamento, oferecendo uma lição valiosa para outros veículos de comunicação em um mundo marcado por conteúdos visuais.

Outro ponto levantado durante o evento, foi um evidente descompasso entre o que é ensinado nas universidades e o que se enfrenta no dia a dia do jornalismo. Essa divergência foi quase unânime entre os participantes. A crítica foi especialmente direcionada aos cursos de jornalismo, onde foi possível perceber que as diferentes gerações, muitas vezes, não conseguem acompanhar as novas tendências e demandas do mercado na mesma velocidade.

A presença majoritária de jovens no evento, com média de idade de 25 a 30 anos, reforçou essa percepção e a necessidade de uma atualização nas abordagens acadêmicas. Acredito que seja algo importante a se pensar para o futuro do jornalismo e para a qualidade da formação profissional também. Existe uma forte expectativa do setor a esse respeito.

Conexão com as Comunidades

A apresentação de Elaine Silva, da Alma Preta Jornalismo, foi particularmente inspiradora. Alma Preta é um exemplo de quem conseguiu criar uma forte identidade com seu público, a ponto de a comunidade começar a pedir produtos como roupas e bonés, gerando uma nova fonte de renda para o veículo.

Esse caso exemplifica como a conexão genuína com o público pode abrir novas possibilidades de financiamento e engajamento. Não basta só falar de publicidade, de incentivo público, de editais, de ações de empreendedorismo e financiamento. Tudo isso é fundamental para a saúde financeira e sobrevivência dos negócios, mas o segredo está na conexão com a comunidade.

Inovação,  Juventudes e Combate à Desinformação

A programação do Festival 3i da AJOR também destacou a importância da inovação e a presença significativa de jovens liderando iniciativas. Vi palestrantes e participantes fazendo networking que, apesar da pouca idade, já se destacam no cenário jornalístico.

Ficou claro que o futuro do jornalismo está nas mãos das novas gerações. A falta de representantes de veículos tradicionais e consolidados no evento, chamou atenção e levantou críticas sobre a necessidade de adaptação e abertura para novas ideias.

A questão da desinformação das fake news permeou muitas palestras. Em ano de eleição, a importância de combater informações falsas e promover a verificação de fatos se mostrou urgente. O poder da informação verificada foi reiterado por todos.

Inspiração para os Negócios Digitais

Festival 3i se encerrou como uma atividade que uniu diversos modelos de negócio, com ideias poderosas que se inspiram no cinema, música, fotografias, videoclipes, plataformas digitais, relacionamento com as comunidades, nas pautas e discussões contemporâneas de gênero, territórios, raça e muitos bandeiras para discutir o futuro do jornalismo.

A experiência foi enriquecedora e inspiradora, reafirmando que o jornalismo local, a juventude e a inovação são os pilares para a construção desse caminho mais conectado e verdadeiro na comunicação.

Muitos participantes do evento deixaram claro nas conversas pelos corredores que a chave para o sucesso está na adaptação, na conexão genuína com as comunidades e na abertura para novas ideias, garantindo um jornalismo mais dinâmico e inclusivo.

As mesas do Festival 3i foram gravadas e estão disponíveis no YouTube.

Cobertura detalhada aqui.

Jornalismo local e democracia: só obviedades

Este é um artigo óbvio. Só fala o que todo mundo já sabe. Bom, pelo menos, deveria saber.

Só repete o que já se cansou de dizer. Eu mesmo, aqui, já toquei no tema vez por outra.

As obviedades não perdem relevância porque são óbvias. Neste caso, repetir é fundamental.

Jornalismo local é um dos pilares da democracia. Pronto, obviei.

Seguindo na trilha, pedi pro chat GPT listar as razões disso. Pois não é que até ele sabe? E mandou mega bem. Confira abaixo:

A Importância do Jornalismo Local para a Democracia

1. Proximidade e Relevância

  • O jornalismo local fornece notícias informações diretamente relevantes para a comunidade. Ele cobre eventos, problemas e políticas locais que podem não receber atenção da mídia nacional. Essa proximidade garante que os cidadãos estejam bem informados sobre assuntos que afetam diretamente suas vidas diárias.

2. Fiscalização do Poder Público

  • Jornalistas locais desempenham um papel crucial na fiscalização de autoridades e instituições locais. Eles investigam e expõem casos de corrupção, má administração e outros abusos de poder que poderiam passar despercebidos. Essa função de vigilância é essencial para manter a transparência e a responsabilidade dos governantes.

3. Participação Cívica

  • Ao informar os cidadãos sobre questões locais, o jornalismo local incentiva a participação cívica. Ele ajuda a comunidade a se engajar em debates públicos, participar de eleições informadas e contribuir para a formação de políticas públicas. A consciência e o envolvimento cívico são pilares fundamentais de uma democracia saudável. 

4. Coesão Comunitária

  • jornalismo local fortalece a coesão comunitária ao destacar histórias e eventos que refletem a identidade e os valores da comunidade. Ele promove um senso de pertencimento e solidariedade, conectando os moradores através de histórias compartilhadas e interesses comuns. 

Agora vou eu aqui. 

As eleições municipais se aproximam. Justo as municipais, onde o tema do jornalismo local faz mais sentido e onde ele é ainda mais influente e necessário.

jornalismo local é vital para a democracia porque mantém os cidadãos informados sobre questões que lhe são próximas. É a segunda pele da vida na comunidade onde vivem.

Fiscaliza o poder público. Isso num país em que, mesmo vigiado, o poder público abusa do poder.

Promove a participação cívica e fortalece a coesão comunitária.

Sem um jornalismo local forte, as comunidades ficam desinformadas e desconectadas, comprometendo a saúde da democracia, que vive das conexões.

Vamos lutar por ele. Por sua força e relevância. Por sua representatividade. Em uma palavra: pela democracia.

Falei que ia ser óbvio.

O Papel do Jornalismo na Conscientização Ambiental: entrevista com Dione Moura e Marlise Brenol

Dione Moura e Marlise Brenol compartilharam suas ideias e experiências sobre como o jornalismo pode e deve desempenhar um papel central na conscientização e ação ambiental. A seguir, a entrevista completa com essas especialistas, sobre transformar a pauta ambiental em uma prioridade contínua na mídia. Elas são professoras e pesquisadoras na Universidade de Brasília e integram o projeto interdisciplinar da Rede Biota Cerrado

A sociedade se mobiliza rapidamente diante das consequências drásticas em momentos de crise, como as observadas recentemente no Rio Grande do Sul (RS). Nesse contexto, os veículos de jornalismo atuam não apenas como informantes, mas também como educadores e agentes de mudança. Uma pergunta surge: como os veículos jornalísticos podem contribuir para que a preocupação com o meio ambiente se torne uma pauta permanente?

Para explorar essa questão, conversamos com Dione Moura e Marlise Brenol, professoras e pesquisadoras na Universidade de Brasília, que também integram o projeto interdisciplinar da Rede Biota Cerrado. Elas discutem a importância do jornalismo na conscientização ambiental, a necessidade de manter o tema na agenda pública e como o setor pode ajudar a combater o negacionismo climático. 

As professoras também abordam a colaboração entre a imprensa e outros setores da sociedade, incluindo cientistas, movimentos ambientais e órgãos governamentais, como uma estratégia eficaz para uma comunicação de risco constante e preventiva. Elas são autoras de artigo que foi destaque no GZH Ambiente: “Precisamos de uma comunicação que salve vidas”. 

Através de parcerias, eventos e conteúdos didáticos, o jornalismo pode se tornar uma referência sólida na comunicação de risco, promovendo uma cultura de conscientização e ação ambiental.

Quando situações de risco chegam a grandes proporções e vemos as consequências drásticas, como no Rio Grande do Sul, a mobilização da sociedade acontece de forma mais rápida. Como os veículos jornalísticos podem contribuir para que essa preocupação seja uma pauta permanente?

Dione Moura e Marlise Brenol:

No caso da pauta ambiental, os veículos de jornalismo têm uma função pedagógica e de alerta sobre os riscos, ou seja, manter o tema na pauta do dia é uma forma de compartilhar conhecimento, gerar conscientização e transformar a realidade.

Quanto maior a visibilidade para o tema, maior o alcance e a familiaridade do público com o assunto. A construção do repertório ambiental na sociedade passa pela imprensa, na medida em que termos como cidade-esponja, parques alagáveis, cota de inundação, áreas de risco e outros entram na ordem do dia e passam a fazer parte das conversações, maior será a predisposição para a escuta. 

Quando os termos são familiares, os alertas tendem a ser melhor compreendidos em situações de risco como os eventos climáticos extremos. Mais do que mobilização rápida em eventos climáticos, é preciso mobilização constante pela conservação ambiental e mudança de hábitos prejudiciais ao coletivo por hábitos saudáveis e conscientes.

Há momentos específicos em que a imprensa acaba dando maior atenção à questão climática, como os momentos em que a crise está instalada, porém o debate precisa entrar na pauta antes, como prevenção.

A questão da legislação de proteção ambiental, por exemplo, deve também servir como pauta de prevenção. No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, houve mudanças importantes na legislação ambiental com pouca ênfase e debate mediado pela imprensa.

Nós temos que, enquanto imprensa, “encurtar o pavio” em relação a questões ambientais. Uma mudança de legislação ambiental que sinaliza dano potencial futuro tem de ser tratada com alerta, alarde, precisa ganhar primeira página, espaços de entrevistas, debates. Não podemos deixar que a questão ambiental seja manchete apenas depois do dano consumado.

Como o jornalismo pode ajudar a combater o negacionismo ambiental e promover uma cultura de conscientização climática?

Dione Moura e Marlise Brenol:

O caminho para combater o negacionismo é o iluminismo, no sentido da busca pelo esclarecimento. A imprensa tem um papel importante nesta aculturação. É preciso valorizar cada vez mais a razão e a ciência para entender o mundo e os fenômenos da natureza.

jornalismo tem ferramentas para ser protagonista nesta mediação social. Tanto a verificação de fake news e desinformação com circulação exponencial, como a apuração e reportagem de campo e o jornalismo científico são instrumentos potentes para dar visibilidade para a pauta de defesa do meio ambiente.

É preciso transformar a pauta ambiental em um tema que desperte paixão, amor e pertencimento, afinal a mãe natureza é mãe de todos nós. Só assim poderemos afastar a ideia de que o tema ambiental é do outro e não meu. O que afirmamos sempre é que o negacionismo ambiental é letal e precisa ter fim. 

De que forma a imprensa tem colaborado com outros setores da sociedade para promover uma comunicação de risco eficaz? Temos bons exemplos de contribuições, por exemplo, com cientistas, movimentos de defesa do meio ambiente, órgãos de defesa e prevenção de risco, agentes públicos, dentre outros?

Dione Moura e Marlise Brenol:

enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul foi um exemplo bem-sucedido de comunicação de risco iminente no qual a imprensa local teve um papel protagonista para mediação informativa entre órgãos governamentais e a sociedade civil, bem como no alerta à população sobre elevação das águas, inundações, necessidade de evacuações, resgates para salvar vidas.

Ainda que não tenha chegado a todos que precisavam, a ampla cobertura de imprensa foi imprescindível para mobilizar a sociedade civilos governos e o país como um todo para a urgência da catástrofe no sul.

Porém, a comunicação de risco precisa de constância para dirimir os danos à vida e aos bens materiais. Entendemos que a catástrofe climática do Rio Grande do Sul deva ser um marco e a partir dele distintos atores da sociedade possam se mobilizar em conjunto.

Quem sabe criar um comitê de comunicação de risco que envolva a universidade, os governos, a sociedade civil e a imprensa? Isso pode ser formado em prefeituras, em escalas menores, em micro e macrorregiões para envolver um conjunto de municípios e em escala estadual, conectando o âmbito federal.

É preciso criar vasos comunicantes – sem entupimentos – para que tenhamos uma comunicação de risco eficaz no sentido preventivo, não apenas paliativo quando o dano está dado. Quem sabe os veículos de imprensa possam puxar essa mobilização e promover encontros periódicos?

Além disso, podemos citar exemplos de trabalhos recentes e bem feitos por veículos de mídia para mobilizar a interlocução de atores sociais importantes, é o caso do especial da Veja sobre a relação entre a crise climáticas e a propagação de doenças infecciosas, citando resultados de pesquisas e dando voz a cientistas.

A Veja coloca a pauta no centro também quando promove o Prêmio Veja Saúde de inovação médica que reconhece o trabalho de pesquisadores brasileiros. A Agência Pública de jornalismo faz também um trabalho consistente em comunicação de risco ao associar a pauta ambiental e social, pois os impactos das mudanças climáticas estão diretamente relacionados a mazelas sociais no Brasil.

A editoria socioambiental da agência faz um trabalho regular de apuração e reportagem. Correio Braziliense tem se destacado por abrir espaços na página de opinião para pesquisadoras e pesquisadores que trabalham com a pauta ambiental.

Rede Biota Cerrado, da qual participamos ao lado de mais de 100 pesquisadores, tem obtido um excelente espaço editorial, inclusive com publicação de texto nosso recente sobre Desinformação ambiental que é inimiga da comunicação de risco.

imprensa como mediadora importa, veja o caso do jornal Zero Hora que motivou esta entrevista aqui com a publicação do artigo sobre Comunicação de risco. É importante que os jornais impressos mantenham e ampliem o quanto possível esse espaço editorial para cientistas.

Como a imprensa pode dar mais espaço para as pesquisas científicas no contexto da comunicação de crise e fazer com que esse conhecimento chegue de forma acessível a toda a população?

Dione Moura e Marlise Brenol:

São infinitas possibilidades! A imprensa como produtora de conteúdo criativo e informativo tem potencial de ganhar protagonismo na comunicação de risco e ocupar o lugar de referência para a população na busca de orientações sobre o que fazer e como se proteger em situações de eventos climáticos extremos.

Algumas ações: 

1) trabalhar com repórteres especializados em pautas ambientais que tenham competência para traduzir mundos e permitir ampliar o repertório;

2) criar quadros para conteúdos regulares que garantam a inserção da pauta ambiental na rotina, mesmo quando outras agendas se impuserem (teremos a Cop30 em Belém em 2025, quem sabe começar a cobertura desde já?);

3) promover eventos com convidados cientistas, especialistas ou mesmo gestores de organizações ambientais e dos governos;

4) criar o conselho de pautas ambientais que se reúna periodicamente para alinhar a pauta ambiental;

5) formar parcerias com universidades e grupos de pesquisa para fazer fluir com mais facilidade os resultados de pesquisas e produção de conhecimento;

6) ler e desenvolver parceria com o jornalismo universitário que pode fomentar colaboração em distintos âmbitos como o fez durante a enchente de maio no Sul com a formação da rede universitária de notícias;

7) produzir jornalismo explicativo, com infografia, ponto a ponto, videografismo e outros recursos didáticos;

8) criar campanhas de publicidade que legitimem o lugar da imprensa (autolegitimação) como referência em comunicação de risco para que o público assim perceba onde pode/deve buscar informações.